𓅬24𓅬
De jeito rápido, as férias chegaram. Aquele ano em Hogwarts não tinha sido normal como os outros três, vários acontecimentos. Mortes. Revelações. E entre outros.
O vagão estava silencioso, mesmo com o o trio, mas eles estavam dormindo. Harry sentou do meu lado, ficando a viagem toda dormindo no meu ombro. Agora, sabendo que ele é meu primo, as coisas ficaram estranhas, porque ele é o menino que sobreviveu e é meu primo... Isso vai me prejudicar? Ou coisa do tipo? .
Podia ouvir risadas e conversas nos outros vagões, combinadas com o belíssimo por do sol atrás do castelo, jurei que estava em um sonho. Deixaria Hogwarts por alguns meses, mas logo retornarei, no quinto ano...
Meu raciocínio foi interrompido quando Harry acordou limpando a baba no meu ombro.
— Não acredito que babou meu ombro? - disse enojada.
— Perdão, dormi de verdade... .
— Isso não é desculpa pra me babar idiota. - dei língua pra ele, infantilmente ele retribuiu.
Começamos a conversar. Ele não queria voltar para os Dusley e que se pudesse iria direto para a Toca — a casa dos Weasley's — disse que eu tinha sorte de gostar de voltar pra casa. Não tinha o que retrucar, era verdade, gostava de passar as noites brincando com Lay e com a Tia Sarah, ver Liane estudar no jardim ou até perseguindo os patos.
— Sinto muito Harry, mas olha, pelo menos pode mandar cartas pra nós.
— Se fosse suficiente, não estaria reclamando.
— Uau, ta bom senhor estressadinho...
Voltei a olhar a janela. Os últimos raios de sol deixavam as montanhas magicas britânicas, agora iríamos entrar no mundo trouxa, onde a maior parte das coisas eram sem graça, suas vidinhas eram meio monótonas iam e voltavam do trabalho trouxa sem usar um pouco de magia... Sem imaginar que poderiam se secar em um movimento de varinha, ou se vestir, ver animais fantásticos ou ate mesmo fantasmas. Agradeço por ser uma bruxinha em formação, não iria aguentar minha vida sem magia.
A Plataforma 9¾ estava lotada de famílias esperando por seus filhos, a saudade devia ser de matar qualquer um. Acordei Liane e os outros quando o trem parou, Harry estava triste, talvez por não ter o luxo que a maioria de nós tinha.
Tia Sarah esperava embrulhada em seu sobretudo bege, por baixo algumas roupas de frio, ela logo exibiu aquele sorriso meigo e brilhante quando nos viu descendo do trem. Lian correu abraçando-a, eu fui logo atrás.
— Aii minha grifana lindaaa - apertava as bochechas da pequena a enchendo de beijinhos. - E você, minha sonserina maravilhosa. - começou a me encher de beijos no rosto, abracei forte a mais velha.
— Oii Sarah!! - Hermione correu até a gente, foi recebida calorosamente também com um abraço. Os grifanos começaram a conversar.
Ao longe vi Draco sair do trem junto de Blaise, Crabb e Goyle. Todos indo se reunir com a família que os aguardavam, Narcisa abraçava forte o loiro, que retribuía gentil, dava pra ver que ela o amava mais que tudo nesse mundo. Blaise me viu, ele acenou e fez um movimento dizendo "me escreve", assenti sorrindo, Draco também me avistou, acenou de leve dando um sorriso discreto. Acenei de volta sorrindo tímida. A loira percebeu para onde seu filho olhava, achei que ela me daria um olhar de escarnio ou coisa do tipo, mas não... Sorriu gentil e deu tchauzinho.
— Ai meu deus, como vocês estão lindos. - voltei aos que estavam ao meu redor. Harry se aproximava lentamente com um os lábios repuxados, Sarah percebeu e o chamou.
— Oii tia Sarah...
— Oii Harry... - sem delongas o abraçou, dando um certo conforto. - Sinto muito pequeno... Alguem vai vir buscar você? - deu os ombros. Ela bufou em ódio, também odiava os Dusley mais que tudo.
— Ah, meus pais estão ali, tchau galera. - Rony correu até sua mãe e seus irmãos, Hermione viu o horário e se despediu também.
— Vamos ficar aqui com você Harry, até eles chegarem... Quem tá com fome?
Saímos da plataforma e fomos direto para uma lanchonete ali perto, Harry ficou falando de que não precisava daquilo tudo, mas Tia Sarah não queria nem saber. Pedi um x-burguer e um refri, Liane pediu um misto-quente e batata frita, Harry pediu sanduíche de bacon e refri, para ela um sanduíche natural de atum e café. Aproveitamos para ficar conversando, isso incluía fofocas e novidades
— Saiu no Profeta Diário, o Ministério disse que foi morto num "trágico acidente de torneio", sinceramente, não cai nesse papinho não. - virou a xícara.
— Então sabe a verdade? - disse com a boca cheia de bacon.
— Claro que não, mas sei de duas pessoinhas que sabe! - mirou eu e ele. Nos olhamos. - Sirius me contou que vocês sabem.
— Sirius? - dissemos em uníssono.
— Quem é Sirius? - Liane perguntou.
— Padrinho do Harry e um grande amigo meu, voltamos a trocar cartas assim que saiu de Askaban.
— Esse papo ta estranho... - cerramos os olhos a ela que começou a gargalhar.
— HAHAHAHHAHAHAHA PELOS INFERNOS FRIOS DE SALAZAR acharam mesmo que eu e Sirius? Logo ele? Credo!!! Eu e ele somos amigos, desde os Marotos.
— Você fazia parte dos Marotos? Do Mapa dos Marotos??? - o garoto arregalou os olhos em surpresa.
— Claro que eu não era uma Marota, mas era amiga deles... Lembro-me como se fosse ontem, as travessuras que esses quatro aprontavam na Comunal. - tenho certeza que todas as memórias daquela época rodopiavam na mente da Sarah. - Quando Aluado passava horas lendo e vivia sendo atrapalhado, ou quando Rabicho perseguia o Almofadinhas, até quando descobriram que o Pontas amava Lily foi uma festa. - ela riu docemente.
— Quem é Pontas?
— Seu pai, Harry... Aposto que ele lhe falaria do Mapa quando tivesse idade.
Sarah continuou contando as coisas que o grupo aprontava, principalmente com Snape, os jogos que eles participavam e que Tiago jogava, das brigas de que entravam. Nos três demos risadas sobre tudo aquilo. A mais velha fez uma cara seria olhando para a entrada da estação, era Walter Dusley. Era hora de ir embora.
— Sarah.
— Walter. - disse fria. - Sempre esquecendo Harry, onde está seu relógio?
— Já que se importa tanto com ele, passe as férias com ele. - respondeu fazendo pouco de Harry. Segurei sua mão, lhe dando forças.
— Adoraria, mas legalmente, não sou responsável por ele, por um infortúnio
— É melhor que ele fique na presença de pessoas normais ao invés de arrumar briga com um pedaço de vareto.
— Cuidado com a língua, trouxa, ou esse pedaço de vareta fará estragos. - alertou. - Pessoas normais? Quer dizer trogloditas igual você? - soltamos risadinhas, o que fez o branquelo enraivecer.
— Como se atreve, suas pirralhas maldi- Sarah recitou um feitiço para ele calar a boca.
— Não ouse chama-las assim, da próxima, vai perder a língua. Vamos, Harry venha conosco, não precisa passar esse verão com eles.
Puxou Liane, Harry e eu seguimos elas. O garoto sorria contente por não ter que voltar a dormir no sótão ou que aturar eles por um mês inteiro.
Fomos direto pro carro dela, um Rolls-Royce 1994, era o mais novo modelo da época. Todos nós nos embasbacamos ao vê-lo, era o carro mais bonito que já tinha visto. Entramos e ficamos mais admirados ainda pela beleza interior. Bancos encourados e estofados, toca rádio, a marcha tinha uma bola prateada e o freio de mão parecia ser ferro.
— Gostaram da belezinha? Ela é meu xodózinho... - acariciou o volante coberto por uma rede brilhante. - Prontos?
— SIM - respondemos.
Ela engatou a marcha e seguiu pra casa. Morávamos em um bairro residencial pequeno, com paz e tranquilidade, onde haviam famílias de bruxos e bruxas que trabalhavam no Ministério, alguns já aposentados, era bem legal tinha idosos e crianças, essas muito simpáticas e acolhedoras. Sarah queria que a gente se encaixasse e não sofresse muito com as diferenças entre os dois mundos, por isso procurou uma região com uma comunidade residencial mágica, não tem feitiço de proteção contra trouxas, mas sim para Comensais e Dementadores, bem, somente alguns contra trouxas.
— Nunca tinha vindo nessa parte da cidade.
— É uma área protegida pelo Ministério, pelo menos isso fizeram de bom, de resto, uma completa merda.
— Katrina, olha a boca! - abriu o porta-malas do carro pegando as malas, Harry foi ajuda-la, enquanto eu fui abrindo a porta para a passagem.
A casa era simples e modesta. Uma mistura de vintage com moderno, mas não perdendo a essência mágica.
Sua entrada clássica branca, com cerquinhas também brancas davam um ar de acolhedor. Na varanda um sofázinho de descanso com alguns panos bagunçados. O hall de entrada dava acesso as escadas pro segundo andar, o corredor ao lado davam na lavanderia, quarto dos gatos e o quarto de hóspedes. A sala no final do corredor era do banheiro principal. Subindo as escadas, o segundo piso tinha quatro portas, todas nomeadas. Laylin, primeira porta a direita, escrito com sua letra, alguns dinossauros e árvores pré-historicas. Liane, segunda porta na esquerda, endornadas com rosas douradas e vermelhas, seguidas de beija-flores. Katrina, terceira porta na esquerda, tinha desenhos graciosos, como cisnes e borboletas. A última porta do corredor, Sarah, não tinha desenhos nem adornos, mas em compensação o interior era lindo e mágico.
Era bom estar em casa de novo, sentir o aroma amadeirado e la no fundo um cheiro de incenso. Depois que a tia terminou os estudos ela seguiu a carreira de curandeira, ou como os trouxas costumam falar, farmacêutica, ela mexe com ervas e é craque na arte de cura por mágica, acredita na energia além da magia. A casa inteira é protegida por runas antigas, acho que desde do em que os dementadores tinham chances de invadir locais assim, ela reforçou a proteção tanto da nossa casa quanto da área.
— Laylin! Chegamos! - o menor veio em passos rápidos escada a baixo.
— KATRINA!! LIANEE!!! - em um pulo estava nos meus braços, o abraçei forte. Depois foi para o da menor, soltando gaitadas suaves, por fim, abraçou gentilmente Harry que retribuiu. - Olá Harry!
— Olá Laylin... Uauu, sua casa é linda Sarah!
— Obrigada querido, dei alguns retoques enquanto as duas foram pra lá.
Os gatos ouviram nossas vozes correram até nós. Tinha um gatinho preto novo, esse eu não conhecia. Chita e Calico, os dois tricolores, se passaram pelas minhas pernas miando em alegria, Bleur é a mais velhinha então não gosta de tanto carinho, por isso ama a Tia Sarah.
— Olá minha Bleur. - miou fraquinha com o carinhoso no quadril. - Oii Peanut sua atrevida - a outra veio correndo do corredor pra cima da Tia, que gargalhava da pequena.
— Quem é o novo gatinho? - disse Harry pegando o manhoso negro no colo.
— Ah sim, Cygnus, em homenagem a um Black do passado, foi seu padrinho que me presenteou... Enfim, sintam-se a vontade, vou fazer o jantar, ah Harry, seu quarto é no final do corredor.
— Tomara que seja aquiiiilo. - Laylin gritou do alto da escada.
Todas nós soltamos risadas sobre a fala do mais novo. Mostrei o quarto que Harry iria ficar, era um quarto de hospedes mas era lustroso. Subi para o meu.
Que saudades eu estava do meu cantinho. Paredes cor creme, uma mudinha de roseira na janela, a cama com panos ainda arrumados, as prateleiras empoeiradas. Respirei fundo antes de me deitar e me enrolar nos lençóis.
— Aiiiii minha camaaaa... Que saudades da minha cama!!
°°°
Horas depois
°°°
O
jantar foi divino, a tia sabe como impressionar. Salsichão temperado com os temperos magico, pure de batata tudo isso com molho acebolado e de quebra suco de laranja e morango. Saímos de barriga cheia e fomos para sala de estar jogar alguns joguinhos de família.
Ouvir as risadinhas dos dois menores eram de esquentar o coração, eu e Harry quase nos matamos quando ele ganhou o UNO, miserável colocou +4 pra mim. As horas passaram rápido, já estávamos todos com sono.
Laylin dormiu no colo de Sarah, que o levou para seu quarto, me deixando tomar conta do resto, Harry ajudou.
— Não fala comigo não. - brinquei.
— O que? Só porque ganhei a partida? Hahahaha
— Palhaço, eu ia ganhar... - joguei uma almofada no testa rachada.
— Mas não ganhou! - revidou.
— Você não fez isso! - parti pra cima com outra almofada, começando uma guerrinha. Com rapidez ele me derrubou, ficando por cima. Nos encaramos por segundos, que pareceu uma eternidade, e por segundos o achei atraente... Pera, que porra!
Empurrei ele de cima de mim, me levantando rápido. Fiquei extremamente tímida e sem jeito, ele pior. Sempre tratei Harry como meu irmão, e agora descobri que ele é meu primo, é informação demais.
— Eu vou dormir... Boa noite Katrina.
— Boa noite Harry...
Ah pelos céus e pelos infernos... Seriam longos dois meses de férias.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro