Capítulo 9: Lamento...
Ao final de quase duas horas...
Sofia passava as paginas devagar para não as danificar, aqueles jornais eram mais velhos que ela!! Aqueles pedaços de papel amarelo tinham mais de 20 anos!!
Passou os que não interessavam à frente tentou apenas procurar os de apenas à 10 anos para cá, que continuavam a ser imensos já que era um jornal diário ou semanal... o que importa é que era imensa informação!
- Achei!!- Disse com entusiasmo.
- Chamou?- Sofia começou a ouvir passos na sua direção.
- Não, não!! Eu encontrei finalmente um livro que o tio Charles me lia quando eu era pequena...- Inventou.
- Tudo bem.- Justin voltou para trás.
Sofia continuava ajoelhada no chão a folhear o jornal com grande rapidez:
12/7/2012 "Foi à 4 anos..."- Sofia fazia cálculos para si.
Acidente mortal na Rua Henrique VII
Um BMW de 2008 chocou contra um autocarro. O transporte publico trazia apenas 4 passageiros com o condutor e o automóvel transportava 2 pessoas.
As vitimas do autocarro sofreram ferimentos ligeiros, embora o condutor e um outro passageiro tenham tido a morte a caminho do hospital, quando ao veículo de pequeno porte sabe-se que trazia o condutor do sexo masculino com um passageiro do sexo feminino, a qual teve morte imediata. O condutor está nos cuidados intensivos do hospital. Ainda estão por apurar as causas do acidente recordando que nesse mesmo dia estava a chover.
"Ok... já fizemos progressos... mas continuou sem nada! Que curiosidade..."
- A culpa foi minha se é a resposta que procura.- Sofia ouviu a voz de Justin atrás de si e levantou-se depressa.
- Não, não era bem isso... olha, eu não quero magoar ninguém, eu já parei com isto.- Sofia olhou para os jornais abertos.
- Eu tinha começado à alguns meses nos serviços secretos, ela chamava-se Catherine e era psicóloga criminal e era um ano mais velha que eu, embora tenhamos feito o curso juntos; aliás sempre nos conhecemos desde pequenos.- Justin contava tudo com imensa severidade e com uma cara de pedra.
Sofia viu que Justin tinha os olhos a lacrimejar.
- Eu tinha 18 anos, feitos à poucas semanas. Nós éramos namorados à 3 anos e dávamos-nos muito bem. Nessa quarta-feira tínhamos ido jantar fora e estávamos a discutir por alguma coisa, então eu vi luzes fortes no meio da chuva, mas o carro escorregou e não fez a curva...- Justin parou e olhou para baixo.- O resultado foram vários mortos, incluindo a rapariga que eu amava e com quem eu sabia que queria ficar para sempre. Este é o meu primeiro ano depois do sucedido, pude voltar a trabalhar porque o tribunal percebeu que a culpa não tinha sido minha, pelo que percebi o motorista do autocarro, também estava embriagado. É isto, a Sofia perdeu parte do seu povo, eu perdi os meus pais em pequeno, a Catherine à 4 anos... tudo o que me resta é o meu emprego, e posso dizer-lhe que tive para desistir de tudo.- Justin parou e virou-se para a enorme janela atrás de si.- Eu estive perto de um mês no hospital, nunca ninguém me disse nada acerca da Catherine, quando sobe que tinha morrido, eu... eu...
- Justin, não era minha intenção... eu lamento muito.
- Isso não a vai trazer de volta... isso não os vai trazer de volta.- Justin voltou para o inicio da biblioteca sem dizer mais nada.
Sofia estava destruída, ela e a sua enorme curiosidade... Caiu de joelhos no chão. Justin tinha este semblante simpático e prestável, mas era triste por dentro. Tinha perdido todos os que amava Sofia lamentava um bilião de vezes pela sua enorme cusquice, não queria prejudicar ninguém...
Olga chamou para jantar, Sofia desceu mas Justin ficou mais um pouco na biblioteca e olhou para o jornal no chão que mostrava os destroços do acidente; não conseguiu aguentar mais as lágrimas:
- Desculpa. Do fundo de todo o meu ser: infinitos biliões de desculpas.
E foi jantar.
- Justin, hoje parece um pouco cabisbaixo, está tudo bem?- Perguntou a cozinheira.
- Sim, não estou nos meus dias... nem com muita fome.- Disse olhando para o prato ainda com comida.
- Aceita um café? Um chá?
- Um chá por favor Natércia, por favor.- Pediu com um sorriso.
A cozinheira levantou-se e foi fazer o chá, Justin estava distraído a rodar o seu anel de ouro no dedo.
- Não pense mais nisso.
- O quê?- Justin ligou-se.
- Isso queria eu saber! Concentre-se homem!!- Disse Natércia para o animar.
- Eu estou concentrado. Só não estou de bom humor...- Disse olhando o chão antigo da cozinha.
- Um coração partido?! Se é a princesa, tenho a dizer-lhe que a miúda é muito cega se não olha para si!
- ÓÓ!! Natércia não comece com as suas manias casamenteiras. Eu estou só a trabalhar, eu aqui não estou apaixonado por ninguém!!- Disse levantando as mãos em sinal de rendição.
- É preciso eu o provocar para espevitar... isto está bonito, está!- Olga entregou-lhe o chá e o açúcar.- Tem aqui, e não exagere no açúcar, que não faz bem à noite.
- Obrigado Natércia!
Justin bebeu o chá e foi direito ao salão de jantar.
*
- Então, como foi Londres?- Perguntou Kate.
- Muito fixe! É uma cidade muito pacata e tem algo de místico... eu gosto. Diverti-me muito.- Disse com um sorriso forçado.
- Onde é que foste?- William.
- Todo o lado, menos à London Eye: tenho pânico de alturas!
- Isso é o melhor de tudo: metes-te lá em cima e mergulhas para o rio!- Disse George.
- E já viste alguém fazer isso?
- Já. Nunca os vi foi voltar à superfície... devem ser metade sereias...- Disse o rapaz a delirar.
- Mas algo não está bem...- Disse a tia.- Não tens a melhor cara do dia...
- É... foi um bocado cansativo...- Sofia tinha o prato limpo. Por muito mal que estivesse, podia estar a morrer, mas nunca lhe afetava o apetite, o sono sim, o apetite não.
- Alguém está apaixonado...- Provocou Kate na brincadeira.
- Até podia ser, Londres tem um rapazes bem giros, mas o Justin tem-nos num raio de quilómetros!!- Disse chateada.
Todos riram, mas o sorriso de Sofia foi forçado.
Charlotte entregou o seu peluche:
- Toma.
- Obrigada, Charlotte.- Sofia pegou-lhe e olhou-o. Era parecido com o seu, com o que tinha em pequena e sorriu.
- O Justin pode metê-los a quilómetros, mas está bem pertinho de ti...- Continuou Kate.
- Onde é que querem levar a conversa?- Disse de forma rude.
- Nada, nada... mas conta lá... tu gostas dele!- Disse.
Todos olharam para Kate e para Sofia. William deu uma cotovelada à esposa em tom de repreensão:
- Não... Não, não gosto. Quer dizer ele é um ótimo amigo, mas nada mais para além disso. Somos muito diferentes... não combinamos.- Disse cabisbaixa.
- Então sempre posso dizer a uma amiga minha que ele está livre...- Disse Harry despreocupado.
- Está e vai sempre estar. Essa tua amiga é uma sortuda se conseguir o Justin, ele é muito prestável...
- Não malta, está limpa!- Disse Harry.
- Essa fui eu que te ensinei, menino!- Resmungou Charles.
- O quê?- Disse Isabel.
- Se ela fizesse uma gritaria do tipo: "Podes mandá-la dar uma curva! O Justin é meu!!" e assim e assado... quer dizer que estava a mentir. Mas está a ser sincera.- Respondeu Charles.
- Eu sou sempre sincera e também não acho ético estar a discutir isto... imaginem que ele aparece aqui? Como é que nos arranjávamos, ia ficar morta de vergonha e dizia o quê: "Ups, desculpa!! A minha família real é meio louca!"?
- Ela ficou nervosa...- Disse William.
Ouviu-se bater à porta do salão de jantar:
- Entre!- Disse a monarca.
- Posso retirar-me?- Perguntou Justin com as mãos atrás das costas.
- Sim, boa noite Justin.- Disseram todos.
- Boa noite para vocês também!- Disse com um sorriso e fechando a porta de seguida.
Sofia estava vermelha de vergonha:
- Sof, tu estás vermelha...- Provou William.
- Claro que estou!! Se estivessem a falar de ti desta forma não se sentias mal?!
- Não... acho eu.
- Eu vou deitar-me!
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