Capítulo 32: Professia
Sofia foi para o quarto depois do jantar e vestiu o seu pijama roxo:
E reparou numa gravura na parede, o símbolo representado era muito parecido com o seu fio de ouro que tinha o brasão de armas da casa real do Mónaco. Todos os soberanos do país o tinham: a mãe, o pai, ela e a avó.
Isto estava a ser estranho: como é que no Reino Unido, existe um palácio com o brasão de armas no Mónaco?
Observou a parede com mais atenção e havia uma pedra mais saída da parede com uma ranhura igual ao rebordo do seu fio de ouro. Tirou o fio do pescoço e colocou-o na ranhura da parede.
A parede começou a mover-se e um pouco de pó foi solto, deixando uma enorme passagem aberta. (Mas estes britânicos não têm mais nada que fazer, se não passagens secretas?!)
Sofia estava ligeiramente assustada com o que se estava a passar por aqui. Tirou o fio da pedra e voltou a colocá-lo ao pescoço. Seguiu o largo corredor e a passagem bramiu ao fechar-se atrás de si.
Escuro. Estava tudo negro, não se via nada e isto assustou-a a sério. Num momento acederam-se as velas do nada. Sofia estava boquiaberta: Haviam frescos nas paredes da sua família, dos seus antepassados soberanos do Mónaco, isto cada vez lhe era mais estranho...
Tinha algumas escrituras em latim, algo que ela sabia quase tão bem como a sua língua materna:
A princesa simples que aqui há
Tem uma ameaça atrás de si
Coragem, bravura e honra terá
Para passar as dificuldades aí
Sofia não percebia: "Aí"? aí, onde? Em Inglaterra? No Mónaco?
Quem por perto anda
Não tem medo em a perder
Quando a coroa não lhe é dada
Irá lutar sem medo, pelo poder!
Isto já lhe estava a causar pânico, não tinham medo de a magoar. Lutar pelo poder?
Mas quem? Anda por perto... seria Justin? Lutar pelo poder... Não, Justin não tem forma de lutar pela coroa, ele não tem "sangue real".
Os amigos ajudarão
A profecia será concretizada
Sofia triunfará
Pela sua grande astucia usada
Medo é inimigo
Mas atenção aos que a rodeiam
Sangue de coração puro derramado
Nas ondas brancas ondeia
Sofia estava branca de medo: O nome dela? Estas inscrições estavam aqui provavelmente à séculos e tinham o seu nome... era pontaria a mais. E queriam... MATÁ-LA?! Isso era assustador, a partir de agora tinha de dormir com um olho aberto.
Os desenhos mostravam anjos a coroar uma mulher. Tinha cabelos loiros e vestes brancas. No fresco seguinte as roupas estavam cobertas de sangue. Isso assustou-a mais que nunca.
Uma coisa estava provada: No dia do ataque na sua condecoração, não eram terroristas, era si alguém a querer exterminá-la. Quem? Isso teria de descobrir a tempo, antes que o pior acontecesse.
Continuou o corredor antigo, com uma vela na mão. Também existiam inscrições antigas, de outros descendentes a tronos europeus.
Mas nos seus frescos era diferente: havia um anjo da guarda. Nos outros não. Nos outros haviam soldados e ninfas... mas Sofia era a única com um anjo da guarda. Ela esperava que esse anjo da guarda existisse mesmo e deixasse de ser metafórico uma vez na vida, era necessário que isso acontecesse.
Na parede à sua frente, viu algo marcado, semelhante a uma porta de pedra e decidiu empurrá-la, mas era mesmo muito pesada e mal se mexeu. Tentou com mais força e abriu apenas o espaço suficiente para conseguir sair.
Sentiu algo na sua nuca, estava completamente escuro e ela não conseguia distinguir onde estava.
- Quem és tu e o que é que fazes no meu quarto?
- Ham... Justin, sou eu a Sofia.- Disse com a voz a falhar e voltou-se para o agente.
Justin estava apenas com um boxer branco e uns calções de pijama, dando a Sofia o pequeno privilégio de observar com dificuldade, por causa da luz, aquele corpo perfeito.
- Desculpa.- Justin retirou a arma de imediato e espirrou. Guardou a arma na mesinha de cabeceira, nem a tinha destravado.- Lamento imenso, por isto. Que é que fazes no meu quarto?- Perguntou assoando-se.
"Querido, não deves estar muito mal, se continuas assim vestido: não estamos propriamente no verão!"
- Bem...- Sofia não podia confiar em Justin desta vez, neste momento todos eram uma ameaça.- Encontrei mais uma passagem e segui até ao fim. Gosto daquela sensação de aventura e assim... pelos vistos a saída era no teu quarto. Atrás do guarda-roupa, atrás do papel de parede.
Os dois riram um pouco, mas Justin logo espirrou novamente:
- Sentes-te melhor?- Perguntou mesmo sabendo a resposta.
- Pelo menos já não me doí tanto a cabeça.- Disse fechado os olhos um pouco e abrindo-os minutos depois.
- Eu acho que amanhã, não estás em condições de trabalhar.- Disse cruzando os braços.
- Não, eu consigo! Já estive em piores condições...
- Justin, nós prometemos não sair daqui, mas tu tens de melhorar.
- Sofia, eu não posso deixar que fiques aqui dentro, se queres sair, simplesmente porque não tens um segurança.- Disse de forma paciente.
- Eu não estou a pensar em sair. Está imenso frio lá fora e há um livro à minha espera na prateleira.- Disse com um sorriso calmo.- Descansa, aqui ninguém vai sofrer um ataque.
- Tudo bem. Mas se pensarem em sair chamem-me. Eu visto-me num segundo e vamos onde quiserem.- Disse esforçando um sorriso.
- Está-se mesmo a ver...
- Prometes?!
- Prometo.- Cedeu. Como não ia sair, não havia problema.- Até amanhã, Justin.
- Dorme bem Sofia.
Sofia saiu sem fazer barulho e foi para o seu quarto. Justin espirrou e assou-se de seguida.
Ok, malta... eu sei que não uma mestra poetisa, mas foi o melhor que consegui fazer. Desculpem estar a demorar tanto. Beijocas.
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