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Capítulo 16: Confidencial...

Sofia pegou num livro do géneroSherlock Holmes e foi ler para o jardim... talvez lhe desse algumaideia. Enganou-se. Aquele monte de folhas eram uma treta; para quêSherlock Holmes quando temos um 008 connosco?!

- Justin?- Perguntou sentada no banco dejardim.- Como é que é um treino de um espião?Aquela parte de se infiltrar...- Tentou não dar muito nas vistas coma pergunta.

- Bem... é do tipo... confidencial!-Disse a sorrir.

- Realmente era isso que queria ouvir!-Disse irónica.

- Desculpa Sofia, mas não me épermitido falar sobre isso.- Disse sentando-se ao lado dela.

- Percebo... mas e se eu perguntar àminha tia se me pode dizer?

- Se ela aceitar, dar-lhe-ei todas asrespostas que quiser: é a rainha que manda! Mas até lá... nãodá.- Disse simples.

- Ok, um momento.- Sofia fingiu queprocurava o número da tia no telemóvel.- Tia o Justin pode...

Justin tirou-lhe o telemóvel na mãosem o olhar:

- Não é por nada... mas acha queconsegue enganar um 00 com um truque tão básico?! Isto é o que oseu primo faz para pedir mais doces nas lojas de Londres...- Riuentregando-lhe o aparelho.

- E resulta?- Perguntou entusiasmada.

- Com os funcionários sim, comigonunca!

- Está certo!- Sofia cruzou os braçosamuada.

- Porquê tanta curiosidade agora emsaber um treino de um agente de elite?

- Bem... no teste de gabarolice passoude certeza!- Disse olhando-o de cima abaixo.

- Por acaso sim. Passei com notamáxima!- Justin alinhou.

- Eu sabia... Estava só comcuriosidade, nada de mais...- Disse como se nada fosse.

Sofia precisa de saber, precisava dedicas, de saber o que não fazer... coisas desse género, mas Justinnão ia abrir a boca.

- Pelo menos sabe fazer mais algumacoisa, sem ser gabar-se?

- Bem... quase me sinto mal: eu sou umapessoa extremamente sensível, princesa.- Justin fez drama.

- Diz o homem que pega numa arma e matauma pessoa sem qualquer problema ou sentido de culpa.

- Eu levo isso como um elogio.- Disseolhando em frente.

- Aquilo de... "Licença para matar!", sempre é a sério?- Sofia estava curiosa acerca disso.

- Só quando se está em guerra comoutro pais, de resto... não se pode matar assim ninguém, como quemtroca de calças.- Respondeu.

- Num caso muito remoto em que o ReinoUnido entre em guerra com o Mónaco, reze para que não mate nenhumdos meus agentes, ou eu faço bem pior consigo!- Disse ameaçadora.

- Que assustador!! Isso é uma ameaçaprincesa?- Justin aproximou a sua cara de gozo da de Sofia.

- Eu chamava-lhe... aviso invasivo, masse pretende entender assim é consigo.- Disse pondo aquele sorrisoconvencido.

- Aposto que conseguiu nota máxima nadisciplina de auto-confiança...- Provocou Justin.

- Na verdade rebentei a escala!- Disseolhando distraída e sorridente.

- Eu tenho vindo a observar isso desdeque chegou.- Disse Justin compondo a gravata.

- A sério?- Sofia levantou o sobrolho.

-Não, na verdade a Sofia é humilde edoce... dedicada aos outros e preocupada, com um grande sentido deresponsabilidade, mas anda à procura de algo, que eu não sei o queé, mas irei descobrir, já se for algo muito pessoal... dispenso!-Disse olhando-a.

"Uau! Tu és bom, gato!"

- Não posso negar que sejaobservador...

- Isso! Isso é uma qualidade quequalquer agente tem que possuir. Audácia, paciência e observação!

*

- Que tal o dia Sofia?- A tia chamou-a ao gabinete real.

Sofia sentou-se numa daquelas duas poltronas antigas em cabedal que estavam ali desde que Cristo veio à terra.

- O costume: aborrecido!- Disse revirando os olhos.

- Sim... mas estás a gostar de cá estar?- Perguntou atenciosa.

- Sim, é divertido voltar a passar mais algum tempo convosco. Já tinha saudades, e nunca tinha visitado Londres sem ser de forma... oficial... é uma cidade muito divertida, animada, as pessoas são simpáticas... podia estar melhor tempo, mas...

A tia riu:

- Ainda bem que gostaste. Como é que é passar o tempo com o Justin?

"Ainda bem que foi tão discreta a perguntar..."- A ironia britânica.

- O Justin é um ótimo agente, sempre que eu preciso está lá, e está sempre disponível para me proteger.

- Mas é uma pessoa "distante"?- Tentou a tia.

- Não, quer dizer... dentro do possível. O Justin faz-me rir quando preciso e tem sempre algo sábio ou confortante a dizer... divertimo-nos um bocado, quando vê que estou aborrecida, mas não é uma pessoa que se venha a tornar muito intima.- "Bem... na verdade..."- É um grande profissional.

- Fico feliz por se estarem a dar bem.- A tia sorrio de forma calorosa.

O dia passou à velocidade da lesma e da preguiça e só mais tarde é que se fizeram horas de jantar.

Sofia foi jantar com os familiares e Justin jantou na cozinha com os empregados:

- Mas conte lá: está a gostar de trabalhar por aqui, Sr. Bieber?- Perguntou a cozinheira de forma simpática.

Devia ter perto de 60 anos e fazia cozinhados incríveis.

- Sim Elvira, são todos muito simpáticos... e a sua comida é de comer e chorar por mais!- Disse a rir.

Os outros empregados concordaram.

- Mas conte lá... como é que é a princesa? É arrogante? É toda pipi? Eu ainda nunca falei com ela...

Justin riu com as perguntas da cozinheira.

- Não Elvira, a princesa é muito simpática e não é assim tão... preocupada com a imagem como pensa.- Disse comendo a salada de frutas.- É simples.

- A mim pareceu-me muito simpática...- Disse a empregada que a rainha disponibilizou a Sofia.- Mas isto do casamento com o dinamarquês...

- Podem crer... coitada da rapariga... com uma vida pela frente com tanta gente boa por aí andar com aquele espeto...- Disse Elvira.

Justin sorriu, mas por dentro permanecia pensativo.

- Sim... o príncipe é um pouco rude. Não tem maneiras nenhumas!- Apoiou o condutor da limusina.

- Justin, a rainha mandou chamá-lo.- Um guarda veio à porta da cozinha chamar.

Justin olhou em volta e ajeitou o nó da gravata, levantando-se e seguindo o guarda.

- Boa noite, está tudo bem?- Perguntou educado ao chegar ao salão.

- Sim Justin... estive a pensar e a falar com a minha sobrinha... Amanhã está de folga.- Disse a senhora sem rodeios.

- Tem mesmo a certeza? Eu não me importo de...

- Justin, é muito prestável, mas está decidido: Amanhã está de folga.- Insistiu a rainha com um sorriso.

Justin sorriu:

- Obrigada, majestade.- Disse fazendo uma leve vénia.

- De nada, pode retirar-se.

- Resto de boa noite!- Disse simpático antes de sair.

- Boa noite, Justin.- Responderam todos.

- E se amanhã fôssemos até à costa, sei lá... ver o mar, sentir a areia... Que tal Sof?- Propôs Laurence.

Sofia sentia-se um pouco insegura sem Justin.

- Não achas que está um pouco de frio para isso?

- É... talvez tenhas razão...



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