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Capitulo 45: Discussão

Fui até ao cacifo trocar de materiais, o do Justin era ao lado do meu.

Fiz a combinação mas não abriu. Estava perro!

Mentalmente comecei à dentada e ao pontapé à maldita prateleira com porta, mas comportei-me.

Dei várias batidas e puxei mas sem efeito. Suspirei frustrada.

Ouvi um murro no cacifo e olhei para cima assustada.

- Já está.- O...o Alenjadrrroo. Até me dá um calafrrrio.

- Obrigada, não estava a conseguir abrir.

- É... os cacifos estão quase todos assim, não te sintas mal.- Sorriu encostado-se ao lado do cacifo.

Sorri e troquei os livros.

- Como é que te chamas?- Perguntou-me.

- Sou a Sofia e tu?- Eu ia parecer perseguidora se "soubesse" o nome dele.

- Alejandro.

- Um nome latino por aqui?!

- Porque não? O teu sotaque francês não engana ninguém, beleza!- Eu vi um sorriso galã crescer o seu rosto.

Hip!!!

- Pois... vemo-nos na próxima aula?- Perguntei.

- Sim.

- Onde é que andaste?! Tenho andado à tua procura há séculos!- Dica de amigas, aqui só para vocês: nunca falem com um gato, enquanto têm o guarda-costas à perna!

- Vim só trocar de manuais, não é nada do outro mundo!

- Pois sim!- Revirou os olhos.

Afinal qual é o problema dele?!

- Olha eu vou comer qualquer coisa, até depois!- Fechei o cacifo e saí.

O bar era na direção do Alejandro portanto tinha de passar por ele.

- Naquela direção ali, yap, tu vais!- Voltou-me como se eu fosse um robot e eu não tive opção se não seguir o que ele me indicou.

- Eu também estava de saída...- O caminho do Alejandro era pelo meu.

- Claro que vais! Mas por aquele lado!- Voltou-o para uma direção oposta à minha.- Faz boa viagem!

Já sei o que é que vai ser o jantar de hoje: Justin Bieber com batatas no forno é do agrado das clientes?!

- Finalmente, foi-se embora!- Desabafou ao chegar ao pé de mim.

- Já outros...

- Disseste alguma coisa?!

- Sim, na verdade disse! Eu não posso sequer olhar para aquela brasa latina... gostei da alcunha, mas o menino pode andar a devorar cada miúda da escola no horário de trabalho!- Ralhei.

- Eu é que tenho a culpa de ter nascido irresistível?!- Riu.

- E eu tenho?!- Gritei passada.- Dá-me espaço, Justin!

E fui comer qualquer coisa e minutos depois ouviu-se o toque.

Sentei-me num lugar qualquer. O Justin, como de costume, ao meu lado, e do lado direito... o Alejandro...

O nome dele dá-me arrepios na espinha.

- Desculpa, caloira, esse lugar é meu!- Uma rapariga de olhos azuis, mas notoriamente por causa das lentes e loira platina, obviamente falsa, foi muito rude comigo.

Eu não queria arranjar confusão.

- Tudo bem.

Soltou um sorriso cínico enquanto eu arrumava as minhas coisas.

- Não te levantes Sofia.- O Justin olhou-me com calma e falou o baixo suficiente para ser eu apenas a ouvir.

- Mas...

- Confia em mim. Tens de te impor!

Ele tinha razão. Que raio de soberana seria eu se estivesse sempre a ceder?

- Não. Eu vou ficar aqui!- Disse com a minha voz mais firme e o olhar mais intimidador.

Ela riu.

- Eu acho que ouvi mal...

- Então passa a ouvir bem, eu não vou levantar o rabo desta cadeira!

- É o quê?! Esse lugar é meu, caloira!

- A caloura chama-se Sofia e já ali estava antes de chegares!- O Justin tinha os olhos vidrados.

- Mas...

- A cadeira tem o teu nome?! Foste tu que a compraste?! Então muda de lugar!- Talvez o Justin também esteja a somar pontos à sua tabela...

- Faz parte da cortesia de um cavalheiro ceder o seu lugar a uma senhora!- Disse.

- Caso todos os lugares da sala estejam ocupados, que não é o caso. Faz parte da boa educação de uma senhora, não gritar e ser educada e tu fizeste exatamente o contrário.

Ele sabe...

Vai Justin, vai Justin! Dêem-me um J, dêem-me um U, dêem-me um S... O nome dele é enorme, vamos ficar por aqui.

A oxigenada foi embora contrariada.

Só um à parte... sou só eu que acho que o vermelho vivo é para sair à noite? É que até eu que sou loira de olhos azuis, uso essa cor muito raramente!

- Obrigada por me defenderes.- Disse com um sorriso.

- Não tens de quê.- O seu sorriso era ainda mais bonito que o do Alejandro.

E o Justin tinha tatuagens e o Alejandro não, só por aí perde muito. O que é que eu estou a dizer... O Justin é irresistível aos meus olhos, vai sempre ser. Isto do Alejandro é só para lhe meter ciúmes!

Eu amo-o, vou sempre amar, aconteça o que acontecer.

*

- Então... que é que te apetece almoçar?- Perguntei olhando ora para ela ora para a estrada.

- Tanto faz, desde que seja comida... estou faminta!- Respondeu passando as mãos pela barriga.

Eu ri.

- Pode ser une pasta avec poisson... ham... salmon?

Ela olhou para mim com desprezo:

- Eu realmente não percebi se era italiano ou francês, mas vamos acreditar que era italiano, porque se eu sonho sequer que alguém gozou com a minha cara ao ponto de gozar com a minha língua, íamos chatear-nos!- Ameaçou.

- Estou a tremer, Sofia!- Ri.- Eu estava a brincar contigo. Eu falo francês, alemão, mandarim e... obviamente inglês.- Contei.

- Eu perdi-me quando comecei a aprender mandarim, mas falo francês...

- Que remédio!- Atirei.

- Italiano, espanhol, inglês, alemão e grego.

- Shhh, grego?! Foi lixado.- Confessei.

- Podes crer!- Apoiou.- Mas sim, pode ser o salmão arrasado de espanhol!

Eu ri.

Mais alguns minutos e estávamos em casa.

- Eu vou para o meu quarto...

- Trocar-te o mais depressa que puderes, para me vires ajudar com o almoço. Bem, Sofia, tu és mesmo, simpática!- Recomendei.

- Ya! Era isso mesmo que eu ia fazer...- Revirou os olhos.

Eu fui também meter as minhas coisas ao meu quarto.

Troquei-me por umas calças de moletom cinzentas e quando ia para sair vejo-me ao espelho e estou em tronco nu. Eu gostava de estar assim, mas não podia estar assim na frente  da Sofia, né?!

Vesti a primeira t-shirt que achei e saí.

Ela já estava na cozinha com um coque perfeito no topo da cabeça, uns calções largos e confortáveis de cor rosa e uma t-shirt branca.

Que gata...

- Ok, eu tenho uma frigideira. O que é que se mete cá dentro?- Perguntou aos saltinhos como quem vai para um ringue de luta livre.

Sorri.

- O peixe, mas antes quero alhos descascados, sal, pimenta, louro...

Ela olhava à volta, até que achou uma caneta e começou a apontar mas mãos.

- Que é que estás a fazer?- Impedi-a.

- Só para não me esquecer.

Que loooiira, meu Deus!

- Eu posso sempre voltar a repetir, anda. Vai lavar as mãos que eu vou buscar o que precisamos.

Ela lá foi toda contente.

Jesus, eu partilhava a casa com uma criança! E era muito divertido.

- Isso mesma, mas um pouco mais depressa por favor, o almoço é para hoje e eu estou com fome!- Despachei.

- A pressa é inimiga da perfeição!- Disse sabia.

- Mas não é agora! A Bieber Barriga está com fome e se não despachas esses alhos ela vai começar a rugir!- Disse temperando o salmão.

Ela rebentou a rir:

- Bieber Barriga!- Riu levando as mãos à sua Constança Barriga.

Isto fica no ouvido caramba! Mas dá melhor com o meu nome...

- Ok, está bom.- Esperamos que o peixe acabasse de grelhar, porque a massa já estava feita.

- Bora pôr a mesa.- Ela meteu os pratos e os copos e eu os talheres.

- Isto está demais!- Dissemos de boca cheia e depois rimos.

Depois de almoçar-moa fomos fazer os trabalhos para a sala.

Depois de fazer os trabalhos meti as três pistolas pretas em cima da mesa, e nas várias armas que tinha. Deviam ser umas 5H da tarde.

- Ham... desculpa, mas vamos entrar em guerra??- Perguntou enquanto olhava o arsenal.

Eu tirei as munições das armas e desmontei-as começando a limpar cada peça meticulosamente.

- Eu tenho uma princesa desastrada e irresponsável em casa, sem esquecer que já se deu ao trabalho de arranjar pretendentes... eu gosto de julgar pelo seguro...

Ela revirou os olhos:

- O nome é Alejandro.

- Até podia ser Constantino, não mudava o caráter! Aquele tipo é típico come-gajas! Tu já reparaste que sempre que desviavas os olhos dele ele olhava mas era para o teu corpo?! Enquanto tu estavas inocentemente naquela cacifo a trocar manuais ele aproveitou o jeito para olhar para o teu rabo! Depois se ele te beijar e não te ligar nunca mais não venhas ter comigo!

- É que eu nem vou discutir isso contigo!- Desviou.- Enquanto que ele estava sozinho no seu lugar com os amigos, o senhor estava muito ocupado a olhar para os decotes daquelas inglesas meia-leca!

- Eu não tenho a culpa que elas usem roupa como deve de ser!- Soltei.

- Se usar uma blusa que me tape o sutiã é errado, então eu não quero estar certa!- Levantou-se.

Eu não estou a ajudar. Porque é que é sempre tão difícil falar com ela?!

Suspirei. Ela deu uma volta pela sala a ferver e com razão.

- Não era isso que eu queria dizer, Sofia. Tu tens razão quanto a isso, talvez eu também não seja o maior cavalheiro do planeta, mas eu preocupo-me muito contigo, eu só mao quero que sejas usada e depois deitada fora.

- Obrigada, mas não obrigada! Eu sei tomar conta de mim!- Disse firme.

- Aham claro! Diz a senhora que ainda hoje de manhã pensava que o açúcar ia parar de forma magica ao pote de metal!

Ela grunhiu em frustração e foi para o quarto.

Disse alguma coisa de errado?

...

Banho.

Hoje foi a vez da Sofia ir à noite.

Depois de uma hora sai de lá toda aprumada e com o cabelo penteado, mas molhado.

Enquanto isso eu estava a ver o jogo do Manchester United com os rapazes, por vedeo-chamada.

- Vai, vai, vai, vai... NÃO!!!- A televisão apagou-se no mesmo momento em que íamos marcar um golo.

Comecei a ouvir um secador ali mesmo ao lado... ligado à fixa da TV!!

- Que é que pensas que estás a fazer, hã?!- Eu devia estar vermelho de raiva, mas mantive o tom de voz calmo.

- Gooooooooooloooooo!!!- Ouvi os rapazes a gritar.

- Não!!! Sofia Treta de Nome Comprido do Mónaco, desliga esse secador antes que eu to enfie num sitio bem desagradável!!!- Agora sim eu gritava.

- Ou o quê?!- Confrontou-me.

- Tu não me enerves, menina!- Apontei o dedo para ela, não o do meio claro.

- Goooooolooooo!- Mais outro.

- Sofia!!!- Choraminguei.- É o Manchester, vai secar para outro sitio.

- Não posso, porque as fixas disponíveis estão a carregar os nossos telemóveis!

- Eu nunca tive tantas saudades de um palácio!

Tirei o meu telemóvel da fixa e liguei-lhe o secador.

Acendi a televisão finalmente.

- Foi um jogo justo, o mister ensinou-nos bem...

Já... já tinha acabado....

Ok, respira fundo... isso mesmo... Que se FODA!!!

- Sofia Mimada do Mónaco!! Eu estou tão puto! Eu perdi a merd* deste jogo, pela tua falta de um caralh* de respeito, e p*ta que pariu Sofia. Era o da porra da Premier Ligue, eu agora não sei quem nos vai defrontar a seguir, percebes?! Eu nunca te pedi nada, apenas a televisão quando a f*da do meu clube está em campo!!!!!!

Ok, eu acho que esta até a rainha ouviu. O meu peito subia e descia com a raiva que eu sentia.

Ela não se podia encolher mais.

- Eu... desculpa.- A sua voz eram murmúrios.

Agora sinto-me mal. Boa!!

- Eu só queria secar um bocado o cabelo...

Saiu dali toda tristinha e cabisbaixa... Eu não devia ter gritado com ela assim.

- Tu gritaste com ela?!- Ryan.

- Não!! Eu... eu... sim?!- Sentei-me no sofá a pensar.

- Isto é o que dá partilhar casa com uma miúda. Já com a Keira é o mesmo!- Acentuou o Chris.

- Até amanhã malta!- Baixei o visor do PC.

O que é que eu ia fazer?

Com tanto trabalho a pensar pedi umas pizzas para o jantar.

Umas 4 pizzas de diferentes sabores.

Depois de um bocado grande fui à porta recebê-las.

- Sofia, o jantar chegou.- Bati à porta e entrei.

Ela estava com as costas no colchão e as penas na cabeceira da cama, empoleirada na parede.

- Tenho de ir Keira... até amanhã.- Terminou a sua chamada e soltou uma respiração pesada.

O meu coração de pedra insensível dói.

- Estive a falar com a Keira, disse que o Manchester ganhou, por 4-1 ao Chelsea.- Disse sem me encarar enquanto jogava um jogo no telemóvel.

- Ham... ok, obrigada.- Eu realmente não sabia que dizer, sentei-me ao fundo da cama, mas ela ignorou-me.- Desculpa.

Ela olhou-me.

- Pelo quê?! Por teres gritado comigo de uma forma que ninguém gritou, humilhando-me à frente dos teus amigos por um estúpido jogo de futebol?! Não, eu não desculpo!

Ela tinha todas as razões para estar furiosa comigo.

- Podias ter pelo menos avisado que ias desligar a TV, eram só mais 10 minutos de jogo... não era por aí que o cabelo ficava mais desidratado.

- O que é que a desidratação tem a haver com o cabelo molhado?!- Olhou para mim como se fosse estúpido.

Talvez eu seja mesmo. Não me admira nada que ela prefira aquela idiota que a mim.

- Olha... eu sei que não tenho sido o mais fácil de aturar, mas eu quero apenas um pouco de paciência, tudo isto é novo e deferente para mim, ok?

- Tu não tens sido tão insuportável assim, mas... és só um bocado teimosa, por muito que eu te queria avisar. Eu não fui correto contigo. Eu descarreguei a minha raiva em cima de ti por algo com pouca importância. Perdoa-me, eu nunca mais volto a fazê-lo.

- Eu prometo que vou ter mais consideração pelas tuas coisas e pelo teu espaço.- Disse Ajoelhando-se à minha frente, no meio da cama.

Eu sorri.

- Quer dizer que estou perdoado?- Sorri feito boiola.

- Sim, e eu estou?- Perguntou.

- Nunca tiveste que te desculpar.- Confessei.

Senti um par de braços à volta do meu corpo. Reagi e também a abracei com força.

- Anda, vamos comer.- Incentivei.

- Sim, já tenho fome...- Sorriu para mim, que sorriso mais bonito!

Fomos os dois para a sala e comemos em cima da carpete enquanto falamos do nosso dia, sem voltar ao mesmo assunto do costume...

- Então... qual é o tipo de música que mais gostas de ouvir?- Perguntou-me.

- Metálica e R&B. É mesmo para enlouquecer!- Respondi orgulhoso.

- Metálica... isso explica os parafusos a menos...- Riu.

Atirei-lhe uma almofada e ela riu mais ainda.

- Deixa lá que tu também não és completamente sã!- Respondi feito ofendido.- Mas conta lá... que é que a menina gosta de ouvir?

- Clássica, pop em especialidade de Ariana Grande... Adoro o My EveryThing, nunca tive a oportunidade de a ver ao vivo, um dia destes.

- Clássica?! Estás a gozar?!- Rebentei a rir.

- Ei!- Atirou-me a almofada. Dei um gole no meu copo de água.

- Ok, agora a sério... temos de partilhar o espaço: tens de reduzir as tuas embalagens e pacotinhos para três no máximo, no banho, e uns... 3 também no lavatório.

- Impossível!

- Impossível?! Só precisas de gel de duche e champô para o banho e para o lavatório, só um creme hidratante e assim... o desodorizante e a pasta de dentes com a escova, isso conta como um.

- Só isso para o banho?! Eu sou um ícone de sofisticação pela Europa! No banho eu preciso de champô, amaciador, máscara, e tenho o gel de banho de maçã e o de rosa porque não sei qual escolher! No lavatório preciso do hidratante corporal, hidratante facial, desmaquilhante, perfume, desodorizante, escova de dentes, pasta de dentes, e a minha sagrada maquilhagem, sem esquecer o protector solar e o creme BB.

Eu olhava para ela como para um fantasma:

- Estás a brincar certo?!

- Eu tenho cara de quem goza com um tipo com 3 pistolas?!

Boa resposta.

- Tu vais encurtar a bagagem! Se não fores tu, sou eu!

- Isso não!

- Então arruma-te!

- Posso ficar com a maquilhagem?- Tentou.

- Desde que fique no armário da casa de banho...

- Yes!!

Depois de mais um bocado fomos lavar os dentes.

Estava eu entretido a esfregar a minha dentição saudável quando dou de caras com um aparelho muito estranho... parecia um alicate, mas curvo e largo na ponta.

Tentei abri-lo, mas ela deu-me uma palmada forte na mão:

- Não mexe!

Rendi-me.

- Isto é para retorcer a tripa, arrancar os olhos, alongar o nariz...- Eu não estava a brincar, eu não fazia ideia do que era.

- É um curvador de pestanas génio!- Disse como se fosse óbvio.

- Como assim?

Ela pegou no aparelho esquisitoide e tentou experimentá-lo em mim.

- Ei então! Eu não uso coisas de miúda!

- Não se vai notar, tá! E também não vai doer...

- Se tu dizes...

Ok, vamos fingir que vocês não sabem que eu usei esta engenhoca de virar tripas.

- Já está. Custou muito?

- Uau! Olha como eu tou gato!- Ela riu.

- A sério?

- Não, nem sei qual é a diferença para o que estava.

Ela riu mais ainda.

- E esta coisa que mais parece uma farinha com um pigmento...

- Isso é pó translucido.

- Estou na mesma.

- Estás a ver naqueles filmes de agentes secretos onde é uma senhora com classe e muitos assessórios fiches, e engenhocas na maquilhagem, em vez de um tipo com dois pés esquerdos que têm a mania?!- Provocou.

- Isso era uma indireta?!

- Não, foca-te só na senhora... pensando bem, não te foques muito. O que importa é que quando elas chegam a uma zona onde desconfiam que há lazers, sopram isto e o pó identifica os raios.

- Finalmente uma engenhoca interessante!

- Claro que numa rapariga normal, serve para fixar a maquilhagem!- Riu.

- Bom, eu tenho de apreender o material identificado para pesquisa aprofundada...

- Estás a gozar?!- Queixou-se.- Se queres ficar com isso tens de pedir ao MI6 batom lazer, preferencialmente vermelho!

- E iam dizer o quê?! O 008 virou travesti?! Nem sonhes. Imagina só os estragos que isso fazia nas tuas mãos!- Atirei.

- Mas...

Carreguei num dos 3 pequenos botões do meu relógio e uma broca saiu automaticamente rodando com muita velocidade e fazendo um pequeno zumbido.

- Queres o pó tudo bem, fica com ele, eu também não precisava...

- Ainda bem que chegamos a acordo!- Ri e recolhi a engenhoca.

- Mas eu ainda quero o batom lazer!

- O que eu quero é que tu vás dormir que amanhã é um dia grande.- Resumi saindo da casa-de-banho.

- Eu tenho reparado... tu deitas-te sempre depois de mim... tens algum problema com o sono, tipo pesadelos ou assim?- Tentou com cuidado.

- O quê? Não. Está tudo bem, eu só estou habituado a deitar-me tarde e agora já não consigo adormecer a... horas decentes, assim dizendo.

- Tudo bem... sendo assim... boa noite!- Deu-me um beijo e foi para o seu quarto, fechando a porta.

Santo Deus... Eu nunca mais lavo a minha bochecha!!!

Concentra-te! Dei um leve estalo em mim próprio. Isso não pode acontecer com a Sofia, idiota!

Fui para a sala e limpei o resto das minhas armas com muito afinco. Assim é que eu gosto, o meu material todo brilhante e pronto a usar... e eu continuava com um mau pressentimento quanto a este Alejandro Ganzaléz... e o meu instinto raramente se engana.

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