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Capitulo 43: Nova casa

- Ei, ei, ei!!! Boas notícias!! Amanhã já aturas o guarda-costas mais insuportável do planeta!- O Justin entrou todo animado no salão, estava só eu com a Charlotte.

- Outro?! Quem é agora?- Revirei os olhos.

- Eu!!

- Own... Isso é bom!- Sorri.- Mas tu ainda estás de baixa...

- Eram só mais duas semanas e a rainha disse que me compensava esse tempo nas férias!

Uau... Ele estava mesmo animado com esta ideia!

- E também mostrei o meu plano... demorou um pouco mas acabou por ceder, começas para a semana.

- Iupi!!- Agora eu era quem estava contentissima.- Mas isso de voltares... foi fácil demais.- Disconfiei.

- Que é que se pode dizer... Sou eu! A rainha percebeu que eu era a única pessoa competente para tomar conta de uma pestinha crescida, sempre a meter-se em sarilhos... Eu fiz-lhe um favor!

- Eu não sou uma peste! Ó segurança de meia tigela!

- Meia tigela?! Eu sou o melhor 00 deste país!

- Este país é muito pequeno!- Disse cruzando os braços.

- Pequeno?! Então o Mónaco é o quê?! Um micróbio?!- Riu.

- Não teve graça nenhuma, Sr. Convencido!- Disse magoada.

- Então não te metas a insultar o meu country!

- Não te metas tu com o meu. Olha que eu sou uma mamã ursa!

Ele riu e eu também.

- Eu vou para casa e até amanhã!- Disse saindo com a sua roupa casual.

- Até amanhã!

- E vê de nestas 17 horas não arranjas confusão.

- Ok...- Revirei os olhos.

No dia seguinte...

Huuummm... O cheiro a Buckingham, já tinha saudades.

Eram umas 6:30H desfiz as malas e verifiquei se a cama estava bem desinfetada.

Depois de me acomodar e vestir o terno, a única coisa de que não senti falta, eram umas 9:30H. Fui acordar a Sofia.

- Vou já...- Disse ensonada.- É hoje!!!

Disse e saí enquanto ela saltitava toda animada.

Nunca a vi despachar-se tao depressa! Comeu à velocidade da luz e pegou nas chaves do carro.

Desde quando é que ela sabia conduzir?!

- Onde é que vais?

- Faculdade?! Tipo... Dã!

- Eu não vou responder, porque devo respeito à família real e... a faculdade é só amanhã.

- O quê?!- Ela parecia que tinha perdido tudo o que gostava.- Vou voltar para a cama!- Resmungou.

Eu aguentei-me para não rir.

- Tens muito para fazer antes de irew dormir, princesa! Tens de ir comprar o material, os livros, e roupa que te faça disfarçar. Sem esquecer de fazer as malas para levar para a casa que a rainha nos disponibilizou!

- Podemos fazer isso de tarde?! Apetece-me fazer algo diferente do custume agora...

- E o que será?

Ela desenhou um sorriso matreiro.

Oh não!!

...

- Porquê com espadas? Ninguém usa espadas hoje em dia!- Resmungou.

A Sofia lembrou-se de treinar as suas habilidades, mas dificultei-lhe um pouco a vida ao dizer-lhe que a sua arma seria uma espada.

- Sofia, qualquer utensílio pode salvar a vida de um agente. Agora a arma é uma espada.

- Isto é pesado.- Disse pegando no longo pedaço de metal.

Nós usávamos as espadas antigas de treino, não eram afiadas e eram apenas longos cabos de madeira. Igual a uma espada, mas em madeira.

Tirei o casaco e desapertei os botões de punho subindo um pouco as mangas de forma a sentir-me mais confortável.

- Ok, podemos começar.- Informei.

Ela apomtou-me a espada mas eu desviei com a minha, ficando por detrás dela, a Sofia bateu com a espada na minha virando-se apenas o suficiente para desviar a minha arma dela.

Estava a ir muito bem até.

- Qual é o objetivo?- Perguntou.

- Perde quem perder a espada, ou se renda.

- Ok, tu vais ficar sem espada!- Disse atacando.

Isso suou mal, fofinha!

- Fico à espera!

Ela atacava mas eu desviava-me bem.

Decidi atacá-la, para ver como se defendia.

Desviou-se. Parece que aqui o ataque é melhor que a defesa...

Fi-la recuar até bater com as costas na arvore atrás de si.

- Rendeste?

- Nao!

Investiu contra mim, ela estava chateada... lá isso estava, e ficava muito sexy assim.

Tropecei numa pedra atrás de mim e caí de costas no chão.

- E tu? Rendes-te?- Perguntou convencida de que tinha ganho.

Apoiei-me nas mãos um pouco acima da cabeça e dei impulso para saltar, ficando de pé.

- Não.

Atirei-me a ela, sendo mais rápido. A pequena Sofia não tinha maneira de escapar das minhas garras agora.

Bati forte no seu pedaço de madeira, o que fez com que ela deixasses cair a espada no chão, com o pé afastei a arma dela e peguei-lje depressa apontado os dois pedaços ao seu pescoço.

- Pode ser à melhor de três!- Disse sem saída.

Eu ri.

- Pode ser.

- Sofia, a Kate disse que ias embora...- A amiga idiota apareceu.

- Sim, apenas por um mês, mas continuamos a falar por telemóvel e assim.

- Eu sei...

- Na verdade, tenho mesmo que me ir despachar.- Disse tomando de novo o caminho para o palácio.- Justin, espera por mim no carro, por favor.

Assenti.

Fui arrumar os materiais e falar ainda um bocado com o Chris.

Mas fartei-me porque o assunto era só Keira e Keira e... Keira!

Peguei nas chaves e fui para o Range Rover, lembrei-me que talvez a Sofia precisasse de ajuda com as malas... As miúdas andavam sempre com um monte de roupas atrás!

A porta do quarto estava encostada.

Haviam já uma centena de malas à espera, quando ia bater ouvi uma conversa muito interessante.

- Que é isso?- A Sofia olhava para o pacote pequeno metalizado com uma cara curiosa.

- Os comuns chamam-lhe preservativo e tu vais levar alguns!- Mas a Keira quer tirar a ingenuidade assim à minha princesinha?!

- Eu não quero usar isso! Eu não vou usar isso, logo não levo!

- Tu vais partilhar casa com o Justin, e vais para a faculdade! Os universitários são uns gatos, podes divertir-te um bocado...

- Keira, cala a boca!! Eu não vou fazer nada de errado, ok?! Eu vou um mês para a faculdade e depois volto! Eu não vou estar com o Justin para isso! Eu não sou como tu! Fica com essas coisas... podem dar-te jeito com o Chris!- Resmungou.

A minha deixa.

Bati à porta e as duas ficaram surpresas.

- Precisas de ajuda com as malas?

- Sim, por favor.

Peguei no maior numero de malas que pude e meti-me a caminho do carro.

Pouco depois elas apareceram também com mais algumas malas e guardamos tudo no portas bagagens.

Depediu-se da Keira e metemos-nos a caminho da Staples.

Levantamos os livros que tínhamos deixado encomendados e fomos comprar o nosso material. Ela optou por dossier. Eu por vários cadernos, assim as ideias não se perdiam.

Canetas, lápis, águas, lapizeiras... Tínhamos de tudo no carrinho.

A Sofia saltitava por tudo o que era sitio, viasse que estava muito entusiasmada com esta ideia de ir à escola.

- Então... deixa-me ver se percebi, nunca foste à escola...

- Nope!- Disse com as mãos atrás das costas percorrendo o olhar nas prateleiras.

- Nem nunca tiveste amigos... ditos... normais...

- Nunca.

- Uau... a tua vida é muito triste!- Disse para aliviar o clima.

- Ei!!- Deu-me um tapa no braço de leve.

- Falta-nos alguma coisa?

- Acho que não.- Disse olhando o carrinho animada.

- Então vamos para a caixa. Ainda temos de ir ao supermercado.

Pois... se calhar esqueci-me de dizer, mas... não tínhamos empregada. Tínhamos de cozinhar nós mesmos, limpar nós mesmos, arrumar nós mesmos e ela não ia ficar sem fazer nada. Íamos partilhar tarefas quer seja princesa ou não!

Chegamos ao hipermercado.

- Que fixe! As pessoas podem abrir as arcas frigoríficas?!- Parecia que tinha visto uma estrela de cinema.

- Tipo... Ya. Como é que esperavas que tirassem os iorgurtes e o leite dali?- Olhei-a de forma estranha.

- Achei que fossem garçons vestidos de branco com laço preto a entregarem-nos os produtos.

Esta menina começa a embaraçar-me muito.

- Há quanto tempo é que não vens às compras?!- Perguntei.

- Eu nunca vim a um supermercado!

A sério?! Ninguém diria! Ela ten o quê 3 anos ou 20 anos?!

Ela olhava espantada por tudo o que era sítio com grande interesse e curiosidade. As prateleiras cheias de produtos entusiasmavam-na tal como o barulho bip que as caixas registradoras faziam quando se passava algum produto.

- Anda!- Disse emburrado levando numa mão o carrinho e usando a mao livre para a conduzir dali. Estava tudo a olhar para ela, não por a conhecerem, mas por a acharem uma deficiente mental.

- Ok, tu podes ir buscar o pão e algumas bolachas para o lanche. Eu vou à zona do talho, e à peixaria, ok? Não te metas em encrenca!

- Sim, senhor!

Ela ia meter-se em encrenca da grossa!!

Separamo-nos, embora eu achasse má ideia.

Depois de ir ao talho, à peixaria e à charcutaria notei a sua falta de presença. Fui à sua procura e dei com ela no corredor das bolachas com um carrinho enorme.

- Yap! Estas também vão... umas 3 embalagens... Isso e um pacote das da Bello Kitty, eu adoro a Hello Kitty. Agora... onde é que está o pão?

O QUÊ?! ELA TINHA ENCHIDO UM CARRINHO DE COMPRAS E NEM SEQUER TINHA O PÃO?!

- Ok, Sofia o que é que estas a fazer?- Perguntei passando as mãos freneticamente pela cara, tento esquecer a frustração.

Nota: Nunca venham às compras com uma loira, especialmente princesa.

- Escolher as bolachas. E tu, quais é que gostas?!

Ela nem tinha ali as minhas bolachas?!

- Vamos entender-nos, sim?

Ela assentiu.

- Nós não precisamos de levar bolachas para alimentar toda a Inglaterra, ok? Precisamos apenas de umas 3 embalagens. Isso dura para uma semana, e para a semana seguinte viemos às compras outra vez, certo?

- Ok.

- Boa. Agora, tens de ter atenção aos preços. As bolachas da prateleira de cima são mais batatas e trazem mais pacotes que essas.

- Mas estas têm a Hello Kitty...

- Quem usa Hello Kitty na faculdade é muito bebé!- Respondi.

- Levamos dois pacotes dessas!- Disse pondo dentro do nosso carrinho, abandonando o outro o maia depressa que pudemos.

- Temos de ir buscar, leite, cereais, arroz...- A lista era interminável.

Umas duas horas depois saímos daquele supermercado.

Eu estava morto. Ir numa missão cansava-me menos!

- Foi tão giro, não achas? Eu diverti-me imenso!

Ainda bem que há alguém que está feliz aqui.

- Anda, vamos ver a casa.

Conduzi perto de uma hora. Até que entramos numa rua de classe média, onde havia umas casas todas iguais.

- É aqui. A segunda para ser mais exato.

- É tao fofa!- Disse saindo do carro quando parei.

Não posso discurdar. Um dia eu ainda ia ter uma casinha destas com a minha mulher e íamos estar lá dentro abraçados a observar os nossos filhos a brincar cá fora.

Mas avançado...

- Podemos entrar?

- Claro!

Peguei na chave e abri. Não era muito grande, apenas o suficiente.

A sala de estar era junta com a sala de jantar num tom mais rústico e tipicamente inglês. A cozinha era toda equipada e tinha uma mesa e TV. Provavelmente iamos jantar aqui.

O corredor era em tons de castanho e tinha alguns quadros de flores.

Decidimos ir ver os quartos.

- Este é meu!- Ela disse quando abriu a primeira porta e viu que dava para o jardim.

Não discuti o assunto.

Era um quarto em tons de verde claro, com uma colcha branca às flores azuis e rosa em cima da cama. Tinha uma escrivaninha, guarda roupa, espelho de corpo inteiro e um cadeirão de cabedal castanho a um dos cantos.

Fui ver o meu.

Tinha uma janela para a rua de onde se via o quintal. Era em tons de branco azulado e tinha uma colcha bordeaux em cima. Um chão arcapetado e felpudo preto com um guarda roupa em madeira escura, um cadeirão de cabedal preto e um espelho de corpo inteiro também. Eu não tinha escrivaninha. Não tem mal, faço os trabalhos na sala.

Este quarto era o meu sonho mais íntimo... só faltava a vadia!

- O teu também é muito fixe, mas não encontro a casa de banho do meu...- Disse olhando a jarra do corredor.

Isso é porque só existe uma casa de banho, e é naquela porta ali.

Apontei para o final do corredor.

- Eu vou ter de partilhar casa de banho?! E ainda por cima com um homem?!- Ela estava em pânico.

Eu só sabia rir.

- Eu tive de aturar uma criança no super-mercado... A faculdade não é demais?!- Ironizei.

- Além disso esta casa é minuscula!

- É uma casa normal! Nem todas as pessoas vivem num palácio. Com divisões onde não metem os pés durante meses!

- Eu estou tao feita!


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