Toni começou a achar que acampar com os amigos e a namorada não era uma boa ideia quando ao saírem todos juntos da frente de Thistlehouse – a casa mais próxima do caminho, Cheryl atrasou a todos com a pequena discussão que arrumou. A ruiva não queria ir de moto, todos estavam com as suas e a mais baixa achou que a namorada iria querer ir com ela. Estava completamente enganada, até porque a mesma carregava algumas bolsas como se fosse para uma viagem. Toni teve que dar o braço a torcer antes que seus amigos se irritassem ainda mais com a demora deixando que Cheryl fosse em seu carro.

Eram mais ou menos três horas de viagem, a ruiva se sentia entediada dirigindo enquanto escutava uma música em seu rádio. Seguia as motos com uma distância segura, mas não conseguia entender como todos pilotavam sem dar nenhuma pausa por tanto tempo. Toni era uma das primeiras motos a frente, estava brava, mas cuidava o carro de Cheryl pelo retrovisor. Achava que a ruiva tentou não ir ao acampamento com a pequena discussão que tiveram, mesmo que tenha perguntado muitas vezes se a namorada queria mesmo ir. Em todas vezes disse que sim então, por que complicar por algo simples?

Cheryl ficou admirada quando chegaram ao local, era enorme e incrivelmente limpo. As árvores enormes deixavam o ar puro correr livremente, dirigiram mais um pouco por um pequena estrada dentro da floresta e chegaram a onde iriam montar o acampamento. Ao fundo se ouvia o barulho de água caindo, a ruiva imaginou que havia algum tipo de cachoeira por perto. Todos desceram de seus veículos e começaram a organizar suas barracas – já era fim de tarde então era melhor ter tudo feito antes da noite, inclusive Toni que estava com a maior tromba do mundo enquanto sua namorada apenas a observava.

— Vai ficar brava pra sempre?

A ruiva perguntou querendo acabar com o gelo que estava recendo da namorada, Toni continuou o que fazia enquanto Cheryl cruzou seus braços irritada com a forma que a morena lhe tratava. 

— TeeTee...

Murmurou, a chamando.

— Não tinha necessidade, Cheryl.

A interrompeu, parando o que fazia e encarando a mais alta.

— Pra que complicar as coisas daquele jeito? Todo mundo estava nos esperando, você sabia que iriamos vir de moto.

— Está bem.

Rendeu-se deixando os braços cair ao lado do corpo.

— Me desculpa. – pediu sabendo que estava errada. — Não acordei em um bom dia e descontei em você.

— Poderia ter evitado.

A mais baixa a repreendeu, Cheryl bufou como uma criança.

— Me diga, quer mesmo estar aqui? Porque se não...

— Toni. – a interrompeu pegando em sua mão. — Vou ser sincera... Não quero estar aqui com eles, mas quero estar com você.

Declarou, firmando o toque na mão da namorada e trazendo seu corpo para perto, a mais baixa suspirou. Odiava quando Cheryl ainda era aquela garota mimada e birrenta que só faz o que quer, mas era sua garota. A garota que ama e quer por perto.

— Depois vou te apresentar para todos.

Toni informou, abraçando a cintura da namorada.
Cheryl sorriu, havia conseguido deixar tudo calmo novamente.

— Prometo me comportar.

Enlaçou os braços no pescoço da mais baixa, tocando os lábios dela com os seus demoradamente. As duas sorriram ao se separar, era incrível como conseguiam ficar bem novamente em poucos segundos, parecia tão fácil ser uma da outra.

Toni voltou sua atenção a barraca e Cheryl resolveu pegar seu celular, tamanha foi sua frustração ao ver que estava sem sinal. Pelo menos se sentia mais tranquila ao saber que Mary estaria todo o final de semana junto de Nana Rose e para sua sorte havia um joguinho que poderia usar off-line. Quando a morena estava quase terminando de erguer a barraca de três lugares Peaches se aproximou, acenando para a ruiva que retribuiu de mal gosto.

As garotas começaram a conversar e a ruiva focou o olhar no celular fingindo não dar a mínima, mas maltratava seus lábios de tanto ciúmes. O papo não durou muito, logo Peaches se juntou aos outros que montavam suas barracas um pouco mais longe, todo mundo procurava por uma arvore para não sofrer com o sol da tarde em suas barracas. O clima estava realmente quente e para Cheryl ficou ainda mais quando Toni ao terminar de montar a barraca, retirou a regata que usava ficando apenas de top deixando seu abdômen amostra.

— O que está fazendo?

A ruiva perguntou, deixando o celular de lado e se aproximando de Toni que agora colocava os fino colchonete dentro do pequeno espaço. Cheryl poderia jurar que aquilo era a mesma coisa que dormir no chão.

— Organizando a barraca?!

Falou como se fosse óbvio.

— Coloque sua regata de volta!

Usou um tom duro, desviando o olhar para os outros ninguém parecia prestar atenção nelas, mas havia Peaches e a menina que ainda não conhecia, não queria nenhuma delas babando no corpo da namorada.

— Cheryl, deixa de ser boba, está um calor da porra.

Cheryl grunhiu com o palavrão.

— Fale direito e coloque a regata, por favor. – usou seu tom manhoso ao final, Toni abriu um sorriso travessa e negou. — Antoniette!

— Você parece minha mãe.

Resmungou pegando de volta a regata.

— Se eu fosse tua mãe eu não...

Aproximou o corpo da namorada, a pegando pela cintura e colando seus corpos enquanto sorria maliciosa balançando suas sobrancelhas. Toni sorriu negando, se tivesse uma garota mais fogosa que Cheryl, ela desconhecia.

— Você é pervertida.

Tentou se desvencilhar, mas a ruiva grudou ainda mais seus corpos aproveitando que Toni ainda não havia vestido a regatada e deslizando os dedos pela clavícula da morena fazendo uma trilha descendo pelo vão de seus seios. A maneira que a pontinha dos dedos e as unhas levemente compridas entravam em contato com a pele da mais baixa, se arrepiava inteira.

— Aliás... – Cheryl sussurrou. — Nós iremos usar essa barraca a noite.

— Cherry, não! Alguém pode ouvir.

Toni tentou pensar com a cabeça e não com o seu sexo que depois da maneira que sua namorada a provocou já se encontrava úmido. Cheryl deu um sorrisinho, ela sabe muito bem o que causa na morena.

— Isso deixa ainda mais excitante, o perigo. – mordeu os lábios. — E eu não quero deixar nosso relacionamento cair na rotina, precisamos fazer coisas diferentes.

Piscou para Toni que suspirou, poderia negar até a morte, mas sabia que quando a ruiva tentava qualquer coisa com ela conseguia com facilidade. É impossível resistir a Cheryl Blossom, ainda mais quando está nesses dias de provocação pura.

— Ei, Topaz. Será que da pra parar de namorar um pouco?

Sweet Pea gritou alguns metros, dessa vez todos tinham a atenção nas garotas que eram as únicas a não estarem socializando. Cheryl rapidamente pegou o tecido das mãos de Toni e vestiu seu corpo, a morena mal teve tempo de raciocinar com a habilidade da ruiva.

— Já vamos.

Toni gritou de volta, a mais alta se afastou lhe dando o espaço que precisava para terminar de arrumar tudo. Ajudou a namorada a colocar as bolsas dentro da barraca, era uma de três pessoas cabendo apenas um colchonete de meio casal e um pequeno espaço para deixarem suas coisas.

Já anoitecia quando Toni guiou Cheryl até seus amigos os apresentando um por um, menos a Peaches e Sweet Pea que já a conheciam. Midge e Joaquin não se importavam muito com a ruiva, foram gentis ao cumprimenta-la assim como ela. A mais alta repetia várias vezes em sua mente que tinha que ser agradável para não arrumar brigas desnecessárias, iria se esforçar ao máximo para que tudo ocorresse bem durante esse final de semana.

Era apenas o primeiro dia, uma sexta-feira se acabando com os jovens em volta de uma fogueira assando marshmallows, Cheryl ficou calada durante a rodinha, mas trocava sorrisos e caricias com sua namorada. Ninguém ali puxava assunto com ela, nem mesmo Archie que parecia ocupado demais flertando com Jughead. Toni sentia o desconforto de sua garota lhe dando boa parte de sua atenção, mantendo-se sempre junto dela, mas era óbvio que os amigos conversavam e por muitas vezes zoavam a garota por ser um grude com a ruiva.

Cheryl jurava que poderia vomitar com todos os “ruivinha” que ouviu, mas manteve sua postura até mesmo quando Peaches a chamou assim. Sweet Pea também fazia gracinhas desnecessárias. Aquilo era realmente torturante, mas se continha porque queria agradar a namorada. Deu graças a Deus quando todos começaram a se recolher para suas barracas, fez o mesmo junto de Toni e mal se percebeu quando dormiu nos braços da morena, achou que seria a noite mais desconfortável da sua vida, mas não havia como ser... Não com a sua garota a acolhendo.

_____

No outro dia de manhã, Toni foi a primeira a acordar. Sua mania de levantar cedo lhe acostumou o cérebro a despertar todo dia de manhã no mesmo horário. Desviou o olhar para a namorada, os braços ao redor de seu corpo e a cabeça de Cheryl no vão de seu pescoço tornava mais difícil sair da barraca, mas o fez. Deixou um beijo casto na bochecha da ruiva que resmungou agarrando-se ao travesseiro que a mais baixa estava deitada. Ao sair da barraca carregava as coisas necessárias para fazer sua higiene, fazia tudo calmamente e com muito cuidado, até mesmo fechar a barraca bem devagarinho para não acordar a mais alta.

— Ei, Topaz.

Um tom alto a assustou, virando seu rosto e vendo Peaches parada em frente a sua barraca que estava a alguns metros, a única que as separava era a do Jughead que estava praticamente ao lado.

— Shhh. – Toni fez sinal de silêncio. — Não quero acordar a Cheryl.

Peaches revirou os olhos, sua amiga parecia mimar demais a namorada como se fosse uma rainha que não pode ser incomodada. Quando planejaram esse acampamento, acreditava que Toni iria sozinha porque não imagina a Blossom em meio a um lugar assim, mas estava enganada. Faz algum tempo que não flerta mais com a morena, respeita o namoro das duas, mas isso não a impediu de criar sentimentos.

— O que você vai fazer?

Toni perguntou agora próxima a amiga.

— Correr e você?

— Vou junto. – Toni riu. — Só espera eu me escovar e lavar o rosto.

Peaches assentiu esperando a mais baixa fazer sua higiene, apenas mais uma pessoa se movimentava no acampamento e era Jughead que desejou bom dia ao sair da sua barraca, os outros todos ainda dormiam não era surpreendente já que o dia recém amanhecia. Toni não demorou a se juntar a Peaches, as duas seguiram a trilha em meio as arvores correndo lado a lado.

O silêncio agradável deixava as duas escutarem o canto dos passarinhos a volta e a cada passo que davam o som da água ficava mais perto, até que chegaram ao local mais lindo que provavelmente já viram. A cascata era linda, uma enorme pedra que formava alguns degraus fazia a água escorrer por ela e o enorme lago abaixo tinha a água cristalina. Toni suspirou com a visão, jamais tinha presenciado algo tão lindo na natureza. Os meninos haviam falado sobre a cascata, mas a morena não achou que se surpreenderia tanto.

— Porra...

Murmurou em êxtase.

— É lindo, né? Já vim aqui uma vez.

Peaches falou também admirando a paisagem.

— A gente devia da um mergulho.

Continuou, Toni a olhou concordando. Tirou a regata ficando apenas de top e aproveitando que estava com um short de malha, tirando os tênis e meias logo em seguida. Mal reparou que Peaches ficou a encarando, até mesma cair na água e sair do seu campo de visão. A mais baixa foi ao fundo, sabendo perfeitamente nadar e voltou a superfície com a amiga na mesma posição ainda a olhando.

— Você não vai entrar?

Peaches assentiu, ficando do mesmo jeito que a amiga e caindo na água. As duas nadaram, brincaram de se jogar água e até pularam das pedras, se divertindo como crianças que acabava de descobrir um brinquedo novo. Nenhuma das duas percebia o tempo passar, a água estava ótima e após uma corrida era tudo que precisavam. Em certo momento, Peaches parou seus movimentos e ficou boiando de pé encarando a amiga que mergulhava, voltando para superfície varias vezes. O coração acelerado e a forma que admirava Toni, as coisas chegaram a um ponto que não queria.

— Quer voltar?

A mais baixa perguntou se aproximando na amiga, percebendo seu silêncio e a forma com que ficou estática. Peaches suspirou, queria dizer tanta coisa a Toni, mas não queria lhe afastar ou perder sua amizade. Mas também não achava justo guardar esses sentimentos só para si.

— Peaches, você está bem? Parece...

Toni começou a falar preocupada.

— Eu estou apaixonada por você.

Confessou olhando nos castanhos da amiga que estalaram, Toni poderia jurar que havia ouvido errado, mas não tinha. Peaches acabará de dizer aquelas palavras com todas as letras. Eu estou apaixonada por você. Repetiu em sua mente, criando uma enorme confusão.

— Me desculpa, eu não queria... – riu ironicamente antes de continuar. — Bom, ninguém quer se apaixonar por alguém comprometido, certo? Só queria colocar isso para fora, respeito seu relacionamento e não quero acabar com ele. Nós somos amigas e espero que continue assim.

Peaches falou tudo tão rápido que Toni nem tinha tempo de raciocinar. Nunca esperou isso da amiga, achou que tudo que compartilhavam era na amizade, inclusive os flertes que pensava ser na brincadeira. Porra. Pensou, lembrando de Cheryl e qual seria a reação da ruiva se soubesse disso. Agora que seu relacionamento estava tão bom, a amiga lhe joga uma bomba dessas no colo? Isso não é justo. Nem com Toni, Cheryl e muito menos com Peaches. Ninguém merece ficar sabendo que uma garota está apaixonada por sua namorada. Ninguém merece estar apaixonada por alguém que só quer sua amizade. Ninguém merece ser completamente apaixonada por uma e ter uma amiga guardando sentimentos, deixando sua amizade instável.

— Toni.

Peaches a chamou assim que a mesma se encaminhou para sair da água.

— Só... Vamos voltar e não falar sobre isso, por favor.

Encerrou o assunto, saindo da água e vestindo novamente sua regata, meias e tênis. Um silêncio que era completamente bom entre as amigas se tornou constrangedor na volta, era como se tudo tivesse sido arruinado e Peaches se arrependia de ter contato. Toni por sua vez, não queria ter ouvido.

_____

Quando Cheryl acordou com seu lado vazio, se perguntou quando vai acordar e ver Toni novamente já que desde essas corridas matinais da namorada isso não acontece. Saiu da barraca para fazer sua higiene, todos agora estavam acordados e andando pelo acampamento, mas não via sua namorada em local nenhum. Ao voltar para sua barraca já de rosto lavado e dentes escovados, avistou Jughead sentado em uma cadeira com notebook em seu colo.

— Você viu a Toni?

Perguntou, o garoto levantou o olhar.

— Bom dia, Bombshell. – sorriu ironicamente. — Acho que vi ela sair para correr.

Deu de ombros, Cheryl revirou seus olhos. Não queria ficar sozinha com esse pessoal que não conhece, resolveu ficar perto do único menos insuportável que era Jughead concentrado em seu notebook. Sentou em uma cadeira próxima a ele, observando os outros interagiram a alguns metros. A ruiva não entendia como eles poderiam estar neste local, junto uns dos outros e tão sorridentes. O jeito que o bom humor deles a essa hora da manhã era alto a irritava. E ao prestar tanto atenção nos Southside que brincavam de trocar socos com Archie, percebeu que faltava alguém além de Toni.

Peaches.

Seu maxilar trincou com o pensamento, respirando fundo tantas vezes que Jughead tirou o olhar do notebook percebendo a ruiva fechar os olhos e fazer posição de yoga como se tivesse tentando se acalmar. Segurou o riso, provavelmente ela percebeu o que estava acontecendo. O garoto até tentou proteger a amiga, não contando um detalhe muito importante: Ela estava com Peaches. Mas pelo jeito não deu certo.

— Por que está rindo, Smurf?

Jughead se sentiu na escola com o tom de Cheryl.

— Nada não.

Balançou a cabeça negativamente.

— Elas estão juntas? – Jughead balançou os ombros. — É óbvio que não vai me falar, ótimo!

Cruzou os braços, emburrada. Foi uma péssima hora para Sweet Pea se aproximar com seu sorriso brincalhão, apoiou-se na cadeira de Jughead e encarou Cheryl que olhava para qualquer lado, menos para ele.

— Eai, ruivinha. Teve uma noite de princesa?

Os castanhos da garota pareciam comer vivo o grandão que adorava provocar a Blossom, o sorriso maldoso em seus lábios dizia bem isso. Cheryl respirou fundo, relaxando seus ombros para não matar aquele Southside.

— Na verdade, de rainha! – forçou um sorriso. — Obrigada por se preocupar.

— Por nada, aqui somos seus servos.

Fez referência, rindo ao final.

— Como você é engraçado.

Cheryl ironizou.

— Tudo pra agradar a rainha.

— A rainha quer ser deixada em paz.

O tom da ruiva demonstrava a sua irritação.

— Qual foi, ruivinha? É só uma brincadeira, a gente sabe que nos odeia e se acha muito melhor que nós.

— Brincadeira de mal gosto e não me acho melhor que ninguém!

Retrucou, o sangue correndo mais rápido em suas veias.

— Por favor, ruivinha. Ninguém entende porque você está aqui, esse não é o seu mundo, é o da Toni e não tem como fazer parte dele.

— Quem pensa que é pra dizer onde devo ou não estar?

Cheryl levantou, encarando o grandão de frente.

— A Toni merece alguém melhor que você.

Sweet Pea falou, claramente lembrando de quando Peaches falou estar apaixonada por Toni. Ele não entendia como a mais baixa estava apaixonada pela Blossom e não pela amiga que está sempre do seu lado que convivem e gostam das mesmas coisas. Cheryl nem ao menos gosta de esportes, bandas ou sabe olhar para além de seu próprio umbigo.

— Todos sabem da sua fama, ruivinha. – deixou seu sorriso morrer. — É questão de tempo até a Toni sair magoada e eu me preocupo demais com ela para que faça isso.

— Não é você que decide com quem ela fica.

Decretou, os outros os observavam ao longe e Jughead olhava toda hora para trás ansiando pela volta da Toni. Ele sabia que isso não daria certo, nenhum dos dois parece se suportar.

— Não sei o que você quer, mas não vai conseguir. – apontou o dedo para ele. — Você é imundo, garoto. Será que pode me deixar em paz?

— Cheryl?!

A ruiva desviou o olhar para a namorada que estava apavorada com as palavras da mesma, Sweet Pea abriu um sorriso enquanto Cheryl só conseguia reparar no corpo úmido de Toni ao lado de Peaches também molhada. Negou com a cabeça, sentindo seu peito doer com tantas coisas que passaram em sua cabeça.

— É, acho que ela já achou alguém melhor.

Sweet Pea falou voltando a sorrir, a ruiva sentiu as lágrimas virem enquanto sua namorada se aproximava ainda confusa com toda a situação. Não entendia o porque daquelas palavras da ruiva e muito menos as de seu amigo. Eles pareciam que iriam se matar a qualquer momento.

— Vou caminhar.

Cheryl anunciou, passando pela namorada que a segurou.

— Cherry...

— Eu quero ficar sozinha!

Decretou, desvencilhando da mão da mais baixa e caminhando mato a dentro. Toni ouviu um “eu vou atrás dela” era Archie enquanto Peaches se aproximava de Sweet Pea, ela sabia muito bem o que estava acontecendo ali. Lembra do garoto falando que iria fazer o acampamento ser um inferno para Cheryl, já que ele queria que Toni notasse ela.

— Qual o seu problema?

Peaches forçou suas mãos contra o peito do grandão que cambaleou para trás, ele se irritou segurando seus braços com certa força e a encarando.

— Estou te ajudando, não aguento mais você sofrendo por não ter a Toni!

O tom alto de Sweet Pea acabou por fazer todos saberem o segredo de Peaches, a mesma negou o encarando e olhou rapidamente para Toni antes de correr para sua barraca claramente chateada com as palavras. A mais baixa observava tudo, mas seu pensamento estava em uma ruiva, no que ela deveria estar imaginando ou fazendo nesse momento. Resolveu ignorar o mais alto e se aproximou de seu melhor amigo. Cansada, ela sussurrou:

— Jug... Me conta o que aconteceu.

|Ai esse acampamento vai dar o que falar...|