Alcoólicos anônimos
Cheryl Blossom – Point Of View
Desde minha decisão de parar de beber, eu tinha muito o que pensar começando pelos alcoólicos anônimos que Toni insistiu para que procurasse. Assim que cheguei no apartamento após a mesma me deixar, coloquei meu óculos e peguei o notebook, sentando na sala automaticamente com um copo de whisky em mãos.
Chegou a ser estranho, mas quando percebi o que estava fazendo deixei o copo de lado, mas é claro que só após um gole. Haviam vários endereços de reuniões com horários e dias. Descrições como "ninguém precisa saber seu nome" eram as que mais haviam. Passei um tempo sentada, lendo sobre alcoólatras e me recusava a acreditar que sou como eles. Histórias como agressores, assassinos... Eu não sou assim.
Neguei com a cabeça, fechando o notebook com força e sentindo raiva por acharem que sou como esses doentes. Nunca fiz mal a ninguém, houve apenas um desentendimento no casamento e posso culpar até mesmo os sentimentos pela minha ex.
Cansada de ler tanta bobagem, resolvi que era hora de dormir. Retirei o óculos e quando meu olhar desceu para o criado-mudo onde deixei meu copo, o vi vazio. Fechei os olhos com força e os abri novamente, não lembro do momento em que bebi o líquido, mas tinha certeza que o ingeri. Suspirei, jogando a cabeça para trás e me convencendo de que era apenas um descuido.
No outro dia acordei como se estivesse de ressaca, mentalizei que não iria beber nenhuma gota de álcool então, retirei o cantil de minha bolsa, mas não o coloquei fora. Estava apressada demais para ir no estúdio ou iria me atrasar. De óculos escuros, mal cumprimentei meus colegas pois meu humor estava péssimo.
Motivo numero 1: Eu não podia beber.
Motivo número 2: Eu não podia fumar.
Motivo numero 3: Toni me negou sexo ontem a noite.
Sentada em minha mesa, ignorei a garrafa de whisky que estava sempre a minha espera em uma mesa menor no canto da sala, junto de meu copo e gelo. Tentei focar todas minhas atenções em escrever música, mas hoje não era um dia de muita inspiração. Estava sentindo falta da nicotina, até mais do que o álcool porque o cigarro era menos frequente, mas nunca fiquei tanto tempo sem como agora.
— Bom dia, minha escritora preferida.
O tom de Camila era animado, o seu sorriso era tão grande que poderia me cegar com a felicidade estampada no mesmo. Provavelmente a cantora teve uma boa noite de sexo com minha amiga. Ok, isso não é muito legal de se pensar. Apertei minha caneta nos próprios dedos, aparentemente tudo me irritava.
— Bom dia.
Murmurei encarando a minha folha onde haviam apenas rabiscos.
— Dia ruim?
Perguntou, sentando na cadeira a minha frente e cruzando os braços sobre a mesa. A olhei, Camila pareceu me analisar enquanto percorria seu olhar por todo local e fixando no copo vazio bem longe de mim.
— Não está bebendo? – franziu a testa. — É a primeira vez que chego aqui e não está bebendo.
— Resolvi parar.
Dei de ombros.
— Resolveu parar? – Camila gargalhou negando. — Conta outra, Blossom.
Revirei meus olhos.
— O que aconteceu? Não está se sentindo bem?
— Tive uma conversa com Toni e ela me incentivou a parar de beber. – expliquei, largando minha caneta sobre a mesa e retirando meu óculos de grau. — E a visitar os alcoólicos anônimos.
Camila me encarou, sua boca se abriu mais de uma vez, mas nada saia parecia não acreditar nas palavras que acabei de lhe dizer. Franzi a testa, confusa com sua reação já que a mesma sempre quis que eu parasse.
— Essa Toni é um anjo. – falou ainda desacreditada. — Então, você finalmente aceitou que é uma alcoólatra?
— Sinceramente...
Resmunguei negando.
— Não sou alcoólatra, Camila. – retruquei irritada a assustando. — Eu li sobre alcoólatras e são pessoas doentes, fazem atrocidades... Definitivamente não me encaixo nesse perfil.
— Uhn... É claro. – levantou as mãos em sinal de rendimento. — Mas então, o que a Toni falou que te incentivou?
Semicerrou o olhar, desconfiada.
— Eu teria que escolher ela ou a bebida, escolhi ela, óbvio.
— Então, ela não te incentivou e sim obrigou.
O tom baixo de minha chefe quase não me fazia escuta-la, seu olhar nas próprias mãos indicavam que estava mais falando com si mesma do que comigo. A vi relaxar os ombros suspirando, quase como se estivesse perdido toda a animação.
— Bom, espero que dê certo.
Concluiu balançando os ombros.
Nesse primeiro dia que decidi não beber álcool descobri que não podia manter garrafas por perto, em um certo momento do meu dia de trabalho nem conseguia mais me concentrar pois salivava para ter meu copo cheio de whisky. Tentei tomar só um gole, mas quando dei por mim até um cigarro já havia na boca.
Lição numero 1: Sem bebidas por perto, não carregue cigarro na bolsa.
No segundo dia não havia mais a mesinha com minhas bebidas na sala, eu havia pedido para retirarem, mas mal sabia eu que seria ainda mais difícil. Não sei explicar o que aconteceu, mas era como quando você está com tanta cede que faz de tudo para conseguir um gole de água e naquele dia levei uma bronca de Camila por sair no meio da criação sem ao menos avisa-la. Acabei parando em um bar, bebendo qualquer coisa alcoólica apenas para ficar mais aliviada.
Então, no terceiro dia carreguei novamente o cantil em minha bolsa. Havia o colocado no lixo, mas retirei porque não podia mais sair em horário de trabalho. Dessa vez coloquei bebida somente até a metade tentando colocar um limite em mim mesma. Naquele dia descobri uma reação de ficar sem o álcool, em uma reunião com todos compositores presentes no álbum demonstrando suas criações.
Estava irritada porque desde que parei de beber, não conseguia escrever nada, era como se minha mente estivesse bloqueada. Só havia uma música minha no álbum até agora, mas eu sabia que podia muito mais. Todos compositores tinham criações novas e incríveis. Varias letras foram apresentadas até chegar minha vez.
— Cheryl?!
Camila chamou minha atenção, minha perna balançava embaixo da mesa, a bebida do meu cantil estava acabada e eu precisava do álcool para me acalmar. Esfreguei minha mão no braço, respirando fundo e tentando não surtar.
— Não tenho nada bom por enquanto.
Murmurei, estava envergonhada e decepcionada comigo mesma, era meu trabalho. É como um arquiteto que ao montar a planta da casa, coloca o telhado embaixo e o piso em cima, não fazia sentido não ter criação nenhuma.
— Você foi a única a não conseguir nada essa semana, Cheryl.
A cantora falou em um tom de repreensão, somos amigas, mas acima de tudo chefe e funcionária, a frente de todos naquela enorme mesa eu tinha consciência que ela teria que agir desta maneira, mas isso não me impedia de ficar irritada.
— Estou tentando.
Meu tom era contido, todos a mesa começaram a cochichar e direcionar olhares para mim, parecia perseguição. Fechei meus olhos, concentrando minha mente para ficar limpa de qualquer negatividade, mas eu juro ter ouvido um "ela é alcoólatra". Antes mesmo que meus sentidos pudessem perceber que era apenas a falta do líquido que tanto desejo acabei por me descontrolar.
— Eu não sou alcoólatra.
Gritei, batendo a mão na mesa e elevando meu corpo. Todos me encararam em pavor, soltei o ar que estava prendendo e meu olhar chegou em Camila. A mesma semicerrou seus olhos, levantando o corpo e me encarando.
— Senhorita Blossom, me espere na minha sala.
Nunca vi a latina soar tão brava quanto naquele dia.
Não a retruquei, apenas peguei minhas coisas e sai da sala de reunião em direção a sua. Fiquei em pé, andando de um lado para o outro enquanto esperava a cantora. Minha cabeça fervia, só queria ir logo para o apartamento pra poder descansar meu corpo. Camila estava demorando, fiquei ansiosa e acendi um cigarro que havia em minha bolsa, tragando com força. A nicotina me ajudava a saciar a cede do álcool.
A porta se abriu com força e a latinha parecia um furacão, poderia claramente ver uma fumaça saindo por sua cabeça enquanto a mesma trancava a porta se aproximando. O cigarro foi arrancado de meus dedos, Camila pisou em cima e me encarou furiosa.
— Mas que merda de show foi aquele? – seu tom estava alterado. — E fumando na minha sala? Francamente, Blossom.
Caminhou para trás de sua mesa, largando as pastas com força sobre a madeira.
— Eles estavam zombando de mim.
— E não deveriam? Eu te coloquei em um pedestal, apostei todas minhas fichas e está perdendo a corrida em último lugar!
Ela gritou a última palavra, umedeci meus lábios inspirando para não me irritar.
— Tudo por causa desse maldito vício.
Esbravejou em minha direção, a encarei não acreditando que estava mais uma vez sendo julgada. Estou cansada dessas merdas de rótulos que todos a minha volta tem me colocado.
— Não é vício! – gritei com ela pouco me importando. — Se fosse, eu não estaria tentando parar.
— Tentando. – ela riu ironicamente. — Se não fosse vício, você pararia hoje e amanhã mal sentiria falta, mas pelo contrário, ficar sem o álcool te corrói por dentro. Nunca vi você tomar um gole de água, eu tenho pena do seu fígado.
— Mas que porra, Camila! Você mesma estava me apoiando nessa.
— E estou, mas enquanto você não aceitar que é uma alcoólatra, não irá adiantar de nada. Toni pode te prometer uma vida, mas não largará esse maldito vício que só irá te matar!
Retrucou em um fôlego só, sua respiração ofegou ao final e a veia do seu pescoço saltada identificava o quanto a mesma estava fora de si. Irá te matar. Palavras fortes demais para serem ditas e ouvidas. Apesar de qualquer coisa, Camila se tornou minha amiga e escutar essa frase não era uma coisa boa.
— Enfim, não importa! – voltou a falar negando. — Nada do que eu dizer irá te fazer mudar de ideia.
— Camila, o que eu mais quero é ter uma vida com Toni e se não a procurei ainda, é porque sei que tenho que parar, mas... – suspirei irritada com minha própria falha. — Que droga! Eu quero e estou tentando.
— Não, você não está tentando, Cheryl. – ela me olhou. — Enquanto não ir aos alcoólicos anônimos, não estará tentando.
— Então, é isso? Tenho que ir a uma reuniãozinha e ouvir histórias de pessoas que são muito piores do que eu?! Pra chegar e não me identificar com nada.
— Nunca vai saber se não ir e sinceramente, estou desistindo de você... Pensei que metade das músicas do meu álbum seriam suas, mas estava enganada. Agora, faça o que quiser, não irei insistir para que escreva.
— Camila...
A chamei, a mesma não me olhava.
— Me deixe sozinha, Cheryl. – pediu sentando em sua cadeira e encarando os papéis. — Preciso de descanso pra minha cabeça.
Suspirei, saindo da sala sem olhar para trás. Era como se além de Verônica agora tinha Camila irritada comigo por algo que na minha cabeça não faz sentido. Se eu tento parar sou crucificada e se não paro também.
Por que não se decidem?
Ainda não era meu horário de ir embora, mas não aguentava mais ficar naquele local, precisava respirar ar puro e quem sabe ficar sozinha. Peguei um uber, me certificando que poderia fumar no caminho, aparentemente nós tínhamos o mesmo gosto e ele não se importava. Tentei pensar o que todos queriam de mim afinal, nunca consigo agradar ninguém.
O caminho para meu prédio parecia maior que o normal, ansiava por uma bebida que como sempre tinha em meu apartamento a minha espera. Assim que pisei na entrada, o porteiro chamou minha atenção e aquilo só podia significar uma coisa: Contas.
— Senhorita Blossom deixaram isso aqui para lhe entregar.
Ele mexeu em sua pequena prateleira, tendo em mãos um papel com uma rosa vermelha grudada no mesmo. Franzi a testa, não entendendo da onde viria aquela entrega.
— Obrigada.
Sorri para o porteiro, pegando em minhas mãos.
Na mesma hora olhei para o papel que na verdade era um panfleto. "Alcoólicos anônimos". Não precisava pensar muito para saber quem o deixou para mim, mas tive a certeza quando vium pequeno cartãozinho colado a flor.
"Tenho esperado um sinal, sinto sua falta e espero ter ajudado.
Eu te amo.
- TeeTee."
Sorri comigo mesma, ler essas palavras em um dia desses era quase como um combustível. Me despedi do porteiro, caminhando em direção ao elevador enquanto cheirava a rosa. Toni sabia como me agradar e usar as palavras como ninguém. Com o panfleto em minhas mãos decidi que iria tentar pelo menos conhecer o local, posso não entrar ou quem sabe só passar pela entrada, mas a morena merece meu esforço.
Quando cheguei ao meu apartamento, tive que tomar um gole do meu whisky e saciar a maldita vontade que não passava. Ainda acreditava ser um costume e não vício, até porque quando você se acostuma a tomar banho todos os dias se sente mal se não toma.
Nesse dia meu banho foi mais demorado que os outros, precisava relaxar meu corpo e mente. Pensava em Toni e no quanto queria estar logo em seus braços, queria que isso não se estendesse tanto. Desejava que fosse só dizer tchau e pronto, nunca mais beber, fumar... Seria feliz com a mulher dos meus sonhos.
O endereço não era longe, resolvi ir caminhando. Com o panfleto em mão, observava as pessoas na rua e o que pensavam ao me ver. Será que passo uma boa impressão? Ultimamente todas as opiniões sobre mim são relacionadas ao álcool ou vícios, a pressão sobre tratamento em algo que nem ao menos acredito tem me deixado quase louca.
Não foi difícil achar, era bem em frente a um parque que no momento parecia vazio. De frente para o local e do outro lado da rua, um banco do parque me chamou a atenção. O centro era movimentado, pessoas entravam com frequência e a grande placa em frente anunciava "os doze passos". No momento em que me aproximei para ler, uma pessoa saía do local e fingi ter perdido algo no chão, o homem ficou parado ao lado da placa. Rapidamente guardei o panfleto em minha bolsa porque definitivamente não queria ser notada.
Meu olhar foi ao banco, atravessei a rua antes mesmo que aquele homem de meia idade puxasse assunto. Sentei, tendo a visão perfeita do moreno recebendo todas as pessoas que chegavam. Ele sorria e parecia ser muito simpático. Um nervosismo começou a me bater, a partir do segundo em que colocasse meus pés dentro daquela reunião estaria admitindo ser uma alcóolatra e diferente de todos, não penso que sou.
Movimentei minha perna, batendo o pé contra o chão e me negando a aceitar que sou doente. Não é possível que essa seja a única solução para ter Toni junto de mim, sendo que não sou alcoólatra e nem ao menos quero estar lá dentro. Balancei minha cabeça em negação, vasculhando a minha bolsa a procura de meu cantil, mas não achei e o que me restou foi acender um cigarro. Traguei, puxando a fumaça com força e sentindo um alívio em meu peito. Com o olhar fixo na entrada do centro, suspirei tragando o cigarro novamente.
— O que tanto olha?
Uma voz desconhecida chamou minha atenção, levantei o olhar e um garoto pálido, de cabelos loiros sentava ao meu lado. Calças caídas e um casaco duas vezes maior que seu corpo, não me assustaria se fosse assaltada. Seu rosto me fazia chutar que tinha no máximo vinte anos.
— Deveria estar lá também?
Me olhou, franzi a testa.
— Também?!
— É, meus pais acham que sou viciado e preciso frequentar, digo a eles que venho, mas na verdade fico aqui. – deu de ombros. — E você?
— Só estou descansando.
Menti, tragando meu cigarro mais uma vez. Ficamos em silêncio, perdi a conta de quantas pessoas vi adentrar o centro e quando dei por mim, meu cigarro estava acabado. Me livrei do resto de tabaco e encarei o menino ao meu lado, sua história parecia interessante.
— Então, seus pais acham que você é um alcoólatra?
Puxei assunto, precisava saber de tínhamos a mesma visão.
— Isso. – ele riu negando. — Acham que não posso viver sem a bebida.
— E você pode?
Arqueei as sobrancelhas.
— Claro que sim! – falou como se fosse óbvio. — Agora, me fala você porque está olhando tanto para a reuniãozinha.
Ri com sua última palavra, era exatamente como eu chamava os alcoólicos anônimos. Voltei meu olhar para a entrada, o moreno não estava mais a frente do local, aparentemente acabou de começar.
— Basicamente a mesma coisa, só que a garota que quero namorar só aceita se eu parar de beber e frequentar a reuniãozinha.
Fiz questão de falar do mesmo modo que ele e o mesmo riu.
— A solução é simples, finja. – o olhei. — É sério, consigo enganar meus pais direitinho. Bebo longe deles, pesquisei tudo sobre o AA e atuo perfeitamente como o filho perfeito que está superando o "alcoolismo".
Mexeu os dedos fazendo aspas no ar.
— E da certo?
— Estou nisso a três meses, superando meu vício.
Seu tom era completamente irônico rindo ao final da frase. Era a coisa mais estranha do mundo, mas eu me identificava com aquele desconhecido. Desviei meu olhar, voltando a encarar o centro agora sem movimentação alguma. Me sentiria uma estúpida se entrasse lá, porque provaria o contrário de que tento fazer todos aceitarem: Não sou uma alcoólatra. E se esse garoto consegue enganar seus pais, eu poderia fingir parar com os "vícios", apenas para ganhar mais tempo e perder o costume de beber.
— Sabe, ninguém pode divulgar seu nome então, se alguém chegar no centro perguntando por você não poderão dar informações. – o rapaz voltou a falar. — Devia tentar, aposto que sua futura namorada ficará orgulhosa ao ver que superou o alcoolismo tão rápido.
Ele riu ao final debochando da palavra. Ouvi o barulho do ziper do seu casaco, meu olhar foi ao loiro que retirava de dentro do seu casaco uma garrafa de whisky pequena, 500ml e de uma das minhas fabricantes preferidas: Jack Daniels. Abri a boca surpresa enquanto o mesmo retirava a tampa, colocando os lábios sobre o bico e a empinando. Fechou os olhos com força após engolir, sacudindo a cabeça e estendendo a garrafa em minha direção.
— Então, vai deixar sua garota orgulhosa?
Perguntou sorrindo.
Encarei a garrafa, aquilo poderia ser uma cilada enorme, mas o desejo de beber o líquido parecia falar muito mais alto. Mais alto até mesmo que meu amor por Toni. Umedeci os lábios, salivando por um gole e sem pensar em mais nada, joguei tudo para o alto. Peguei a garrafa em mãos, limpando o bico da mesma com minha própria camisa e colocando a boca sobre. Empinei ouvindo a comemoração do desconhecido que ria, tomei um gole grande, sentindo a bebida descer rasgando por minha garganta e logo após me satisfazer como nunca. Assim que abaixei a garrafa, encarei o garoto e sorri para o mesmo tomando uma decisão:
— Quer saber? Adorei seu conselho.
|Qualquer pessoa dando conselho errado: A
Cheryl: Perfeito, vou fazer isso.|
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