❝ Sou seu amigo ❞
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O sol de hoje é suave, as nuvens brancas nó céu cobrindo o azul. Minhas mãos tocam a superfície da mesa enquanto observo o dia não ensolarado e feliz, Marta se direciona perto da janela onde estou dando uma olhada no céu e cantarolando em compreensão.
— Parece que hora irá chover Senhor Styles. — Disse Marta tirando com seus dedos um tasco de tangerina, o cheiro era forte em tão pouco que esteve ao meu lado já pude sentir queimando em minhas narinas.
— Evangeline não vai pra escola? —
— Perguntei com dúvida, hoje era um dia de segunda-feira e só agora lembrei-me de perguntar isso. Marta se virou voltando para a sala, não antes de me responder sem nenhuma emoção.
— Evangeline estuda em casa.
— Posso perguntar por quê disto? — Folheio o jornal distraidamente, meus pés batendo no chão cercando-me de palavras e notícias tristes pelo mundo a fora. Com uma mão apoiada no jornal e outra na lateral de minha cabeça troco um olhar com Grove.
— Lucyanne considerou que estaria mais segura estudando dentro de sua próprio casa. — Informa a mulher, bufo com escárnio. — Você tem algum opinião sobre isso Senhor Styles? — Questiona com um ar baixo, miro de relance em sua postura expressão neutra.
— Evangeline parece mais um cachorro domesticado, ela não tem opiniões, não tem conhecimento nenhum do mundo lá fora. Ela parece um mero boneco de ventríloquo nas mãos de Lucyanne. — Marta balança a cabeça como se oque eu acabasse de falar não fosse nada, ela umedece seus lábios com os castanhos erguidos em minha direção.
— Eu sou apenas a governanta Harry, eu dei idéias algumas regras apenas isso. Mas se Lucyanne deu as regras, você terá que falar diretamente com ela. — Grove declara antes de me dar as costas e sair, por alguns instantes fiquei bastante irritado como Marta fala comigo. É óbvio que ela não me quer aqui, não gosta de mim. Como seu eu fosse um intruso e não um convidado.
Não posso fazer muito quanto, mas vou continuar ignorando seus olhares duvidosos perante mim, não quero ter a idéia errada do que ela pensa. O som dos passos enchem meus ouvidos como se eu fosse programado para ouvir quando Silver desperta de seu sono, a saudação de " bom dia" acariciando meus ouvidos com o calor invisível. Sempre que a vejo ela correndo, muitas vezes tenho um vislumbre de seus cabelos e pijamas amarelos ou branco grandes como sacos de batata em seu corpo pequeno. Meu coração aperta toda vez que posso ver aquela linda criatura sorrindo como se não existisse nada de ruim neste mundo, olhos escuros felizes e cheios de beleza. Para alguém tão jovem o mundo era tão amado, Evangeline era o próprio sentimento de felicidade vestindo amarelo e sorrindo até que te arrancasse um suspiro de genuína satisfação.
— Bom dia querida, você comeu os legumes não comeu? — Indagou Marta passando com a bandeja de seu café por ela, em segundos sua boca se transformou em uma linha dura. Seu corpo endureceu e ela não teve oque falar, Evangeline olhou pra baixo e mesmo longe de onde ela tava pude perceber que ela não estava conseguindo mentir tão bem quanto eu. — Evangeline, você os comeu? — Seus olhos deslizam por trás da silhueta da mulher, ela olha para mim e movo minha cabeça minuciosamente pra cima e para baixo. Nossos olhos conectados por segundos fazendo-me palpitar cada nervo.
— O prato estava na bancada, não? — Indagou a garota, suspirei rapidamente passando a mão no rosto já não conseguindo olhar para nenhum outro lugar a não ser para Silver. Arfei tentando recuperar minha atenção, não sei exatamente como não consigo pensar em qualquer coisa. Sua vulnerabilidade, seu olhar que me faz desviar dos olhos negros que parecem olhar até o fundo de minha alma podre.
Ela come com tanta paciência e adoração, café, bolinhos e torrada. Uma mistura de sentimentos tomou conta de mim, ela nunca para. Sua aura brilhante nunca vai embora ou se desfaz, como alguém pode ser feliz todos os dias de sua vida tendo tantas restrições em sua adolescência. Quando seus cabelos caíram em seus olhos ela soprou para o lado comendo todo o pão com margarina derretida. Lábios engordurados. Meu sangue ferveu. Está garota é um caos em minha vida, mas também e o milagre que imploro em toda minha fútil existência. Posso imaginar como ela ficaria com asas brancas e uma coroa de flores. Não consigo aceitar que ela ficaria mais bela do que já é. Não é possível tal imagem da perfeição ficasse melhor. Não me atrevo.
— Evangeline, depois de comer tome um banho vista seu uniforme e suba para estudar. — Evangeline assentiu com a fala de Marta alta ecoando na área.
— Você dormiu bem? — Perguntei-lhe abaixando o jornal trocando o papel por seu rosto intocado.
— Não, eu caí da cama na madrugada. — gargalhei entre dentes, ela bufou colocando os dedos entre os mirtilos e comendo. — Não foi engraçado, eu machuquei minha cabeça. — Reclamou, detive minha risada abafando qualquer ruído.
— E por que você caiu?
— Meu casaco no cabideiro ficou parecendo um monstro gigante. — Disse Evangeline distraída.
— E por que você precisa de uniforme se estuda em casa? Não pode estudar de pijama?
— Eu pedi pra minha mãe, é mais divertido ficar de uniforme e mochila. Parece que estou na escola de verdade. — Inalo profundamente apoiando minhas mãos nas laterais da poltrona me erguendo e direcionando-me até ela, Evangeline acabou seu café e no minuto em que também se levanta e se vira para ir ao banheiro seguro seu pulso. Se virando Silver me fitou com curiosidade sem tentar se desfazer do meu toque, meus dedos delicadamente tocaram seus cabelos macios. Silver comprimiu seus lábios. — Oque?
— Você está bem com isso? Vivendo do modo como as pessoas querem e você não tendo vívido nem metade de sua adolescência. Tem um mundo inteiro lá fora e está presa aqui. — minha voz soou baixa e com receio de Grove ter ouvido qualquer parte, Marta era inteligente poderia ligar os pontos pelo que disse.
— Mamãe disse que as regras me mantém segura, e minha mãe me ama ela nunca mentiria pra mim. — Deu de ombros subindo as escadas, soltei um suspiro com insatisfação. Ela não me entendeu, ou entendeu e eu que estou sendo um homem controlador. Oque importa?
O tempo passa quando volto para aquela poltrona. Nada acontece de diferente. Vejo Marta pelo canto de olho, juro que ela é a pessoa que mais vejo nesta casa. Ela surgiu novamente, cabelos úmidos com perfume fraco. Observei ela por alguns segundos, ela realmente gosta desta idéia de se vestir pra estudar em casa?
Seu uniforme é preto com um vestido até os joelhos com uma gravata com listras branco e preto, uma camiseta social por baixo dele com mangas compridas. Sapatos de couro preto com meias brancas, seus pés batendo um no outro com tanta energia. Ela segura as alças da mochila com tanta emoção como se realmente fosse ir para uma escola de verdade, mas invés disso ela sobe novamente os degraus com Marta seguindo. Bufo como se fosse no automático, queria relaxar e dizer a mim mesmo que isto não era um problema meu. Porém, não deixo de ficar indignado. Lucyanne sempre odiou como seus pais eram tão super protetores, colocando regras sobre sua maneira de se vestir, de agir, onde poderia ir ou que horas iria dormir.
Isso a deixava triste e irritada, sempre me dizendo que ela sentia-se presa com todos os outros adolescentes vivendo suas vidas ao máximo enquanto ela olhava pela janela de seu quarto, mas Lucyanne está fazendo exatamente a mesma coisa com sua filha. Será que Evangeline também observa a cidade pela janela? Ela imagina adolescentes como ela vivendo sua vida?
Não houve tantas coisas pra fazer ou dizer nos minutos em que fiquei sozinho, a manhã continuava sendo uma neblina branca no céu e eu estava um pouco cansado de olhar para o mesmo céu por tanto tempo sem um chá ou café. Decidi por conta próprio me direcionar até Grove e Silver, subi as escadas, fitei as portas conhecidas e a última aberta. Fiquei em silêncio ouvindo Grove, distanciado e com Evangeline de costas pra mim apenas examinei melhor esta área. Não tem nada de especial nesse lugar, pintado de azul claro com um armário de metal na direita e uma estante de livros e matéria na direita.
Um quadro negro com o seguinte título " estrutura atômica, moléculas e ligações químicas ". Marta olhou de relance pra mim antes de voltar se concentrando no assunto, permaneço quieto mirando em Evangeline sentada em uma cadeira e uma mesa de sala de aula em sua frente com todos materiais escolares de alguém que realmente vai a escola. Olho tantas vezes pra ela que fico entendido em ver ela não mexer nem o pé enquanto o lápis em seus dedos se move, a mesa range sob o chão de madeira e Marta folheia o livro da matéria.
O texto não era tao grande, onze linhas e um desenho de um diagrama tendo ordem dela copiar isso. Estudei há muitos anos, então não sou muito bom em decorar tudo e nem saber responder corretamente no momento que Marta novamente segura o giz e escreve. Atividade era usar as cinco palavras para completar as frases abaixo, e não era muito fácil. Pelo menos não para mim.
— Você consegue fazer o exercício sozinha ou precisará de ajuda? — Pergunta Marta de costas para a garota, Evangeline ergue sua cabeça, inclina seu corpo e continua escrever com um murmuro negativo soando. — Que bom, essas atividades de ciência serão sua lição de casa. Vamos para história, não terminamos o exercício de sexta-feira. — Comenta Marta, sua voz autoritária e aguda mantendo uma postura superior.
— Assinar as alternativas com "X". — Evangeline morde seu lápis com distração, ela guarda um dos cadernos na mochila para puxar outro e nesse meio tempo temos nossos olhos se encontrando e um sorriso pequeno dela. — Eu terminei.
— Fale pra mim.
— A chegada do fim da monarquia francesa número dois, resposta: A. — Grove assentiu com um baixo elogio a Sua resposta rápida, me inclinei contra a entrada e olhei para marta.
— Quanto tempo leva até terminar a aula? — Indago coçando meu pomo de Adão.
— Evangeline tem cinco horas de estudo, todos os dias de segunda a sexta. — Em compreensão em me afastei deixando ambas sozinha, ouvido a última fala da garota.
— a declaração dos direitos do cidadão foi elaborada na revolução Francesa, na sua fase da assembleia nacional.
— Correto.
Fiz quase todo o trabalho de Marta, por um genuíno dia monótono. Minha vida nunca foi diferente, eu mesmo tinha que tornar os dias diferentes de cada um para não viver dias iguais. Na fase adulta não foi diferente. Eu trabalhava em lugares diferentes, dormia em quartos diferentes com cafés da manhã uns melhores que outros. Conheci garotas que realmente eram muitos bonitas e semelhantes a mulheres adultas, muitas vezes fui despedido por um engano pela idade destas meninas/mulheres quem eu nunca soube o nome porém não deixei de tentar saborear sua doçura. Infelizmente quase todas gostavam apenas de brincadeiras, tinham interesse em seduzir e serem desejadas apenas para rirem em minha cara quando imaginava demais.
E quando criei uma afeição pela criança e acho que ela está me dando sinais, mas todas eram maldosas que quando saciadas com seu ego inflado, desprezavam homens como eu. Muitas vezes me enganei, confundi o amor com a ilusão que elas mesmo criaram para mim com um sorriso inocente e juvenil. Malditas criaturas, mas Evangeline não. Evangeline era diferente delas. Eu sabia, sabia que Evangeline gosta de mim, posso ver isso em seus lábios, olhos e corpo.
De repente o som ecoa pelo lugar, música animada Jazz animado. Marta surge na cozinha abrindo a geladeira com um pouco de cansaço em seu rosto, dou passos até o final da bancada onde meus dedos descansam na superfície dura, inclinando minha cabeça e virando com uma dor mínima posso ver o vestido preto mexer. Evangeline está dançando, entre a escada e o corredor da cozinha, seu sorriso e gargalhada animadas com rodopios são de tirar o ar.
Puxo a gola de minha camisa que tenha a certeza grudar em meu instantaneamente, é difícil de respirar por segundos. Suas coxas aparentes e grossas perto da região íntima. Ela pula saltitando feliz.
Woah, woman, oh, woman, don't treat me so mean
You're the meanest old woman that I've ever seen
I guess if you said so
I'd have to pack my things and go (that's right)
Seus braços sacodem pra frente e pra trás, não vejo seu rosto, seus cabelos mexem rapidamente e sua cabeça de um lado para outro. Ela segura o vestido e balança junto do tecido leve, olhar para por muito tempo me faz querer estar em um linha da razão e emoção. Uma parte minha quer se agarrar sem pedir nada, sem se importar com quem está vendo ou não, outra parte ouve as limitações e os dias atuais com pessoas que não compreendem a paixão pelo proibido.
Hit the road, Jack, and don't you come back)
(No more, no more, no more, no more)
(Hit the road, Jack, and don't you come back no more)
What you say?
Ela é como o sol, que alguém escreveu em uma forma humanizada onde era apaixonado pelo fogo que emana. Todos precisam para viver. Eu preciso de você Evangeline meu doce sol. Eu guardaria você para mim, por puro egoísmo ou por amor, seja oque for. Eu manteria única e imaculada. Eu cuidaria de você. Tocar seu corpo espetacular de modo tão gentil que você sentirá mil arrepios como um choque. Eu seria um explorador, eu passaria a minha vida estudando cada coisa que você ama, eu daria o melhor de mim por você.
Mas você ainda não quer isso, e eu compreendo. Por isso farei você querer.
(Hit the road, Jack, and don't you come back)
(No more, no more, no more, no more)
(Hit the road, Jack, and don't you come back no more)
Ela terminou sua dança com um lindo giro, cabelos voando e olhares turvos e testa suada brilhante em diamante na noite. Caminho em passos pequenos, indo até as fitas de rádio.
— Posso escolher um? — Pergunto para Silver, assentindo rapidamente abraçando as costas da mão. Direciono-me até o rádio pequeno com cor escura, não me parece antigo com entrada para CD's e com entrada para pendrive, que agora estava com um azul. — O pendrive é seu?
— Da minha mãe. — Disse Evangeline com um ofego com as mãos no joelho, cansada de pular e dançar com tanta empolgação. — Do lado tem botões pra trocar a música. — Informou-me, levemente movimento minha cabeça em compreensão.
Algumas músicas conhecidas passaram e eu novamente troquei, mas parei com um sorriso satisfeito ao ver qual música ela armazenou em seu pendrive.
𝗦𝘁𝗮𝗻𝗱 𝗯𝘆 𝗺𝗲
A música começou suave e olhei em direção a cozinha onde Marta observa de longe, mesmo com minha ideia pensei por um instante se eu deveria fazer isso. É apenas uma dança, ela não pode ver mau em uma pequena dança nesta música.
No I won't, be afraid
No I won't, be afraid
Just as long, as you stand, stand by me
Com um vago nervosismo aos olhos de Grove estendo minhas mãos para a menor, Evangeline não entende e sua confusão está ridiculamente óbvia em seu rosto. Isso me tirou um riso. Uma palpitação. Um nervoso, tudo de uma vez.
— Me dê suas mãos, vamos, vamos dançar. — dei um leve erguer de lábios gentis e pequenos. Marta se aproximou
da entrada inclinando-se.
— Eu não sei dançar deste jeito.
— Eu te ensino, venha cá. — Seguro sua mão que ela estende com receio, ignoro o olhar de Grove que não identifico qual sua expressão.
So darlin', darlin' stand, by me
Oh-oh stand by me
Oh stand, stand by me, stand by me
Deixo um espaço considerável entre nós. Não que eu queira. Deixo círculos suaves em sua mão no momento em que ela coloca seus pés por cima dos meus. Sua melodia suave, lenta e apaixonante subiu em meus ouvidos e o refrão que me fez virar seus corpo. Seus cabelos se chocaram com meu rosto, seus lábios se curvam em um diversão. Silver tropeçou, concentrada demais em não errar que pisa em falso.
— Deixe que eu me movo por você. — Comento baixo, ela assente desviando seu olhar para minha camisa. Gostei disso.
And darlin', darlin' stand, by me
Oh-oh-oh, stand, by me
Oh darling, stand by me, stand by me, stand by me
Whoa-oh-oh, ay-ay
Ma-ma-my, my-ee
Evangeline confiou em mim para te pega-la no final de um giro, embora sua cabeça estivesse tonta e seu equilíbrio abalado. Foi a liberdade de deixar o ritmo á levar, o corpo tonto ao longo dos passos. A girei mais uma vez e ela riu sem fôlego, um amplo sorriso levantando seus lábios.
— Não é apropriado dançar assim. — Grove tira nossa atenção, ela não mão se aproxima. Sua voz é mais ameaçadora correndo os olhos por mim. Me afasto de Evangeline largando suas mãos sutilmente.
— Mas nós só estamos dançando. — Retruca Silver.
— Evangeline, você dança assim com parceiros. Harry tem idade pra ser seu pai. — Tão rápido em que estava feliz desabou em um decair de ombros, os olhos pesaram em seus pés descansos com meia branca.
— Perdoe-me Marta, mas quem está vendo maldade em uma simples dança é você. — Marta mastiga sua bochecha fazendo uma linha invisível, cruzo meus braços com pouca indignação. Ela suspira passando os dedos por sua testa, ela passa por nós e o final da música para.
Evangeline é a primeira a tentar para-la desta pequena distração.
— Mas...eu-
— Evangeline está na hora de fazer seu dever. — Sua voz é mais autoritário, ela bufa batendo seu pé olhando com rebeldia.
— Eu não fiz nada de errado!
— Evangeline Silver isso é uma ordem! — Marta aumentou seu tom de voz, os olhos negros da menor murcharam e ela lacrimejou.
— Eu odeio isso! — Bateu seus pés e Marta seguiu ignorando minha presença.
— Vai ficar dois dias neste quarto mocinha! — Inalou profundamente e se virou para mim, segurando seu casaco seu olhar se aperta como se ela estivesse me estudando.
— Quer me falar alguma coisa? — Pergunto com um pouco de irritação não escondida.
— Oque você quer Harry?
— Oque?
— Oque você quer realmente aqui? Com Evangeline?
— Você tem idéia do que está dizendo? Oque eu quero com Evangeline? Pelo amor de Deus ela é apenas uma menina. — Exclamo com fúria. Quem ela pensa que é? Como ela se atreve á perguntar isso pra mim, como se soubesse de tudo.
— Eu já conheci muitos homens nesta vida Harry, sempre sabemos em seus olhos oque eles querem.
— Ha, eu tenho certeza que conheceu muitos homens. — Debochei travando minhas mãos na cintura. Meu coração palpita de raiva, me dá agonia. Consigo sentir as veias engrossando meu pescoço e braço, a pressão em meu peito me faz inspirar fixando meus globos em qualquer outra coisa. — Eu não sou como a classe de homens que você conheceu, tampouco me assemelho os indivíduos similares a senhoria.
— Uhm, se você diz Styles. — Dá de ombros subindo as escadas.
Minha raiva cresce quando lembro de suas palavras, me infligiu um golpe precipitado impensável por mim. Meus olhos ardem e tenho que segurar para não fazer nenhuma bobagem, segurar-me com tudo que tenho. Marta Grove é um grande problema.
⋯⋯⋆・●✺●・⋆⋯⋯
Era presumir demais ter olheiras em meu rosto apenas por ser um hora da madrugada, o clima não melhorou depois disso. Piorou. Evangeline não desceu para comer. Eu também não, no momento em que fechei a porta do meu quarto me mantive aqui olhando para a janela sentado como uma múmia. Patético, exaustivo e esgotado. Marta é um dos motivos de minha exaustão, presumindo e suspeitando de tais atos meus. Não é de sua conta.
Eu me lembro de seu rubor, do sorriso franzido dela quando errou o passo. Massageio minhas linhas na testa e as rugas aparentes. O tecido fino de minha camisa larga é suave contra minha pele nesta noite amena, alguns ventos agitados entram pela minha janela, mas nada que me faça sentir tanto frio. Não mantive-me mais parado, o questionamento pousou em minha mente que fez com que me levantasse e me puxasse como uma corda invisível até o quarto de Silver.
Me direciono até a porta azul pastel que tinha colocado meus olhos antes, toco a mão na maçaneta transparente. Em minha frente está sua cama grande com tecidos leves e branco, travesseiro limpos e nada amassados. Sua cama é uma verdadeiramente cama de princesa, as quatro estruturas são de metal com lindo tecido transparente rosa que adorna na cama dossel. Incrível.
Na esquerda ademais da cômoda pequena e branca havia uma janela clara fechada com cortinas brancas, a mesma cor das paredes, apenas em tom menos claro. Na direita fiquei encantado ao ver a penteadeira azul claro, com espelho em formado de coração com adesivos, escova de cabelo e enfeites. Uma única coisa era no tom escuro neste quarto, a porta de madeira na direita perto da porta que sugiro eu ser o closet de Evangeline. E seu cabideiro, qual ela se assustou noite passada. Procurei Silver pelo quarto minimamente escuro, mas por poucos segundos, quando esfreguei meus pés pelo carpete de pelos brancos com patas de gato. Olhei para a tenda de lençóis no canto do quarto a minha esquerda, a luz estava refletindo para fora daqueles lençóis.
Me aproximei ouvindo os sussuros baixos, me mantive de joelhos. Falar seu nome ou dar um sinal que estou aqui será a melhor escola, invadir seu espaço não é boa idéia visto que Evangeline não tem tanto tempo pra ficar sozinha.
— Evangeline? — A garota logo em seguida cantarolou em dúvida. Retirei o tecido da frente observando Silver com o caderno no colo e seus lábios mordiscados espalhados pelo chão, a iluminação vem de um abajur pequeno em formato de unicórnio no chão ao lado de seu joelho. — Você está bem? — Balançou sua cabeça negando.
— Não consigo fazer nada, não posso dançar, não posso sair, minha vida é um saco. — Resmungou arranhando o carpete com a unha, olhei para seus cílios e cabelos em duas tranças.
— Desculpe por você, eu não queria que Marta te colocasse de castigo.
— Uhm, tudo bem, não é sua culpa.
— Nem sua. — silenciosamente aproximo minha mão da sua, Silver observou-me obviamente olhando para minha mão esfregando levemente seu indicador. Enquanto meu olhos pairavam perigosamente sobre os da mais jovem, minha boca salivando inconscientemente. Ou não. Suspirei tentando mudar o rumo desta conversa. — Oque está escrevendo ai? — Olhei para baixo de relance, Evangeline também e sorriu pequeno.
— Uma lista de coisas que irei fazer quando tiver dezoito anos.
— Por que aos dezoito?
— É nesse idade que serei dependente, e terei que tomar conta da fábrica, mas não farei isso. — Murchou seus ombros mordendo o lado direito da bochecha enquanto falava.
— Fábrica?
— Minha mãe herdou a fábrica de transportes do meu padrasto, é a fonte de renda da cidade. Mas, eu não quero viver minha vida em escritório quente no meio de um monte de papelada chata. — Indiferente ela mordeu seu lábio rabiscando no canto do papel, pude ver uma letra colorida maior que as outras.
— Viajar pra frança...? Oque tem na França? — pergunto ao terminar de ler o título na folha.
— Muitas coisas. Escute, eu li um livro da minha mãe e a Petra Saiad viaja para frança, lá ela conhece tantos lugares, comida, bebidas, perfumes e garotos bonitos. — Sua risada saiu baixo, adorável maléfica com um vergonha de sua última palavra. Meus olhos se encontram com o brilho da escuridão dos seus, de repente sua concentração parou em mim. Sua beleza surpreende e a aura que está sobre ela, quase faz com que eu esqueça de respirar.
— É isto que está escrito, os lugares por onde a personagem passou? — Evangeline concorda com a cabeça. — E eu suponho que sua mãe não saiba que você leu este livro? — Silver arregala os olhos de repente olhando para outro ponto fixo que não seja eu, dou um baixo riso de sua ação. — Não se preocupe, será outro segredo nosso.
— Eu quero ir de metrô com musicas calmas em meus ouvidos como ela, Petra visita o C-château de Chenonceau com uma mobília incrível e única que um dia já foram de reis e rainhas de séculos passados. Incrível não é?
— Sim, parece muito divertido. — Demonstro interesse nesse lugar que eu nunca ouvi falar, mas aprecio o modo que ela parece tão radiante ao dizer isso.
— Castelo de Versalhes, tem tantas flores na entrada que parece um arco-íris. E por dentro tem milhões de pinturas com lindas histórias, e é lá que ela conhece o Ângelo o guia que depois vira o amigo dela. — Inquieta e tímida ela abaixa sua cabeça, cabelos caindo. Eu suspiro, desejando poder ter confiança o bastante para arrastaram aquelas mexas para trás de sua orelha. — E a torre Eiffel, onde ela beija o Gustave a noite. — Inclino minha cabeça em sua direção.
— Isso está em sua lista, beijar um garoto?
— N-não, na verdade eu nem sei fazer isso. E se eu morder a língua dele como Petra...? — Indaga mexendo em seu lábio mordiscando distraidamente.
— Você já quis beijar algum garoto? — Questiono com falso desânimo seguindo suas expressões, ela aperta suas mãos em seus joelhos e mira nas mãos com pequeno erguer de lábios.
— Uhm, já, eu quis beijar o Patrick. — Em uma mistura de ódio e ciúmes aperto meus punhos, aperto meus dentes em um sorriso falso. Aquele maldito delinquente, oque ele tem feito com ela? Para querer beija-lo em algum ponto ele deve ter chegado. Mordo meu lábio afundando meus dedos em meu queixo, fingindo ser um paciente ouvindo oque a garota diz. — Mas ele disse que sou muito nova. — ela fez um pequeno bico descontente, e seu descontentamento é meu alívio.
— Você quer saber como é beijar? — Meus olhos criam uma linha invisível entre ela, seu corpo congelou no segundo em que perguntei isso. Seu nariz enruga e ela fecha seus olhos por segundos. Talvez, eu tivesse feito besteira.
— Uhm. Sim, mas se eu fizer isso minha mãe não vai mais deixar eu ver ele — não deixo que termine me aconchegando mais dentro da pequena tenda, posso sentir o calor da tenda ou talvez dela. A linha dura dos meus lábios se transformando em um sorriso genuíno e puro, transmitindo toda benevolência que tenho.
— Eu posso te mostrar, se você quiser. — Evangeline ainda confusa inalou e se afastou em poucos centímetros. Droga. Isso é um "Não"?
— Mas Marta disse que você tem idade pra ser meu...— cessei sua fala, tombando minha cabeça e colocando o dedo no queixo.
— Eu não sou seu pai, sou? E somos amigos, estou apenas te mostrando. Não é isso que você quer? — Pergunto eu tentando ao máximo parecer convincente. Bobo. Inocente. Como Evangeline.
— Só me mostrando. — Repete ela com os globos através dos meus, concordo com a cabeça aproximando com uma última ar entre nós. Olhos focados. Rubor e ar antes de tudo acontecer.
𝙎𝙞𝙢, 𝙨𝙞𝙢, 𝙨𝙞𝙢 𝙨𝙞𝙢!
O beijo seria dele, não isso, mas futuramente outras coisas. Os lindos olhos seriam apenas dele, as finas e minúsculas mãos estarão entrelaçadas somente com a minha mão. Outro garoto ou homem provavelmente tiraria vantagem ou machucaria Evangeline. Eu não deixarei Evangeline escapar por entre meus dedos, eu guardarei aquela doce e atenciosa garota comigo.
Fechando a lacuna entre nossos lábios, colidindo com os doces lábios macios da garota. Nos primeiros minutos Evangeline se contorceu sem saber exatamente oque fazer, abrindo e fechando os olhos inconsciente de seus atos. Então com sua inexperiência tive que tomar alguma iniciativa, agarrando um lado de sua bochecha e seu queixo descendo para abrir mais sua boca e dar algum espaço. Meu corpo inteiro esquentou quando o toque repentino de sua língua curiosa tocou a minha, minha cabeça foi dominada pela sensação quente que circulou pelo corpo todo. Satisfação enchendo minhas veias, tudo parece ser um choque repentino que ultrapassou meus sentidos além do que eu poderia explicar.
Seus lábios doces cativam, a delicadeza de sua língua e a sensação molhada de um beijo de segundos. Tudo acabou rápido, mas para mim foi os melhores 10 segundos que tive em minha vida. Espero do fundo do meu coração que bate forte que essa não seja a última vez. Não será. Por deuses, não será.
— Evangeline, esse tem que ser nosso segredo. Certo?
— Por que? — Inclinou sua cabeça em confusão.
— Apenas pense no livro de sua mãe, ou nos legumes. Será só mais um dos nossos segredos. Pela nossa amizade. Okay? — Ela assentiu poucos segundos antes depois de ouvir tudo que eu disse. Certo, não tenho que me preocupar. Espero.
— Por que no beijo tem língua? — Sua expressão intrigada me faz quase rir.
— Alguns beijos sim, outros menos inexperientes não. — Semiaberto meus olhos observam a falsa fala que tive, na verdade eu espero que ela acredite em toda essa mentira estúpida.
— Sua língua é doce. — Ela quebrou oque parecia ser sua discussão interna, olhando para as mãos enquanto dizia. Deu um profundo suspiro com um leve escárnio, levemente minha cabeça inclina em sua direção.
— É do seu gosto?
— Uhm, não sei. — Deu de ombros. — Mas eu tenho montagens. — Outra vez sua alegria pairou sobre mim, ela levantou seu braço carregando um dos lençóis e passou por ele. — Um livro cheio de recortes de jornais, frases, flores e envelopes de cartas. Você quer ver?
— Na verdade eu vou tomar um leite quente, pra dormir. Você não vai dormir?
— Não, ainda tenho que escolher a roupa de amanhã, tirar as tranças e fazer mais colagens de revistas. — Numerou em seus dedos todos seu passatempos, levantei em seu olhar com a mão em minha calça de pijama.
Escondendo o desconforto e o aperto no tecido do pijama.
— Boa noite. — Olhei uma última vez a garota que pegou uma tesoura e cinco revistas repicadas da gaveta de sua cômoda.
— Boa noite Harry.
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VOTE E COMENTE
• NOTAS:
Se tiver algum erro me marquem, arrumarei assim que possível. Dêem sua opinião sobre a obra, lêem mais obras minhas. Muito obrigado por terem lido, até outro dia.
BOM DIA, BOA TARDE E BOA NOITE.
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