Capítulo 63: Queda
Aquela vendida agarrou-me o pé e fez-me desequilibrar. Antes que me pudesse meter de pé, começou-me aos pontapés. Eu protegia a minha cabeça.
- Olha lindinha, aqui podes ser tu a mandar, mas o Justin sempre me vai amar a mim! A mim e mais ninguém!- Puxou os meus cabelos com força e sussurrou no meu ouvido.
A fúria e os ciúmes que aquilo me dei foi suficiente para ignorar a carecada que ela me estava a dar.
- Não lindinha! Aqui quem manda sou e sempre vou ser eu! E o Justin não te ama! Tu mesma fizeste com que aquele calor que ele sentia de apagasse!- Atirei-a ao chão e comecei aos socos, sentando-me em cima da sua cintura.- Ele esteve mal durante muito tempo e tu ignoraste-o!
Algemei-a e levei-a para dentro.
- Esse colar não é teu!- Resmungou o Chris antes de dar um soco num russo.
Olhei os agentes italianos mortos no chão. Eu ia ter muito a explicar ao Vaticano...
- Baixa-te!- Ouvi gritar e instintivamente obedeci. O Justin pediu, a Sofia faz.
Ele deu um tiro num russo que me queria agarrar, que agora jaz morto claro.
A Cat teve de ficar presa e amarrada perto de uma gaveta.
- Não devias estar aqui!- Disse dando mais uns tiros e socos.
- Nem tu!! Tu mentiste-me!- Disse triste, lutando costas com costas com ele.
- Não foi por mal. Eu sabia que se soubesses ias aparecer, mas mesmo assim tiveste que meter cá os pés!- Resmungou.
Dei um pontapé nas partes baixas do que estava à minha frente e o Justin empurrou-me contra a parede com alguma força.
- Eu era incapaz de te enganar, Sofia!- Disse grave.
Eu dei um soco no tipo que o tentou atacar por trás.
- Eu pensava que me estavas a trair!- Admiti zangada, dei um tiro no mesmo gajo de à bocado, que se tinha levantado.
Ele agarrou os meus braços acima da cabeça, o que me fez largar a arma e perder a respiração por segundos, graças ao susto. Prensou os seus lábios nos meus.
- Eu não seria capaz de enganar a mulher perfeita.- Murmurou no meu ouvido.
(Sou grato pela tua existência
Fiel, não importa a distância
Tu és a única rapariga que eu vejo
Do fundo do meu coração, por favor, acredita)
Sim, se ele dissesse miúda, eu mesma disparava um tiro nas suas bolas, eu já tenho 24 anos!!
- É bom que não!- Disse fazendo-me de forte.
Chegaram mais agentes da KGB.
- Baixem-se!- Gritou o Justin. Obedecemos.- Kit!!- Gritou e um monte de tiros de metralhadora foram ouvidos. O Justin cobria-me.
Todos estavam abatidos.
Respiramos fundo.
- Acabou.- Disse o Chris olhando em volta.
As vitrinas das jóias estavam partidas e tudo estava estilhaçado. Havia sangue e escombros por todo o lado, faltavam jóias no expositores... e o meu Justin está desamparado, estilhaçado, partido, esgotado, confuso. E eu lamento por ele. Eu quero ajudá-lo.
- Ah!- Sinto alguém puxar o meu cabelo com força e sou obrigada a seguir o mesmo caminho que o desconhecido.
O Justin ataca e pelos vistos, a Catherine solta-me, mas antes dá-me um murro no estômago, e na cara.
Esta vai deixar marca.
O Chris estava a fazer um curativo na Keira, que tinha levado com uma bala de raspão. Éramos apenas o 3 ali fora.
O Justin tentou ajudar-me, mas a Keira disparou nele. Não lhe acertou felizmente, apenas o desequilibrou.
Levantei-me a custo, mas caí da falésia. Por sorte consegui agarra-me.
- KEIRA!! JUSTIN!! CHRIS!!- Tentei agarrar-me com as duas mãos, mas estava muito dorida.
- Sofia!!- O Justin veio ter comigo.- Aguenta! Vou tirar-te daí!
- Depressa!!- Pedi.
As minhas mãos começavam a fraquejar, e a minha zona abdominal doía muito.
- Anda!- Deu-me a mão e eu peguei.- Força!- Tentou puxar-me para cima.
- Adeus Bieber!- A Catherine apareceu toda magoada e ensanguentada por detrás dele e atirou-nos aos dois.
- Ahhh!- Gritei em pânico.
O Justin segurava com uma mão a falésia e a mim pela outra. As lágrimas de pânico no meu rosto eram abundantes.
A minha mão começava a escorregar.
- Topa só a ironia da situação, Biebs: tu "mataste-me".- Riu.- E agora vou ser eu a matar-te!- Pisou-o e riu, indo embora.
O Justin gemeu em dor e frustração.
- Justin...- Tentei chamá-lo, tentando disfarçar o medo.
- Nós vamos sair daqui! Eu consigo contigo! Eu não te vou perder, Sofia!!- Disse olhando para mim. Os seus olhos estavam afogados em lágrimas.
Eu não o podia ver magoado.
- Justin, larga-me.- Pedi com uma voz calma, tentando não parecer desesperada.
Ok, ele não é parvo!! Eu estou vermelha de tanto chorar.
- O quê?! Não!! EU NÃO TE VOU LARGAR SOFIA!! EU AGUENTO!- Disso em desespero.
- TU NÃO CONSEGUES COM OS DOIS JUSTIN!- Disse sem me controlar.
Ele balançou a cabeça negativamente.
Soltei a minha mão.
- NÃO SOFIA! NÃO DESISTAS!!
- Eu amo-te Justin.- Tentei o meu melhor sorriso e ele não conseguiu aguentar-me mais.
- NÃO!!
*
O meu braço e todo o meu corpo doía, os meus dedos pediam uma pausa, mas eu não podia. Eu não a ia deixar cair.
Se fosse ela aqui no meu lugar, eu mesmo me tinha largado, mas eu não a podia soltar. Eu... eu até podia perder uma perna no momento, mas eu não a ia deixar ir! Ela é verdadeira comigo, ela tem o meu coração. Se ela se fosse, eu ia com ela.
A Sofia pedia várias vezes para a soltar, mas eu não o ia fazer! Eu preferia morrer a soltar a sua mão.
Sinto ela largar-se, mas agarro-a com força. As nossas mãos estavam molhadas pelo suor da força que fazíamos.
- Eu amo-te Justin.- Ela diz com um pequeno sorriso, tremendo o seu lábio inferior.
Eu não consegui segurar mais a sua mão.
- NÃO!!
O meu anjo de cabelos dourados e safiras azuis tinha-se dissolvido no nevoeiro. As lágrimas no meu rosto embaçavam-me a vista.
Eu sentia o ar ser arrancado dos meus pulmões. Eu não consegui-a ver o mar, ver se estava bem. O meu coração parou de bater e uma dor insuportável possuíu o meu corpo. Uma dor, pior que um tiro, pior que uma bomba, pior que ser atropelado por um tanque.
Soltei a minha mão, mas alguém me agarrou.
- Nem penses fazer isso!- O Chris apanhou-me.
- Solta-me! Christian Beadles! Solta-me agora!- Eu tentava soltar-me de todas as formas. Se ela foi, eu também ia!
- Não me peças isso!- Puxou-me para cima a custo e afastou-me da falésia.
Eu chorava e gritava por ela em desespero. Foram precisos uns três homens para me impedirem de me atirar. Eu queria, eu tenho de a ir procurar! Ela não pode ter morrido, ela não!
- A Sofia?- A Keira apareceu com os pais da Sofia, por causa do assalto ao cofre.
- O que é que passou aqui?!- A rainha estava em estado choque.
- A Sofia? Ela não está no palácio!- Perguntou o rei, olhando por todo o lado. Engoli a saliva que se acumulou na minha garganta e sequei as lágrimas o mais depressa que pude. Eu achava repugnante chorar na frente dos outros, especialmente na frente do pai da minha namorada.
- Ela... ela...- O Chris não teve coragem de dizer o resto.
- Caiu da falésia.- Disse o resto fechando os olhos, sentindo a humidade novamente.- Eu vou procurá-la.
(És tudo o que importa para mim
Sim, não me preocupo com mais ninguém
Se não fores tu, eu não sou eu mesmo
Tu completas-me
És tudo o que importa para mim)
O rei e a rainha estavam em choque.
- Kit!- Chamei. O carro parou à minha frente.- Para a praia! À máxima velocidade!- Eu apertava o volante com toda a força que tinha. Ultrapassávamos os outros carros a todo o gás. Eu ia encontrá-la, ela não podia estar morta! Ela não estava morta!
(O que é a cama de um rei sem a rainha?
(...)
Tira o combustível do carro e ele não vai andar
É assim que eu me sinto quando tu não estás ao meu lado)
...
- A... não... ela não...- A Grace abraçou o marido e chorou em desespero no ombro dele. Keira apoiava-se no Chris que também estava bastante abatido.
O rei já tinha mandado mais de metade dos seus homens à procura da pequena Sofia.
- Filipe... Filipe, eles têm de a encontrar. Ela... ela é a minha menina, ela... ela não pode estar morta!- Dizia a monarca em desespero.
- A Sofia não morreu!- O rei agarrou-lhe os ombros com força.- A Sofia é forte! A Sofia é muito mais forte do que nós imaginamos...- Dizia para confortar a esposa, mas nem mesmo ele tomava confiança nas suas palavras.
- Majestade...- O general chegou.- Os homens não conseguem ver no nevoeiro. Assim não conseguimos encontrar a princesa. Vamos parar as buscas e recomeçar assim que o nevoeiro levantar.
O rei assentiu, o general tinha razão naquilo que dizia.
- Não! O senhor e os seus homens vão procurar agora a minha filha, ou eu mesma o atiro desta falésia abaixo!- Disse a rainha em plena fúria.
O rei pegou-lhe:
- Tens de te acalma, só assim conseguimos ajudar a nossa filha.- Disse com calma, dando-lhe o conforto e amparo no seu ombro.- Procurem-na!- Ordenou o rei.
- Chris... vai com o Justin, por favor, tu tens de encontrar a minha irmã, por favor, encontra a Sofia.- Pediu Keira.
- Keira, a...
- O Filipe é meu pai, mas a Grace não é minha mãe. Agora vai por favor. Encontra a Sofia!
- Eu vou, mas fica bem!- Disse dando um beijo na cabeça da namorada.
- Eu vou ficar.- Suspirou.- Deus te tenha, Sofia.- Chorou Keira em silêncio.
*
- NÃO!!
Tudo parecia em câmara lenta. O som dos gritos desesperados do Justin, os seus gestos... tudo parecia sem som, tudo parecia surdo.
O nevoeiro cortou a nossa visão de um para o outro. Senti as minhas costas mergulharem dentro de água, tal como todo o meu corpo. Estava desorientada. Uma onde mais forte e maior, embateu-me contra as rochas e apaguei.
...
Acordei numa praia. Havia areia na minha cara, e um sabor salgado na minha boca.
Sentia-me fraca.
Tentei levantar-me, mas falhei na tarefa. Doía-me imenso a perna e o fato encharcado com a areia fazia-me comichão no rabo e uma irritação em toda a parte do meu corpo.
Mantive-me de pé, mas o meu braço doía imenso e sempre que respirava sentia uma pontada muito forte nas costas.
- Al... alguém?- Perguntei tão baixinho que acho que nem mesmo eu consegui ouvir, mas as dores que sentia não me permitiam para mais.
Comecei a chorar pela dor que sentia. Eram cada vez maiores as dores no meu corpo. A minha garganta estava seca e o Sol brilhava imenso, fazendo-me ficar muito quente e desidratada.
- Sofia?
Ouvi uma voz chamar por mim.
- Sim? Estou aqui!- Disse com toda a força que tinha.
- Eu sei, meu amor.- O Justin apareceu.
- Justin, tira-me daqui!- Chorei.
- Perdoa-me, por favor.- Pediu, agachando-se à minha altura.
- Eu não tenho nada para te perdoar, Justin. Tu não erraste.
- Não desistas Sofia.- Tocou-me na mão, mas eu não senti o seu toque. O quê?!
Que bom alucinações! ERA O QUE ME FALTAVA AGORA!!! Bebi demasiada água salgada e muitas horas de Sol na cabeça.
Comecei a sentir os olhos pesados.
- Está aqui! Encontrei-a!
E desliguei outra vez, sem mesmo ter tempo de perceber quem era.
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