Inteiramente minha
Cheryl Blossom – Point Of View
Ainda um pouco sonolenta, sentia beijos por meus seios, lábios chupando minha pele e descendo em direção a minha barriga. Me movimentei, por alguns segundos pensando estar em um sonho, mas minha cintura foi segurada deixando-me imóvel impedindo de trocar de posição. Abri os olhos aos poucos, estava de barriga para cima e conseguia ver apenas o volume de Toni abaixo da minha camisola.
Antes que pudesse raciocinar o que a lutadora estava fazendo, senti uma lambida em meu sexo, arqueei as costas gemendo com o contato e agarrando-me aos lençóis da cama. As mãos firmes da morena seguravam minhas coxas enquanto sua boca trabalhava em minha intimidade me chupando com maestria. O clitóris foi sugado com força, gemi contorcendo-me na cama e balancei o quadril contra sua boca pedindo por mais contato.
Joguei minha cabeça para trás, fechando os olhos enquanto Toni estimulava meu ponto sensível com sua língua, movimentos rápidos e frenéticos que me fizeram gozar com facilidade em sua boca. Ela me chupou uma última vez, escalando meu corpo e chegando até meu rosto. Era a melhor visão do mundo acordar com a lutadora sorrindo para mim, melhor ainda após iniciar o dia me dando um belo orgasmo.
— Bom dia.
Sussurrou, o tom estava rouco e repleto de malícia. Acabei rindo de sua ousadia e toquei em sua nuca a puxando para um beijo de bom dia. É incrível como nunca vou me cansar de seus beijos, por mais que a tenha, mais ainda a quero.
— Bom dia, Topaz.
Desejei, lambendo os lábios após sentir meu próprio gosto em sua boca.
— O que você quer de almoço hoje?
Me perguntou, fingi pensar.
— Você!
Respondi arrancando uma risada sua.
— Não vamos ficar só transando, lembra? – assenti. Onde estava com a cabeça quando impus isso? — Queria te levar em algum lugar, mas infelizmente com a saída das fotos os paparazzis podem ficar na minha cola e seria realmente chato.
— Isso é tão sexy.
Murmurei, enlaçando seu pescoço com meus braços.
— O que?
— Estar com uma famosa. – franzi o nariz. — Todas as desejando, mas só eu tenho...
Mordi os lábios, desviando o olhar para os seus e a puxando para mais um beijo. Toni tentou se afastar dizendo que precisava cozinhar, mas neguei a mantendo em meu enlaço. Sugeri um banho juntas e antes mesmo que tivesse a resposta, a lutadora havia me pegado em seu colo carregando para o banheiro.
Uma manhã regada de conversas, risadas, beijos. Estava completamente apaixonada por Toni novamente e não havia mais como esconder. A ver cozinhar me deixou boba, a encarando como se fosse a oitava maravilha do mundo e ela é.
Não havia mais como escapar, nasci para ser dela.
Sentamos juntas em uma mesa pequena na sua cozinha, minha cadeira era ao lado de Toni, mas a mesma fez questão de arrasta-la comigo em cima para perto de si, nos deixando coladas. O seu braço passou por meus ombros e nos deliciavam com um macarrão ao molho branco, a lutadora ficou realmente boa em cozinhar.
— Então... – murmurei iniciando um assunto. — Não podemos sair por causa dos paparazzis, certo?
— É, mas a noite fica mais tranquilo e vou te levar para passearmos, prometo.
Deslizou sua mão que estava em meu braço, iniciando uma caricia enquanto devorava o macarrão. Quase não aguentava mais comer, por mais faminta que estivesse um prato acabou me satisfazendo.
— Como é ser uma famosa?
Brinquei com a palavra, Toni riu fraco dando uma última garfada.
— Não sei explicar, por vezes é incrível, mas geralmente é um saco porque todo mundo acha que conhece você ou sabe tudo só porque estou na mídia, entende? – assenti. — Por exemplo, se estamos juntas e eles tiram uma foto, amanhã vai estar em vários locais que namoramos.
— E isso é ruim?
Franzi a testa.
— Não. – respondeu rápido. — Quer dizer, está invadindo nossa privacidade, mas não tem problema para mim saberem sobre nós.
— Não me importo com eles. – dei de ombros. — Não me importo com ninguém, só com nossa felicidade.
— Isso quer dizer tudo bem saberem sobre nós?
Arqueou as sobrancelhas.
Suspirei ao pensar na possibilidade, nunca cheguei ao topo da fama, Toni é muito bem reconhecida no esporte e todos sabem da campeã do UFC. Ninguém liga para uma compositora que colaborou com Harry Styles, por vezes nem veem o nome por trás da criação das músicas.
— Tudo, mas não precisamos de pressa, ainda mais que nem temos uma relação com nome por enquanto.
— Claro. – concordou. — Tenho sobremesa!
Mudou de assunto, levantando o corpo com os pratos em mãos.
— Ei, eu lavo.
— Não, você é minha convidada.
— Deixe disso, quando você for na minha casa quero que lave.
Brinquei, rindo enquanto Toni revirava seus olhos. Antes de comermos a sobremesa, fiz questão de lavar a louça enquanto a morena me auxiliava. De forma alguma queria a mesma em minha casa dizendo não lavar louça porque não lavei na sua.
Assim que estava tudo limpo, caminhamos para o sofá com barras de chocolate em mãos. Sentia pena da lutadora que mal comeu o doce enquanto assistíamos a filmes agarradas, essa dieta está começando a se tornar minha inimiga.
— Falta algum tempo para sairmos, não aguento mais filmes...
Toni resmungou, provavelmente cansada de estarmos somente no apartamento, quase fazemos parte do seu sofá. Ergui minha cabeça que estava em seu ombro, encarando sua expressão insatisfeita.
— Vamos falar sobre alguma coisa.
Sugeri, meu corpo estava entre suas pernas, as costas de Toni apoiadas ao braço do sofá. Suas mãos acariciavam devagarinho meu corpo por debaixo da blusa que vestia.
— Melhor, vamos brincar. – o tom de voz da morena se elevou e sorri com sua animação. — Eu nunca, mas em vez de beber tira uma peça de roupa.
— Humm...
Murmurei pensativa.
Estava vestida com uma blusa, sem sutiã, um short e calcinha. Toni estava da mesma maneira, a brincadeira seria divertida duraria pouco e é um ótimo pretexto para voltarmos a transar.
— Claro, eu começo.
Afastei-me um pouco, o sofá era grande o suficiente para ficarmos as duas sentadas e de pernas cruzadas uma de frente para a outra.
— Eu nunca... – iniciei. — Eu nunca pensei que fôssemos nos envolver novamente.
Falei, a boca de Toni se abriu aos poucos demonstrando a surpresa com minha palavras. Não era mentira, após nossos término e minha recuperação com o vício pensei que a qualquer momento iria encontra-la com uma pessoa lhe dando o valor merecido. Sem voltas para nós.
— Você realmente?!
— Sim, pensei que nunca mais iriamos ao menos ter uma nova tentativa.
Assegurei.
Toni balançou a cabeça assentindo ainda um pouco inerte e levando o corpo do sofá, retirando seu short ficando apenas de regata e calcinha. Voltou a sentar a minha frente.
— Do contrário, eu sempre pensei que voltaríamos.
— Sério?
— Sério.
Confirmou, respirando fundo.
— Eu nunca... Me masturbei na frente de alguém.
Toni sorriu, vitoriosa ao saber que com certeza teria que tirar uma peça de roupa. Revirei os olhos, fazendo o mesmo que ela e retirando meu short.
— Não vale coisas que já fizemos juntas. – resmunguei, Toni riu. — Eu nunca... Gravei uma transa.
— Eu nunca! – Toni rebateu com rapidez, franzi a testa. Tinha tanta confiança nessa. — É sério, nunca.
— Vamos colocar na lista para fazer juntas.
Sugeri, nós rimos concordando.
— Eu nunca... Fiquei com mais de uma pessoa na mesma noite.
— Ih... – lamentei, colocando as mãos na barra da blusa e a retirando. — Uma, duas, três...
Cantarolei, Toni não parecia me ouvir fixada com o olhar em meu corpo. Vamos continuar esse jogo logo, quero transar. Mordi os lábios, abrindo minha boca para falar, mas calando a mim mesma ao lembrar de algo.
— Você já ficou com mais de uma pessoa. – acusei, trazendo seus castanhos para os meus. — Fazia ménage com sua namoradinha.
— Porra!
Levou a mão a testa.
— Achei que minhas perguntas só valiam pra você.
Murmurou, insatisfeita enquanto retirava a regata.
— Minha vez, eu nunca... Usei brinquedos sexuais.
A morena revirou os olhos, levantando para deslizar a calcinha por suas pernas ficando nua a minha frente. Abriu os braços em sinal de rendição e sorri por ter ganhado o jogo, melhor que isso... Ganhei Toni Topaz nua.
— Eu nunca... – elevei meu corpo, pegando na cintura da morena. — Quis transar com uma lutadora gostosa no seu sofá.
Sorri ao falar, jogando a morena contra o estofado e deslizando minha última peça por entre as pernas. Toni mordeu seus lábios, lhe joguei o tecido fino e a mesma pegou levando até o nariz, rolou os olhos como se fosse a coisa mais cheirosa do mundo.
Nós rimos juntas e não demorei a colocar meu corpo sobre o seu, arfando ao sentir sua pele quente em total contato com a minha. Busquei por seus lábios, enfiando minha língua dentro da sua boca e a movendo com rapidez, tocando nos seios da morena que agarrava minha bunda.
— É difícil ficar sem desejar você... – murmurei contra sua boca, esfregando meu corpo no seu. — Tudo em você me excita, Topaz.
Sussurrei, voltando a beija-la e deslizando minhas mãos por todo seu corpo, o contornando. Ter a morena nua abaixo de mim era a melhor sensação. Em meio ao beijo os nossos seios se tocavam, deixando meus mamilos rígidos em poucos segundos e só ficaram ainda mais quando Toni nos separou, os envolvendo com a boca.
Gemi, sentindo meu corpo inteiro arrepiar com suas mãos acariciando minha pele, os lábios subiram para meu pescoço até encontrar minha boca novamente.
— Espera.
Pedi, sentindo sua mão deslizar para meu sexo.
— Tenho uma ideia melhor.
Sorri maliciosa, lhe dando um último selinho antes de virar completamente meu corpo que estava acima do seu. Posicionei meus joelhos ao lado da cabeça da morena, ficando com meu rosto em meio as suas pernas e antes que conseguisse raciocinar, Toni me puxou contra seus lábios chupando meu sexo com força.
Deixei um gemido escapar, inclinando-me para sua intimidade e lhe chupando da mesma maneira. Com facilidade conseguia estimular seu clitóris com minha língua, o chupando ao final. Toni me chupava inteira repetindo alguns movimentos meus.
Gemíamos juntas, em meio ao prazer que dávamos uma a outra. A cada chupada e lambida de Toni em meu sexo, me abria ainda mais lhe dando acesso e a morena fazia o mesmo. Nossas respirações ofegavam, os corpos mexendo involuntariamente em busca do próprio prazer. Sentia meu ápice chegar, fazendo com que meus movimentos na lutadora ficasse mais frenéticos.
Chupei seu nervo inchado, o deslizando por meus lábios e escorregando minha língua por ela novamente. Eu a queria gozando junto comigo. A cada sinal de que meu corpo estava querendo se entregar, me movia com mais vontade dentro dela. Quando percebi que estávamos em sintonia, relaxei completamente sentindo nossos orgamos explodirem juntos.
Cai no sofá, ficamos cada uma virada para um lado e na posição que estávamos em meio ao silêncio e cansaço dos corpos pós sexo, acabamos dormindo.
_____
Acordamos quase uma hora depois, o dia começava a se encerrar e me senti animada por podermos sair um pouco do apartamento. Resolvemos tomar banho juntas, sem malícias e sexo, era o combinado. Toni demorou um pouco mais do que eu, estava lavando os cabelos quando a campainha tocou. Já fora do chuveiro e faltando apenas uma blusa para estar totalmente vestida, troquei um olhar rápido com ela, seu cabelo estava cheio de shampoo.
— Eu atendo.
Lhe avisei.
— Já estou saindo.
Ouvi me dizer. Caminhei para fora do banheiro, passando pelo corredor e chegando as escadas. Com uma escova nas mãos tentava desembaraçar meu cabelo molhado. Faltando poucos passos, os fios pareciam mais acomodados em minha cabeça, fazendo deixar o utensílio de lado.
A campainha tocou pela terceira ou quarta vez, abri a porta. A pessoa estava quase desistindo pois já tinha suas costas viradas para o elevador, mas tamanha foi minha surpresa quando me encarou e a reconheci por traços familiares que não haviam mudado desde a época de Riverdale.
— Cheryl?!
Seu tom duvidoso me fez apertar a mão contra a porta.
Primeiro, não surte.
Segundo, Toni deve ter motivos para não ter a mencionado.
Terceiro, você é uma mulher madura e irá saber lidar com uma garota do ensino médio que foi apaixonada por sua namorada.
É, eu teria que ter muita paciência para aguentar Peaches parada na porta de Toni após anos.
— É... Petch?! Não... Desculpa... – fechei os olhos fingindo lembrar seu nome. — Peaches! Quanto tempo.
Sorri fraco.
— Tudo bem? Você... Você quer entrar?
Ofereci, o corpo apoiado contra a porta.
— A Toni está? Eu vim falar com ela, não sabia que estava com visitas se não...
— Ah, não se preocupe. – a interrompi, dando passagem para adentrar. — Toni está tomando banho e já vai descer, fique a vontade.
— Obrigada.
Sorriu.
O seu corpo passou pelo meu, apertei meus punhos e fechei os olhos com força concentrando minha mente para não desconfiar de nada. Calma, Cheryl. Elas devem ter se encontrado uma ou duas vezes por Los Angeles. Essa lutadora me paga! Estava com ciúmes de Sabrina quando tem Peaches, P-e-a-c-h-e-s por perto. Fechei a porta, assim que meu corpo virou para nossa visita inesperada, percebi uma movimentação nas escadas.
Rapidamente dei passos em sua direção, observando a maldita descer tranquilamente com o olhar nos degraus e concentração em mexer nos cabelos molhados. Assim que levantou sua cabeça, percebeu quem apertava sua campainha e parou, desviando rapidamente seu olhar para mim.
— Peaches veio falar com você, amor.
O meu tom era completamente cínico, utilizando da palavra “amor" ao meu favor e vendo a mesma continuar com seus passos, parando perto de mim.
Muito bem, Topaz.
— Oi, Peaches.
Esboçou um sorriso pequeno.
— Como vai a solteiríssima Toni Topaz?
Naquele momento percebi que Peaches não mudou nada, o seu tom era provocativo retribuindo a minha de alguns segundos ao chamar Toni de “amor”. Os meus braços que estavam cruzados caíram ao lado do corpo e suspirei. Não sou mais aquela garota do ensino médio e já estava sendo infantil o bastante ao fingir esquecer seu nome. Neguei comigo mesma, me recusando a participar desse jogo de farpas.
— Vou preparar algo para comer.
Falei, interrompendo a lutadora que estava pronta pra responde-la. Me aproximei de Toni apenas para lhe beijar a bochecha e assegurar que está tudo bem, a mesma fez questão de virar seu rosto fazendo nossos lábios se encontrarem.
— Te explico depois.
Sussurrou assim que nos separamos.
Dei de ombros, virando meu corpo em direção a cozinha e fazendo apenas um sinal com a cabeça pra Peaches. Não queria problemas e não teríamos. Alguém do passado não irá nos arruinar. Suspirei com o pensamento, focando em fazer um lanche para nós.
A conversa não demorou já que em poucos minutos, senti o cheiro de Toni, a mesma se posicionou ao meu lado, as costas no balcão e cruzou os braços, parecendo pensar em como começar a conversa. Continuei meus fazeres, montando alguns sanduíches para comermos antes de sair.
— Você quer conversar?
Chamou minha atenção, levantei o olhar e ela me encarava.
— Quero.
Confessei, incomodada.
— Peaches é minha colega na academia.
Arqueei as sobrancelhas quase não acreditando que o passado parecia se repetir no presente. Mordi os lábios, Toni percebeu meu desconforto e puxou-me pela cintura, deixando nossos corpos um a frente do outro.
— Nós ficamos, foram poucas vezes e não significou nada pra mim.
Explicou, os dedos retirando uma mecha do meu cabelo para trás da orelha.
— E pra ela?
— Acho que não também. – deu de ombros. — Nós temos uma boa amizade.
— Hum... – murmurei. — Você viu que ela me provocou, não é?
— Cheryl, você me chamou de amor. – ela riu, revirei os olhos. — E sabemos que foi propositalmente.
— Fingi esquecer o nome dela também.
Acabei rindo de minha infantilidade.
— O que?
— Ah, eu tenho meus momentos de fraqueza, ok?
— Então... – abraçou minha cintura, colando nossos corpos. — Você estava com ciúmes?
Sorriu, ela queria ouvir que sim e sinceramente? Eu estava. Chegou na casa da mulher que estou me envolvendo como se fosse íntima, provavelmente já transaram na cama que transamos... Eca! Odeio quando meus pensamentos acabam me levando a essas imaginações. Olhei para Toni, a mesma esperava uma resposta.
— É claro que sim. – confessei, colocando minhas mãos em seus ombros. — Mas nunca vou deixar nenhuma mulher perceber que me sinto ameaçada, ela queria conversar com você então, as deixei sozinhas.
— Ela só queria saber porque não fui na academia ontem, achou que havia acontecido alguma coisa.
— Sei. – estreitei o olhar. — Peaches queria dar pra você, estava na cara dela quando abri a porta e ficou surpresa.
— Cheryl!
Toni riu, me repreendendo.
— É verdade e não a culpo... Eu também quero dar pra você toda hora.
Sussurrei, forçando um tom sexy que fez a lutadora gargalhar jogando sua cabeça para trás. Ri junto, me contagiando com seu sorriso gigante. Linda. Pensei, encantada com qualquer coisa que essa mulher faz. Suspirei como uma boba, a encarando com aqueles olhos gigantes e apaixonados. Claramente só me apaixono cada vez mais por cada detalhe seu.
Toni Topaz – Point Of View
As estrelas já estavam no topo do céu quando saímos em meu carro para um passeio, Cheryl parecia animada ao admirar a cidade tão iluminada de Los Angeles. Seu foco era na janela do carona, correndo o olhar por qualquer pequeno detalhe. O clima estava quente – como sempre, nos facilitando de conhecer uma das praias mais lindas. Já havia a visitado, por vezes corria naquela areia fofa e sentia-me renovada.
Demoramos no máximo quarenta minutos para chegar até Santa Monica, a praia do enorme píer. A visão ficou ainda melhor quando estacionamos, havia um parque todo iluminado fazendo os olhos da ruiva brilharem em animação.
— Isso é lindo!
Cheryl elogiou, já andávamos lado a lado em direção ao parque.
— Você me levou a um lugar incrível em Seattle, tinha que retribuir.
— Então... – pulou, parando a minha frente e impedindo de continuar os passos. — A partir de agora estamos em um encontro, mas eu que te convidei, ok? Não, espera...
Franzi a testa, confusa com suas palavras rápidas.
— Toni, aceita ir a um encontro comigo?
Deixei uma risada escapar, balançando a cabeça.
— Aceito, Cheryl.
— Fico lisonjeada.
Fez reverência, ri ainda mais.
— Vamos logo, boba.
Voltamos a caminhar em direção ao parque, lado a lado e sem contato físico. Não havia uma regra pra não andarmos de mãos dadas, mas não sabia se poderíamos. Havia um certo movimento no local, percebia algumas pessoas me reconhecendo, mas evitando de me parar, agradecia mentalmente por isso.
Nós parecíamos adolescentes, de volta a Riverdale e aquele nosso primeiro encontro. Dessa vez, Cheryl fazia questão de pagar tudo e usar minha própria frase contra mim. “Eu te convidei, Toni. Então, eu pago.” É realmente satisfatório perceber que a mesma lembra até de nossas palavras trocadas.
Não trocamos beijos ou andamos de mãos dadas, acho que a ruiva também percebeu alguns olhares em nós. Ainda bem que não deixamos de nos divertir por isso, fomos a vários brinquedos e com minha câmera pendurada no pescoço consegui registrar vários momentos. Quando já estávamos um pouco cansadas, resolvemos caminhar por entre o parque.
Compramos maçã do amor propositalmente, conversamos sobre nosso primeiro encontro e em como ficou marcado. Assim que acabamos, nossos passos foram lentos em direção a saída e a continuação do píer. Nos lados só havia água, o som das ondas era agradável e a brisa deixava o clima mais fresco.
Quando pensei em tentar uma aproximação, uma garota desconhecida e parecendo mais nova que nós, nos interrompeu. Parando bem a nossa frente e impedindo de continuar a caminhar.
— Toni! Eu sou muito sua fã, posso ter uma foto, por favor?!
O seu tom era rápido e quase não a entendia, isso já aconteceu tantas vezes que acabei rindo do seu desespero. A mesma tinha um olhar inquieto e nem ligou para a ruiva ao meu lado.
— Ahn... Claro, claro.
Concordei, ela estava sozinha então, se virou para Cheryl.
— Pode tirar, por favor?
— Sim, onde você quer?
A garota parecia muito educada, Cheryl sorriu simpática pegando seu celular e ainda lhe oferecendo um local para tirar a foto. Nos posicionamos na beira do píer, havia o mar atrás e a garota ficou ao meu lado.
— Toni, você é incrível, sério. – me elogiou, a encarei e a mesma nem olhava para o celular, estava focada em mim. — E as suas fotos... Meu Deus! Você é tão linda, nunca pensei estar tão perto.
— Fica calma. – pedi, rindo de sua falação e me virando de frente para a mesma. — Qual seu nome?
— Olivia.
— Olivia, obrigada pelos elogios, entrar no ringue sabendo que alguém me admira da muita força.
— Posso te dar um abraço?
Seu tom era baixo e envergonhado.
— Vem cá.
A chamei, lhe acolhendo em meus braços. A garota me apertou com força contra seu corpo, ficando alguns segundos naquela posição até que a mesma nos separou um pouco, me encarando como se fosse um sonho.
— Podemos tirar a foto agora?
Perguntei, sorrindo em diversão do seu transe.
A garota pareceu não me ouvir e com movimentos rápidos, colou seu lábios nos meus sem ao menos pedir permissão. Nunca havia acontecido algo assim antes, fiquei em choque com sua atitude, mas assim que consegui a segurei pelos braços afastando.
— Você...
— Não pode nunca mais fazer isso.
Cheryl me interrompeu, encurtando a distância que havia entre ela e nós. Parada ao meu lado consegui ver a sua insatisfação com a cena. Braços cruzados, olhar fixo em Olivia que agora tinha a expressão de pavor.
É melhor ficar assustada mesmo.
— Achei que Toni estava solteira, li que...
— Não importa! – a ruiva a interrompeu. — O que acabou de fazer foi abuso, não havia consentimento da Toni e não pode se aproveitar da situação só porque foi gentil com você.
— Me desculpe, eu...
— Nunca mais em nenhuma hipótese faça novamente com alguém.
Cheryl a interrompeu mais uma vez, o tom sério assustava a garota mais nova. Vi a mesma lhe devolver o celular provavelmente sem foto no mesmo. Sua mão tocou a minha, fez menção de continuarmos nosso caminho, mas parou ainda encarando a garota.
— E se quer saber estamos... – me olhou, voltando para Olivia. — Juntas.
Conclui, fazendo a mesma ficar surpresa.
— Nem tudo é exposto na internet!
Encerrou seu discurso, dessa vez puxando-me para caminhar ao seu lado. Um silêncio pairou entre nós, mas não conseguia tirar o sorriso do rosto. A maneira com que me defendeu com unhas e dentes fazia meu coração se aquecer.
— Só pra deixar claro, tirei uma foto de vocês se abraçando, ela não ficou sem.
Quebrou nosso silêncio.
É claro que não porque você é incrível!
Balancei a cabeça em positivo, concentrada em nossas mãos juntas, Cheryl segurava a minha com firmeza enquanto caminhávamos parecendo querer deixar claro nossa situação.
Paramos ao final do Píer. O infinito mar a nossa frente era incrível, a brisa batia com mais força e vi os cabelos ruivos voarem, seu cheiro invadiu minhas narinas fazendo com que respirasse fundo. Encostei meu corpo contra a madeira, ficando de lado e de frente para ela, Cheryl fez o mesmo. Seu polegar acariciava minha mão, o olhar estava nelas e resolvi que era hora de acabar com esse clima.
— Cheryl...
— Quer namorar comigo?
Me interrompeu, levantando o olhar para me encarar.
O que?
A ruiva me pegou de surpresa, o coração bateu mais forte no peito e senti meu ar faltar. Pensei ter ouvido errado ou que estivesse imaginando coisas, as palavras simplesmente não saíam.
— Ok, vou me explicar. – voltou a falar, aproximando mais nossos corpos. — Sei que eu mesma disse para irmos com calma, mas ao contrário do que pensa, tenho ciúmes sim. Aqueles comentários na internet não me ameaçam, mas Peaches e essa garota... – buscou na memória o nome. — Olivia. Elas sim, porque estão realmente por perto, é como se pudessem ter um pouquinho de ti. – suspirou, o olhar fixou no meu e o toque de nossas mãos apertou. — Quero que seja inteiramente só minha, andar de mãos dadas e te beijar quando quiser, se quiserem tirar fotos, que tirem! Não me importo de ser conhecida como namorada da lutadora Toni Topaz, na verdade, terei muito orgulho... – mordeu os lábios. — Acho que já falei demais, é só que... Estou completamente apaixonada por você novamente, Toni, e não quero mais esconder isso... Pelo contrário, quero que o mundo todo saiba que a sortuda que está ganhando seu coração sou eu.
Um sorriso gigante apareceu em meus lábios, havia tanta sinceridade naquelas palavras que só tinha vontade de beija-la e dizer vários “sim”. Cheryl parecia apreensiva, esperando minha resposta. Soltei nossas mãos, pegando a câmera que estava em meu pescoço e tirando uma foto sua.
— Toni...
— Me desculpa, precisava registrar o exato momento que começamos a namorar.
A interrompi, vendo um sorriso também aparecer em seus lábios e o corpo se chocar contra o meu. Nossas bocas se encontraram em meio ao beijo e sorrisos que não sairiam tão cedo de nossos rostos. Suspirei enquanto acariciava sua bochecha com meu polegar e nos afastei devagarinho.
— Você estragou todos meus planos de encher sua casa de rosas e balões para te pedir em namoro.
Brinquei, rindo.
— Quer sempre fazer tudo nesse relacionamento, eu também faço parte, sabia? – deu-me um selinho. — Aliás, seria tão bom te ouvir dizer que aceita.
Dramatizou, revirei os olhos.
Abracei sua cintura, nos deixando completamente coladas, com a mão direita segurei seu rosto encarando os castanhos brilhantes em minha direção. Sentia seu coração bater junto com o meu, acelerado e forte contra o peito.
— Sempre vou aceitar você, Cheryl. – confessei, sussurrando. — Não importa quanto tempo passe e talvez até em outras vidas... Sempre vou querer ser inteiramente sua.
Cheryl sorriu junto comigo, puxando-me pra mais um beijo.
Naquela brisa, ao som das ondas batendo contra o Píer, os murmúrios de pessoas que andavam pelo mesmo, o iluminado parque ao fundo e o infinito mar a frente.... Oficializamos nosso namoro.
|Não tive muito tempo de responder os comentários, vi perguntarem quantoa capitulos falta e provavelmente 06 a partir de agora. Vamos até o 50.
As coisas parecem tão bem... 🥺
O meu wattpad ta todo bugado então, desculpe se houver erros.|
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