Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

O dia da luta

Narradora – Point Of View 

O dia tão esperado por Toni Topaz começava em Los Angeles, na televisão a luta mais importante do ano era anunciada. Ao fim da noite, teríamos o início de algo que a lutadora sonhou por anos enquanto sua adversária já o conquistou. Rebeka não parecia preocupada, ela planejou namorar Barbara apenas para desestabilizar Toni e esse casal faria qualquer coisa para a latina manter o cinturão consigo.

No apartamento de Topaz ontem a noite o sono parecia impossível de chegar, se sentia eufórica e ansiosa. Cheryl foi paciente, cantarolou uma música em seu ouvido e lhe acariciou até que não conseguisse mais combater o cansaço. A ruiva por sua vez ainda a observou, se perguntando qual seria sua reação após saber de tudo. Sentia medo de perde-la, de nunca mais conseguir seu amor de volta.

Agora, enquanto o sol nascia lá fora era a vez da menor observar Cheryl em um sono tranquilo. Admirava o quão bonita ela ficou ao passar dos anos, se perguntava como conseguiu ser tão sortuda ao ter aquela mulher somente para si. A maior é sua calmaria, se não a tivesse nesse momento com certeza estaria surtando de nervoso. 

Toni foi a primeira no apartamento a levantar, deixou um beijo na mulher deitada em sua cama e após fazer sua higiene, desceu para tomar sua vitamina. Concentrada em fazer tudo certo hoje até sua alimentação era limitada, qualquer coisa fora do seu planejamento poderia levar tudo por água a baixo. 

— Bom dia, Topaz.

Uma Betty sonolenta apareceu na cozinha cumprimentando a amiga que tinha seus olhos vidrados no celular, lendo todas notícias e fofocas sobre a luta. Revirava seus olhos com matérias do tipo "Quem ficará com o cinturão e quem ficará com Barbara Palvin?". Era nojento a maneira que tratavam a modelo como um objeto.

— Bom dia, Betty.

Desejou, deixando seu celular de lado.

Melhor evitar o estresse.

— Cheryl está dormindo? – a loira perguntou se servindo de café, a menor assentiu. — E como você está se sentindo? 

— Ansiosa. – bebeu o último gole de sua vitamina. — Quero lutar logo.

— Calma, vai dar tudo certo.

Aconselhou, Topaz concordou, mas no fundo sentia que ao mesmo tempo poderia dar tudo errado. As amigas conversaram sozinhas, Betty tentava distrair a morena para não ficar pensando apenas na luta de mais tarde. Toni até conseguiu dar algumas risadas, aliviando a tensão em seu corpo.

Veronica foi a terceira a acordar, ganhando beijo e café da esposa, ficaram reunidas na cozinha. A melhor amiga de Cheryl também estava ansiosa, após ouvir o que a ruiva lhe contou sentia que a melhor opção era chegar essa luta e tudo ser esclarecido entre as duas. Torce muito pelo casal, seria um sofrimento enorme se desse tudo errado novamente.

— Bom dia.

A única que faltava do grupo adentrou o local, coçando seu olho e indo direto a mais baixa. Lhe abraçou, beijando os lábios e sussurrando um bom dia só para ela. Toni não podia deixar de sorrir com o carinho recebido.

— Vocês parecem início de namoro.

Betty fez uma careta ao falar e as outras riram.

— Na verdade, nem estamos namorando ainda. – Cheryl deu de ombros, afastando o corpo da menor. — Toni está me enrolando.

— Não estou. – a morena se defendeu. — Apenas estou indo com calma.

Falou fazendo a ruiva revirar os olhos. Na verdade a lutadora não queria entrar em um relacionamento tão rápido, não após o término com Barbara ser recente. Mas pensando agora, a modelo não teve nem receio ao troca-la por sua adversária, talvez não devesse ter tanto medo de uma nova relação ainda mais com Cheryl que está se esforçando tanto para melhorar.

A observando tomar café, a lutadora pensou em uma loucura que poderia ser amada ou odiada. E se após ganhar – ou perder, o cinturão pedisse a ruiva em namoro na frente de todos? Talvez fosse melhor não se importar tanto com a opinião dos outros e fazer o que seu coração deseja e nesse momento isso é tudo que mais quer.

— Quais os planos para hoje?

Veronica perguntou, após mastigar um pedaço de sua banana.

— Preciso ir pra academia daqui a pouco.

Toni comentou, Cheryl virou seu corpo para ela.

— Precisa? – a menor assentiu. — Vou junto.

— Na verdade, Dimitri nem vai deixar ficarmos juntas, irei fazer um treino rápido e falar com a psicóloga.

— E isso demora? 

Cheryl usou seu tom melancólico. 

— Deus! Elas parecem aquelas adolescentes apaixonadas que não podem ficar dois minutos longe. – Betty revirou os olhos. — Não se preocupem, vocês vão sobreviver. 

— Só quero ficar por perto, hoje é um dia importante.

A ruiva lamentou.

— Tudo bem, Cherry. – Toni deu de ombros. — Estou tranquila e podemos trocar mensagens. 

Cheryl suspirou, assentindo. No fundo queria demonstrar todo amor possível a morena, porque quando der a notícia sobre todas suas mentiras, precisa que a mesma tenha certeza que fez por amor. A única coisa que lhe acalmava no momento era ter Veronica lhe apoiando. 

Naquela manhã quando Toni saiu para a academia, tudo que tinha em mente era sobre a luta que aconteceria a noite, Cheryl ainda pode se distrair com as amigas. O casal, trocou mensagens durante o dia, mas os compromissos da lutadora demoraram mais do que o previsto. 

_____
 


A ruiva nervosa e ansiosa, adentrou a grande arena onde aconteceria o momento mais esperado para a menor. O local já estava lotado, o som da música misturado com o barulho de varias conversas paralelas fazia sua cabeça doer. Concentrou-se para não pensar em nenhum dos seus vícios, não poderia deixar-se dar nenhum deslize, mas não podia negar que ao ver os garçons muito bem vestidos oferecendo bebidas, a boca salivou como antigamente. Por um momento, até sentiu seu corpo parar e fixar o olhar em uma taça próxima. Uma mão tocando a sua acabou com o transe, levantou o olhar e Veronica tentava a passar toda confiança possível.

Caminharam para o local onde Toni estaria concentrada, Cheryl já não se aguentava de saudade, pensou que passaria o dia inteiro junto da morena e no final, mal a viu. Por mais que UFC não fosse seu esporte preferido, queria demonstrar total apoio. 

— Onde está nossa campeã?

Betty adentrou a sala sorrindo largo, a morena que estava sentada no sofá e com Dimitri enfaixando suas mãos também sorriu ainda mais por ver Cheryl, deslumbrante vindo em sua direção.

— Hey. 

A ruiva sussurrou e lhe deu um selinho. 

— Como está? 

— Bem, Cherry. 

Deu de ombros. 

— Olá, mandona. 

Dimitri usou seu tom sério para chamar a atenção da garota que mal havia o percebido. 

— Ah, oi. – sorriu sem graça. — Me desculpe, estou mais nervosa do que ela.

— Da para ver.

Ele riu. 

Devido as faixas de proteção na mão da lutadora, Cheryl nem ao menos podia entrelaçar seus dedos nos da menor, mas apoiou sua mão no braço dela como em um aviso de "estou aqui". Veronica e Betty, entraram em um assunto com Marina, enquanto Dimitri tinha atenção total em sua aluna. Mesmo com a ruiva por perto, sussurrava todas as dicas e possíveis golpes para derrotar Rebeka.

O tempo passou mais rápido do que o esperado, a luta não iria começar de imediato, mas faltava pouco e Dimitri achou melhor tirar todos da sala. Isso rendeu uma cara feia da ruiva, mas ela sabia que precisava dar espaço para Toni ficar mais relaxada e focar em seu objetivo.

— Me prometa que não vai deixar ela machucar você. 

Cheryl pediu, as mãos firmes no rosto da menor. 

— Não posso prometer isso, mas que vou tentar me defender. – respondeu arrancando um suspiro da ruiva. — Cheryl, não se preocupe.

— Eu só... – fechou os olhos por alguns segundos. — Esquece! 

Sentia que algo não parecia certo nessa noite, não entendia o que ou quem, mas aquela sensação de que poderia ser uma noite com final horrível lhe dominava. Pedia por qualquer coisa, até mesmo que fosse com si mesma, mas não com Toni. 

— Se cuide, por favor. 

— Olha, tem algo comigo... – Toni enfiou a mão dentro de sua regata. — Você nem percebeu, mas está comigo desde o início do dia.

Tirou a correntinha com o pingente "c" fazendo um sorriso enorme aparecer nos lábios de Cheryl, era ótima a sensação ao saber que Toni também guardava a "aliança" de namoro delas. 

— Também tenho a minha. – confessou tocando no "C" entre os dedos da menor. — Eu amo você, TeeTee.

— Eu também te amo, Cherry.

Toni sorriu, trazendo o rosto da ruiva para perto e beijando sua boca. Até desejavam que fosse algo demorado, mas tempo era o que menos havia no momento. Após se separarem trocaram vários selinhos e sorrisos. A menor tinha cada vez mais certeza do pedido que faria enquanto Cheryl a certeza que deveria ser sincera.

— Boa sorte. 

A ruiva desejou, selando seus lábios demoradamente por uma última vez. 

Suspiraram ao ter que separar os corpos, todos que deveriam sair já tinham o feito e agora só faltava Cheryl, a mesma também saiu, mas com muito aperto no peito e relutância. Olhou para as amigas, seus lugares para sentar era bem perto do ringue e junto da equipe de Toni. Quando a ruiva sentou em seu lugar, respirou fundo, acalmando-se. Já na sala de concentração, a menor tinha o pequeno "c" na mão e por vezes o levando aos lábios, sentia que Cheryl poderia lhe dar muito sorte hoje.

No outro lado da arena, não muito longe do ringue, mas em uma área mais reservada. Barbara Palvin e seu irmão estavam sentados, uma pequena mesa redonda a frente onde apoiavam seus copos com bebidas. A modelo percebeu quando a ruiva sentou com suas amigas, não acreditava muito em seu discurso de "sóbria" e sentia que poderia usar seu irmão para desestabiliza-la.

— Você viu que a Cheryl está aqui?

Comentou, bebericando sua cerveja. 

— Não. 

Nicholas respondeu, o olhar correu pelo local.

— Ela está, acho que deveriam conversar.

— Sério? – ele riu ironicamente. — Cheryl transou com sua namorada, a mulher por quem sempre foi apaixonada e não me contou nada. 

Ele se sentia magoado, contava tudo a ruiva, eram como melhores amigos e não entendia como poderia esconder algo tão importante. É claro que sente falta de sua amizade, mas a irmã era muito mais significativa do que uma amiga de copo.

— Nick, eu estou bem com Rebeka e superei. – olhou para o irmão. — E sei o quanto gostava da Cheryl, aproveite enquanto a luta ainda não começou e vai falar com ela.

— Tudo bem pra você? 

O tom de Nicholas era inseguro.

— Claro. 

Deu de ombros e sorriu ao final. Nicholas suspirou, bebendo um gole grande do seu whisky que havia no copo e servindo mais um pouco. Avistou Cheryl de longe, não havia nenhuma bebida em sua mão, era estranho demais não ver a ruiva bebendo. 

Cheryl batia o pé em seu lugar, sua vontade era levantar e andar pelo local, gastar algumas energias. Seu olhar, passeava por toda a arena, haviam tantas pessoas, fotógrafos, famosos, câmeras. Por vezes, desejava estar junto de Katy que ficaria em um lugar mais silencioso por causa de Samantha, mas ainda sim, estar perto do ringue era como se de alguma forma pudesse proteger a lutadora.

— Preciso andar um pouco.

Avisou as amigas, levantando o corpo da cadeira, Veronica lhe segurou.

— Está tudo bem?

— Sim, Ronnie. – confirmou. — Só não aguento mais ficar parada.

Balançou os ombros e andou pelos corredores, precisava encontrar algum lugar que corresse um pouco de ar puro. A única saída que achou era perto de um bar, o movimento não era muito grande, apenas os garçons indo e voltando, mesmo assim parecia perigoso demais. 

— Ei, procurando uma bebida?

Uma voz soou atrás de si, girou os calcanhares e encarou seu velho amigo.

— Nick!

Exclamou o nome, observando o copo na mão dele.

— Achei que nunca mais te veria, Red.

— Bom, achei que era isso que queria.

Brincou rindo, ele suspirou. 

— Sabe, eu falei coisas horríveis e talvez ainda esteja chateado. – confessou e deu um gole em seu whisky. — Mas sinto sua falta, de verdade.

— Também sinto a sua, Nick. 

Cheryl falou, se aproximando para um abraço. Então, a reconciliação aconteceu de forma rápida e prática, em poucos minutos os dois estavam rindo como antigamente. Nick reclamava da faculdade, Sabrina e Salem, mas que sentia falta deles quando estava longe. A ruiva contava de sua carreira, evitou falar sobre Toni e até mesmo esqueceu de falar sobre sua sobriedade. 

— Nossa, como sou mal educado. – Nick olhou para seu copo quase vazio. — Está acabando e nem te ofereci.

— Então, sobre isso...

Cheryl iniciou, durante toda a conversa evitou olhar para o copo. O cheiro que vinha dele já a torturava de forma que mal podia se controlar, mesmo estando a dois passos do seu amigo – por segurança, sentia que a qualquer momento poderia beber o whisky.

— Não estou mais bebendo.

— Não brinca!

Nick riu, achando graça de Cheryl. Ela só poderia estar fazendo alguma pegadinha. A ruiva, se manteve séria e aos poucos, o sorriso de seu amigo foi morrendo ao perceber que não havia brincadeira nenhuma.

— Meu Deus, é sério?

— Sim, Nick. 

Cheryl confirmou, ao olhar para o ringue percebeu o apresentador no meio do mesmo e chamando a atenção de todos, a luta iria começar. Mordendo os lábios, voltou seu olhar a Nick que estava mais do que surpreso. 

— Mas, como conseguiu? Quer dizer, nós sabemos o quanto gostamos de beber.

— É, ainda estou tentando, mas parece estar dando certo. – deu de ombros. — Acho que vai começar...

— Espera.

Ele pediu, a segurando quando a mesma tentou sair.

— Me conta isso direito, faz muito tempo?

Vestida em apenas um top e calção, cabelos presos em tranças, Toni pulava no mesmo lugar a espera de chamarem seu nome. Um roupão preto sobre o corpo e Dimitri a sua volta lhe dizendo frases para motiva-la. O nome foi chamado, Do I Wanna Know do Arctics Monkeys começou a tocar e seu caminho para o ringue também. Haviam muitos ali torcendo por sua vitória, Topaz é uma promessa do UFC, que hoje a noite pode quebrar recordes. 

Ao passar por toda a cerimônia e um juiz lhe analisar, subiu no ringue com o pé direito. Uma bandeira da Focus on MMA, estava pendurada na grade e a morena se posicionou ali a espera do nome da sua adversária ser chamado. De imediato, procurou Cheryl com o olhar e a ruiva não estava sentada com suas amigas. Ao percorrer mais um pouco pela arena, viu os cabelos vermelhos e uma figura desagradável por perto. Ela estava conversando com Nick, o irmão de Barbara e o mesmo tinha um copo em mãos como sempre.

Não percebeu, mas fixou o olhar nos dois e só saiu do transe, quando o apresentador gritou o nome de Rebeka. Se concentre. Pensava, tentando não se deixar abalar por algo tão fútil como a amizade de Cheryl com Nick. Quer dizer, ela sempre odiou o Palvin mais novo, mas ao perceber que ele apresentou a bebida a ruiva sente ainda mais raiva e agora estava por perto novamente. Sua adversária adentrou o ringue, confiante o bastante para Toni ficar cada vez mais nervosa. Rebeka já havia conquistado um cinturão enquanto Topaz estava nessa disputa pela primeira vez, é óbvio que a latina tem mais experiência nessa situação. 

Seu olhar desviou alguns segundos da lutadora e parou novamente nas cadeiras onde estava sua equipe, Cheryl se acomodava em seu lugar, sem nenhum copo de bebida ou cigarro em mãos. O coração de Toni se aliviou por alguns segundos, mas ainda sim, não conseguia parar de pensar no que os dois poderiam estar conversando.

— Achei que tivesse se perdido.

Veronica comentou com a melhor amiga.

— Apenas encontrei um amigo.

Deu de ombros, Nicholas pareceu aceitar sua sobriedade e apoiar, se dizia orgulhoso da amiga que não via a algum tempo. Cheryl concentrou sua atenção no ringue, o juiz iria começar a luta e suas mãos tremeram de nervosismo. Respirou fundo algumas vezes e quando ouviu o "comecem" seu coração até mesmo acelerou. 

As lutadoras se conheciam muito bem, o primeiro golpe demorou a acontecer, mas veio de Toni que tentou um soco de direita em Rebeka que desviou com perfeição. Havia uma diferença de altura entre as duas, mas não era algo que assustava a morena, ela havia treinado para conseguir suprir os centímetros em desvantagem. O primeiro round, foi torturante para quem gosta de luta, não havia muitos golpes certeiros, as lutadoras pareciam mais querer se defender do que atacar. 

Quando Toni sentou no banco, Dimitri lhe deu uma dura pedindo por mais ação. A morena trocou um rápido olhar com Cheryl que mexia de forma descontrolada sua perna, batendo o pé contra o chão. A sua respiração ofegava e cada vez que os malditos garçons passavam a sua frente, não podia ao mesmo olha-los.

— Cheryl, fica calma.

Veronica pediu.

— Estou calma.

O tom rude, assustou a morena que pensou em lhe dar um tempo. 

Os olhos de Cheryl se fecharam quando o segundo round começou e quando os abriu, viu perfeitamente o momento que Toni foi para cima de sua adversária. Tentou lhe acertar um soco, mas Rebeka desviou rapidamente e em um contra golpe acertou o rosto da menor que cambaleou para trás. O corpo da ruiva automaticamente se levantou, assustada com o sangue que escorreu pelo rosto da Topaz, o seu supercilio foi atingido. A partir daquele momento tudo que a morena fazia era se defender dos golpes da latina e quando o sinal soou, avisando o final do segundo round, Dimitri tinha certeza que sua equipe estava perdendo.

— Toni, não pode só se defender! – ele falava enquanto limpava o sangramento. — Ataque ela também, essa luta é nossa. 

Nas cadeiras, Cheryl não sentou mais e seus punhos estavam fechados, tentando controlar qualquer impulsividade. Veronica percebia que havia algo de errado, a ruiva estava cada vez mais branca e suas veias nos braços estavam saltadas devida a força depositada nos punhos.

— Cheryl.

Veronica tentou toca-la, mas não conseguiu pois a ruiva lhe bateu na mão. 

— Me deixe em paz.

Esbravejou, o olhar pegando fogo e a respiração ofegante. Bufou, antes de sair de perto das amigas e do ringue, não aguentaria ver Toni ser torturada naquele local como se fosse um show. Se sentiu uma idiota de pensar que conseguiria assistir a luta.

No ringue, Toni percebeu a movimentação de Cheryl com Veronica e seus olhos se arregalaram com o comportamento. Até tentou trocar um olhar com a esposa de sua melhor amiga para entender o que estava acontecendo, mas foi interrompida por um Dimitri furioso que percebia seu foco em outra coisa além da luta. 

Um pouco mais distante, Nicholas passou a maior parte do tempo observando Cheryl, era difícil para ele entender como sua amiga havia conseguido parar de beber com tamanha facilidade e não só ele, mas sua irmã também viram o tapa dado na morena, assim como os passos apressados da compositora.

— Você viu aquilo?

Barbara perguntou, Nick assentiu.

— Só pode ser abstinência, já que você disse que ela está tentando...

— Você acha que... – olhou para a garrafa de whisky na mesa. — Eu deveria?

— Ofereça. – a modelo deu de ombros. — Isso pode acalma-la.

Nicholas balançou a cabeça, concordando com a irmã e pegando a garrafa. Barbara sorriu observando o homem ir em direção a Cheryl. Ao desviar seu olhar para o ringue, mais um round estava prestes a começar. Nas cadeiras perto da equipe de Toni, Veronica e Betty pareciam discutir sobre qual atitude tomar. 

— Deixe-a tomar um ar. 

Betty aconselhou a esposa.

— Você não entende, a Cheryl... 

Calou-se, não poderia contar o segredo que escondia.

— Amor, ninguém vai conseguir acalma-la e será só pra vocês discutirem.

— Tudo bem.

Suspirou, dando-se por vencida e focando seu olhar na luta.  

Cheryl caminhava em direção ao bar, passos rápidos e sem ao menos pensar no que aquilo tudo poderia causar. Ela já havia decidido, nada nesse momento conseguirá lhe dar a sensação de alívio além de uma boa bebida. Não havia raciocínio ou qualquer pensamento sobre estar acabando com todas as promessas, ela precisava de álcool em seu sangue.

— Red. 

Nicholas a parou, segurando a mulher pelo ombro.

— Aqui.

Ele ofereceu seu copo para a amiga que prontamente pegou e bebeu tudo. Soltou o ar quando terminou, o seu corpo parecia se aliviar e todo o mal que sentia passou em questão de segundos. Era quase como se estivesse sufocada e a bebida lhe deixou respirar.

— Preciso de mais.

Foi tudo que disse, caminhando com Nick em direção ao bar a procura de banco. 

No ringue, Toni se preocupava com a ruiva, não a enxergou mais e seu psicológico naquele momento estava mais do que abalado. Tentava golpear Rebeka, mas a adversária desviava de todos, suas defesas quase não estavam mais funcionando, mas apesar de tudo conseguiu levar a luta até o quinto round. Se sentia completamente exausta, o corpo não parecia mais lhe obedecer, recebeu alguns golpes que a causou o cansaço. 

— Toni, por favor.

Dimitri implorava.

— É o ultimo round, só precisamos de um golpe certeiro. – ele a orientava. — Só acerte e a derrube.

A cabeça da lutadora balançou em positivo, mas até o treinador conseguia ver que hoje provavelmente não era deu dia. Rebeka também parecia cansada, mas só precisava acabar com Toni ou manter a luta até o final, estava claro que pela votação dos juízes a latina levaria a vitória. E como se fosse planejado, as duas lutadoras mantiveram a luta no mesmo ritmo, Toni até tentou golpeá-la e a acertou algumas vezes, mas não foi o suficiente. Quando o sino soou, anunciando o final do quinto round era claro para todos que a vitória seria de Rebeka. 

Topaz parecia mais preocupada em procurar por Cheryl, o seu enfermeiro tentava cuidar de seu rosto enquanto a mesma tinha o olhar por todo local. Da onde estava não enxergava o bar, era mais afastado do ringue. Bufava frustrada com a possível derrotada, mas ainda mais com a preocupação de não saber da ruiva. 

Ninguém se surpreendeu quando o braço de Rebeka foi levantado como a vencedora da luta, o cinturão foi colocado na latina. Toni não tinha reação, talvez a ficha não havia caído ou estava focada demais em saber de Cheryl. Assim que percebeu estar livre daquela maldita cerimônia saiu do ringue, Dimitri a chamou, mas a morena ignorou e procurou por suas amigas nas cadeiras que estavam desde o início, não havia ninguém.

Caminhou pelas pessoas, sem se importar com o que pensariam. O último local, o mais afastado e com menos movimento era o bar, conseguiu chegar até lá. Seus punhos se fecharam, Nicholas estava com Cheryl, Veronica e Betty. A ruiva sentada em uma cadeira parecia relutar com sua melhor amiga.

— Ronnie, pare. 

Pediu, o tom embolado e a garrafa de whisky vazia no chão dizia muita coisa. Na mão, um copo com gin e limão. Veronica queria evitar o pior, mas já era tarde demais.

— Eu só bebi um pouco, mas estou bem.

Falou, arrancando a risada de Nick que estava no mesmo estado que a ruiva. Os dois riram, quase como se tivessem ouvido uma piada. Veronica e Betty trocaram olhares, não acreditando que aquilo estava acontecendo.

— Então, como foi a luta? Toni conseguiu se matar? Porque só pode ser isso que quer.

Cheryl debochou.

Então, o corpo de Nick foi empurrado com força e para longe da compositora. Uma Toni furiosa, olhar pegando fogo e bufando havia o empurrado. Nunca foi com a cara daquele garoto, mas ao ver o que fez com Cheryl era inaceitável.

— O que fez com ela? – o empurrou novamente e dessa vez, o corpo dele foi ao chão. — Seu idiota, eu vou te matar.

— TeeTee!

Cheryl a chamou, assim que viu o corpo da menor ir para cima do amigo.

— Calma.

Pediu, o corpo levantou cambaleando e teve que se apoiar em Veronica para não cair. Toni respirou fundo, olhando para os lados e vendo os vários celular apontados para si, esperando por um ato comprometedor.

— Vamos, Cheryl.

Falou, pegando no braço da ruiva. Estava com raiva, era óbvio, mas entendia que aquilo era tudo culpa de Nicholas. Ele só podia ter a influenciado a beber daquela maneira, recaídas por más companhias podem até mesmo serem normais.

— Não, espera. 

Cheryl se desvencilhou.

— Eu prometi e vou cumprir. 

Olhou para Veronica que suspirou negando. 

Toni as encarou, confusa. 

— Preciso contar uma coisa. – olhou para a menor, o copo em sua mão quase vazio. — Eu menti. – confessou. — Muitas vezes, por sinal. 

A lutadora franziu a testa.

— Não fui ao AA, não parei de beber e nem fumar. 
— O que? 

— Toni, você me acha uma alcoólatra. – a acusou. — E eu não sou, nunca fui. Você já pesquisou "alcoólatras", no google? São pessoas horríveis.

— Que brincadeira é essa? – Toni perguntou, não acreditava nas palavras de Cheryl. — Será que pode me explicar? 

Cheryl deu de ombros, pouco se importando com a reação da morena e bebendo o líquido do seu copo. Toni mordeu os lábios, a raiva lhe consumindo e uma dor no peito invadindo. Acabou de perder a luta de sua vida e agora recebe uma notícia dessas.

— Ela está falando a verdade. 

Veronica se pronunciou, haviam lágrimas em seus olhos. Betty e Toni a olharam, Cheryl ria tentando manter seu corpo equilibrado para ficar de pé. Era difícil quando tudo a volta parecia rodar.

— Cheryl me contou ontem a noite, ela estava realmente tentando, mas nunca foi ao AA porque não se considera uma alcoólatra.

— E não sou!

A ruiva reforçou.

Toni fechou seus olhos com força, lágrimas desceram por suas bochechas com facilidade. Isso não poderia estar acontecendo, não com ela e não tudo de uma vez só. Poderia não ter o cinturão, mas tinha Cheryl... Bem, aparentemente não tem nenhum dos dois.

— TeeTee. – a ruiva se aproximou tocando seu rosto. — Fiz isso por nós, porque te amo e você não queria me entender. 

A mão da lutadora se fechou no pulso da ruiva, a impedindo de continuar com a carícia.

— Me ama? 

Abriu os olhos, por mais fora de si que estivesse Cheryl conseguiu ver a raiva em seus castanhos molhados. 

— Pelo jeito, nunca me amou. – concluiu, tirando a mão da ruiva de si. — Você ama a merda desse álcool.

— Toni. – Betty tocou na amiga. — Não adianta conversar agora.

— Você sabia disso? 

Encarou a loira que negou.

— Eu... Preciso ir embora. – decretou. — Preciso ir agora!

|Sem palavras.

Desculpe se houver muitos erros.|

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro