Capítulo 49: Pecados
O meu telemóvel tocou na mesa de cabeceira, peguei-lhe sem mudar de posição:
- Ligou para Justin Bieber, de momento não posso atender, deixe recado após o sinal: Pip!!- Disse ensonado e com uma pequena dor latejante na cabeça.
- CABRÃO DE MERDA! VAI-TE FUDER!! SABES O QUE É QUE FIZESTE?! TU SABES É QUE PODIA TER ACONTECIDO?! A CASA ESTÁ CHEIA DE VIGILÂNCIA, ACHAVAS QUE EU NÃO IA VER?!
- Que é que queres dizer?
- Tu curtiste com a Sofia! Tu podias ter ido para a cama com a Sofia, o que simplesmente não aconteceu, porque ela adormeceu pedrada!! Tu não estavas muito longe disso...
- Como assim?!- Levantei-me assustado.
- Decidiste beber um bocado com ela, e beijaram-se. Como é que achas que a t-shirt saiu do teu corpo, hã?!
- Puta merda!! Eu sou um irresponsável!!- Disse em pânico andando pelo quarto.- Isso não pode chegar às mãos de ninguém!! Eu estou feito... o que é que eu fui fazer?!
- Não sei, mas ela estava a gostar... e o pintainho cresceu um bocado...
- Cala a boca! Eu vou ter de resolver isto!
- Daqui Ryan, terminado!
- Estamos numa chamada informal, não tens de dizer isso!
- Eu sei, mas é a melhor parte do meu emprego.
Desliguei a chamada. Eu andava na companhia de um idiota.
Eu tinha de contar a Sofia. Ela tinha de saber... mas ia desfazê-la e eu ia apanhar um estalo, e seria insultado de todas as formas e ia doer muito, porque vem dela.
Eu enganei-a. Tirei-lhe a honra ou lá o que é... Como é que eu pude ficar pedrado?! Como é que não me lembro do beijo dela? Será que ela estava tipo... sensual perigosa, ou romântica envergonhada?
Deus, eu sou uma merda!
Levantei-me e fui tomar um banho. A dor de cabeça não era muito forte.
- Sofia, temos de ir.- Disse entrando no seu quarto e logo senti uma coisa pegajosa debaixo dos meia pés.
Olhei devagar e enojado: vomitado.
Que nojo!!!
- Justin, eu não gosto dos teus jogos...- Disse meio verde. Os seus olhos estavam baços e toda despenteada.
- É... acho que bebeste um pouco demais...
- Eu não quero ir à faculdade hoje.
- Tudo bem. Também não ias ter um aproveitamento muito bom.- Anui.- Queres um comprimido...
- Um chá, por favor.
- Tudo bem.
Saí e lavei os pés novamente. Eu ainda não sabia como lhe contar.
Fiz o chá e uma torrada.
- Aqui tens.- Sorri entregando-lhe o tabuleiro.
- Obrigada.- Sentou-se e passou as mãos pelos olhos. Os seus delicados olhos estavam tão inchados... Deus, o que eu fiz com a minha princesa?!
- Desculpa.- Disse de cabeça baixa.
- Eu tinha de saber como era, não é?! Pelo menos eu tenho confiança em ti, sei que não me farias nada de errado...
A culpa começa a acumular-se. Passei a mão pelos cabelos.
- Sofia... eu lamento...
- Pelo quê?!- Sorriu um pouco.
Eu sou uma merda!
- Eu... eu beijei-te.- Disse encarando o chão, e suspirando de frustração.
- Como... como assim?!- O seu tom de voz era baixo, e ela começava a estar ofegante.
Levantou-se da cama, estando de frente para mim.
- Eu... eu também bebi demais, eu deixei-me levar... Eu não fui responsável. E peço mil desculpas...- Olhei-a, ainda sentado na minha cadeira.
Os seus olhos estavam cheios de lágrimas prontas a cair.
- Tu... tu não podias ter feito isso.- Abraçou-se a si própria.- Tu enganaste-me. Tu prometeste... Justin... Eu... eu estou tão desiludida, com tanto nojo!- Dizia revoltada.
As suas palavras atravessavam-me como espadas. Eu sabia que ela tinha todo o direito em se zangar comigo. Eu faltei-lhe ao respeito.
- Tu foste o único homem fora do meu sangue, em quem eu confiei. Para ser sincera... eu começava a gostar de ti, mas depois disto... Eu quero voltar para Londres. Eu quero voltar para o Mónaco!!- Exigiu, sempre olhando da forma mais fria e desprezível nos meia olhos.
- Eu... eu compreendo. Eu lamento muito, mas eu achei que devia ser sincero contigo.- Levantei-me e olhei-a com pena.- Eu vou fazer as malas.
Ela começava a gostar de mim.
E eu estraguei tudo. É sempre isso que faço. Eu só lhe desejo as maiores felicidades, mas a verdade é que eu não sou homem para ela.
Mesmo assim, pedi ao Ryan que me mandasse as imagens por mail.
Abri o PC um pouco depois e lá estavam elas.
Eu estava na cozinha. A Sofia no quarto.
A gravação começou. A pergunta que ela me fez, fez-se sorrir. Boba!
Espera aí!! Ela... ela... no meu colo?! Ela... Ela beijou-me de volta?! Oh não!! Eu posso ser culpado, mas ela também ajudou! Se ela não tivesse adormecido, nós teríamos... Uau, mas porque raio é que ela adormeceu?! Foder nunca me pareceu tão bem!
- Ei!! Sofia, chega aqui!!
- Não quero!
- Vamos ver um filme!- Insisti com gozo.
- Eu não quero ver um filme contigo!- Gritou.
- Eu aposto que queres!- Ri.
Ela apareceu. Eu cedi-lhe o meu lugar e comecei do início.
Ela passou de interessada a embasbacada. Ela estava surpreendida e enojada com o seu comportamento.
- Eu...
Viu a parte em que me tirou a t-shirt e tapou a cara, a cor vermelha, chapando a vergonha na sua cara era extremamente fofa. A sua respiração estava pesada.
Ainda a gravação não tinha chegado ao fim e ela já se tinha levantado e olhando pela janela da cozinha, com o rosto entre as mãos.
- Então...- Comecei.- Pelos vistos eu é que fui quase violado, tu é que te estavas a divertir muito...- Brinquei.
Eu queria tanto que ela rebolasse em mim de novo...
Consegui ouvir umas orações. Acho que um "Pai nosso" e umas "Avé Marias"... esta princesa queria tanto ser rebelde.
- Quem mais é que viu isto?! Já chegou às mãos da minha tia?
- Não, mas a casa está cheia de câmaras de vigilância. O Ryan foi o único que riu.
Ela deixou-se encostar à parede e cair com o rabo no chão.
- E agora? Que é que queres fazer comigo?! Espalhar essas imagens na internet?! Chantagear-me?!- Ela tinha a face cheia de lágrimas.
- Não. Eu gosto de ti. Ao contrário de ti eu não faria papel de vítima. Estamos os dois no mesmo barco.- Disse sentando-me em cima da mesa.- Podemos esquecer tudo aquilo que aconteceu?! Continuarmos a ser... nós?
- Isso seria o ideal.- Disse ela. As suas lágrimas despedaçavam-me. Voltou a enterrar a face nas mãos.- Eu sou uma prostituta com uma coroa, Deus me ajude!
- Ei...- Pousei um dos meus joelhos no chão. Ela olhou para mim.- Não digaa isso. Não digas uma coisa dessas. Aquela não eras tu. Aquela era uma Sofia controlada pelo álcool. Desculpa, a culpa foi minha.
- Não, não foi. O álcool faz-nos agir sem bom senso. Fazer aquilo que sempre quisemos, mas que nunca teríamos coragem.
Eita!!! Como assim?! Tu queres foder-me?! Tou dentro!!
Sequei-lhe as lágrimas e beijei-lhe a testa, ajudado-a a levantar.
- Desculpa.- Disse baixinho.- Desculpa pelo que eu fiz.
- Tu não tens que desculpar nada, Sofia. Eu é que errei e prometo, eu juro que não vai voltar a acontecer.
Abracei-a com força, ela ainda tremia.
- Vá! Vai tomar um banho, que eu vou fazer qualquer coisa para comermos.- Beijei-lhe a testa.
Ela assentiu dando um sorriso e saiu.
Comecei a grelhar o bacon e a fazer os ovos mexidos.
Ouvi uma voz fraca, mas muito doce, num tom entristecido e frágil. Eu nunca tinha ouvido a Sofia cantar. Era uma música muito bonita, eu pus-me a pensar nela.
Ela não fazia ideia do quanto bonita e delicada era. Eu nunca vi uma mulher/rapariga tão delicada como ela. E isso tornava-a tao mais sensual ainda.
O pequeno-almoço estava pronto. Liguei o noticiário: impostos, mortes, catástrofes, crimes... Daqui a pouco o Telejornal passa a chamar-se 008 em vez de Notícias Matinais.
A pequena Sofia chegou à cozinha vestida com umas jeans brancas, com uns Supras e uma t-shirt branca que dizia: "Karma, se need to talk..." eu ri ao ler esta frase. Ela usava dum casaco meu. O mesmo casaco que usei quando invadi a festa.
- Então... quais são os planos para hoje?- Tentei, pondo o pequeno-almoço na mesa.
- Rezar para que ninguém veja aquilo, rezar para te esqueceres do que viste, rezar para Deus me perdoar, rezar para ser uma pessoa melhor e... Dormir.
Uau... Eu não julgo ninguém pelas suas crenças, mas algo me diz que esta beldade reza demais!!
- Nada de mais produtivo?!- Insisti.
- Estudar a aula de hoje pelo manual.
- Isso é muito nerd!- Ri.- A porcaria está feita, não é a rezar para o nada que o perdão chega. Isso é uma questão de alívio psicológico.
- Pensava que eras religioso.
- Eu não disse que não era. Eu acredito em Deus, quando estou com uma arma apontada à cabeça e o fulano não dispara. Eu acredito em Deus quando me salva o coiro, mas não sou o tipo de ir à missa e rezar. Acredito em mim mesmo e no que consigo fazer.
Ela escutou-me e depois bebeu um pouco mais do seu café.
- Cada um é como cada qual.
Observei-a com atenção. As suas atitudes, os seus traços, a sua educação e classe... Não!! Não podia!!
- Tu... tu estudaste num convento de freiras?!- Sorri curioso.
- Ugg! Claro que não!! Mas... tinha uma irmã sempre comigo a ensinar-me tudo o que devia, incluindo preservar-me.
Irmã?! Ah... freira.
Ri com tudo.
- Qual é a graça?!- Perguntou notoriamente incomodada.
- Nada!- Ri.- Freira!! Que santinha!!- Ri mais ainda.- Eu vou ser sincero: esperei de tudo, mas nunca nada desse tipo!
- Pelo menos eu tive uma educação cuidada. Não ajo como um bronco como tu!!
- Ei!! Se dar uma de rebelde de vez em quando é errado, eu não quero estar certo!- Ri.
Ela revirou os olhos e grunhiu. Parecia envergonhada ou ofendida. Não era minha intensão, estava apenas a brincar.
- Sofia, eu estou a brincar. Não à mal nenhum, ok?! Muito pelo contrário.
Ela continuou chateada e não me olhou.
- Tenho de dar uma revisão no jeep e preciso de ajuda. Eu trato da mecânica e tu de deixar o carro a brilhar, pode ser?
- Tudo bem.- Disse encolhendo os ombros sem me encarar.
Eu mereci. Casa vez mais a sua inocência e o seu jeito me atraíam como um louco.
- Eu vou só trocar de roupa.- Disse.
Fui até ao meu quarto e vesti uma regata branca simples com umas calças de moletom cinzentas, com uns chinelos.
Quando saí do quarto também reparei que ela tinha trocado. Vestia uma regata branca também, com o umbigo à mostra e uns calções de moletom rosa, com umas havaianas. Usava um rabo de cavalo, o seu cabelo dourado assemelhava-se a fios de ouro delicadamente tecidos. As suas safiras azuis intensas ainda estavam muito claras e baças. Ela ainda estava triste.
O Range Roger estava à porta da garagem, no jardim da frente.
Abri o capô e observei com atenção.
- Tens aqui a mangueira, balde, esponja e detergente. Diverte-te!- Sorri.
Ela suspirou e obedeceu.
- Se quiseres fazer outra coisa tudo bem...
- Não Justin, não é isso... Eu só... ainda não estou bem. Isto deve passar.
Assenti com um sorriso e comecei a verificar o óleo.
*
Eu sou uma ordinária!! Como é que eu fui capaz de... me esfregar nele daquela maneira?!
Passei a mangueira pelo carro, para o molhar e comecei a passar a esponja.
Eu estava já toda encharcada. A água da mangueira molhou-me mais a mim que só carro e a espuma escorria pelos meia braços.
O Justin estava muito ocupado a prestar serviços de saúde ao carro. Mudava o óleo, limpava os tubos, juntava água...
Estava muito calor, perto de uns 35°C, eu devia estar a uns 40°C com aquela visão dele.
Todo transpirado, com aquela tez morena. Limpava a testa com as costas da mão e o suor ensupava a sua regata, tal como algumas manchas de óleo. Limpava as mãos sujas a um pano velho e voltava a mexer na tubagem... Ah aquelas mãos... Como devem de ser maravilhosas...
Continuei o meu trabalho tentando focar-me, não apenas naquela bomba sexy. Eu já tinha feito porcaria suficiente para uns anos.
*
Merda!!
A Sofia estava... gostosa pra caramba!!!
Estava toda molhada, o que resultava da regata bem colada ao seu corpo, fazendo sobresair todos os seus pontos fortes. Ela tinha um peito... Jesus!! Eu nunca tinha reparado que ela tinha uns peitos tão grandes e fartos... devem de ser tao gostosos.
A porra do volume nas minhas calças está a crescer. Isso não é bom. Por sorte a altura do jeep chega para me cobrir até aí.
Eu não tinha muito mais a fazer aqui. Baixei o capô e olhei uma mancha nas minhas calças. Porra!!
- Ham... Sofia, eu... eu venho já, tenho só de ir à casa de banho. Continua o bom trabalho!- Esgueirei-me para dentro, usando o pano sujo do óleo para tapar despercebidamente a mancha de lubrificante nas minhas calças de fato de treino. Entrei na casa de banho e lavei as mãos depressa, passando água fria pela cara e encarando o espelho.
Eu não devia pensar estas coisas da inocente Sofia. Era nojento, mas... não dá de outra forma. Eu não fodia, faz uns meses... Um homem tem as suas necessidades, por muito sacanas e intratáveis que sejam.
Baixei as calças e os boxers pretos e comecei a fazer movimentos lentos... Suspirei. Sim, eu estava mesmo a precisar disto.
Claro que preferia aqui a boca dela em vez das minhas mãos, mas é a vida.
Sabia casa vez melhor, mas eu gosto disto bem lento, bem devagar... bem gostoso.
*
O Justin foi à casa de banho faz quase 45 minutos. Estaria tudo bem?!
Acabei de lavar o carro e fui trocar de roupa, para algo seco. Bati à porta da casa de banho.
- Justin?
- Sim?!- A sua voz parecia mole... ele estaria enjoado. Cá pra mim está grávido!!! (Eu sou uma princesa louca!!)
- Está... está tudo bem?! Estás aí à perto de uma hora...
- Está tudo bem Sophie. Tão bem, princesa...- Ele parecia estar meio a delirar. Eu não gostei do "Sophie" faz-me sentir pequenina!
- Ok, se tu dizes...
Fui para a sala ver TV. Estava a dar um filme de ação da Lara Croft e eu simplesmente amei!!
Uma agente. Com as suas armas. Com um fato de espia todo bom e sensual. Com um feito inflexível e que mesmo assim faz exércitos de homens cairem-lhe aos pés. Uma alma guerreira... e também inglesa.
Será que é prima do Justin?!
Hoje estou num dia em que não digo coisa com coisa...
O Justin saiu da casa de banho e trancou-se no quarto. Encolhi os ombros. Teria vomitado?
Um chá ajuda sempre. Olhei para o sofá e deitei-me nele, tentado lembrar-me do comportamento de ontem. Nada.
Qual... qual seria a sensação de receber carícias? Como seria... ter um beijo... na boca? Um... um chupão no pescoço? O Justin a fazer-me sua?
Tremi com este pensamento e fechei os olhos, imaginando como seria bom fazê-lo aqui mesmo, neste sofá. Como será a sensação?
Senti-me ficar vermelha e quente e uma húmida estranha a atingir as minhas calcinhas. Sentei-me. Respirei fundo e levantei-me, tentando esquecer estes pensamentos provenientes do inferno. Uma princesa tem que ser perfeita, o máximo possível, isso inclui excluir o máximo de pecados.
- Justin?! Estás bem? Queres um chá?
Não ouvi resposta. Abri.
Ele estava deitado de barriga para baixo, a dormir como um anjo. As suas costas era uma perdição.
- Dorme bem!- Disse baixinho tapando-o e saindo para a sala. Sentando-me no cadeirão desta vez.
Olá lindonas!!!
Que tal eatao?! Espero que estejam a gostar do livro!
Qual é a vossa música preferida? Não tem de ser do Justin. Digam-me!
Obrigada pelo "gosto"!
Beijocas!!😇😇😊😊😍😍
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