Seja minha para sempre
Cheryl descia as escadas, rumo a sala onde seu par a esperava. Estava em um vestido vermelho, colado ao corpo e cobrindo um pouco mais que três dedos das suas coxas. Nunca teve uma companhia fixa para ir ao baile, sempre era acompanhada de alguma garota que queria levar para a cama, mas dessa vez era diferente. Escolheu ir a grande festa com a única pessoa que a fez completamente feliz...
Antoniette Topaz.
A menor estava parada a ponta das escadas, Mary que observava a cena conseguia ver os olhos da morena brilharem para a sua protegida. Se sentia emocionada, mesmo sabendo que Cheryl sofreria futuramente, Toni a fez muito feliz nesse ano, como jamais viu a mais nova estar. Torcia para que em algum momento da vida as duas se se reencontrassem para quem sabe, reviver esse amor tão lindo que sentem.
— Você está... Impecável.
Toni sussurrou sem fôlego para a imagem da garota a sua frente, Cheryl sorriu sentindo uma vontade imensa de chorar. Sentiria falta dos elogios da garota em si, mesmo tendo uma autoestima muito elevada, a morena sempre a fez se sentir como única.
— Estamos impecáveis.
Cheryl corrigiu, analisando a menor de cima a baixo. A mesma estava de camisa branca social novamente, as mangas compridas dobradas até um pouco acima de seus cotovelos, a calça preta colada ao seu corpo modelando suas curvas e o suspensório novamente por cima da camisa. A ruiva suspeitava que a garota havia se vestido assim apenas porque da última vez disse que amou.
— Seremos o casal mais lindo.
Toni falou, sorrindo.
— Casal?
Cheryl arqueou uma sobrancelha, a morena pegou em sua mão entrelaçando seus dedos e olhando nos castanhos da mesma.
— Hoje você é minha e eu sou sua.
Declarou arrancando um suspiro da maior, a cada minuto que passava ou palavra que Toni pronunciava, sua vontade de chorar aumentava por saber que era a última vez. A mesma assentiu, controlando-se ao máximo para não deixar transparecer suas emoções. Toni beijou as costas de sua mão, sorrindo e a puxou para irem.
Se despediram de Mary, que alegou dormir em Thistlehouse hoje a noite, queria estar na manhã seguinte junto de Cheryl e a mesma sabia disso. Toni estava com o carro de seu pai novamente, abriu a porta para sua parceira e adentrou o da direção. Dessa vez, fez questão de colocar musicas que a ruiva gostava em seu pen drive. Quando começou a tocar Nothin' On You do Bruno Mars, a maior mal acreditou e Toni sorriu com sua surpresa.
A morena dirigia tranquilamente, por mais que tivessem total intimidade, hoje pareciam que estavam em um primeiro encontro. Cheryl tinha sua cabeça encostada no vidro, observando o caminho, sem se perceber cantarolando a música.
— Lindas garotas ao redor do mundo, eu poderia estar atrás delas, mas o meu tempo seria desperdiçado... Elas não são nada comparadas a você, amor.
Mesmo com o tom baixinho, a menor conseguia ouvir sua voz soar junto da musica e sorriu ao apreciar o quão bom era. Toni aproveitou um sinal fechado para deslizar sua mão para a coxa descoberta da ruiva, Cheryl assustou-se por estar perdida em seus próprios pensamentos. Seu olhar foi a morena, o canto sessou e a mesma percebeu um resquício de lágrima no rosto da maior.
— Cherry...
— Desculpa. – pediu limpando seu próprio rosto. — Não quero tornar isso triste.
Toni suspirou, odiava ver sua garota desta maneira.
— É meio impossível. – a morena riu tentando descontrair. — Eu quero te fazer sorrir hoje, não chorar. Então, vamos tentar fingir que amanhã não existe, uh?
— Difícil. – Cheryl pressionou os lábios. — Mas por você, posso tentar.
Abriu um pequeno sorriso, a morena retribuiu aproximando-se para dar o primeiro beijo da noite na maior, mas o cinto lhe impediu fazendo as duas rirem. Antes que pudesse tentar outra aproximação, um buzina alta soou atrás do carro delas pedindo pressa já que o sinal estava aberto novamente.
Toni revirou os olhos, engatando o carro para seguir o caminho, dessa vez Cheryl fez questão de manter sua mão na coxa da menor, acariciando por cima do tecido da calça. Fingir que amanhã não existe. Iria se concentrar nisso. Aproveitar a última noite em que teria Toni sendo somente sua.
Ao chegarem no grande salão decorado, com musica tocando e boa parte dos alunos já presentes, Toni fez questão de entrelaçar sua mão na de Cheryl que sorriu em resposta. Era a primeira vez que a abelha rainha chegava depois de todos no evento, hoje não queria atenção de ninguém além da garota ao seu lado. Caminharam para o pequeno painel onde tirariam uma foto, a morena segurou a cintura da maior com firmeza e sorrisos grandes estavam em seus rostos.
— Uau!
Veronica abriu a boca ao ver as garotas se aproximarem do grupo de amigos, Archie e Jughead estavam sempre por perto. Betty sorria em direção a Toni, feliz pela amiga ter conseguido sua despedida com Cheryl.
— Vocês estão lindas!
A latina continuou a falar.
— Diga algo que já não sabemos.
Cheryl jogou os cabelos, dando de ombros. Toni sorriu por perceber que a garota estava se soltando, começando a sentir que teriam uma noite agradável juntas. Por algum tempo ficaram conversando com os amigos, a morena tinha seus braços em volta da maior a todo momento, ainda mais quando Gina passou por elas em uma provocação. A vontade de Toni era dar um beijo na sua garota, mas não seria tão infantil ao ponto, estava claro para todos que Cheryl Blossom era somente sua.
Passou boa parte do baile admirando a ruiva, a maneira que ria para sua melhor amiga fazia seu coração palpitar e se perguntava se alguém mais teria esse efeito sobre si. Cheryl a têm nas mãos, seu coração, mente, alma é tudo dela. Por mais que estivesse indo para longe, iria levar a garota consigo, a mesma a marcou. Seu primeiro amor, a primeira que realmente a conquistou e teve uma Toni que jamais ninguém conheceu. Uma Toni só dela, só da Cheryl.
Eu encontrei um amor pra mim
— TeeTee.
Querida, mergulhe de cabeça e me siga
A maior chamou sua atenção, os braços em volta do pescoço da morena e o olhar conectado no dela. Toni mordeu seus lábios, amava ouvir o “TeeTee” saindo por aqueles lábios grossos e vermelhos pelo batom inseparável. A forma que soava, tão doce e carinhosa, desde o momento que ganhou o apelido conheceu outra Cheryl, é algo tão vulnerável e só dela. Sentiria falta de todas as maneiras que a ruiva o usava contra ela, seja em um tom manhoso ou em forma de gemido, nos dois a mesma conseguia qualquer coisa menor.
Eu encontrei uma garota, linda e doce
— Todos foram dançar, vamos?
Perguntou, seus dedos automaticamente acariciando a nuca da outra. Toni assentiu ao seu pedido, guiando a ruiva para o centro do salão onde todos dançavam. Perfect do Ed Sheeran tocava nas enormes caixas de som, a morena girou Cheryl antes mesmo de entrarem na pista de dança, a mesma sorriu largo sentindo seu coração bater mais forte no peito quando seus corpos voltaram a ficar colados. Seus braços enlaçaram o pescoço da menor novamente, seus olhares fixos um no outro.
Eu nunca soube que era você quem estava esperando por mim
Entraram em uma pequena bolha, só delas, onde balançavam no ritmo da música. Cheryl se esforçava para decorar cada detalhe do rosto de Toni, sabendo que provavelmente não o veria por muito tempo e quem sabe nunca mais. Por mais que seu coração doesse de ter que a deixar ir, agora entendia que a mesma será mais feliz seguindo seu sonho, não poderia negar isso a garota que ama. Assim como precisa da música, talvez a morena precise da luta, ainda que não ache uma profissão saudável.
— Porque éramos apenas crianças quando nos apaixonamos...
A ruiva começou a cantarolar a música no ouvido de Toni, abraçada ao seu pescoço e com o corpo inclinado para ter seu rosto no pescoço da morena. Seu cheiro lhe embriagava as narinas enquanto a menor apreciava o quão bom era ouvir Cheryl cantar em seu ouvido.
— Sem saber o que aquilo significava, eu não desistirei de você desta vez. Mas querida, me beije devagar, seu coração é tudo o que eu tenho e em seus olhos você guarda o meu.
Lágrimas insistentes vieram aos olhos de Cheryl, a letra da música tinha tantos significados. No início, as duas garotas eram imaturas, não somente a ruiva, Toni também tinha seus deslizes, mas mesmo assim nunca desistiam uma da outra. Sempre confiavam no sentimento que as transbordava, sem ao menos conhece-lo.
— Querida, estou dançando no escuro com você entre meus braços, descalço na grama, ouvindo nossa música favorita. Quando você disse que estava desarrumada, eu sussurrei bem baixinho, mas você ouviu...
A menor também sentia as emoções lhe atingirem, a maneira que estava tendo Cheryl em seus braços pela última vez em uma dança, sua voz no ouvido cantando essa musica linda. Seu coração se apertava cada vez mais no peito, querendo adiar essa despedida, a música, dança e que tudo se prolongasse para que tivesse sua garota só mais um pouquinho, por mais um minuto ou dois.
Toni sentiu quando a voz da garota falhou, uma sensação molhada em seu ombro, a maneira que seus braços forçaram mais contra a menor então, pode ouvir com dificuldade a continuação da música:
— Querida... Você... Está perfeita esta noite.
Cheryl até saiu do ritmo, as palavras pronunciadas com dificuldade junto de seu choro baixinho no ombro de Toni, não havia como se segurar e mal se importava com qualquer um que estivesse vendo. Estava perdendo sua garota, o seu primeiro amor, a sua salvação no caos que era sua vida.
— Cherry...
Toni sussurrou, as lágrimas também caindo, tentou afastar seu corpo da ruiva para acalma-la, mas a mesma não permitiu balançando sua cabeça em negação. Temia que ao olhar nos olhos da morena, desabaria de vez e pra não conseguir se reerguer mais então, adiaria o máximo possível.
— Me deixe cantar pra você, por favor.
Pediu, os olhos fechados enquanto deixava um beijo casto no pescoço da menor.
Havia um casal um pouco afastado delas que sabia muito bem o que estava acontecendo. Veronica encarava Toni em desespero ao ver tantas lágrimas das duas, mas a menor apenas fez um sinal de positivo em um anúncio mudo de que estava tudo bem. Betty olhou para namorada, as duas trocaram sorrisos tristes, a loira tocou em seus próprio peito culpando seu sentimentalismo por lágrimas também virem aos seus olhos. Veronica a abraçou, melancólica. Queria fazer algo pelas duas que se amavam tanto, mas nem mesmo elas tinham poder sobre isso.
— Eu encontrei uma mulher, mais forte do que qualquer pessoa. Ela compartilha os meus sonhos, espero um dia compartilhar a casa com ela...
Cheryl voltou a cantarolar junto da música, sentindo seu peito doer com a letra. Tinha tantos planos com Toni, teriam um lugar só delas e uma vida juntas. Agora, nada disso mais as pertencia. A ruiva teria um apartamento planejado para um casal lhe esperando em Boston, sozinha, sem sua companheira. Seria apenas ela, decorando e mobiliando o local que era para ser delas.
— Encontrei um amor, para levar mais do que meus segredos, para levar amor, carregar nossos filhos...
Toni também tinha planos e muitos para as duas, desejava que em um futuro próximo se reencontrassem. Queria poder congelar esse amor que Cheryl sente por ela – por mais egoísta que fosse, e descongelar em algum momento da vida que pudesse lutar por esse relacionamento novamente. Iria a pedir em casamento, comprar uma casa, teriam carreiras estabilizadas e pensariam em ter filhos. Somente a ruiva a fazia ter esses pensamentos clichês onde acorda de manhã, recebe vários beijos de sua então, mulher e de crianças fruto do amor das duas.
— Ainda somos crianças, mas estamos apaixonados demais, lutando contra todos os obstáculos. Eu sei que ficaremos bem desta vez. Querida, pegue a minha mão, seja minha garota e serei sua mulher. Eu vejo meu futuro em seus olhos....
A mão de Toni chegou aos cabelos ruivos, seus olhos também estavam fechados memorizando o cheiro doce da maior e sabendo que quando a encontrar em qualquer lugar reconhecerá apenas pelo olfato. É algo indescritível a ligação que criaram, a história que construíram juntas e agora estavam colocando um ponto final, quem sabe uma vírgula. Esse era talvez o maior problema, não saber se iriam se reencontrar, se o amor irá durar ou se acabava agora.
— Amor, eu estou dançando no escuro com você entre meus braços, descalços na grama ouvindo nossa música preferida. Quando vi você naquele vestido, tão linda... Eu não mereço isso.
Pela primeira vez durante a música, a ruiva levantou seu rosto encarando os castanhos de Toni banhado de lágrimas assim como os seus. Eu não mereço isso. Sussurrou a parte da música, seu coração se despedaçado no peito. Cheryl achava que realmente não a merecia, a fez ficar entre seu sonho e o relacionamento, negou todas as possíveis reconciliações durante essa semana. Fez tudo, exatamente tudo errado desde que Toni recebeu a proposta e mesmo assim ela estava ali, na sua frente, a olhando com tanto amor que sentia desmanchar-se.
— Querida, você está perfeita esta noite.
Não cantou, falou com todo seu coração, olhando fixamente para Toni que abriu um sorriso em meio as lágrimas em resposta. Cheryl deslizou seus polegares pelo rosto de Toni, limpando suas lágrimas antes de tocar seus lábios rosados. Mal lembrava que estava em um baile com várias pessoas a volta... A única coisa que lhe importava estava a sua frente. A morena a abraçou pela cintura, grudando seus corpos com uma força desnecessária, mas queria de certa forma ter a ruiva cada vez mais perto de si. Suas línguas se tocaram arrancando suspiros do casal. Saudade, amor, felicidade... Tantos sentimentos se misturando entre o beijo e o gosto salgado das lágrimas das duas.
Querida, estou dançando no escuro, com você entre meus braços, descalços na grama ouvindo nossa música favorita.
Suas bocas se desgrudaram por atitude da ruiva, suas mãos agarraram o rosto da menor, os lábios vermelhos tremeram em nervosismo e medo. Tudo misturado. Não sabia como seria sua vida sem Toni, seus cuidados, carinhos, seu amor... Precisava demonstrar de todas as maneiras essa noite que a ama.
— Eu tenho fé no que vejo, agora sei que conheci um anjo em pessoa e ela está perfeita. – mordeu os lábios tentando controlar o choro. — Eu não mereço isso, você está perfeita esta noite.
Suas últimas palavras mal podiam ser ouvidas, Toni estava encantada na garota a sua frente e com tudo que aquilo significava. Cheryl nunca havia se declarado de forma tão verdadeira e intensa, a vulnerabilidade em seu olhar, gestos, fala...
— Eu amo você, TeeTee. – sussurrou, seus lábios quase colados nos da menor. — Amo tanto, você precisa saber.
As pálpebras cansadas pelo choro se fecharam, deixando mais algumas lágrimas caírem, não sabia da onde vinha tantas. Toni tocou seu rosto o acariciando, beijando-lhe o rosto para sussurrar:
— Eu sei, Cherry.
Ouvir aquelas palavras era tudo que a maior queria, necessitava ter certeza que a garota sabia de seus sentimentos, que mesmo depois de tudo o amor era maior que qualquer coisa principalmente seus erros.
— Vamos sair daqui.
Pediu, abrindo os olhos novamente.
— Mas a coroação...
— Eu só quero estar com você.
Declarou fazendo o coração da menor pular no peito.
Não se despediram de ninguém, apenas saíram do salão despercebidas. O desejo de Toni era chegar logo em Thistlehouse, mas dirigia com calma. Cheryl estava sem cinto, apoiada no ombro da menor deslizando sua mão e unhas por seu braço. A morena tentava ao máximo se concentrar no transito e não naquela carícia. Era impossível em alguns momentos seus pensamentos não irem para longe e cogitar a possibilidade de em algum momento a ruiva lhe ligar dizendo que quer tentar fazer o relacionamento a distância funcionar. Quem sabe se reencontrarem por acaso, o amor ainda estar vivo e continuarem da onde parou. Havia tantas possibilidades, mas a última que pensava era nunca mais encontrar Cheryl.
Ao chegarem na casa, as luzes apagadas denunciavam que as mais velhas já deveriam estar dormindo. Subiram em silêncio para o quarto, a ruiva avisou que iria retirar sua maquiagem agora borrada e voltaria para o cômodo. Toni tirou seus sapatos, massageando os próprios pés, doloridos por apenas algumas horas em pé com eles. Retirou seu suspensório, ouvindo a porta do banheiro se abrir, Cheryl apareceu com seu rosto natural, a morena o achava ainda mais lindo.
— Pode me ajudar aqui?
Perguntou, virando de costas e apontando para o fecho que havia em seu vestido.
Toni se aproximou em passos lentos, sentindo seu cheiro doce novamente, levando os dedos até o pequeno zíper e o puxando para baixo lentamente. Sem que percebesse, sua mão livre segurou a cintura da mais alta e assim que abriu o vestido, subiu a outra para seus cabelos os afastando de sua nuca. Beijou o local, arrepiando Cheryl dos pés a cabeça, entregue ao momento que estavam começando a compartilhar.
A menor puxou o tecido vermelho para baixo, o deixando cair ao chão e observando a pele branca da ruiva livre de qualquer tecido em seu tronco. Não conteve seu desejo, virando a maior de frente para si e observando seu corpo seminu aos seus olhos. Analisou cada cantinho do corpo de Cheryl, a clavícula, os seios, a barriga, as curvas... Suspirou, encantada como se fosse a primeira vez que a tivesse visto daquela maneira.
— Algo de errado?
Cheryl perguntou, franzindo a testa e descendo o olhar para o próprio corpo.
— Não, não.
Toni se apressou em dizer, suas mãos acalcando o corpo da ruiva e abraçando sua cintura. Arfou quando seus corpos grudaram, não acreditava que seria a última vez que a teria.
— Você é linda, amor.
A morena elogiou, suspirando com tamanha beleza.
— Me desculpe se não falei todas as vezes necessárias, mas você é absurdamente linda.
Confessou, olhando para a maior que em uma das raras vezes sentiu seu rosto esquentar com o elogio, Toni a olhava como se fosse a coisa mais linda do mundo. Havia tanta intensidade em suas palavras, em seu olhar que não conseguia evitar de se sentir envergonhada. A morena sorriu, satisfeita com o que causará em sua garota, sabia que a única a ter tanto poder sobre Cheryl.
Puxou a maior para um beijo, uma mão em sua cintura e a outra em sua nuca, deslizando a língua para a boca da mais alta. Suspiraram em meio ao contato, Cheryl agarrou os cabelos rosas arranhando a nuca da morena uma vez ou outra. Guiou seus corpos para cama, seus lábios se separaram e Toni caiu sentada. A ruiva sentou em seu colo, uma perna em cada lado de seu corpo e as mãos automaticamente indo aos botões da camisa social.
Lentamente, Cheryl a desabotoava, revelando o busto de Toni para si, mas algo lhe prendeu a atenção. O pequeno “C” caindo entre seus seios lhe tirou totalmente do foco, não havia mais excitação ou desejo. Ver aquele pingente em seu peito, pertinho do seu coração e saber que seu lugar não seria mais ali doía muito. Alguma outra letra futuramente pode ocupar aquele espaço que é só seu.
— Cheryl?!
Toni a chamou percebendo sua falta de atitudes, as mãos da menor passeavam por suas costas e por vezes contornando suas curvas, a ruiva estava tão inerte em seus pensamentos que mal percebeu quando as lágrimas voltaram ao seu rosto.
— Está... Tudo bem.
Falou, a voz falhando pelo nó que se formou em sua garganta. Antes que deixasse Toni ver suas lágrimas, agarrou seu rosto e a puxou para um beijo, na intenção de esquecer o futuro e pensar apenas no presente. Parecia impossível, ainda mais quando a morena as separou por sentir o salgado das lágrimas.
— Amor, não, por favor...
Toni pediu, tocando o rosto da ruiva para limpar suas lágrimas, a mesma suspirou queria controlar suas emoções, mas não conseguia. A garota a sua frente iria embora para quilômetros de distância, não a teria mais.
— Não me peça pra não chorar, não quando eu estou perdendo você.
Aquelas palavras falhadas em meio ao choro atingiram Toni em cheio, a mesma sabia que o maior medo de Cheryl era se entregar alguém que a magoasse, mas estava perdendo alguém pra vida novamente em situações diferentes. Provavelmente isso lembrava muito a morte de seu pai e que agora não terá mais ninguém novamente, entendia todos motivos da ruiva por estar tão emotiva.
— Nós não vamos transar. – seus lábios entraram em contato com a testa da ruiva. — Eu vou cuidar de você, Cherry.
Suas mãos firmaram nas coxas da maior, levantando com ela em seu colo e virando seu corpo, podendo deitar a ruiva na cama com cuidado. Desvencilhou de seus braços para tirar suas próprias roupas, ficando apenas de calcinha box e esticando seu corpo ao lado da garota. As encobriu com o lençol fino, uma de frente para a outra e semblantes tristes.
O corpo da maior se arrastou para os braços de Toni, aconchegando-se nos mesmos enquanto tinha a cabeça sobre seu peito e pernas entrelaçadas. A mão da ruiva deslizou por sua barriga em um carinho tímido enquanto a menor fazia um cafuné em seus cabelos, distribuindo beijo pelo topo de sua cabeça.
— Eu queria pedir uma coisa, mas sei que não tenho o direito.
Toni murmurou, o rosto de Cheryl ficou de frente para o seu. Seu polegar acariciando a pele macia, ainda sentindo alguns vestígios de lágrimas. A maior fechou seus olhos, apreciando a caricia.
— Pode me pedir qualquer coisa, amor.
Cheryl falou baixinho, entregue aos toques de Toni em sua pele. A mesma respirou fundo, tocando em seu queixo e erguendo seu rosto, a ruiva abriu os olhos para encara-la. Tinha medo de que aquele brilho nos castanhos sumisse com o tempo.
— Queria pedir... – mordeu os lábios, sentindo seu choro voltar. — Seja minha para sempre, Cheryl.
Seus olhos já estavam exaustos de tantas lágrimas que caíam, dessa vez sentiu os mesmos arderem quando aconteceu. Cheryl pressionou os lábios, contendo seu choro. Não queria mais chorar, queria aproveitar sua garota e ser sua, ama-la até o momento que fosse embora.
— Eu te amo. – Toni sussurrou sorrindo em meio as lágrimas. — Sei que a partir do momento que ir, nunca saberei se vamos estar juntas novamente, mas você de alguma forma vai estar sempre comigo.
Falou, a mão segurou o pingente de sua correntinha, beijando o “C" enquanto olhava nos castanhos da ruiva que suspirou, arrependendo-se cada vez mais da idiota que foi com a garota a sua frente, não era mais hora pra orgulho ou escolha, agora só devia existir amor. Por mais que esse sonho da luta ainda a atormentasse, teria que deixar de lado pelo menos agora.
— Eu também te amo, TeeTee. – declarou mordendo seu lábio. — Tanto que não quero ver você ir embora amanhã.
— O que?
Cheryl suspirou, tendo certeza das palavras que viriam a seguir.
— Não quero me despedir, quando for sair não me acorde, por favor.
— Mas...
— Te ver ir é será muito doloroso, Toni.
Confessou, agarrando o corpo da menor contra o seu. Sua cabeça voltou a deitar no peito da morena que suspirou com as palavras. Sonhava com Cheryl junto de seus pais, antes de embarcar para ir embora, lhe dar um último beijo e dizer o quanto a ama, mas a mesma parece não querer nada disso. Não entendia como poderiam se amar tanto e ter escolhas tão diferentes, eram o oposto uma da outra.
Tentou deixar tudo de lado, a rejeição de Cheryl sobre o seu sonho de lutar, seu pedido para não se despedir e a abraçou, grudando ainda mais seus corpos. Inalando seu cheiro, sentiu seus olhos pesarem, cansada de tanta choro, tristeza... Não imaginou que sua última noite com a garota que ama fosse assim. Fechou completamente os olhos, sua respiração aos poucos se suavizando.
A ruiva percebeu o exato momento em que Toni pegou no sono, levantando seu rosto do peito da mesma para encara-la, tocou a pele morena suspirando fundo e forte. Não se conteve, deixando um pequeno beijo nos lábios rosados que tanto sentiria falta. Poderia ser a ultima vez. Dessa vez não limpou a lágrima que caiu de seus olhos, era inútil lutar contra elas, voltariam de qualquer maneira.
— Dorme bem, meu amor. – sussurrou fungando. — Eu te amo muito.
Declarou-se, voltando a deitar sobre o peito da garota, fechando seus olhos com força e lutando para não dormir. Queria aproveitar até o último segundo a tendo em seus braços, se arrependia de todas vezes que não a abraçou e beijou quando fosse possível. Agora entendia todos os clichês do “viva como se não houvesse amanhã”.
_____
Acordando no outro dia de manhã, Toni sentia sua cintura enlaçada pelos braços de Cheryl que parecia estar em um sono profundo. Esticou seu braço, a procura de seu celular que estava no bidê ao lado da cama, assim que viu o horário no aparelho percebeu que tinha uma hora para estar pronta e ir embora de Riverdale. Seus olhos se arregalaram, ainda precisava ir na sua casa e pegar as malas.
Seu corpo se mexeu, devagarinho, lembrando do pedido da ruiva para não acorda-la, não concordava com o desejo da mesma, mas teria 1ue respeita-lo. Quando conseguiu sair do abraço, levantou da cama procurando por suas roupas, cada segundo que passava significava que nunca mais voltaria naquele quarto, naquela cama e para aquela garota. Suspirou, terminando de abotoar sua camisa estando pronta para ir, mas não queria.
O olhar se prendeu na ruiva encolhida na cama, seus braços ao redor do travesseiro que antes era a menor que estava, uma mania adorável que pegou com o tempo. Os pés de Toni pareciam cravados no chão, não conseguia ao menos se mexer, mas precisava ir ou então, ficaria para sempre.
Aproximou seu corpo da cama, abaixando-se e apoiando os braços na mesma, observando a respiração e serenidade no rosto da ruiva ao dormir. Levou a mão ao seu rosto tirando uma mecha de cabelo que atrapalhava sua visão e desejou ter sua câmera para registrar aquele momento. Havia muitas fotos de Cheryl, em todas situações possíveis, nunca iria se livrar delas, pois tamanha é a beleza dessa garota, é algo fora do normal.
— Eu amo você.
Murmurou, baixinho com medo de acorda-la. Seus lábios entraram em contato com a bochecha da ruiva, um beijo demorado o suficiente para sentir o gosto salgado de uma lágrima. Afastou-se assustada, percebendo um choro silencioso da maior. Ela estava acordada. Mordeu a parte de dentro da sua bochecha, segurando seu choro.
— Cherry...
Toni a chamou.
— Não.
Interrompeu, a voz arrastada e chorosa.
— Só... Vai embora.
Pediu, afundando o rosto no travesseiro. Seu último desejo era não ver Toni deixa-la e não iria, chorando baixinho contra o travesseiro que a morena estava, sentindo seu cheiro. A mesma a encarava, uma pequena esperança de que Cheryl fosse levantar e dizer que iria com ela, pelo menos se despedir antes da mesma embarcar. Suspirou, percebendo que não aconteceria, afinal a ruiva ainda era orgulhosa o suficiente.
— Se cuida, amor.
Sussurrou derrotada, pegando suas chaves e celular, beijou sua testa sentindo pela última vez a pele macia da ruiva em seus lábios. Lágrimas caíram assim que se afastou, doendo no peito ter que deixar a garota que ama para sempre. Infelizmente um sentimento de que nunca mais fossem se ver se apossava de seu coração despedaçado. Desejava com toda sua alma que estivesse errada.
Cheryl sentia que a ardência em seu peito era interminável, os olhos de Toni vinham a sua mente, o seu cheiro, o toque, tudo fazia seu coração se despedaçar cada vez mais. Na cama, ouviu o momento em que a porta se fechou, esbravejando contra o travesseiro. Um soluço escapou por seus lábios, enquanto tudo que pensava era:
Ela se foi.
|Oi, pessoal.
Chegamos ao final de mais uma fanfic e eu quero agradecer por todos incentivos, votos, comentários, mensagens... Vocês foram incríveis! Be my Forever(estou em uma luta com wattpad pra deixar esse nome) se tornou minha fanfic mais conhecida e é tudo por culpa de vocês, muito obrigada pela divulgação e estarem comigo nessa porque sem vocês não seria nada.
Infelizmente, eu queria um final triste para essa fanfic, sei que é doloroso para vocês, mas acreditem que para mim também é eu amo vê-las juntas.
Bom, só queria realmente agradecer a quem me acompanhou, acompanha e ainda vai acompanhar minhas histórias, vocês me dão um gás enorme e é isso, obrigada.
Ah, eu já ia esquecendo.....
VAI TER SEGUNDA TEMPORADA SIM.
Quando eu tiver o primeiro capitulo, venho avisar vocês aqui e bem... Desculpe pelas mentiras, mas desde o início eu planejava uma segunda temporada. Só queria deixar um suspense e gostinho de quero mais. Vejo vocês qualquer hora, provavelmente começarei a postar semana que vem. Beijo, até!||
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