Está me ameaçando?
Em Thistlehouse Toni se atrapalhava em meio aos vários armários da cozinha, procurando tudo de comer que poderia oferecer a Cheryl aquela hora da manhã. Acordou primeiro que a ruiva, deixando a mesma na cama em um sono tranquilo e decidiu agrada-la um pouco ao levar café para mesma. Aparentemente ficava difícil quando não se sabia onde estavam guardadas as coisas, tendo que abrir porta por porta.
— Toni?!
Pulou de susto com a voz que se fez presente na cozinha, ao virar seu corpo deu de cara com Mary cheia de sacolas nas mãos, seu olhar desceu para suas próprias roupas percebendo que estava apenas de regata e calcinha. Sentiu seu rosto queimar de vergonha.
— Oi.
Falou timidamente.
— O que está fazendo aqui?
Franziu a testa, colocando as sacolas sobre a mesa enquanto reparava na falta de roupas da mais nova. Ela se encolheu, desejando que um buraco se fizesse abaixo de seus pés para cair dentro e fugir dessa situação.
— Ahn.. – coçou a nuca. — Eu e Cheryl estamos juntas, nós conversamos ontem.
— Entendi.
A mais velha murmurou desconfiada.
— Estava procurando alguma coisa?
— É... Eu... Queria fazer um café para levar pra ela.
Falou completamente nervosa com o olhar de Mary em si, a mulher que sempre foi tão gentil parecia analisar cada movimento seu como se estivesse fazendo tudo errado.
— Eu faço o café, trouxe pão fresquinho, mas antes vou dar uma olhada na Nana.
— Já olhei!
Toni respondeu rápido, assustando Mary.
— Quando levantei passei no quarto dela, ainda estava dormindo.
Deu de ombros, a mais velha assentiu ainda a analisando. Sua atenção foi as sacolas que trazia, sempre preenchia o estoque de Cheryl, sabendo exatamente o que falta ou não na casa. Toni bateu o pé, mordendo os próprios lábios incomodada com a maneira que Mary estava desconfiada.
— Eu posso ajudar...
— Você deveria colocar uma roupa, na verdade.
Interrompeu a garota, a mesma assentiu freneticamente caminhando em direção as escadas. Mary suspirou quando a mesma saiu do cômodo, se perguntando porque não via maldade nenhuma em Toni. Ela magoou sua menina, tinha que parecer durona e demonstrar o que acontece quando mexem com sua protegida.
Quando a mais nova voltou agora vestindo uma calça, Mary já colocava as coisas preferidas de Cheryl em uma bandeja. Suco de laranja, pães e frutas, Toni observava tudo atentamente com medo de pronunciar alguma palavra. Estava com medo da maneira que a mais velha poderia lhe tratar, nem ao menos podia tentar se desculpar pois sabia que estava completamente errada.
— Pronto!
Anunciou, pegando a bandeja em mãos e a alcançando em direção a Toni que prontamente pegou, mas Mary não a soltou encarando fixamente os olhos castanhos da mais nova.
— Se você a magoar novamente, eu juro que te mato, Antoniette.
Ameaçou, o tom duro da mulher fez Toni engolir a seco sentindo que se o fizesse aquelas palavras com certeza se concretizariam. Mary soltou a bandeja após a morena assentir, caminhando o mais rápido que conseguiu para fora da cozinha estava sentindo o ar faltar naquele local.
Adentrou o quarto de Cheryl ainda sentindo o peso das palavras de Mary, tinha convicção que não iria magoar a ruiva, mas queria de alguma forma o apoio da mulher que ela mais confia. Um suspiro escapou por seus lábios com a visão da garota deitada de bruços, o lençol enrolado em suas pernas deixando o corpo escultural coberto apenas por uma lingerie. Os cabelos ruivos estava esparramado pela cama e Toni desejou ter aquela visão todas as manhãs.
Deixou a bandeja sobre o criado-mudo, engatinhando pela cama e distribuindo beijos, desde suas canelas parando para morder sua bunda e continuando até chegar em sua nuca. Cheryl ronronou como uma gata, arrancando um sorriso de Toni que beijou seu pescoço observando sua pele se arrepiar.
— Bom dia, Cherry.
Sussurrou, deslizando seu nariz pela bochecha da ruiva sentindo seu cheiro doce logo pela manhã. Ela com certeza poderia acordar com Cheryl ao seu lado pelo resto de seus dias.
— Bom dia.
Resmungou, sem ao menos abrir os olhos.
— Eu trouxe café.
Cheryl abriu seus castanhos com dificuldade se perguntando quando Toni saiu da cama que não viu. Virando seu corpo, encarou a garota a cima de si quase gemendo de satisfação ao tê-la tão perto.
— Dorminhoca.
Toni zombou, colando seus lábios nos da ruiva.
— Me deixe, TeeTee.
Murmurou, manhosa coçando seu olho. Toni quase a pegou no colo pelo tom rouco e manhoso que lhe deixou completamente boba. Deixou mais um selinho nos lábios grossos, desejando não se separar nunca da mais alta. Levantou da cama, pegando a bandeja em mãos e voltando para Cheryl que sentava encostando suas costas na cabeceira.
— Mary já chegou?
— Como sabe?
Toni franziu a testa.
— Não havia nada disso em casa.
Deu de ombros, pegando o copo de suco em suas mãos e bebericando do líquido doce em sua boca. Tomaram café juntas, Cheryl estava mais falante ou era Toni que estava quieta demais. Pelo menos era o que a ruiva pensava, observando a morena nem ao menos prestar atenção no que estava falando, parecia no mundo da lua.
— Algo de errado, TeeTee?
Perguntou, uma leve insegurança lhe invadindo.
— Mary está realmente brava comigo.
Murmurou derrotada.
— Ah, é isso. – suspirou aliviada. — Não se preocupe, é questão de tempo até ela ver o quanto você está me fazendo bem.
— Eu estou?
Arqueou as sobrancelhas.
— Mais do que imagina.
Tocou o queixo da morena, a puxando para lhe dar um beijo. Toni suspirou em meio ao mesmo, se convencendo de que Mary a aceitaria mais cedo ou mais tarde pois não tinha planos de machucar Cheryl de maneira alguma. Quando desceram para o andar debaixo, a ruiva beijou a bochecha de sua protetora lhe desejando um bom dia e fez o mesmo com Nana que já se encontrava sentada em sua poltrona assistindo televisão.
A morena resolveu ficar lado de Nana enquanto Cheryl interagia com Mary na cozinha, pareciam em um papo realmente interessante e era, falavam exatamente de Toni que não conseguia ouvi-las da onde estava.
— Você sabe o que está fazendo?
— Eu sei, Mary. – deu de ombros. — Ela me faz sorrir como nunca, você mesma vê isso.
— Só não quero te ver machucada.
Murmurou, lembrando da maneira que a mais nova ficou quando aconteceu o episódio do vídeo. Nem mesmo Penélope havia a magoado de maneira tão assustadora, era como se a ruiva tivesse sido pisada.
— E não vai. – Cheryl assegurou. — Toni é incrível, de mais uma chance a ela, por favor.
Pediu juntando as mãos, o que mais queria era a mais velha tratando bem a garota que gosta é como ter o apoio de sua mãe. Mary suspirou, rendendo-se a cara de piedade que Cheryl fazia.
— Tudo bem!
Falou, a ruiva sorriu largo lhe abraçando e enchendo de beijos. Mary riu da animação da garota, ela estava realmente apaixonada por Toni, nunca a viu defender ninguém com tanta vontade. Cheryl caminhou para a sala, a morena olhava em seu celular enquanto trocava algumas palavras com Nana que mal prestava atenção. A ruiva sentou ao lado da mais baixa, a mesma a olhou guardando o aparelho no bolso enquanto suspirava.
— O que houve?
— Minha mãe me mandou mensagem, começo no Southside segunda.
Forçou um sorriso, não era ruim ir para uma escola nova, mas era ruim ficar longe de Cheryl. A mesma sentiu o peso que aquelas palavras tinham, formando uma preocupação evidente em seu rosto ao imaginar como seriam daqui para frente. Elas estavam apenas começando algo, conhecendo uma a outra e já teriam que lidar com a distância isso realmente a frustrava.
— Cherry...
Toni sussurrou ao perceber que a garota estava chateada.
— Posso levar você?
Perguntou arrancando um olhar confuso da morena.
— No primeiro dia, posso te levar? Eu não conheço a escola ou onde fica, mas gostaria de saber agora que vai estudar lá.
— Claro. – Toni falou, sabendo que havia algo mais. — Mas é só por isso mesmo?
Arqueou as sobrancelhas lembrando de sua cisma com Peaches.
— Por que mais eu iria?
Fingiu um desentendimento, Toni deu uma risada negando. Nunca conseguiria dizer “não” a ruiva ainda mais em uma situação onde a mesma parece insegura. Faria de tudo para continuar com o que estavam construindo aos poucos, inclusive a confiança uma na outra.
_____
As mãos de Cheryl se fecharam contra o volante assim que estacionou com o carro em frente a nova escola de Toni, as paredes pichadas e a falta de grades ao redor da escola faziam a ruiva suspirar insatisfeita. A morena não precisava passar por isso, tinha dinheiro o suficiente para estar em Riverdale High, mas aquele diretor insuportável a expulsou.
— Você quer entrar comigo?
Toni perguntou, encostando sua cabeça no banco do carro para encara-la melhor. Cheryl se sentia uma inútil por não conseguir manter aquele rostinho lindo perto de si todas as manhãs, mas ainda não havia desistido.
— Eu acho melhor não, se não irei me atrasar e tenho que buscar você depois.
Justificou, percebendo a movimentação dos alunos que passavam encarando a Blossom como uma intrusa. Toni sabia que de fato Cheryl estava com receio do local, enquanto ela achava que provavelmente se sentiria melhor ali do que em Riverdale High.
— Tudo bem, eu preciso entrar porque a Peaches deve estar me esperando. – Cheryl desviou o olhar ao ouvir aquele nome. — Ela vai me mostrar a escola.
— Ela é sua colega?
A ruiva perguntou, não haviam conversado sobre isso para a mesma já era incrivelmente ruim ter Peaches na mesma academia que Toni, queria dizer que não, mas incomodava a ter tão perto da morena.
— É sim.
Confirmou, vendo o maxilar de Cheryl trincar.
— Isso te aborrece? Digo...
— Não, tudo bem! – interrompeu Toni. — Não é como se você tivesse que ser fiel a mim, não somos namoradas ou algo do tipo.
Cheryl ao menos percebeu a maneira com que aquelas palavras saíram por sua boca, Toni a olhou em analise lembrando da conversa que tiveram sobre ir com calma porque nenhuma das duas já esteve em um relacionamento sério. Mas pensava que de fato nem precisava deixar claro que seria fiel a ela, todas as vezes que declarou a querer e que seus sentimentos só aumentam pareciam fazer por si só. As palavras da ruiva realmente a machucaram, dando a entender que a mesma não seria fiel a ela.
— Preciso ir.
Anunciou, levando a mão para abrir a porta. Cheryl a segurou, impedindo de sair do carro sem se despedir direito e percebeu que Toni não a encarava. Franziu a testa confusa com seu comportamento, estavam tão bem a segundos atrás.
— Falei algo errado?
Perguntou murmurando.
— Você quer ficar com outras pessoas além de mim?
A morena a olhou, indagando.
— Eu não quis dizer isso!
— Mas pareceu.
Forçou um sorriso.
— O que quer que diga? – alterou seu tom. — Que vou ficar feliz da Peaches ter mais sua atenção do que eu? Ela vai estar na sua escola nova e na academia. Eu nem sei se vamos nos ver durante o dia.
Reclamou, realmente chateada.
— Só quero que acredite quando digo que quero você.
— Como? Você nunca foi de uma só!
Cheryl tinha um sério problema em falar coisas sem pensar e talvez Toni acabará de perceber isso, sentindo-se magoada com as palavras da ruiva. A mesma se arrependeu alguns segundos depois, tentando tocar na morena que desviou.
— Eu realmente preciso ir.
Falou, colocando a mochila no ombro e saindo do carro de Cheryl.
— TeeTee...
Chamou a mais baixa em uma ultima tentativa para se desculpar, seu peito se encheu de esperança quando a mesma apoiou-se na janela de seu carro a encarando, abriu a boca para se desculpar, mas Toni foi mais rápida.
— Você também nunca foi de uma só e nem por isso eu deixo de acreditar em nós!
Falou calmamente, mas Cheryl podia sentir o quão duras suas palavras eram, sem esperar respostas Toni caminhou para dentro da escola não entendendo o surto da ruiva sem motivo. Poderia ter ciúmes da Peaches, mas se não confiava nela do que adiantava tentar algo? Suspirou, com o pensamento tentando focar em seu novo ambiente.
Cheryl bateu no volante, irritada consigo mesma, com Peaches e com o diretor. Era como se tudo colaborasse para a deixar louca, fazendo a mesma descontar em Toni que de certa forma não tinha nada haver com isso. Dirigiu para Riverdale High, focada em tentar levar a morena de volta para a mesma.
Em passos rápidos, adentrou a sala de Honey sem ao menos ser anunciada. Seus saltos ecoavam no chão pela forma dura que pisava, completamente fora de si com a situação que se encontrava.
— Traga Toni de volta.
Bateu a mão na mesa do diretor assunto o homem que nem havia percebido sua aproximação. O olhar de Honey subiu para o rosto de Cheryl, ele riu negando a ousadia da aluna.
— Você quer ser expulsa também?
— Nunca me expulsaria, você sabe o quanto os Blossom foram e ainda são muito importantes para a escola.
Retrucou sabendo muito bem que a empresa do seu pai já patrocinou muitos eventos da Riverdale High inclusive o seu time de futebol, as lideres de torcida... Ele não teria coragem.
— Está me ameaçando?
O mais velho perguntou, alterando seu tom.
— Senhor Honey.
Apoiou as mãos sobre a mesa, inclinando-se para fixar seu olhar no diretor.
— Eu só quero que pense melhor sobre a expulsão de Antoniette Topaz.
Forçou um sorriso.
— Escute bem, senhorita Blossom. – ele levantou, a encarando. — Está feito, a Topaz está expulsa e não tem como voltar atrás, se ousar me ameaçar novamente... Eu juro que te expulso também.
Decretou, Cheryl revirou os olhos mordendo a parte de dentro de sua bochecha. Ajeitou sua postura, saindo da sala do diretor as pressas. Faria de tudo para Toni voltar, mas ser expulsa de Riverdale High seria seu maior pesadelo, precisava pensar em alguma forma de trazer a morena para perto de si novamente.
_____
Na nova escola Toni além de Peaches como sua colega havia também Sweet Pea, o seu quebra galho para quando sua moto estava estragada. A morena gostou da nova escola, era muito diferente de Riverdale High, menos regras e cobranças, o pessoal todo era gentil com todo mundo. Sem populares, lideres de torcida ou time de futebol. As únicas coisas que realmente sentia falta era de Jughead, o jornal e Cheryl. Passou a manhã inteira com a ruiva na cabeça, pensando sobre a pequena discussão que tiveram no início da manhã, mas por vezes seus novos colegas a fizeram espairecer.
Ao saírem do prédio e caminharem pelo gramado rindo de uma bobagem que o grandão havia falado, o sorriso de Toni sumiu ao ver o carro vermelho estacionado lhe esperando. Pelo carro não ter proteção em cima, conseguia muito bem ver o olhar de indiferença de Cheryl para qualquer um que passava perto de seu veículo. Peaches percebeu que havia algo errado, cutucando a mais baixa com o cotovelo.
— Problemas no paraíso?
Brincou com a amiga, lembrando de quando a mesma falou que se sentia no céu ao lado da ruiva. Por vezes Peaches ainda lhe lançava alguns flertes sutis, nada a impedia sabendo que as garotas não estão namorando.
— Ah, não! – olhou para a amiga. — Ela apenas não queria... Você sabe.
— É, eu sei muito bem. – parou cruzando os braços. — Berço de ouro é foda!
— Não fale assim.
Toni defendeu Cheryl.
— Ela só não quer estar longe.
Deu de ombros, trocando um olhar rápido com a ruiva que observava a interação das duas. Se perguntava que tanto assunto tinham que Toni não havia ido de seu encontro ainda, batucou os dedos no volante lembrando da discussão de mais cedo.
— Enfim, preciso ir. – abraçou Peaches. — Te vejo na academia mais tarde, tchau Sweet!
Acenou para o grandão, os novos colegas apenas acenaram de volta observando a mesma caminhar em direção ao carro da Blossom. Sweet Pea ainda se lembrava da vez que as duas foram em uma festa organizada por ele, nunca imaginou que Toni ficaria com a ruiva, não parecia fazer seu tipo.
— Oi, Cheryl.
Toni falou adentrando o carona, a ruiva revirou os olhos pelo seu nome estar no lugar do apelido. A morena aparentemente ainda estava brava e isso a chateava, não queria a mais baixa se afastando ainda mais.
— Oi.
Murmurou, dando partida no carro. Toni resolveu ignorar a forma seca que Cheryl falava com ela, quem estava errada não era a mesma para ter que se desculpar e a ruiva teria que descobrir isso. Ao dirigir para a casa da mais baixa, a ruiva estacionou o carro perto de um parque. Havia pouco movimento, estava ótimo para terem a conversa que queria, mas continuaram no veículo.
— Eu não quis dizer aquilo hoje de manhã.
Cheryl murmurou virando seu corpo para encarar Toni que não a olhava, as pessoas que atravessavam a rua e os passarinhos voando de uma arvore para a outra pareciam ser mais interessantes que a ruiva ao seu lado. A mesma teve uma longa conversa com Veronica que faltou lhe bater por dizer tais coisas a morena.
— TeeTee, me desculpa.
Pediu, desesperada com a falta de palavras da garota ao seu lado. Suspirou com o silêncio, passando tanta coisa em sua cabeça que imaginava que Toni já havia até mesmo desistido das duas. Virou seu corpo de frente para o volante novamente, pronta para virar a chave e voltar a dirigir.
— Você precisa aprender a filtrar as coisas que fala.
Toni finalmente quebrou o silêncio, virando seu rosto para encarar Cheryl.
— Sei que nunca esteve em um relacionamento, é tudo novo para você, mas tem que saber que certas coisas machucam.
— Eu nunca iria querer te machucar, Toni.
— Sabemos, mas você ao menos pensa para falar? Você insinuou duas vezes que não sou fiel ou que não sou capaz de ser. – relembrou, demonstrando seu ponto de vista. — Deveria tentar escutar mais.
O tom de Toni fez a ruiva se calar, abaixando o olhar para as mãos e brincar com os dedos da mesma. A morena estava realmente brava com ela e sentia seu coração apertar só com a possibilidade de perde-la. Nunca foi de ficar sem retrucar alguém, mas era Toni, talvez a única garota que tem seu total respeito. Topaz inspirou acalmando-se e se praguejando por soar tão dura com a mais alta, Não tinha necessidade de deixar Cheryl tão culpada.
— Cherry, está tudo bem agora.
Falou, tocando o queixo da garota e a puxando para encara-la, seus castanhos estavam mais brilhosos que o normal um aviso de que iria chorar. Toni esfregou a mão livre em seu próprio rosto, xingando-se mentalmente.
— Eu sei que é difícil pra você, não precisa chorar.
— Entendo se quiser terminar, se é que temos algo pra terminar.
Deu de ombros desviando o olhar de Toni novamente, uma lágrima solitária escorreu por sua bochecha fazendo o coração da morena se despedaçar. Puxou a ruiva para seus braços, acolhendo a mesma e afagando seus cabelos. Não sabia se Cheryl estava mais sensível que o normal, se foi muito dura ou os dois.
— Nós não vamos terminar, Cheryl. – sussurrou beijando o topo de sua cabeça. — Nós discutimos, isso ainda vai acontecer muitas vezes.
— Você parecia tão brava.
Falou, o rosto entre o pescoço e o ombro da morena.
— É, mas não estou mais. – afastou-se para a encarar. — Estamos bem!
— Parece lidar tão melhor com a situação, essa distância vai me matar.
— Eu prometo que vamos nos ver todos os dias.
Toni segurou seu rosto entre as mãos, beijando seus lábios de forma calma apenas para lhe demonstrar o quanto tudo iria se ajeitar. Cheryl suspirou em sua boca, tocando a cintura da morena e a puxando mais para perto. Antes que a ruiva pudesse se aproveitar ainda mais de seu beijo, a mais baixa as separou olhando nos castanhos que a faziam suspirar.
— Vamos fazer dar certo.
Assegurou, a ruiva concordou voltando a beija-la.
|Ai essa distância...|
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