Capitulo 53: Preocupada
- Está bom aqui. Obrigado!- Gritei assim que o avião sobrevoou a ilha.
O comandante fez sinal afirmativo. Eu peguei no pára-quedas e saltei.
O meu coração acelerava cada vez mais à minha aproximação ao chão. Uma missão. Agente infiltrado. Eu sentia falta disto. Era disto que eu era feito, foi para isto que fui treinado.
Abri o pára quedas. Foi uma descida rápida. Escondi-o atrás de uma rocha.
Estavam à minha espera. Ageitei o fato e a gravata, dei um jeito no cabelo e peguei na mala que agentes deixaram ali para mim, à alguns dias atrás.
Bati à porta do enorme casarão.
- Deve de ser o Justin!- Um homem com um terno parecido com o meu, com correntes finas de ouro ao pescoço e anéis de ouro abriu a porta.
- Exatamente, Sr. Montnegro.- Sorri. Um agente é um ator que arrisca a sua própria vida.
- Venha, estávamos mesmo agora a começar.- Indicou-me o caminho.- A empregada irá levar a sua mala.
Ainda pensei um pouco, a mala devia conter roupa e objetos banais, mas eu não sei se haviam idiotas suficientes nos serviços secretos para me meter engenhocas dentro da mala, não hesitei. Entreguei a mala, mas a de cabedal não larguei, era lá que tinha o dinheiro para investir.
Eu, basicamente, sou um investidor que quer comprar combustíveis fósseis... mas de uma forma pouco legal, se me faço entender.
Entramos numa sala de reuniões com uma mesa oval. Eu sentia-me lisongeado: estavam aqui todos os barões do crime, os maiores milionários ilegais, só malta do pior.
Quase que pedi um autógrafo a cada um!!
- Meus senhores, chegou o nosso último investidor.- Anunciou o organizador.
Era um tal Fígaro Montnegro. O mais reles que há.
Depois de muitas horas de discussão lá consegui investir algum. Fui o maior investidor da tarde, isso ia obrigar os outros a respeitar-me e a não me questionar.
Hora de jantar. Uma refeição toda pipi, ou seja, apenas um caganito no meio do prato.
Eu estava morto de fome, pelo que não foi agradável!
Depois da sobremesa, pegamos nos nossos copos de vinho e fomos para a sala grande, moderna e espaçosa, em tons de dourado e prateado.
Um dos investidores, o mais sujo deles todos, sentou-se ao piano e até que nem tocava mal. Os restantes falavam uns com os outros sobre negócios ou coisas quotidianas, como pensar em investir numa Ferrari ou investir num parque de diversões com alusão aos castores.
Que idiotas com carteiras recheadas!
Olhei pela janela. Estava escuro. Lembrei-me da Sofia. Agora sim, eu sabia o que ela queria dizer: isto é uma seca!
- Então Justin, há quanto tempo é que está neste ramo?- Um homem com sotaque alemão falou-me.
- Há alguns anos. Comecei por ser um gangster, mas ansiei por mais e tornei-me cada vez mais exigente até chegar a este ponto. Estou a pensar em comprar um poço de petróleo, para os lados dos Emirados Árabes Unidos... eles têm as condições que se adecuam às minhas exigências.- Disse num tom superior.
- Seria um bom investimento. Tem algum orçamento limite a gastar aqui?
- Não, quero apenas que se torne meu. Pagarei o que for preciso!- Disse com o sorriso mais maléfico que consegui.
- Acho que nos vamos entender muito bem, meu caro!!- Disse com uma gargalhada estranha, passando uma mão pelo nariz e dando-me uma palmada forte nas costas. Sustive a respiração para acalmar a dor.
O auricular na minha orelha estava ligado, o Ryan e mais uns agentes que me ajudavam em Inglaterra conseguiam ouvir tudo, tal como a superior, ou a minha mãe se preferirem. Ela preferia nem falar comigo, na vespera das missões, para não pôr o seu lado e razão pessoal à frente da profissional.
Eu conseguia ouvi-los se falassem, para me ajudarem, para me darem conselhos, mas eu agora só queria ouvir a Sofia. Eu precisava da Sofia imediatamente!
Um dos investidores foi para o quarto que lhe tinham destinado.
A minha deixa.
Eu estava estafado, uma noite de sono ia pôr-me como novo, mas se eu fosse o 1° talvez levantasse suspeitas.
- Eu também vou descansar.- Pousei o meu copo.- Tenham uma boa noite.- Disse de forma cordial.
- Boa noite, Justin.- Disseram.
Pude reparar que já tenho alguns inimigos. Não que desconfiassem de mim, mas a inveja pelas minhas "posses" e a minha forma "abastada".
Um dos empregados levou-me ao meu quarto.
- Tenha uma ótima noite, Sr. Bieber!- Disse com um sorriso, que acho malicioso, indo-se embora.
Será que me toparam?! Merda!
Entrei no quarto já com o terno na mão e alargando a gravata, desapertando os primeiro botões da camisa.
Pousei o paletó num sofá qualquer e fui à casa de banho. Eu estava mesmo à rasca.
Lavei os dentes e saí.
Tirei os sapatos sem muita preocupação e dei com a cama.
Uou! Aquela gaja tava ali desde que entrei?! Eu devo ter pegado a homossexualidade do Ryan!
Ela dançava sensualmente na barra da cama apenas com uma roupa interior rendada vermelha e preta com um sorriso malandro.
Caraças! Eu não tinha sexo faz um bom tempo... Eu tava necessitado.
Tirei a camisa depressa. Lamento Sofia, mas um homem como eu tem necessidades genéticas.
Esta ia ser uma longa e prazerosa noite...
...Um mês e meio mais tarde...
Ok, eu sei que disse que dava um prazo de 2 meses, mas eu tenho tantas saudades dele!
Eu preciso de o ouvir pelo menos, eu tenho de saber se ele está bem. Eu mal consigo dormir ou comer, estou sempre com o coração nas mãos. Eu não confio nestes vilões de telenovelas!
O motorista real parou o carro em frente ao MI6. Nem esperei que estacionasse.
Entrei no edifício, perguntei à recepcionista onde era o gabinete da superior dos serviços secretos e subi.
Nunca uma subida de elevador foi tão longa e torturante.
O meu coração apertou-se: ele teria morrido? Teria sido apanhado? Estaria bem?
Parei no andar. Haviam gabinetes de agentes e tipos dos computadores por todo o lado, avistei um gabinete privado, com a porta e a janelas em vidro, com uma mesa oval e uma secretaria com um computador. Estava lá a superior, a mãe do Justin.
Atravessei o corredor a correr, vários agentes tentaram impedir-me, mas eu corri e esquivei-me deles.
Entrei no gabinete de rompante sem nem sequer bater.
- O Justin?- Perguntei com a respiração acelerada.
Ela e o colega pareciam surpreendidos por me ver.
- Sofia, não pode estar aqui!- Disse calma, mas parecia apreensiva.
- Como é que está o Justin?- Continuei com uma cara de impiedade.
- Princesa, retire-se imediatamente do meu gabinete!- Ordenou.
- Eu só saio daqui quando me disserem como está o Justin!- Disse pondo as mãos em cima da mesa, zangada.
A senhora suspirou e fez sinal ao colega para sair.
- O que é que ele lhe disse?- Observou Londres pela janela, parecia melancólica.
Seria por causa do Justin?
- Ele disse apenas que ia de missão. Não disse mais nada, nem quando voltava, nem onde era... eu... eu estou preocupada.- Admiti.
A senhora suspirou.
- Então ele contou-lhe tudo o que devia saber.- Encarou-me, tinha preocupação escrita na testa, eu quase que vi uma lágrima.
- Por favor, qualquer coisa! Eu só peço uma notícia dele.. por favor.- Disse com a voz quase a falar-lhe.
- Adeus princesa, espero que a sua retirada para o Reino Unido tenha sido vantajosa...
- 1° NÃO FOI RETIRADA, 2° SÓ FOI VANTAJOSA PORQUE CONHECI O JUSTIN, 3° EU SÓ SAIO DAQUI DEPOIS DE SABER ALGUMA COISA DELE!- Gritei alterada.
- ELE FOI DESCOBERTO!!- Rujiu.
O meu coração parou. Ele estava em perigo, ele podia estar morto, onde é que ele estava?
- Ele... foi descoberto, estamos a tentar encontrá-lo, mas não temos nada ainda.- Suspirou olhando a secretária.- Por favor, vá embora e deixe-nos fazer o nosso trabalho.
- Eu... eu posso ajudar? Deve de haver alguma maneira de...
- Vá embora!- Que besta esta mulher!
- Tudo bem...- Anui.
Não está tudo bem! Eu vou encontrar o Justin, vou ajudá-lo! Ele só me é útil, estando vivo.
Fui até ao palácio. Tentei ligar ao Ryan, mas ele disse que me queria proteger e não podia dizer-me nada, tentei falar com o Chris, mas a resposta foi a mesma.
Eu tinha de agir e depressa!
Enquanto eu estava aqui a tomarbum chá e procurar uma ideia, ele podia estar a ser torturado!
- Sofia.- O Harry entrou na sala.- Olá!
- Olá.- Disse sem muita convicção.
- Eu soube do Justin.- Disse.
Olhei-o.
- Posso ajudar-te!- Disse verificando a porta.
- Hã?
- Eu sei onde ele está. Posso pôr-te lá dentro com a máxima segurança, de forma a tirares de lá o Bieber.- Disse baixinho.
- A sério?!- Eu tive de me controlar.
- Tens 2 dias para te preparares, ao 3° meto-te lá dentro.- Disse seguro de si.
- A sério?! Obrigada primo!- Abracei-o.
- De nada. Já agora... dava jeito que ninguém soubesse.
- Sou um túmulo!
- Não te esqueças: 2 dias!
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