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Capítulo 15: Recordações...

- Sofia... Sofia!- Alguém a abanava para acordar.

- Só mais 5 minutos...- Disse sem abrir os olhos e revirando-se na cama, mas acabou por cair no tapete.

- Au! Já acordei... Quem foi o...

- Bom dia alteza!- Disse Justin contendo o riso.

- Bom dia Justin.- Disse meio que atrapalhada levantando-se depressa.

- A rainha mandou acordá-la...- Disse simpático. "Mas acredite que por minha vontade tinha ficado a dormir: é um autentico anjo!"

- Sim... eu devo de ir tomar o pequeno-almoço, sei lá... daqui a 1 hora...- Disse esfregando os olhos.

- Espero-a lá em baixo.- Saíram os dois com cuidado para não acordarem Charlotte.

Sofia entrou no quarto e foi preparar o seu banho: Despiu-se e vestiu um robe de seda. Entrou na casa de banho do seu quarto:

- ÁHÁHÁHÁH!!- Um grito suou por todo o palácio, e talvez por toda a Londres.

- Calminha, estava já a sair!- Sofia virou costas mais que envergonhada e furiosa, e Laurence enrolou uma toalha à cintura.

- Que é que se passa?- Justin chegou a correr o máximo que pôde, minutos depois os familiares.- Óh, não...

- ALGUÉM ME QUER EXPLICAR O QUE É QUE ESTE MONTE DE PORCARIA FAZ NA MINHA CASA DE BANHO NESTA FIGURA?!- Disse vermelha como se lhe estivesse a saltar a tampa, porque estava mesmo.

- Laurence Tobias Salvador Nóbio da Dinamarca... O que é que pensas que estás a fazer?!- Perguntaram os pais.

- A tomar banho?!- Disse simples.

- NA MINHA CASA DE BANHO?!- Continuava alterada. Katte tapou a boca a George para não desatar a rir.

- Sim... o que é teu é meu e assim...- Disse simples.

- FORA DAQUI DINAMARQUÊS DE MEIA-TIGELA!! EU AINDA TE CHEGO A ROUPA AO PELO, CARAÇAS!!- Sofia continuava vermelha.

- Já fui... já fui...

Laurence estava só de toalhão à cintura em frente de toda a família real inglesa e segurança privado... mas não estava nem com um pingo de vergonha.

- Eu não entro nesta casa de banho, nos próximos 100 anos...- Disse Sofia emburrada.- Posso usar a vossa?- Perguntou aos familiares.

 Nenhum respondeu.

- Podes usar a minha...- Tentou Laurence.

- Puto, cala a boca antes que eu te arranque o pinto à força!- Disse entre-dentes.- Justin, que simpático por me emprestar a sua casa de banho... quando precisar de algo já sabe onde estou!- Fez-se Sofia pegando na sua toalha e no gel de banho.

- Mas eu... tudo bem... Só não desarrume nada...- Disse derrotado.

Sofia entrou no quarto à frente do seu e surpreendeu-se por não estar tudo numa confusão. Até estava melhor que o seu próprio quarto! Justin era uma pessoa extremamente arrumada e organizada...

Entrou para o duche e tomou o seu banho demorado. Saiu com o cabelo enrolado na toalha e foi vestir qualquer coisa para o seu quarto.

Depois da roupa interior branca e rendada vestiu umas jeans rasgadas e uma camisa atada na cintura, mas sem se ver a barriga. Calçou uns sneaker's e quando se preparava para sair bateram-lhe à porta:

- Posso?

- Sim.- Disse reconhecendo a voz.

- Trouxe o pequeno almoço, já que são quase 10H e toda a família real já saiu... não achei que gostasse de comer num salão tão grande e sozinha...- Disse simpático pousando o tabuleiro em cima da escrivaninha.

- Obrigada Justin! Não quer comer qualquer coisa?

- Não obrigada, princesa.- Disse simples.

- Tem a certeza que não?! Isso aí dava para alimentar todo o exército inglês!- Disse e Justin riu.

- Tudo bem, sendo assim... posso comer esta maçã?- Perguntou educado.

- Força!

- Obrigada Sofia!- E saiu.

|Justin|

Já ouviram falar em Xanax?! Porque é isto que este dinamarquês precisa! O frio congelou-lhe os miolos, ou quê?! Quem é o idiota que se mete numa banheira de uma miúda? (Não a sério, quem?! Porque eu tenho amigos deste género e nunca nenhum fez isto!)

Só me apeteceu apontar a minha arma a este caralho com pernas! A única coisa engraçada nisto tudo foi a cara da Sofia.

Ela estava tão vermelha que só me apetecia rebentar a rir. Vamos levar isto na brincadeira, ok? Ela ficava muito fofa e sexy com aquelas bochechas completamente rubras... claro que ficava a matar com os olhos a brilhar, em vez dos negros de raiva, mas isso é uma questão de pormenores...

A minha pergunta é: O que é que o Laurence tencionava fazer com ela ali?

Eu vou ignorar a resposta que me está a passar na cabeça neste neste momento, porque é completamente suja... e vou concentrar-me numa coisa: Se eu deixo a Sofia sozinha, este "príncipe" ainda a vai violar!

|Justin off|

Sofia tomou o pequeno-almoço e foi para a biblioteca. Percorreu as habituais prateleiras cobertas de pó e sentiu o cheiro agradável a livros antigos e conhecimento. Sofia adorava ler. O Sol da manhã passava as grandes janelas de Buckingham de forma silenciosa e clássica. Viam-se partículas de pó a atravessar o Sol da janela, mas nesse mesmo canto Sofia viu algo antigo e parou para observar melhor.

Estava um senhor com talvez 60 anos a ler uma história sentado numa cadeira com duas crianças a escutá-lo com atenção, uma rapariga com 7 anos e um rapaz com 8, moviam-se lentamente e a sua voz soava como um eco, as gargalhadas eram sonoras e divertidas.

- Querem ler outra?- Perguntou o leitor.

- Sim!- Disseram os dois em conjunto muito animados. A princesa brincava com a sua boneca e o príncipe sorria com a atitude da amiga. 

- Que tal a "Princesa e a Ervilha"?- Tentou o senhor.

- Não... vamos brincar lá para fora...- Disse o pequeno príncipe.- Começa a correr Sofia, eu vou apanhar-te!- Disse em tom de brincadeira com um grande sorriso.

A princesinha levantou-se a rir e segurou na sua boneca, o seu vestido à flores movimentava-se com as suas gargalhadas.

- Tenta apanhar-me Laurence!- Desafiou confiante.

Deram umas voltas a correr e a menina atravessou Sofia, fazendo-a soltar uma respiração pesada e levar a mão à barriga.

- Tenham cuidado meninos!- Disse o velho tio Charles a rir enquanto as figuras iam desaparecendo por entre as prateleiras.

As recordações desapareceram como fumo. Estavam presentes em Sofia e Inglaterra era sempre onde se soltavam.

Justin observava com a sua postura de respeito, sem saber o que Sofia estava a ver, sentir ou fazer. Só sabia que devia ser algo antigo.

- Era tão feliz, tão calmo... tão amigos... tão antigamente...- Disse sem saber que alguém estava na biblioteca.

- É bom recordar Sofia, mas não pode deixar que as memórias se tornem no seu objetivo... memórias são apenas memórias: são passado. Algo de feliz ou triste que fizemos e nos marcou, não vão voltar... agora o caminho é em frente, não se pode viver preso no passado. É uma ancora numa vida.- Disse de forma sábia.

- Sim, eu sei... mas aquele canto ali... é-me tão familiar...

- Compreendo.

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