Capítulo 51: O Beijo
Era hoje. Hoje era o baile anual.
Basicamente este baile existia para mostrar ao resto da Europa que a monarquia é tão boa ou melhor que a república e servia também para promover a paz entre os nossos paizes.
A mãe e o pai não puderam vir, porque estam numa visita oficial na Coreia do Sul, portanto esta é a minha primeira visita oficial sozinha, ou seja se eu fizer porcaria posso estragar as boas relações entre o Mónaco e os outros países. Sem pressão!
Vieram a família real espanhola, norueguesa, dinamarquesa (sem o Laurence felizmente), belga, dos países baixos, a de Andorra não conta, tal como o Luxemburgo e o Lichtenstein ficaram de fora.
A Keira não podia estar, ou seja, isto ia ser uma seca, além disso o Justin só podia ficar porque era meu guarda-costas.
Vesti-me:
E pus a coroa que a minha mãe me tinha dado quando fiz 16 anos:
Sim, também já tinha sido dela e da avó.
Saí do quarto.
- Chegou isto hoje. A rainha mandou-me entregar.- O Justin chegou com um envelope do correio A4 com o brasão da família real do Mónaco.
Abri.
- Oh não! Não pode ser!! Porque é que só me entregaste isto agora?!
- Porque só me chegou às mãos agora.- Disse com as mãos nos bolsos. Ele também estava muito elegante. Devo dizer que se de terno já fica uma brasa, então neste aqui metia-me no cio.
Que é?! Eu sei que existem ternos mais elegantes, mas ele nem o azul escuro podia usar, só o preto!! Eu tenho mesmo de falar com a minha tia...
Entretanto, o que me chegou às mãos foi uma pasta com as informações da economia do país. Capital monetário, orçamento a investir, propostas de comercio... Eu pensava que ia ser um simples banquete, para melhorar as relações entre monarquias... mas pelos vistos os meus pais querem que eu faça contratos comerciais com eles, eu, que nunca fiz isso e que nem estou a par das coisas.
Não é justo!!
Enquanto que o Brendar, que é um infante da Noruega, apenas 3 anos mais velho que eu, por acaso, não tem namorada conhecida, também por acaso, com um cabelo tão loiro, que quase parece branco e uns olhos azuis muito claros, com uma tez branca como a neve e um perfume de seduzir qualquer rapariga... Ok, porque é que os meus pais me foram meter com o Laurence se temos um tipo destes nos arredores, hã?!
- A rainha está à tua procura.- O Justin acordou-me dos meus pensamentos.
- Sim.- Segui o corredor, ele seguia atrás de mim.
- Estás linda, essa tiara fica-te muito bem.- Disse atrás de mim.
- Ham...- Eu fiquei igual a uma malagueta.- Obrigada, também estás muito elegante nesse fato.- Disse apenas rodando a cabeça 90° da direção dele e olhando o chão com um sorriso, sem o olhar sequer.
Esta noite não podia haver erros, eu trato toda a gente com grande simpatia, mas hoje as minhas conversas e olhares ao Justin estão restritas ao indispensável. Realeza não pode falar assim com os empregados num evento com este tipo de convidados.
Cheguei ao salão de visitas. A minha tia estava lá com a Kate (que estava irrepreensível), o George que tentava esconder o amou, o William que estava muito apresentável com o Harry ao lado e o tio Carlos com um terno cinzento.
A tia usava a coroa e a Kate um chapéu muito elegante. Ela tal como o William e o Harry, não tinham direito a coroa ou tiara. Porque a rainha é a tia, só em alturas como o casamento, e o tio Carlos é príncipe, mas a sua "coroa" são as medalhas.
Eu era princesa herdeira e hoje à noite, representante dos interesses do Mónaco. Isto ia correr tão mal, Deus me ajude!!!
- Estás linda Sofia!- Elogiou a Kate, a Charlotte devia de estar a dormir a esta hora.
- Obrigada, tu também estás muito bem!- Sorri.
Os convidados começaram a entrar. Respira fundo e não te rias, Sofia!!
Primeiro a Espanha. O seu sotaque espanhol no inglês era muito acentuado e se tivesse alguém da minha idade, talvez achasse sexy!
- Princesa Sofia.- Chegou a minha vez.
- Rei Filipe.- Fiz uma leve vénia. Ya, isso ainda se faz no séc. XXI. Ya, ele tem o mesmo nome do meu pai. Estranho não é?!
Pegou delicadamente na minha mão e deixou um pequeno beijo.
Ya, eu odeio quando me fazem isso. Só quando é um gato é que tem graça, mas pronto, o Justin já tinha saído...
- Sofia.- Letizia fez uma vénia que eu imitei.
- Olá, sou a Margarida!- Uma menina de olhos castanhos tez morena e cabelos encaracolados, apanhados num pequeno travessão falou.- Tenho 11 anos! Gostas de caramelos?! Eu gosto muito!!
Eu sorri.
- Margarida!!- Reaprendeu a mãe.
Ela ficou envergonhada.
- Desculpa.
A mim acontecia-me o mesmo, estamos sós aqui e quando encontramos alguém queremos logo fazer amizades.
- Não faz mal, sou a Sofia, é um prazer e conhecer-te. Eu prefiro chocolate!- Disse simpatica.
Ela sorriu e foi ter com os pais.
- Boa noite, sou a Pilar.- Uma menina com cabelos ondulados, olhos mais escuros que a de à pouco falou, olhando o chão.
- Sou a Sofia.- Não devia de ter mais de 5 ou 6 anos.- Prazer em conhecer-te!
Ela soltou um pequeno sorriso e foi ter com os pais.
Ok, era um pouco mais tímida que a irmã.
As restantes e aborrecidas realezas...
- Boa noite.- Brendar.- É um prazer rever a tua beleza irreverente, Sofia.- Beijou a minha mão. Vêem?! É disto que eu estou a falar!!!
Own... pára! Aposto que dizes isso a todas as raparigas que vês!!
Acho que corei um pouco.
- É uma honra, príncipe Brendar.- Fiz a vénia mais perfeita que pude e olhei-o.
Deparei-me com uma coisa: ele podia ser bonito, podia ser bondoso... Mas não era o Justin. Eu podia achá-lo bonito, mas não me atraía nem um pouco.
Sentamo-nos e bebemos um chá. Ingleses!
O George estava muito divertido a brincar com as duas princesas espanholas.
- Então, estão todos de acordo com as trocas comerciais? O Reino Unido saiu da UE por conta dos cidadãos, a saída oficial só acontece daqui a 1 ano ou perto disso. As nossas fronteiras vão continuar abertas para o comércio, mas vão ficar mais caras, como é óbvio.- Devíamos estar à perto de 10 minutos a falar disto. Eu sentia-me a pisar ovos, eu não sabia o que queria, nem como o faria. Eu estava completamente desconfortável.
- Dão-me licensa por uns momentos? Eu sou rápida.- Disse olhando-os um a um.
A tia assentiu. Graças a Deus!
Levantei-me e caminhei em passo rápido até ao corredor.
Ainda o ano passado era eu na figura do Brendar: observador passivo. Apenas ouvimos, não podemos suspirar ou bocejar, é entendido como uma falta de educação ao mais alto escalão. Merda de realeza!!
- Justin?- Chamei.
- Aqui!- Disse ali ao lado.- Uau... és rápido, esquece! Preciso de ligar aos meus pais, o mais depressa possível.
Sem reparar já me estava a estender o telemóvel com o número marcado.
- Sim?
- Mãe! Eu preciso de ajuda! Eu não sei o que fazer! Eu nem sei o que quero! Precisamos de alterar as trocas comerciais ou estamos bem?! Eu não sei fazer isto! Eu não consigo!!
- Nós queremos manter tudo igual, mas se a Espanha baixar os preços seria ótimo.
- Eu tenho una ideia...- O Justin disse.
Depois de tudo esplicado voltei ao salão de visitas. Felizmente não demorei mais de 5 minutos!!
- Peço desculpa.- Disse e voltei a sentar-me com um pequeno sorriso.
- Nós não podemos baixar mais os nodos preços! Nós vamos subir as taxas em 2,3%!- Bélgica.
- Não!! Não os deixes fazer isso! Não deixes!- Disse a minha mãe através do auricular minúsculos que o Justin me deu. Ele é um génio!
- Tem de haver outra opção, isso não pode acontecer.- Disse firme, mas não mal educada.- 2,3% é imenso, isso quebra a economia de qualquer país.- Justifiquei.
- Agora a menina lembrou-se que é caro. O que é que sabe você de economia? Não percebe a gravidade do problema?!
É o quê, velho jarreta?!
- Oh eu sei do que é que estamos aqui a falar. Eu estou aqui também para defender os interesses do meu país. Subir os preços em 2,3% é um absurdo!- Disse fuzulando-o com o olhar.
- É isso mesmo!! É a minha menina!!- Desta vez foi o meu pai. Esforcei-me para não sorrir, o rei poderia achar um insulto ou desafio.
- Eu concordo com a Sofia!- Disse o Brendar. Obrigada! Os pais dele assentiram.
- Não há razão para subir tanto os preços. Nem a União Europeia iria permitir.- Disse o pai dele, rei Welkan.
- Eu também acho, caso a sua ideia se mantenha o Reino Unido deixa de importar produtos belgas!- Disse a minha tia.
A Inglaterra era o que fazia a economia deles andar, já que 52% das deportações do país eram com a tia.
Eles cederam. Vitoriosa aqui!
A Kate saiu com o Harry e as crianças. Este assunto não lhe dizia respeito. Quem me dera estar no lugar deles...
Mais uma hora de passou... E o aborrecimento aumentou, mas nem por isso perdi as minhas oportunidades.
- Bom o jantar está pronto. Vamos!- Disse a monarca levantando-se.
Iei!! Finalmente liberdade!
- Acho que conversamos tudo o que tínhamos a conversar.- Disse.
Que fixe!! Já disse que a adoro tia?!
Fomos para o salão de jantar e sentamo-nos noa nosso devidos lugares: o anfitrião no topo da mesa, depois a Espanha e a Dinamarca, a seguir a Bélgica, em frente aos Países Baixos, a Noruega e... O Mónaco.... sentia-me sozinha ali ao fundo. Por sorte o Brendar, começou a por conversa comigo. Nós divertimo-nos muito juntos.
Depois de jantar deu-se ao baile real.
Pois! Se fosse no meu país era obrigada a dançar com as figuras de estado, como é a tia, que já não vai para nova ninguém pede nenhuma dança, não é?! Pelos vistos ser velhota tem as suas vantagens. Ou isso ou ser casada, sim porque antes pelo que percebi era a minha mãe que tinha esse trabalho.
- Concedes-me a honra desta dança?- Até te concedo duas.
- Claro!- Pus a mão sobre o braço bque ele me estendeu. Dançamos por perto de umas duas horas.
*
- Aquilo enoja-me!! Aquele tipo é só garganta!- Resmunguei no corredor com o Chris.
- Acho que estamos a falar do norueguês...
- Eu ia batendo as botas por causa dela, mas isso não importa para anda aqui! O outro tem olhos azuis, pénis curto, isso é o importante!
- Justin, faz uma pausa, sim?!
- Não, Chris!! Diz lá o que é que ele tem que eu não tenho!
- Um reino, dinheiro, coroa, um vocabulário e mentalidade à frente dos teus...
- É para me fazeres sentir-me melhor, não deitar abaixo!- Resmunguei.- Porra! É preciso meter uma tabuleta na testa a dizer "Apaixonado por...
- Justin, nós vamos ao jardim.- A Sofia apareceu ali com o Príncipe da Sucata e seu o aviso.
- Com certeza.- Mordi o lábio por dentro e segui-os. Era o meu trabalho.
Ela ria-se das piadas dele como nunca se riu dasnminhas num mês. Ele tinha mais piada que eu?!
Senti algo cá dentro, que não sentia à anos... Seria... Desilusão?!
- Eu precisava de falar contigo, algo... privado.- Pediu aquela escumalha.
A Sofia fez-me sinal e continuou com ele.
Eu fiquei aqui, pendurado e sozinho. Ela não vê que me magoa?! Ela... ela ia deixar-me assim dentro de poucas semanas, isso não é justo.
Estes 7 meses, aquele tiro, aquela festa proibida, aquele mês... Vai ser esquecido assim?!
Ouvi gritos que me despertaram e o raio do cobarde passou por mim a correr.
A Sofia estava em perigo!
*
- Então, eu sei que não nos vemos à algum tempo, mas eu queria perguntar-te se...
- Espera!- Parei-o.- Não ouviste nada?!
- Não.
Lá estava o barulho outra vez.
- Mas o que é que ouves?- Perguntou-me.- Só espero que não seja o meu coração, porque está bem acelerado.
Ignorei.
- Que querido, agora o Brendar, está a dar uma de fofinho...
- Laurence!- Rugi.- Como é que entraste aqui?!
- O papá e a mamã não me iam deixar em casa, não é?!- Riu e aproximou-se de mim. Recuei.
- Afasta-te da Sofia!- O Brendar pôs-se à minha frente.
O Laurence limitou-se a pôr a mão no bolso e o Brendar saiu a correr. Que cobardolas.
O Laurence só tinha sacado das chicletes.
- Ele está um bocado stressado...- Encolheu os ombros.- Agora nós!
Atirou-me para o chão, bati com as costas numa fonte e aquilo doeu. Levanteime a custo e pousei a tiara na berma da fonte para não se partir.
- Não existe "nós" Laurence!
- Sabes porquê, porque tu preferes o cobardolas que acabou de fugir do que a mim!
- Na verdade, ela tem olhos só para mim!- O Justin chegou e pregou-lhe um soco.- Não se bate numa dama!- Deu-lhe uma joelhada.- E quando se proíbe a entrada de uma pessoa em Inglaterra, essa pessoa não pode entrar em Inglaterra!- Deu-lhe mais uns socos.
Uf... Aquilo ia deixar marca!
Os guardas prenderam-no e levaram-no dali.
- Estás bem?
- Sim.- Abracei-o.
Procurei a tiara.
- Oh não! Isto não pode ser!- Peguei na tiara. Estava partida.
Limpei as lágrimas.
- Lamento. Deve conseguir concertar-se, certo?
- Eu não sei. Isto é uma jóia de família.
- Eu aposto que a rainha tem um bom ourives que te deve conseguir consertar isso. Anda!- Fui para dentro com ele.
O resto da noite foi muito lenta. Foram embora, por volta da 1H da manhã e eu deixei-me ficar no salão. Suspirei.
- Uau... Tu estás muito feliz...
- Não brinques comigo.
- Eu disse que nunca o faria.- Sorriu.
Aproximou-se de mim e deu-me a mão, segurando-me pela cintura.
Olhei-o, qual era a ideia?
Fez sinal aos músicos para mais uma música e obedeceram.
Eu dançava sem soltar os seus olhos, que também estavam prendidos nos meus.
- Eu... hoje foi o meu ultimo dia.- Disse pegando-me na mão depois da música acabar.
Eu estava perplexa.
- Amanhã saio em missão.
- Mas...
- Daqui a umas semanas voltas para o Mónaco.
Eu não conseguia respirar.
- Já te vais poder encontrar com o... aquele tipo da Noruega...- Ele desviou os olhos. Ele achava que eu gostava do Brendar?!
- Eu não gosto do Brendar.- Disse.
- Viu-se!
- Eu gosto de outra pessoa!- Cruzei os braços.
- Não me importa!- Disse um pouco rude à parede e sem eu dar conta beijou-me.
Eu estava surpreendida, mas acabei por fechar os olhos e sentir o momento que esperava à tanto tempo.
As suas mãos estavam de cada lado da minha cabeça, e os seus lábios macios nos meus.
- Desculpa, eu não devia ter...
Separou-nos depressa, mas eu puchei-o pela gravata e voltei a juntar os nossos lábios. Ele ligou-se e correspondeu.
A sua língua tocou nos meus lábios e involuntariamente deixei-o passar. As suas mãos estavam na minha cintura agora, e os meus braços à volta do seu pescoço. Era um beijo de amor, despedida, e amor, e mais amor.
- Eu amo-te Sofia!- Disse unindo ansua testa com a minha, asnnossas respirações batiam uma na outra.
- Eu também te amo, Justin. Vou ter tantas saudades!- Abracei-o com força.
- Também eu Sofia, também eu.- Passava as mãos pelos meus cabelos loiros enquanto me abraçava.
- Eu nunca te vou esquecer, Justin!
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