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Capítulo 82: Papás

- Eu estou tão nervosa Sofia!- Disse limpando as lágrimas a um lenço.

- Eu sei.- Sorri.- Eu estive assim à um ano e um mês.

- E se der errado?

- Não vai. Tu és perfeita Keira. O Chris ama-te!

- Achas que o vestido me faz parecer gorda?

- Claro que não Keira, estás perfeita!

O meu telemóvel apitou e li a mensagem do Justin.

- O Justin está à minha espera. Tem calma.- Abracei-a com força e fui para o meu lugar.

- O Chris parece uma menina!- Riu.

- A Keira está igual!

A cerimónia começou, e a Keira estava deslumbrante naquele vestido.

Aquela marcha nupcial... à uns meses era comigo.

O Justin entrelaçou os seua dedos nos meus.

- Estás linda.- Murmurou no meu ouvido.

Sorri e beijei-o, mas tinha uma espécie de pressentimento que algo não estava bem.

...

- E vós Christian...- Senti uma dor muito forte que me fez encolher e gemer baixinho.

- Sofia!- O Justin estava assustado... e eu também.

Olhei para chão. OH NÃO!! AGUENTA CRIANÇA FALTA UMA SEMANA!

- Justin, rebentaram-me... as águas!!- Disse dormente.

Eu nunca tinha sentido uma dor tão intensa na minha vida.

- Oh Deus!! Anda!- Ajudou-me a levantar e saímos pela porta lateral. Ainda assim atraídos todos os olhares e mais alguns.

- Kit!- Disse para o relógio e logo o carro apareceu. Nem foi preciso esperar nada.

Nós viemos no Kit. Eu senti um pressentimento, mas nunca pensei que fosse dar à luz!!

Entrei e as dores estavam mais fortes.

- Ah!!- Esta foi forte.

- Aguenta amor... Estamos quase!!

- Vê mas é se não te espetas num muro, Justin Bieber!!- Disse tentando controlar as contrações.

- Como é que aconteceu?! Falta uma semana!- Disse passando um sinal vermelho. Ele ia a toda a velocidade, mas com as luzes de segurança.

- SE FALTASSE UMA SEMANA EU NÃO ESTAVA AQUI EM TRABALHO DE PARRO, NÃO É?!

- Eu vou ignorar os gritos, porque percebo que te esteja a doer.

- ESTE VESTIDO FOI UM ROUBO!!- Gritei.

- Respira fundo amor. Está quase...

- CALA A BOCA BIEBER!!

- Já calei...

- Merda do hospital, que nunca mais chega!- Resmunguei.- Aff... Aff... Uff... Aff...- Tentava controlar a respiração e as contrações.

- Chegámos Sofia. Estás a ir muito bem. Estou orgulhoso!!

- Justin...

*

Fui chamar uma enfermeira que logo trouxe uma cadeira de rodas e com custo lá conseguimos sentá-la.

Eu vou ser pai, porra!! Eu sentia-me suar por todo o lado!

E se corresse mal?! E se eu perdesse a Sofia e o bebé no parto?!

Ai não!! Isso não!! Isso não vai acontecer!

Pelo que a médica disse a Sofia ainda não tinha uma dilatação suficiente para ir já para a sala de partos.

Foi para uma sala ligada ao soro enquanto espera.

Decidi ir buscar um copo de água para me acalmar. Mal sucedido: estou tão nervoso que mal consigo acertar com a água dentro do copo!

Ok, vamos mas é apoiar. Eu estou tão nervoso!

- Olá!- Sussurrei e sentei-me ao lado dela, agarrando a sua mão, entrelaçando os dedos e apertando não com muita força.

- Olá.- Sorriu fraco.- Desculpa ter gritado contigo.

- Não faz mal. Algo me diz que isto ainda nem começou.

Ela tenvava não se desconcentrar ou as contracções doíam-lhe mais. Pela sua teoria.

- Estás a tremer?- Perguntou com um pequeno sorriso.

- Não.- Disse depressa todo atrapalhado.

- Não faz mal estar nervoso.- Beijou-me.- Mas sou eu que estou a entrar em trabalho de parto.

Sorri ao ouvi-la.

- Aghrt!!- Disse segurando a barriga com alguma força e sustendo a respiração.- Estão mais fortes.- Gemeu.

- Está quase.- Disse tentando aliviá-la.

O meu telemóvel tocou e eu atendi metendo em alta voz:

- Sim, Grace?

- Está tudo bem? O que é que se passou? Saíram a meio e a Sofia não estava bem.

- A Sofia entrou em trabalho de parto, Grace.

- O QUÊ?! FILIPE VAI BUSCAR O CARRO!! Vocês têm a mala com as coisas do bebé?

- Ham... Não. Está na primeira porta do lado esquerdo do closet do nosso quarto.

- Tudo bem. Manda a Sofia manter a calma, respirar fundo é o importante...

- E não te ofendas se ela gritar contigo, te espetar as unhas e se passar. É natural que aconteça.- Parecia um conselho valioso vindo do Filipe.

- AAAAAAAAAA!!- A Sofia estava mesmo aflita.

- Tenho de ir!- E desliguei.

- Justin!!!

- Estou aqui! Eu estou aqui princesa.- Tentei tranquilizá-la.

- Está a doer muito!!

- Eu sei que sim, amor. Mas e pelo nosso filhote. Está quase, aguenta só mais um pouco...

...2:30 depois...

- Justin!!- Ela estava prestes a comer a minha cabeça.

- Está quase...

- ESTÁS A DIZER-ME ISSO À HORAS!!

- Eu sei, mas é preciso.

A enfermeira entrou pela centésima vez no quarto e olhou por baixo da bata, tocando-lhe.

A Sofia gemeu de dor intensamente. Até me chegou a doer a mim!

- Está na hora.

- Aleluia!- Disse tentando aliviar um pouco, mas em vão. As contracções estavam a matá-la.

Pegou na cama e conduziram-na para a sala de partos.

- O pai quer assistir ao parto?

- Sim!- Disse sem vacilar e vesti as roupas azuis que me mandaram.

Inclusive aquela toca toda maricas.

- Muito bem, é agora amor. Respira fundo e tem calma.- Encorajei.

A Grace e o Filipe estavam à espera lá fora à imenso tempo e algo me diz que vão continuar.

- Faça força Sofia.- O médico disse.

A Sofia tentou o máximo que pode, mas aposto que a força foi toda para a minha mão.

A minha mulher gritava, berrava e chorava de dor e isso dava cabo de mim, ainda que sabendo que era normal e necessário para o nascimento do meu filho.

- Mais um pouco.- Insistiu.

A Sofia estava tal e qual aquelas personagens de filmes de terror que caíam dentro de piscinas e corriam enquanto choravam... Não lhe digam que vos disse isto!

- Com mais força!

- Vá lá Sof!- Incentivei e senti-a a cravar as unhas nas minha mãos (desta vez de propósito).

Ela lá tentou novamente.

- Muito bem. Está quase, faça o máximo de força que tiver em si!!

Obedeceu no meio de lágrimas e começámos a ouvir um choro de um bebé.

A enfermeira pegou em mim, deu-me uma tesoura e eu cortei o cordão umbilical ao meu filho. Foi a melhor e mais marcante experiência da minha vida.

A Sofia chorava de felicidade e a enfermeira pôs-lhe o bebé ao colo. Fui ter com eles. Com a minha família.

- Não, não chores bebé.-Disse ela com a voz mais doce que pôde.

Eu chorava de felicidade ao vê-los. Era a minha família.

Entrámos aqui dois e saímos 3.

A enfermeira pegou no bebé para os normais procedimentos como limpar, medir, pesar... e a Sofia chorava no meu peito.

- Já passou, linda. Acabou.- Acalmei-a.

- Quer pegar-lhe?- Perguntou o médico.

Fiz que sim e o meu bebé foi depositado nos meus braços. Agora mais calminho.

- Olá Alex.- Sorri a meio do choro de felicidade. Eu fazia toda a força que tinha para não o deixar cair. Ele estava tão calmo...

- Ele é tão lindo Justin.

Eu sorri. Era verdade ele era um rapagão, o meu rapagão.

As contracções acabaram e a placenta saiu. Depois, a muito custo a Sofia foi tomar um banho e o nosso bebé para o berçário, enquanto eu metia os recém-avós ao corrente.

Eles estavam apreensivos e preocupados porque ouviram todos os gritos cá de fora.

...

- Foi péssimo!- Queixou-se aos pais.

Eu estava ao seu lado.

Ouvimos bater e um enfermeiro entrou com um berço e o nosso bebé dentro.

- Chegámos papás. Muitos parabéns primeiro e o vosso Alexander tem 3.240kg.

- É um matulão!- Soltou o meu pai surpreendido e eu ri.

- Sai ao avô!- Acrescentou a minha mãe.

- Em princípio terá alta amanhã e uma consulta com a médica. Algo simples, mais a nível nutricional, bem-estar para o bebé... Conselhos muito preciosos.- Sorriu.- Fiquem bem.- Saiu.

O Alex dormia um sono calmo ao meu lado. Sorri ao olhá-lo.

- Podemos?!- O Chris e a Keira apareceram.

- Está tudo bem?- Perguntei preocupada.

- Isso quero eu saber. Como foi?- Perguntou.

- Doloroso.- Respondi e os meus pais riram.

- Que fofinho!! É tão grande... Olha aqui Keira!!- O Chris parecia uma criança ao chegar à loja de doces. Embora mantendo o volume no mínimo.

O Alex acordou e começou a chorar.

- Own... vês o que fizeste Christian?! Meteste o teu afilhado a chorar!!- A Keira plantou as mãos nos quadris.

- Não tenho a culpa que tenha saído um fraldinhas como o pai!- Encolheu os ombros.

- Ei!! Eu não sou fraldinhas e o meu filho também não!!- Enervou-se.

- Aff... Calem a boca!- Explodi.

Baixei um pouco a bata e desapertei o sutiã de amamentação, começando a dar-lhe de mamar.

- Own!!- Foi algo emitido por todos e eu sorri.

O Justin sentou-se ao meu lado e eu sorri ao vê-lo. Beijou a minha testa com carinho e eu apoiei a minha cabeça no seu peito.

O Alex mamava com uma tranquilidade absoluta. Ainda de olhos fechados... tão frágil.

Eu sou mãe!!

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