❝ Segredos podem ser perigosos ❞
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O sabor amargo do chá de camellia está agradável, descendo e tomando mais um gole para queimar a ponta da língua. Observo os dois jovens lendo silenciosamente em uma distância da janela da sala e o jardim, seus joelhos estão levemente roçando um contra o outro, não consigo desviar pela proximidade do garoto. Evangeline puxa sua bermuda amarela com pequenas pétalas azuis para baixo, sentada na grama com uma perna por cima da outra. Patrick está ao seu lado, com pernas cruzadas em frente ao seu joelho lendo um quadrinhos do Popeye e rindo.
Garoto estúpido, na época em que o desenho do Popeye foi criado ele nem existia ou estava na barriga de sua mãe. Suspiro passando os dedos pelo cabelo, Evangeline tem um único amigo e é este garoto. Que coisa maluca. Ela parece feliz, seus lábios se tocam as vezes em que ela fala mirando na direção de Monroe. Não vejo Marta algum tempo, escuto os barulhos de cima, decerto a mulher está alguma coisa. Me viro verificando o corredor e a cozinha antes de sair pela porta da frente, o sol bate em meu rosto, é impossível não colocar a mão na frente dos olhos bloqueando a bola de fogo no alto do céu azul.
Olho para seu rosto no tempo em que aproximo deles, Patrick percebe-me segundos depois. Ele me analisa com desdém, uma careta tomada por sua rebeldia que tanto desprezo. Monroe fecha seu quadril deixando seu dedão no lugar para marcar sua página, nesses minutos em que ele me olha, estou tentando dizer algo a Evangeline.
— Cara você é muito esquisito. — Comenta com falso humor em minha direção.
— Quem? — Indaga Evangeline, mas ela segue Patrick e depois olha para mim com aquelas iris de chocolate. — Ah, olá Harry. Quer ler quadrinhos com a gente? — Evangeline o balança em suas mãos, um sorriso pequeno em seus lábios rosados semelhantes á rosas, delicados atraindo os apaixonados, calorosos. A primavera refresca em seu rosto curioso, as borboletas dançam em meu estômago no momento em que Silver sorri para mim com a mais pura alegria.
— Uhm, acho que não princesa. Alguém como Senhor Styles gosta de literatura clássica, um mero quadrinho frívolo não é para ele. — Não consigo evitar de olhar para o garoto um pouco surpreso com sua maneira de falar, mas aparente apenas ser deboche explícito. — Sinto muito, não temos nada com William Shakespeare aqui. — Com um baixo riso me inclino com uma mão na grama e depois a outra, me sento de frente para Evangeline que morde a gola de sua camiseta rosa.
— Literatura clássica realmente não é tão ruim, mas eu optei pelo gênero de suspense e ficção. O colecionador de John Fowles. Um ótimo livro. — Evangeline abaixa seu quadrinho soltando o tecido agora molhado de sua boca.
— É bom?
— Um pouco angustiante de fato, mas a narrativa te deixa mais íntimo da trama, mas em em um certo ponto eu comecei a criar empatia tanto por Clegg quanto Miranda. Na minhas opinião o livro me deixou com muitas emoções, não leio novamente porque não posso esquecer tudo e reviver toda angústia e emoção.
— Você pode me emprestar ele?
— Evangeline, se Marta te pegar lendo livros de terror ela vai te deixar de castigo. — Alertou Patrick, olhei em sua direção em segundos quando terminei me virei para a mais nova.
— Mas ele disse que é de suspense. — Silver resmunga, seus lábios se juntam em um bico murcho e desamparado.
— Suspense, terror. É quase a mesma coisa. — Ela bufa cansada, estico meus pés tocando seus dedos. Sua cabeça está baixa, mas seus cílios se movem e erguem minimamente para mim.
— Por que você não pode ler livros de terror? — Evangeline abriu sua boca com um único zumbido antes de Patrick interromper com desinteresse, ele segura o quadrinho no colo e olha para Evangeline.
— Ela não pode porque quando eu trouxe a Dança da morte de Stephen King, ela não dormiu atrapalhou o sono de sua mãe. E eu fui xingado por estar dando esse tipo de livro para ela.
— Mmhp...— Engoliu seco Evangeline. — Foi um acidente, tive pesadelos. — A garota está envergonhada, murmurando um “Desculpe”.
— Todos tem pesadelos querida. — Digo calmamente, seus olhos negros estão queimando e ela volta para seu quadrinho. Patrick suspira levando seu quadrinho na frente dos olhos, ambos os jovens estão concentrados.
— Obrigada, Harry. — Seu pé empurrou fraco contra o meu, sua voz é baixa, mas açucarada. Pena não poder ver seus olhos com tanta beleza. Seus dedos nus esfregam e se debatem contra meu sapato as vezes, não consigo ver seu rosto. Mas e se ela estiver fazendo isso para me provocar? Se isso é um gesto sútil, Patrick está perto para ver é por isso que ela demonstra nesse toque quase inexistente. Se isso for um sinal, eu estou atendendo. — Hahaha, realmente? A idéia de alguém comer espinafre e ficar forte, isso parece um pouco surreal demais.
— Eii, é o Popeye o marinheiro mais forte de todos os tempos. — Patrick topa seu ombro ao dela, a garota se mexe beliscando seu casaco surrado. Evangeline solta risadas no ar olhando para o rapaz, estreitando meus olhos em uma linha fervente um ao outro. Meu amor, como você se atreve a sorrir tão alegremente, tão suave e abertamente para este garoto. É um traição, sinto como se fosse. Reivindicando meu coração para dar-lhe, o órgão que bombeia meu sangue torce dentro de meu peito. Parece uma eternidade, como você o olha. Sua afeição por Patrick me faz odia-lo. 𝙊𝙡𝙝𝙚 𝙤𝙦𝙪𝙚 𝙫𝙤𝙘𝙚̂ 𝙚𝙨𝙩𝙖́ 𝙛𝙖𝙯𝙚𝙣𝙙𝙤 𝙘𝙤𝙢𝙞𝙜𝙤.
Comprimindo meus lábios secos sustentei meu peso nas duas mãos me levantando, os ossos de minha coluna estalando no momento em que me estico com um suspiro o sol esquentando meus pelos ralos no rosto. Distraídos com a infeliz presença um do outro, eu me direciono para dentro novamente passando despercebido. O aroma amadeirado é substituído por lavanda, zumbido é um pouco mais alto nos momentos seguintes em que estou caminhando e subindo as escadas equilibrando meu peso no corrimão de madeira. O corredor conhecido é extenso á direita tem uma porta de aparência antiga azul pastel, a maçaneta é antiga branca aparente de vidro sinais ondulados. No alto da porta estava um enfeite do clássico desenho de Alice no pais das maravilhas, com placas das frases confusas daquele gato peculiar do desenho.
Obviamente é de Evangeline, mas oque me chama atenção é a última porta a esquerda aberta com a luz ligada refletindo no chão. O barulho poucos segundos depois posso identificá-lo, a máquina de lavar batendo. Uma pequena lavanderia com duas máquinas de lavar e secar, um armário na parede de frente longe, muitos produtos de limpeza, panos e baldes de limpeza. Marta está largando o sexto de roupas ao lado da máquina, meus movimentos baixos acabaram resultando em um susto e a mão dela em seu peito.
— Minha nossa, Senhor Styles me assustou. — Ergueu os lábios apontando em minha direção, me inclino na porta. — Bom, as roupas já estão secando se você não se importar tenho que organizar a papelada de Lucyanne. — a mais velha passa por mim e seus cabelos cheiram a café, olho para a luz acessa colocando a mão no interruptor. Porém, meus olhos dançam no chão branco até o cesto de roupas sujas. Houve algo, um instinto em olhar para fora da entrada e não ver Grove em nenhum lugar. Meu corpo todo está em nervos, de ser descoberto, mas não deixo de me aproximar do cesto de roupas. Sem pudor, revisto todas as roupas, lembrando de tudo como um ferimento que não cicatrizou. Todas suas roupas que foram usadas, eu me lembro. Do tecido, da cor e dos desenhos.
Meus dedos tocam seu pijama entre a pilha de roupas, arrasto em meus dedos leves com medo de destruir o tecido azul claro quase branco. Através do meu olfato eu derrubo aquele cheiro esfregando como uma abominação, um cheiro fresco que acalma, o cheiro da primavera que cativa. Sua fragrância o suor de sua pele imaculada esta nessas peças, como uma nuvem pairando ao meu redor é a minha morte. Minha perdição, é isto é provado no modo seguro o tecido leve contra meu nariz. Puxo tudo como se houvesse ar e aquilo me ajudasse com meus pulmões queimando, seja lá oque for. Seu sabonete, creme ou apenas sua pele com seu cheiro próprio. É o paraíso, o céu claro, com anjos dançando pelo azul.
Se o cheiro de Evangeline me deixa tão doente e perturbado, imagino como será quando estiver em minhas mãos. Eu estarei em completa destruição.
𝖤𝗆 𝗍𝗈𝖽𝗈 𝗌𝖾𝗎 𝖾𝗌𝗉𝗅𝖾𝗇𝖽𝗈𝗋, 𝗏𝗈𝖼𝖾̂ 𝗌𝖾𝗋𝖺́ 𝗆𝗂𝗇𝗁𝖺 𝖤𝗏𝖺𝗇𝗀𝖾𝗅𝗂𝗇𝖾. 𝖥𝗈𝗆𝗈𝗌 𝖿𝖾𝗂𝗍𝗈𝗌 𝗉𝗋𝖺 𝗎𝗇𝗂𝗋 𝗇𝗈𝗌𝗌𝖺𝗌 𝖺𝗅𝗆𝖺𝗌, 𝖼𝗈𝗋𝗉𝗈𝗌 𝖾 𝗍𝗎𝖽𝗈 𝗈𝗊𝗎𝖾 𝗁𝖺́ 𝖽𝖾 𝗇𝗈́𝗌 𝖽𝗈𝗂𝗌.
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A noite é silenciosa, a lua minguante no alto do céu escuro. O relógio da sala aponta sete horas e meia, Marta chama Evangeline que está correndo pelo gramado em uma divertida brincadeira de se esconder e correr.
— Mas está cedo. — Silver entristece nos segundos que Marta informa que Patrick terá que ir e ela entrará para banhar, seus braços descem e ela vagarosamente anda até a governanta. — Oh, Patrick o filme! — Exclama dando pulos fazendo sinal para Monroe se apressar, ele anda até ela com erguer de lábios que me causa nojo até os cabelos.
— Que filme?
— Jack Mãos de Tesoura. — Evangeline fala com um pouco mais de entusiasmo, Patrick para de repente colocando suas mãos nos joelhos e gargalhando em segundos abafando uma respiração ofegante.
— Ah meu doce, é Edward Mãos de Tesoura. — Me encosta na entrada com um dos livros de contabilidade que achei pela casa, tenho que engolir todo os xingamentos ou qualquer feição de ódio no segundo que Patrick esfrega os lábios contra sua testa em um beijo. — Lembre-se, sua mãe voltará logo. Uhm? — Silver assente com um com sua boca se curvando para cima, o contato dos dedos se desfazem e Monroe vai embora pelo portão que Marta aperta em segundos o pequeno controle.
— Quantos minutos tem esse filme querida? — Marta pergunta com as mãos nos ombros da menor.
— 1 hora e 45minutos. — Ela ergue sua cabeça na direção da mulher. — Posso ver?
— Antes de ver, você vai tomar um banho e se preparar para o jantar.
— Certo, vou lá! — Berra com satisfação subindo a escada com uma velocidade que me impressiona.
— Essa menininha. — Marta parece se divertir com tudo, em direção a cozinha.
— Você ligou pra Lucyanne? — Questiono com as mãos em meu bolso, pareço um pouco sério. Parece que Marta estranhou meu tom, mas logo sua feição muda e ela assente.
— Ela disse que houve um problema com uma das malas, mas estava há caminho do hospital quando falei com ela. — Informou, porém, ela se virou com a língua estalando no céu da boca e estreitou seu olhos oque me fez enrijecer. — Oque foi Senhor Styles?
— Só quero saber quanto tempo ela vai demorar para voltar, quero voltar pra minha casa o mais rápido possível. — Minha boca torceu junto a minha mentira, em um teatro falso de um homem bom cumprindo sua promessa para uma velha amiga. — Evangeline parece não gostar muito de minha presença.
— Ela talvez esteja estranhando, viveu por anos com mulheres. Um homem adulto vivendo aqui é uma mudança e tanto. — Comentou, mas antes que ela se vire analiso sua fala e questiono novamente.
— Mas Lucyanne já foi casada, com um homem.
— Quando ele morreu Evangeline tinha só quatro anos, ela não se lembra dele. Então, praticamente só viveu com mulheres. Mais alguma coisa Senhor Styles?
— Não, não obrigado.
Ela se vai, não consigo deixar de sentir desconfiança de Marta. Não posso deixar tão explícito minha paixão repentina por Evangeline, Marta parece uma pessoa amarga não entendendo que nós podemos ter algum afeto. Entendo Grove, uma garota nova e um homem mais velho. Parece indecente, mas estamos em outro tempo. E sei melhor do que ela oque Evangeline precisa.
Falando em Evangeline.
O chuveiro ecoa pela casa, em uma linha invisível de desenho me movendo. Degrau por degrau, levanto minha perna sem luta pela moral. Me deixo levar pelo desejo, meus olhos piscam e tudo parece mais quente. As roupas estão grudando em meu corpo, estou quente e pequeno. Tem uma fresta, uma toalha pendurada. Tudo colocado em seu devido lugar, imagino que Silver ter feito isso de propósito. Tudo parece provocante colocado em seu devido lugar, a calcinha branca com um laço rosa pode ser a prova que ela está tentando me seduzir para dentro deste banheiro quente.
Meus olhos se erguem e eu a vejo, o vidro do espelho está embaçado, mas posso ver o movimento a cor de sua pele intocada. Observo a garota ser lavada pelas gotas água, mesmo seu corpo embaçado ela causa forte impacto em mim. Rangendo os dentes eu queimo, minhas mãos tocam a madeira fria. Sua doce voz é alta em todo o banheiro, minha alma é devorada e preenchida com carinho e ganância. Tudo ao mesmo tempo, estou desestabilizado fora do controle. É tudo por esse anjo, está doce menina que causa tudo oque eu deveria ter sentido na minha adolescência. Onde descobrimos nosso primeiro amor, aquela garota que roubou seu beijo, sua atenção e olhar.
— Somewhere over the rainbow, skies are blue ~ cantarolando distraidamente com sua meiga voz, sua voz me causa uma pura excitação. Toda a fragrância de sabonete e shampoos enche aquele banheiro. — and the dreams that you dare dream, really do come true...
Como mil tambores meu coração bate jurando que salta pela minha boca, como uma flor de manhã enterrada na grama ela solta seu doce cheiro pelo ar. A sensação de que Silver me tocou, puxou para perto e beijou meus lábios. Ela fez tudo isso sem ao menos me tocar. Me da esperança, esperança em nós.
De repente escuto, passos, Marta. Acelero meu passo adentrando meu quarto rapidamente, escuto se aproximando segurando a porta com um nervosismo inundando meu corpo.
— Evangeline, tudo bem?
— uhm, sim. Caiu um pouco de shampoo no meu olho. — Resmungou baixo, engulo seco e fecho meus olhos com força andando lentamente pelo meu quarto até estar perto do meu banheiro e entrar. Dentro daquela escuridão escuto passo por passo, então eles param. Perto do box do banheiro não respiro tão forte, escondido como em um filme de terror onde ele se esconde no banheiro. Um filme cinza com a faca e a sombra da cortina de plástico. Esse filme parece o agora.
— Me chame se tiver algum problema querida. — Os passos diminuíram, minha consciência decide de seria melhor entrar em meu banho agora.
É melhor tomar um banho, é melhor aliviar a tensão em minha calça. Antes que Marta veja, e deduza alguma coisa. Água derrama sobre meus corpo, passando as mãos distraidamente pela lateral de meus lados. Meus olhos estavam semicerrados sendo nada mais do que borrões na água. Não pude deixar de estremecer, dedos da mão esquerda tocam leve meu prepúcio e meu pênis contraiu em antecipação. Ohh, faz tanto tempo assim?
O calor se espalha pela parte inferior de meu estômago tão rápido, mas não tão rápido quanto minha imaginação que produz o rosto da Silver mais nova. Evangeline está sorrindo, correndo e andando com seus lindos vestidos claros e seus olhos escuros como a escuridão fascinante. É o único jeito que imagina-la, de modo algum consigo projetar de modo em que ela está ofegante ou fazendo coisas tão perversas, é apenas minha doce Evangeline sendo o ser puro que sempre será.
Suspiro e comecei a esfregar meu comprimento para cima e para baixo, ocasionalmente segurando minhas bolas. A extensão de meu pênis era argila e eu o moldei, escorrendo o fluido transparente. Tendo apenas o controle de inclinar a testa sob a parede e não gemer alto o bastante para as moradoras ouvirem.
— Ah, m-merda...
Eu mantive o ritmo enquanto me inclinava contra os ladrilhos frios - Um sorriso adorável se espalhando em seu rosto bonito e ingênuo, correndo minha mente apenas com sua bela aparência. Infelizmente meu último golpe duro me levou ao limite, gemendo com satisfação. Respirando com dificuldade limpando o fluido branco de minhas coxas, todas as provas de minha perversão desceram pelo ralo e mergulhei minha cabeça na água mais uma vez.
Vestindo minha camiseta listrada escuto a voz do personagem de Edward, a televisão no andar de baixo é alta. Retirando-me do quarto apenas para entrar novamente na sala, Marta não estava. Mirando seus olhos no eletrônico ela está sentada agarrando suas pernas com outro pijama, amarelo com diversas figuras de bananas. Feição comun, lábios leves, olhos grandes e sobrancelhas relaxadas mostram que ela está concentrada na tela. Passa por trás do sofá não querendo interromper, sento-me ao seu lado passando o braço por cima do sofá. Evangeline olha de soslaio soltando um resmungo virando-se para o aparelho.
— Onde está Marta? — Indago me aproximando um pouco mais, fitando o espaço pequeno entre nós. Evangeline soltou um murmúrio e deu de ombros, coloca do os braços no braço do sofá os fazendo de travesseiro. — Uhm posso assistir com você? — Silver está em silêncio com os olhos vidrados na tela, muitas vezes deixei de olhar para o filme e observei Evangeline.
Em uma destas vezes o personagem Edward interpretado por Jonny depp, a cena dele cortando o cabelo das moças e repicando com as mãos de tesoura. Evangeline ergue sua cabeça, olhando para ele com uma feição quase de admiração. Engolindo minha saliva, me inclino sobre ela estando pouco centímetros de falar em sua bochecha.
— Ele é bonito? — Pergunto e ela lança seus olhos escuros em minha direção, um pequeno espasmo que ela dá quando vê que estou perto. Porém, não se afasta, apenas mexe seus pés.
— Ele e lindo, e tão fofo. — Elogiou tola, meus dedos descem sem muito controle tocando seu joelho coberto pelo pijama de algodão.
— Vocês são muito parecidos. — Evangeline cantarola em questionamento. — Você também é muito bonita Evangeline. — Meu indicador e médio massageiam lentamente sua pele, levantando vagarosamente a mão. Seus lábios rachados entre abertos, olhando para mim com tanta atenção. Oque será esse olhar? Medo, talvez o abismo instantâneo dentro de suas iris seja a resposta, difícil decifrar só com uma respiração irregular e seu olhos tão próximos.
Não, não é medo. Ela não se distanciou, não se moveu um centímetro não é medo. Afeto, paixão ou luxúria. Garotas da idade dela também pode sentir isso, é isso que vejo em seus olhos. Seus olhos me desejam, queimam em todo meu rosto. Meus lábios ergueram-se com entusiasmo, soprei levemente seus lábios um pouco longe de mim.
— Uma pequena boneca de porcelana, querendo desesperadamente ser cortejada. — Revelei com a voz grave, afagando sua coxa e puxando o pontos de algodão de suas vestes. — Diga-me Evangeline, algum garoto já roçou os lábios no seu? — Tombo minha cabeça para lado, tendo um pequeno escárnio em meu rosto e olhos relaxados queimando em sua feição desconhecida.
Abruptamente ela se ergue comprimindo seus lábios em um bico olhando para mim antes de passar e sentar-se na poltrona, seus braço é seu travesseiro e a única coisa que vejo são seus cabelos pretos caindo para o lado. Me ignorando com está pergunta posso meramente ter a convicção de que ela nunca beijou. O silêncio pairou, não houve barulho apenas o som da televisão. Como o toque invisível ainda consigo sentir a maciez de sua coxa, consigo imaginar minha mão apertando a carne e emergindo a luxúria de minha mente.
Logo em seguida depois de 5 minutos Marta surge na entrada da sala, seu punho está no queixo olhando para filme se aproximando da poltrona de Silver. Descansando suas mãos no encosto marrom de couro, sua mão acaricia o cabelo de Evangeline e a mesma olha para cima. Só em segundos ela coloca a mão com a de Marta, voltando sua atenção ao filme e encolhendo suas pernas colocando os pés sobre o colo.
— O jantar está pronto. — diz grove piscando alegremente e saindo da sala, meus olhos seguiram as seguintes coisas que Evangelina fez: Se levantou, calçou os sapatos, olhou para mim de relance sem expressão e saiu correndo. Outro sinal sútil? Talvez.
encaminho-me para a mesa, no Silver senta na direita e Grove na esquerda. A governanta saiu e voltou alguma vezes com a comida, passando sua mão em um ato de carinho nas costas de Evangeline. Não consigo saber se ela está olhando para a comida sem toca-la por não ter fome ou uma maneira de distrair enquanto estamos nos servindo, diferente de Evangeline que é a primeira a ser servida eu sou o último que tenho que me colocar costeleta, ervilha, cenoura e batata recheada. Mastigando ouço um ruído, seguido por outro que chama minha atenção e no momento tanto eu quanto Marta estamos observando Evangeline derramar uma lágrima de cada globo ocular. Ela olha para sua comida, mãos ao lado do prato, mas não se tocaram.
— Eu quero minha mãe. — Marta suspira com feição de desagrado, segurando o garfo Grove mastiga olhando para Silver. Me dá pena, um aperto em meu coração olhando para ela que não faz nada. Apenas chora silenciosamente derrubando lágrimas finas.
— Evangeline, já falamos sobre isso. Coma. — o som de sua voz surgiu estóico, Evangeline olhou para ela, olhos negros grandes e redondos enxugando e se encolhendo contra o banco. — Coma mocinha. — Em toda a cena oque eu posso fazer é olhar, não estou em uma posição onde posso dar palpite ou dizer oque é melhor para Evangeline ( Mesmo que eu tenha uma maneira de lidar melhor. ).
A maneira mais fácil seria apenas retirar os legumes, como ontem em que foi forçada a comer muito mais do que deveria. Não é como se Evangeline fosse morrer se não comesse legumes. Silver lamenta baixo perfumando sua comida com o garfo e levando até sua boca, não houve outro som, exceto os garfos batendo, as facas cortando e bocas mastigando. Dentro dos dois dias e meio que estou aqui, pude perceber que o horário da janta é uma hora de silêncio. É um incomodo realmente, costumo conversa algumas vezes ou ver algum programa interessante no momento em que estou enchendo a barriga.
Porém. Lucyanne, Marta e Evangeline parecem encontrar bastante conforto no silêncio. Me movo desajeitado na cadeira, colocando outra batata recheada no meu prato com queijo derretendo ao lado. Por outro lado Evangeline largou seus talheres, puxando levemente a gola de seu pijama que desceu em segundos. Silver tinha acabado de tomar água quando Marta questionou olhando em sua direção, apontando com o garfo para o prato.
— As ervilhas e a cenoura?
— Não gosto.
— Uhm, mas você vai comer.
— Mas eu não- Marta inclinou sua cabeça com um voz rígida soando pelos ouvidos que até eu vibrei.
— Evangeline Silver, você não vai sair desta mesa sem comer tudo oque estiver no prato. — Evangeline afundou em seu lugar tocando a lateral da cabeça com o punho, o garfo cutucou a cenoura e girou as ervilhas.
Imaginei que Evangeline seria fácil, que ela iria comer quando Marta se levantasse e mostrasse a ela que não iria sair dali. Porém não aconteceu como previsto, Evangeline ficou e ficou ali, ela se movia puramente para mudar de posição ou ajeitar suas pernas ou braços dormentes. Silver acampou-se naquela cadeira. Marta retirou as toalhas, talheres, panela e vasilhas de vidro. Evangeline permaneceu sentada. Marta direcionou-se para o toalete banhar-se. Manteve-se ali, fixando seus olhos no prato.
Eu estava em minha cama agora emaranhado nos lençóis e não tinha dúvidas que Evangeline permaneceu no mesmo lugar, olhei para um lado e para o outro e o sono não pesou. Não tenho dormido mal, a sensação é de que dormi o suficiente e agora tenho que olhar para o teto escuro. Seus lamentos remoendo em minha mente, cada fio meu voltava para ela, sua expressão. Marta realmente a deixou ficar até essa hora sentada? Essa era uma regra?
Uma regra ridícula.
Admiro Lucyanne pois sei que é uma mãe rígida, porém boa e doce com Evangeline apenas olhando. Com tudo, suas regras são extremamente preocupantes. A falta de sono ou dormir em uma cadeira pode ser um risco para a menor, está pressão em meu peito aumenta quando penso em suas regras tolas. Meu corpo se ergue na direção da porta que abri sem muito custo, o corredor é escuro mas conheço o ambiente a luz fraca da sala ou da cozinha. Ao fim da escada posso vê-la de costas, caminhando até posso contemplar a vista encantadora.
Sua cabeça pende para o lado, cabelos caindo entre olhos e bochechas, sua bochechas direita está sendo sustentada por seu punho. Alguns minutos ela decai, cedendo a um delicado espasmo, ainda assim não abrindo seus olhos. Pouso minha mão em seu ombro sacudindo levemente seu corpo para frente e pra trás, Evangeline acorda com susto e vira seu rosto em todas as direções até focar no meu.
— Evangeline, já é uma hora da madrugada. Você pode ir dormir. — Negou Silver coçando seu olhos.— Só jogue no lixo, ela não vai saber.
— Ela tira o lixo, vai saber sim. — Resmungou.
— Tudo bem, então vamos fazer assim. — Alcanço seu talheres, ergo seu prato frio na minha direção os ingerindo. Estão duros e mais frios, não é ruim, mas também não é bom.
— Você não pode fazer isso, era pra mim come-los. — Se levantou de prontidão, olhar preocupado, olhos pesados.
— Você não gosta de legumes, está tudo bem. — Disse passando o indicador por sua testa até a fina linha do final da sobrancelha, Evangeline coçou sua bochecha engolindo seco.
— Mas Marta vai me colocar de castigo.
— Não conte a ela.
— Mas seria mentir, não seria? — Solto um baixo riso inalando paciente, me inclinando para estar cara a cara com Silver.
— Não, apenas oculte que você comeu os legumes. Mentir seria se você dissesse, você não irá dizer nada.
— Uhm, não sei. — Tocou o dedo nos lábios, fascinado com sua beleza e toques sensíveis. Gentilmente esfrego seu pulso.
— São apenas legumes Evangeline, não é nada demais. É compreendido você esconder a verdade apenas por legumes bobos.
— É, parece que sim.
Admito ter um sorriso diabólico erguendo de orelha a orelha, a palpitação em meu peito é o reflexo do que sinto agora. Um prêmio, eu estou vencendo, estou ganhando de pouquinho a pouquinho. Evangeline não vê, mas ela carrega minha cova, ela sempre terá uma arma, um gatilho para puxar e eu o alvo para acertar.
— Eu não vou contar, e você também não. 𝖲𝖾𝗋𝖺́ 𝗇𝗈𝗌𝗌𝗈 𝗌𝖾𝗀𝗋𝖾𝖽𝗈.
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VOTE E COMENTE
• NOTAS:
Se tiver algum erro me marquem, arrumarei assim que possível. Dêem sua opinião sobre a obra.
Muito obrigado por terem lido, até outro dia.
BOM DIA, BOA TARDE E BOA NOITE.
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