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Capítulo 3: Família reunida

Sofia e Justin correram na direção dos gritos aflitos de ajuda. Depois de algum tempo a correr deram de caras com George sentado no chão a resmungar com os carrinhos.

- Finalmente alguém!! Um menino pode morrer aqui sozinho que ninguém vem ajudar! A menina!

Sofia apontou para si própria, e olhou para Justin que encolheu os ombros:

- Sim, é consigo! Pode levar-me para dentro, por favor? Eu perdi-me e... fiquei sozinho, e preciso muito de ir fazer chichi. O senhor elegante pode fazer escolta?! Ótimo!

Justin nem se moveu:

- Vossa realeza, não me é permitido fazer isso durante o serviço. A minha tarefa aqui é simplesmente proteger Sua Alteza Real, Princesa do Mónaco...

- Depois vai protegê-la, eu preciso de ajuda. A princesa deve de estar a experimentar todos o vestidos de Londres, e deve ser gira... só espero que tenha a minha idade.- George imaginou.

- Tontinho.- Sofia achou-lhe graça e ajudou-o a levantar.

- Olha as maneiras!

- Tento na língua!- Sofia explodiu.- Ninguém fala assim com Sofia Margarida Antonieta da Graça Custódia, Princesa do Mónaco!

Justin e George riram, mas Justin recebeu um olhar de repreensão por parte de Sofia e tossiu para disfarçar.

- O teu nome é horrível!

- Obrigada, primo!- Revirou os olhos com um certo sarcasmo na voz.

- Não tens nenhuma irmã jeitosa mais nova, e gira?- Perguntou a criança em expectativa.

Sofia meteu-se de joelhos:

- Eu vou ignorar que me chamas-te feia e velha, e vou repreender-te porque primeiro, tens só 5 anos e depois, é muito feio falar assim com uma rapariga.

- Quando é que chegas-te, rainha do aborrecimento?- Sofia deu-lhe a mão e levou-o para dentro seguido por Justin.

- Ao inicio da tarde, duque convencido!

- Depois de um ter uma longa conversa com a retrete, podemos ir brincar?

- Só se lavares as mãos.

- Tudo bem, mas só porque és tu!

George entrou  na casa de banho e Sofia irritou-se de toda a maneira:

- Este miúdo realmente... a minha tia preocupada em dar educação ao MI6, e com esta pestinha por aqui! Ele sonha alto: Rei?! Nem morto, ele tem muita gente à frente!

- Tem dois possíveis monarcas, princesa!- Justin estava a fazer o esforço máximo para não rebolar a rir.

- E a chamar-me empregada! Eu tenho cara de empregada, por acaso?! Não! Pior: Rainha do aborrecimento!! Eu sou aborrecida por acaso, hã?

- Não e não, princesa.

Eu quero um aumento depois disto!

George saiu da casa de banho:

- O meu sábio conselho é que não entrem ali pessoas nas próximas quarenta e oito.

Justin não aguentou mais e gargalhou e gargalhou:

- Eu... eu peço desculpa... Isto é demais para mim!

O próprio George e Sofia desataram a rir, pouco depois recompuseram-se os três.

- Não precisamos de contar este momento de falta de profissionalismo à sua tia, certo?!

- Fica só entre nós, Justin.- Certificou Sofia.

- Ó avó!!- Chamou o rapaz.

- Tu vais calar essa boca grande! Ninguém gosta de príncipes convencidos e queixinhas. Eu quero falar com a tua professora de boas-maneiras!

- Ó mãe!!

- Eu tranco-te na casa de banho, George!- Ameaçou.

- NÃO ISSO NÃO!!! POR FAVOR NÃO!!

- Então porta-te bem!

Os dois foram para um dos enormes salões onde havia uma lareira em mármore apagada, pois ainda não fazia muito frio, o salão tinha vários arranjos de flores farfalhudos e coloridos e quando o sol entrou pelas janelas enormes refletiu nos espelhos e nos debruns dourados, embelezando o espaço e o relevo das paredes. Ficaram a brincar aos carrinhos por várias horas:

- Como é que está a Charlotte, George?

- Chora por tudo: ou porque quer comida, ou porque quer mudar a fralda, ou porque quer brincar... é mais mimada que eu!

- Os bebés são assim, primo.- Catlin riu.

Justin observava com a sua cara de pedra e posição profissional.

- Prima, como é que é... mandar em alguém?

- Bem, para mandar nos outros é preciso mandares em ti primeiro.

- Sim, mas como é que será governar? Dar ordens?

- É precisa muita responsabilidade, astucia, disciplina e respeito. Não te esqueças que estás ali para servir os outros, o teu povo, não para proveito próprio, quer dizer algumas vezes sabe bem, e tens algumas regalias, mas... estás ali para os guiar e ajudar.- Falou com paciência, batendo com o carrinho no de George.

- Não podia estar mais de acordo. Palavras de grande sabedoria para alguém tão jovem, Sofia!- A tia entrou no salão seguida pelos primos.

Sofia levantou-se e foi a correr ter com eles:

- William, Harry, Kate, tu estás fantástica! Tudo bem, tio Charles?

Sofia abraçou-os e cumprimentou-os calorosamente. William e Harry fizeram a cadeira com as mãos e sentaram-na, sempre que ela lá ia faziam-lhe aquilo. Sofia ria divertida:

- Há coisas que nunca mudam!- Riu ao voltar ao chão.

- Não mesmo!- Disseram em conjunto.

- Olá Charlotte, provavelmente já nem te lembras de mim, mas...

- Eu acho que xim, foste tu que me dete a minha loca, não foi?- A menina falou atrás das pernas de Kate de uma maneira muito tímida, ainda embolava um pouco as palavras na boca, mas percebia-se.

- Sim, fui eu. Gostas dela?- Perguntou com um sorriso.

- Xim, é briante!!

- Isso mesmo: o brilho nunca é demais!- Sofia deu-lhe um +5 e a menina sorriu.

 - Sofia, cada vez mais estás parecida com a tua mãe. Daqui a pouco temos todos o reis e príncipes da Europa atrás de ti!- Brincou o tio.

- Então ainda bem que temos artilharia suficiente, para os mandar embora!- Disse emproada, nunca gostou de ter muitos rapazes convencidos de volta de si.

 Todos riram:

- Mas é verdade querida, estás fantástica. Um dia vais ser uma grande soberana.- Disse num tom superior.

- Obrigada, tio!- Sofia foi abraçá-lo.

- Pelas palavras que ouvimos à pouco... o Reino Unido tem de se preparar...- Brincou Isabel.

- O Reino Unido, será sempre o Reino Unido e o Mónaco, sempre o Mónaco. Cada um com as suas diferenças, porém belos à sua maneira.

- Mesmo eu que tenho 30 e tal anos, não digo essas coisas- Comentou William.

- Isso é porque tu és uma cabeça no ar.

- Bem, eu tenho de voltar para o meu escritório, o primeiro ministro vem aí apresentar umas novas propostas. Fiquem bem!- A tia despediu-se e foi embora.

- Eu tenho um jogo de críquete, agora mesmo.- O tio Charles foi embora também.

- E nós uma competição de equitação, certo?!- William desafiou Harry.

- Podes crer!

- Sofia, não te importas de ficar umas horas com a Charlotte e com o George?

- Claro Kate!- Aceitou Sofia.

- Obrigada, tenho uma conferencia para uma campanha de solidariedade e a ama precisou de tirar a tarde.

Sofia sorriu, em poucos minutos estava sozinha outra vez com os primos e com Justin.

- Muito bem, o que é que vos apetece fazer?

- Podíamos graffitar os quadros com a cara dos cotas da entrada principal!- Colocou George.

- Tu és mesmo uma peste! Aqueles cotas são todos teus familiares, fazias isso e ias de castigo, e se fossemos andar de skate?

- Nada mal, mas a minha ideia era melhor...

- Sim, sim... anda lá.- Riu Sofia.

- Hum... devo dizer-lhe que é perigoso, pode causar danos graves como ossos fraturados, sangue e outras feridas desta natureza...- Disse Justin.

- Usamos proteções!- George disse apertando as joelheiras.

- Sim, Justin é só um skate, não é um F-16!- Disse Sofia para o acalmar.

Justin não teve outro remédio se não aceitar a decisão, ele ali não impunha as ordens, só as cumpria.

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