Capítulo 34: Desconfiança
Chegaram de novo a Inglaterra. Assim que Charlotte e George saíram do carro foram logo abraçar os pais que estavam igualmente cheios de saudades deles.
- Como correu Sofia?- A tia veio ter com ela.
- Correu tudo bem... o George teve de ficar de castigo, mas tudo bem.
- Que é que se passou?- William tinha um tom de repreensão.
- Nada de mais, mas diverti-me muito.- Disse animada.- E por aqui correu tudo bem?
- O costume... já sentíamos falta de uma chata marrona que nunca larga a biblioteca!- Riu Harry.
- Para ouvir as tuas gracinhas, preferia ter ficado lá no meio da neve Cenoura!- Disse emburrada de braços cruzados.
- Pára de me chamar cenoura! Eu sou ruivo e com muito gosto!- Disse chateado.
Sofia riu, tal como William.
- Eu vou arrumar as minhas coisas.- Disse indo para o quarto.
Sofia estava apreensiva. Sentia-se observada a cada momento, sentia-se controlada a cada momento. As aulas de judo não serviram para nada, ela nem em Justin confiava agora.
Arrumou as malas e foi para a biblioteca procurar respostas. Foi buscar uns 4 livros e abriu-os todos em cima da mesa: um de história, outro de leis de decência ao trono de Inglaterra, outro do Mónaco e o seguinte da Dinamarca.
Nada ajudava. Estava em branco.
Justin estava ali ao lado a observar a chuva a cair nos vidrais da biblioteca. Haviam anjos, coroas, reis, rainhas... tudo de varias cores, feitios e épocas.
Sofia o observava Justin com atenção, todos os pormenores, desde o cabelo às mãos, do fato à postura. Justin era lindo de qualquer forma... raio de leis britânicas!!
Fechou os livros e demorou-se um pouco mais no do Mónaco, haviam uns desenhos estranhos manchados.
- Eu realmente sinto-me mal, por ter de te fazer passar por esta seca...- Disse com sinceridade chegando-me ao lado dele.
- Eu até gosto de passar o tempo contigo...- Disse num sorriso.
Ai a temperatura a subir! Ai que eu não aguento! Ai o extintor mamã!
- Não há armas, não há sangue, não há ódio nem guerra.- Disse acabando por olhar para mim.
Puff! Claro que eu sabia que era nessa sentido! Ate me admirava que alguma vez na vida me dissesses uma coisa tão simpática como essa... não que não sejas simpático... só que podias ser mais ainda...
Olhei o pela janela também, mais um dia típico de Londres: a chover.
- Justin... neste preciso momento... estas a servir-me a mim, Mónaco, ou Inglaterra?- Perguntei sem o olhar.
- Acho que Mônaco.- Disse sem muita convicção.
- Do tipo... se houvesse algum problema com o trono de Inglaterra e do Mônaco, ajudavas-me a mim, ou a minha tia?- Insisti.
- Não sei Sofia, provavelmente o lado inglês. É isso que sou, está-me no sangue.- Encolheu os ombros.
- E se fosse errado?
- O quê?!- Parecia surpreendido.
- Nada, estava apenas a pensar alto.
Olhei para cima, para o inicio dos vidrais, de forma distraída. Num momento lembro-me de já ter visto esta pintura. Corro a ir buscar o livro na prateleira, fazendo Justin ficar surpreendido e preocupado em estado de alerta.
Abri o livro e sim, era o mesmo vidral. Coincidencia?! Acho que não!
Peguei no livro de Inglaterra e tinha um vidral igual ao desenho também. Só a Dinamarca é que não tinha.
Olhei melhor os desenhos nas minhas mãos e os no vidro tentando arranjar algum código, mas nada. Que quereria dizer?
- Espera!- Vi uns números na base do curral.- É só a data...
- Não! Não é só a data! Deve ser uma referência ou uma coordenada. É muito estranho que o ano seja de 1189, nessa altura acho que nem tinham inventando o vidro e se sim, este Palácio é do séc. XV, não do séc.XII!- Disse pensando no mesmo que eu.
O vidral de Inglaterra tinha também umas coordenadas.
- Calculo que queira encontrar esta localização exata...- Fez um sorriso de vitória.
- Ham... na verdade não. Eu queria apenas perceber se haviam códigos secretos por aqui... e assim...- Tentei disfarçar.
Não me julguem, tá?! Arranjei à ultima da hora.
Ele levantou a sobrancelha para mim:
- Está tudo bem?- Perguntou, desconfiando da minha natureza curiosa.
- Sim, porque não haveria de estar?!
- Porque não é normal!- Disse a rir.
Eu permanecia séria.
- Justin, eu perguntei-lhe de que lado estava. Eu não posso confiar em si, eu não sei no que me estou a meter. Alguém me quer ver morta, um alguém que nem mesmo tu podes derrotar e eu vou descobrir quem é, quer seja inglês ou não!- Disse firme.
- Ai agora não confias em mim?! Eu passei praticamente as 24 horas dos últimos dois meses a certificar-me de que continuavas intacta, mas não confias em mim! Por mim esta certo!
Acho que acertei no orgulho de alguém...
- Justin, disseram-me que estava mais perto do que eu pensava. Tu passas os dias comigo... faz as contas!
- Boa!- Disse de forma fria, ate senti doidoi no meu coração.- Eu nunca te dei razão alguma para desconfiares de mim, eu sou-te completamente fiel, desde que a rainha te deixou ao meu encargo...
- Eu sei, e se calhar estou a ser ingrata mas... eu tenho de descobrir isto sozinha. Desculpa.- Sentia a culpa apoderar-se de mim.
Ele não respondeu e continuou a olhar a janela de forma mais rígida que o habitual, de maxilar travado e na direção oposta à minha.
- Devias pedir à tua tia para me substituir por alguém em quem confies.- Disse de forma rígida.- o Lawrence talvez...- Tinha um tom irônico.- Oh espera! Ele não pertence aos serviços secretos... mas olha quem salvou a tua inocência!
Ele estava a ser muito rude comigo e isso estava a magoar-me.
- Tu não tens o direito de falar assim comigo.- Evidenciei olhando-o. Uma princesa nunca olha para baixo.
Ele parou de imediato, ligando-se de com quem estava a falar.
- Desculpa-me.- Disse sem muita vontade.
- Tudo bem.- Disse com o coração partido em mil pedaços.
Pensei um pouco. Eu nãoo conseguia resolver isto sozinha. O Justin nunca me tinha dado uma razão sequer para desconfiar dele... eu esta a ser muito estúpida na forma como estava a agir com ele.
- Desculpa. Eu estou só a lidar com tudo o que sei e sei também que estou a ser uma completa idiota ao desconfiar de ti, tu já te arriscaste muitas vezes por mim...
- Tu não és idiota Sofia. Tu estas apenas a tentar encontrar um traidor entre amigos. Eu faria o mesmo que tu.- Disse-me de forma calma.
- Amanhã temos de achar a interseção das duas coordenadas... isto começa a assustar-me!
- O que é que desconto ate enquanto estivemos fora?- Perguntou-me.
- Bem... é estranho...
Fomos sentar-nos e contei-lhe a historia toda. Ele ouviu-me com grande paciência.
- É realmente muito estranho que em Inglaterra exista um Palácio dedicado ao Mônaco dessa maneira...- Coçou a bochecha de forma pensativa.- Isso da morte das ondas... isto é tudo muito suspeito.
Assenti com ele é tentamos arranjar uma solução juntos.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro