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Capítulo 66: Inicio do treino

Sentámo-nos perto de um canteiro com rosas coloridas.

- Vais ser muito cruel comigo?- Perguntei com um sorriso de gozo.

- Se não te esforçares sim.- Riu.

- Aviso já para não esperares muito. Eu nem que quisesse podia virar um cavalheiro educado de lacinho ao pescoço.- Adverti e ela riu.

- Vai ser canja para ti, vais ver!- Tentou passar-me alguma confiança.

Eu tinha noção que ela gostava de mim assim, que não me estava a tentar mudar, mas queria que eu fizesse um bom papel à frente daqueles finórios todos, porque bem... nem mesmo ela gostava deles!

- Sofia...- Olhei as rosas brancas e depois olhei os seus olhos azuis. Acariciei o seu rosto de forma delicada e toquei os seus cabelos loiros.- Já... já pensaste em casar?

Uau! Que direto Biebs!

- Ham... bem, eu... realmente... é estranho perguntares isso, quer dizer, não tão estranho assim, mas... porquê a pergunta?

- É uma pergunta como outra qualquer.- Desviei a batata quente.

- Não, não é.

Ela tinha razão.

- Estamos juntos à quase 3 anos.- Disse olhando a relva.- Eu amo-te, queria saber se estás preparada para... o próximo passo.

- Eu... eu também te amo Justin, eu só... ainda não me tinha passado isso pela cabeça. Mas é verdade, nós já passamos tanta coisa juntos... eu só não esperava essa pergunta agora.

- Eu não te estou a pedir em casamento, só quero que penses nisso.- Selei os lábios nos dela.

...

Aqui estou eu, à beira da pior tortura, mas é pela minha namorada/pré-noiva.

- Ainda bem que chegaste!- Disse com um grande sorriso assim que me viu.

Iei!

Dei um beijo na sua bochecha e ela retribuiu. Senti o cheiro suave do seu perfume, era doce, mas não em demasia.

- Vamos começar pela dança.

Oh não!

- Sofia, eu não acho que seja boa ideia...- Disse quando ela pegou a minha mão para me levar para o salão.

- Justin, tu tens de pelo menos tentar.

Ela tinha razão.

- Estás pronto?

- Eu já nasci pronto.

- E é por isso que te amo.- Disse com um sorriso doce, olhando nos meus olhos.

A música começou a tocar e começou a dar-me instruções de como dançar.

- A dança principal vai ser a valsa, mas tem de todas, portanto temos de as treinar. Eu confesso que não sei as mais antigas.- Disse para me tranquilizar um pouco. 

Ela é princesa desde que nasceu e quer que eu acredite que ela não sabe as mais antigas?! Valeu o esforço.

Ela fazia algumas feições de dor quando eu a pisava sem querer.

- Ok... vamos tentar algo mais simples.- Ela já devia ter o dedão esmagado.

- Desculpa.- Disse constrangido.

- Não tem mal.- Disse de forma paciente.- Gostas de ritmos, Justin?

- Sabes bem que os uso para tudo o que faço.- Sorri. 

- Então vamos dar-lhes uso.- Pegou na minha mão direita e pô-la na sua cintura e fez com que a mão esquerda ficasse no ar. Depois pôs uma das suas mãos no meu ante-braço e encaixou a sua mão delicadamente na minha outra, que tinha ficado ali no ar, a fazer de apoio às moscas.

Tínhamos uma distancia demasiado grande entre nós, mas que é que posso fazer-?!

- Os nossos pés não podem sair desta posição, sim?- Perguntou para confirmar.

Eu estava um pouco ocupado demais a encarar os seus olhos e a sua face delicada.

- Ham... sim, claro.- Eu aceitei, o quê mesmo?

- Boa, agora: 1, 2, 1, 2, 1, 2... Isso mesmo.- Disse feliz por mim.

Aproveitei e puxei-a um pouco mais para perto. Não se opôs, isso sim é um progresso.

Depois de perto de duas horas a gastar o chão daquele salão ela decidiu dificultar um pouco.

- Vamos dar mais um jeito, ok? Não é difícil.- Disse para me acalmar. Eu sorri com a sua preocupação.

Explicou-me mais uma ou duas danças e o almoço apareceu.

A melhor altura do dia, eu já precisava disto, né?!

- Espera um pouco.

- Que foi agora?! Eu tenho os pés inchados de tanto dançar e estou a morrer de fome! Eu amo-te Sofia, mas não te metas entre mim e o meu almoço!

- De forma alguma.

Quando ela falava de forma arcaica é porque vinha aí merda para mim.

Chegou um guarda e atou as minhas costas à cadeira.

- Ei! Eu estava a brincar quanto ao almoço, não era preciso amarrar-me!- Disse zangado.

Ela meteu o prato na mesa, há minha frente.

- Isso... queres dizer-me como é que me chego à pimenta?!- Disse já zangado.

- Tens de manter a postura sempre, especialmente à hora da refeição...

- Vou sujar-me todo!- Atirei o óbvio.

- Por isso é que estamos a treinar.- Disse o óbvio.

Olhei para o prato: ostra.

Afastei um pouco.

- Ham... pode ser pizza, hambúrguer, até uma comida tradicional qualquer, eu juro que até como de faca e garfo, mas recuso-me a comer isto!

- Não é assim tão mau...- Sorriu.

Ela começou a explicar qualquer coisa e eu aproveitei e atirei a bicha crua para trás das costas, ela quase me apanhou.

- Ah! Estava mesmo demais! Tens de dar os parabéns à cozinheira.- Sorri.

- Um príncipe não mostra a sua satisfação da refeição com sons, e bem podes ir buscar a tua ostra para onde a mandaste!- Ordenou.

- Aguenta! Tu chamaste-me príncipe!- Sorri.

- Não!- Disse certa de si.

- Chamaste pois!- Sorri convencido e ajeitei-me na cadeira.

- Não, não chamei!

- Na verdade alteza...- Um guarda ia argumentar a meu favor.

- Faça uma pausa!- Disse e o homem fez uma vénia e saiu.- Façam todos!

Todos saíram.

- Disseste pois!- Impliquei.

- Justin...- Tentou manter a calma.

- Isso quer dizer que já pensaste na minha pergunta?

Ela parou e olhou a janela.

- Sim, eu já pensei.

- E então?- Sorri.

- Não.- WHAT THE FUCK?!- Não desvies de assunto quando estou a falar contigo. E a minha resposta talvez seja um sim.

Respirei aliviado.

- Se eu me apetecesse desamarrar dava-te um beijo.

Ela virou-se para mim e sorriu. Veio na minha direção e apoiou as mãos na mesa, de uma forma imponente.

- Justin, eu amo-te, mas enquanto não te portares como deve de ser, a coisa corre mal.

- Perce...- Beijou os meus lábios de forma ardente e a sua língua explorava cada canto da minha boca, tal como eu fazia com ela. Depois afastou-se como se nada se tivesse passado.

Que gostosa!

- Fica sabendo que se eu não conseguir comer isto, vens tu dar-me à boca.

- Não parece má ideia.

Peraí!!!

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