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ALERTA DE G4TILH0
(Ass3d1o/4bus0 e M4ch1sm0)
Chegou o dia. O grande dia. Meu primeiro jogo como batedora. Me arrumava com certa tensão. Iria arrasar aquela quadra, eu e Derrick iremos derrubar todos os nossos adversários.
Vesti meu moletom da sonserina, fazendo um coque no meu cabelo, segui pro Salão. Por sorte encontrei Derrick, comecei a explicar todos os nossos ataques, chamei o plano de "Time". Claro que ele estranhou e quase me chamou de louca.
— Deixa eu desenhar. - peguei um pergaminho e um invoquei um pedaço de carvão com a varinha. - Primeiro, derrubamos o goleiro adversário. Segundo fazemos aquela manobra pra derrubar os batedores ou apenas impossibilita-los de jogar. E terceiro, mas não menos importante, abatemos os artilheiros. - assistia os desenhos executarem os ataques. Ele pensou e se tocou surpreso.
— 1 goleiro, 2 batedores e 3 artilheiros. UM TIME! VOCÊ É GENIAL.
— Eu sei, mas não vamos usar a técnica de ontem, usaremos uma nova. - desenhei quatro batedores, representando nós dois e os outros do time adversário, os fiz sair do papel. - Usaremos esta.
Os batedores vermelhos jogavam os balaços em nossa direção, mas desviavamos, as bolas perseguiam a gente. Na nossa rabeta, junto dos vermelhos. Paramos deixando os balaços avançarem contra nós, até que arrebatemos com força para o elas mudarem para a direção oposta tão rápido que os batedores vermelhos não conseguirem enxergar. Aniquilando-os. Perregrin estava em choque talvez com tamanha inteligência da minha parte.
— Nem é preciso usar força bruta, é física! Se a bola vier rápido, qualquer batida nela e ela vira um torpedo. - pisquei concordando.
— O resto do plano é questão de comunicação. Quando eu apontar assim - fiz o um com o indicador - é o goleiro, pode ficar pra você?
— Tenho a manha pra derrubar o Wood, não se preocupe. Ta e os apanhadores?
— Eles não são da nossa orçada, se concentre no resto do time.
— Okay parceira.
— Pois bem, parceiro, a nossa vitória está nas nossas mãos. Então entendeu o sinal das mãos?
— Deu pra pegar. Um brinde de suco de abóbora pra vitória da Sonserina - ergueu a taça de suco, juntei as duas e bebendo em seguida. - Vou torcer pro Marcus não te tirar por ser mais inteligente que ele.
— Ele nem sonha em fazer isso, vai se arrepender se fizer.
Voltei a mostrar as outras opções de contra ataques. Cada vez mais ele se surpreendia, entendia e questionava. Gostava do entusiasmo dele.
Minutos depois, Dumbledore anunciou o jogo para todos, que as aulas só voltariam na parte da tarde. Fomos correndo pros vestiários colocar nossos uniforme. Swan, 16. Sorri.
Vesti minhas luvas e amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo bem preso. Estava pronta.
Todos em posição, respirei fundo segurando com força a vassoura em uma mão e o bastão na outra. Senti um toque em meu ombro, virei rápido e vi que era o Draco. De uniforme do time. Cabelo pra trás.
Céus.
— Boa sorte 16...
— Boa sorte 07...
O narrador estava anunciando o jogo. Meu coração palpitou. Meus nervos suavam. Minha pressão deve ter aumentado 500%. Subimos nas vassouras, preparando para as portas serem abertas... Os gritos dos torcedores era contagiante, com o vento em meu rosto e alguns raios de sol. Assumimos nossa posição em campo, de frente para Grifinoria. Apertei o bastão.
Fred e George estavam na mesma posição que no treino. Já olhei pro Derrick. Ainda bem que ele me entende.
A mulher dos olhos de coruja - da aula de vôo que eu nunca aprendi o nome dela - deu o apito inicial, jogando a goles e sendo agarrada pelo time grifano. Era nossa chance.
Fiz o um com o dedo, Derrick pegou o plano, indo em direção do balaço atraindo ele pro goleiro. Wood. O primeiro a cair. Enquanto eu corria dos ataques do Fred. Ainda não era hora de ser derrubada.
De longe ouvi o barulho de alguem cair no chão. Oliver estava fora. Peregrin fez o dois, vamos para a próxima etapa. Derrubar os batedores.
Dei um impulso pra trás, fazendo um looping acima de Malfoy, se concentrando no Pomo junto de Potter. Nem sabia que eles estavam atrás de mim. E nem sabia que pomo tava me perseguindo. Ouvi o primeiro gol. Torci vitoriosa.
— SONSERINA MARCA O PRIMEIRO PONTO!
Avistei o balaço, estava atrás do nosso artilheiro. Passei por perto, tirando o percurso da bola e sendo o novo alvo do balaço. Derrick fez o mesmo com o outro. Dando início ao próximo passo. Os batedores vieram atrás de nós - no meu plano, eles acham que vão conseguir alcançar as bolas a tempo e joga-las para a gente - estavam aonde eu queria. Olhei pro Derrick, subimos em cima das nossas vassouras e atingimos as bolas, fazendo um som muito alto, os adversários fecharem os olhos se protegendo. Assim, serem atingidos e caírem.
— Bingo - balancei meu bastão na palma da mão, tendo uma feição soberba pro time adversário.
— A NOVA BATEDORA VERDE TA COM TUDO! SERÁ ESSA O TRUNFO DA SONSERINA ESSE ANO?
Os torcedores gritavam enlouquecidos pelo placar e por nós. Já estavamos com 50 pontos, grifinoria ainda não tinha marcado. A festa é nossa. Draco e Potter passaram rápido perto de mim, vi o loiro sorrir pra mim. Idiota, se concentra.
— E agora? Três?
— Não, vamos dar um tempo pros grifanos chorarem e respirarem. - ri com a língua pra fora. - Só vamos tirar os balaços do caminho deles.
— ESSA É A MINHA GAROTA!!!! KATRINAAAAAA!!!! - lá estava Zabini com uma blusa com meu nome e torcendo enlouquecidamente, mandei um beijo pra ele.
Ouvi mais dois pontos serem marcados. O locutor estava em completo êxtase junto com os sonserinos. Pude ver a carinha triste dos vermelhos, da até pena. Brincadeira.
— OS GRIFANOS ESTÃO EM MENOR QUANTIDADE SERÁ O FIM DO LEÃO E A VITÓRIA DA SERPENTE?
Era a hora. Draco ainda não conseguiu pegar o maldito pomo. Torci internamente por ele.
— KATRINA CUIDADO - um balaços veio rápido na minha direção. Fui mais. Rebati pra longe, mais exato, pro lado de Derrick, que jogou em direção de Gina, virando o novo alvo.
Olhei ao redor, planejando a terceira etapa. Teremos que ser mais radicais, talvez mais perigosos, visualizei. Agora é na prática.
— A 16 ESTÁ PARADA! PLANEJANDO? TALVEZ! QUAL SUA PRÓXIMA JOGADA??? O PÚBLICO ESTÁ ELETRIZADO!
Fiz o três com os dedos. Era a hora. Agora estávamos sozinhos com os balaços. Derrick iria fazer o possível para derrubar algum artilheiro.
Subi na vassoura, iniciando um surf. Ouvi todos se chocarem, até mesmo Draco, que voltou a olhar pra frente rápido. "Isso é roubo". Não era não.
— UM ATAQUE SURFADO???? VAMOS ESPERAR OS PRÓXIMOS SEGUNDOS!
Segurei o bastão com força, tentando me equilibrar. Vi o balaço. Fiz ele me perseguir, me encolhi pra me dar mais velocidade, era agora ou nunca. Havia outro me perseguindo. Um na frente e um atrás. Pensei rápido, igual a velocidade deles indo pra cima de mim. Pulei pra cima dando um mortal pra trás, fazendo as bolas se chocarem, com a onda de pressão atingiu um artilheiro próximo, caindo sentada com certo desequilíbrio. Tudo tinha ficado em câmera lenta, voltando subitamente ao normal. Gritos e mais gritos.
— O QUE FOI ISSO? NUNCA VI TAMANHA AGILIDADE! - quase que o locutor cai da arquibancada de tanta emoção.
Respirei fundo, já que não era meu plano essa parte. Procurei Derrick. Já tinha derrubado um artilheiro. Só tinha um. Não era mais nosso, fiz um x com os braços avisando o outro. Deixaremos os nossos artilheiros lidarem com este.
A situação estava crítica. Os grifanos tinham nos alcançado. Empate. Só o que iria salvar-nos era se o Draco pegasse o pomo. Seria a nossa salvação. O máximo que podíamos fazer era atrasar Potter e o artilheiro restante. O tempo estava acabando.
— O RELÓGIO CORRE FALTA 10 MINUTOS PARA ACABAR O JOGO. SE NINGUÉM PEGAR O POMO TEREMOS UM JOGO DE PRORROGAÇÃO!
— Vamos Draco... Você consegue... - sussurrei.
Desviamos as bolas, tirando-as do caminho de Malfoy. Fiz uma pequena mudança de planos, bati no balaço para atingir a bunda da vassoura de Potter, só pra ele perder o equilíbrio. Fazendo o loiro ter uma vantagem. Sorri ardilosa.
— DRACO MALFOY PEGOU O POMO SONSERINA COMEÇA A TEMPORADA COM 220 PONTOS!
Comemoramos. A torcida verde vibrava, aplaudia loucamente, o loiro segurava a bola dourada acompanhando a galera. O resto da equipe veio até mim liderado pelo 07, até o Derrick, voando em círculos gritando em vitória. Somente vi o Flint descer muito irritado.
— TRÊS URRAS PRA NOSSA BATEDORA! AUHHH - gritou Draco.
— AUHHH! - pareciam vikings gritandobe girando em volta de mim, um sorriso gigantesco estava em meu rosto. Pra mostrar, fiquei pé na vassoura, fazendo uma reverência.
— AUHHH - Derrick gritou.
— AUHHHH!
Descemos até o chão, Draco passou o braço pelo meu ombro, me abraçando de lado. Retribui segurando sua cintura perto da minha, sentindo seu quadril colidir com o meu. Todos vieram nos abraçar também. Gritando "Uhu Uhu Sonserina vitoriou Uhu Uhuuuu" acompanhei o êxtase. Vi Liane descer das arquibancada correndo e vir me abraçar, estava muito sorridente.
— VOCÊ TAVA INCRÍVEL MANA!!
— OBRIGADA LIANE!! - abracei mais forte a menor.
Saímos em coro gritando nossa vitória. Mas quem não estava muito feliz era o capitão. Eu não ligava, era nosso momento, se ele não gostou, problema dele. Eu fiz o que era possível para garantir nossa vitória.
Draco se desvencilhou de mim indo pra outro grupo, continuei abraçada com Liane, já que os outros estavam chorando pela derrota. Zabini se uniu a mim, chorando em prantos orgulhoso de mim.
— É QUE HOJE VAI TER FESTINHA. - ele começou.
— DE DENTRO DO MEU BARRACO. - continuei. Cantamos até chegar na Comunal, eles me ergueram gritando meu nome.
Eu não estava acostumada com esse tipo de prioridade, já não bastava ter tido essa atenção toda no dia da estréia. Me jogavam pro alto comemorando e gritando alegres. Ganhamos o primeiro jogo da temporada, era plausível que estivessem tão eufóricos. Todos do time estavam nós parabenizando, mas é claro a gente só ajudou, eles merecem total agradecimento.
Eu e Derrick tava no centro de uma roda de gente, se davam os braços e giravam. Já tava ficando tonta só de ver. Draco estava em outro círculo gritando e extremamente feliz, rolou até espumante. DOS DOIS GRUPOS. Derramaram uma garrafa inteira de bebida na minha cabeça e na do loiro. Nossos olhares se cruzaram, ele sorriu tímido. Retribui rindo gentilmente.
— HOJE NÃO É DIA DE FESTA MAS AMANHÃ A NOITE É NOSSA PREPAREM O FÍGADO E A GARGANTA!!!! - Zabini anunciou, todos confirmaram.
Senti uma mão me puxar pra longe do movimento, apertava meu pulso com muita força. Marcus tinha uma expressão extremamente irritada, bufava com aspereza. Me soltou jogando-me pra uma parede, gemi de dor.
— Que merda é- antes que pudesse continuar ele agarrou meu maxilar.
— Eu te pedi pra seguir o plano, somente isso! Será que não consegue fazer isso?
— Eu fiz o que era necessário, seu plano tinha buracos e falhas pros batedores, iríamos perder.
— Esse plano deu certo desde quando entrei pra ser capitão! Você estrag-
— Deu certo? - gargalhei - Se desse certo, todo jogo seria uma vitória! Te toca garoto, é tão burro que nem sequer consegue pensar em uma estratégia decente... - ele caminhou em passos agressivos até mim, pretendia correr antes que ele fizesse algo, mas a parede me impediu.
— Escuta aqui sua vadiazinha, não é só porque todos se esqueceram do seu passado que eu vou! Ainda continua sendo a "Putinha jogadora". - cuspi em sua face.
— Está amedrontado por uma garota que é milhões de vezes mais inteligente, foda-se. Eu sou melhor, e antes que diga, não estou interessada em seu cargo.
— Pois bem... - me calou com um feitiço, me agarrando pelo braço. Doía e muito.
Me carregou até meu quarto me jogando lá dentro sem nenhum pingo de delicadeza. Ele agarrou a varinha em cima da cômoda perto da porta.
— Perdoe-me, mas a estrela da noite está indisposta depois de uma jogada de mestre... Mas não se preocupe, alguem vai vir lhe fazer companhia. - deu uma risadinha maléfica e cheia de más intenções.
Tentei gritar mas ele lançou um abafiatto e um feitiço de tranca na porta. Comecei a espancar a porta, chutar e bater tentando abrir. O desgraçado tinha levado minha varinha.
— Porra... - cuspi um palavrão.
Estava sozinha. Minha garganta já estava doendo de tanto esganiçar algum pedido de socorro. Minhas mãos avermelhadas de tanto bater.
Ouvi alguem destrancar a porta, fui pra trás aliviada. Era Derrick. Corri para abraça-lo, em completo desespero, estava tremendo de medo. Odeio lugares fechados e sem possibilidade de sair. Os braços dele retribuíam com força.
— Como conseguiu destrancar o feitiço? Provavelmente nem um finite ia-
— Você deu o contra feitiço pro Marcus, ele disse que tava me esperando...
— O que? Não, eu fu-
Antes que pudesse me explicar ele puxou meu rosto e me beijou. Foi tão repentino que nem tive reação. Tentei soltar daquilo, estava desconcertada e confusa, empurrei seu corpo do meu, era maciço igual uma estátua que o impulso me jogou pra trás. Tinha um sorriso diabólico na cara. Meu coração esfriou meu corpo de medo.
— Ele disse que estava me esperando como forma de agradecimento por hoje... Qual é Katrizinha? Ele disse que queria muito...
Ele começou a desabotoar a blusa e ir na minha direção, em reação fui me afastando até minhas costas baterem no baú perto da cama. Se abaixou vindo em rumo de novo a minha boca, virei meu rosto com lágrimas caindo. Mas Derrick ficou mais agressivo.
Segurou meu corpo, esperniei tentando sair, mas em vez disso ele me jogou na cama.
— PARA EU NÃO QUERO ISSO!
— Uma hora diz que quer e agora não quer? Claro que quer...
— Como tem coragem? - segurou minhas mãos acima da minha cabeça e rasgou a blusa do time expondo o sutiã e meu colo cicatrizado - Não...
O choro escorria livre, comecei a gritar de novo. "Socorro" era tudo o que saía, meu cérebro ja não mandava meu corpo reagir, havia desistido pelo cansaço. As palavras que ele dizia não me ajudavam. Pioraram meu estado. Segurei a ânsia que subia pela minha glote e ameaçava sair, tinha tanto nojo daquilo.
— Já está acostumada não é Katri? Boatos existem, mas não surgem do nada. - meu estômago embrulhou.
— Eu disse não, seu retardado... NÃO! ENTENDE O QUE É ISSO? - me debati contra o nó que ele deu nas minhas mãos, tentando chutar o peito dele. - ME SOLTA! MALDITO!
— Então por que me chamou?
— EU NÃO CHAMEI! Eu não chamei... - a tristeza foi tomando conta da minha voz. Não acredito que Marcus foi capaz de fazer isso comigo. Ser o mandante de um abuso.
— Você é linda... Me mostre mais.
— Não sei ela, mas eu te mostro uma coisinha. EVERTE STATUM.
Em milésimos de segundos Draco aparece e ataca Derrick, jogando ele pro outro lado do quarto. O loiro veio direto a mim me desamarrando, pegou no colo, passei as mãos pelo pescoço dele afundando meu rosto em seu peito. Fechei os olhos deixando o alívio tomar conta de mim. Senti ele me segurar forte e correr pra algum lugar.
— MALFOY SEU DESGRAÇADO! BOMBARDIA! - lançou no meio do corredor.
— EXPELLIARMUS! - jogou o contra ataque, pedindo pra eu me segurar nele, obedeci. - ESTUPEFATO!
Derrick voou pra longe. E o maior continuou a me guiar. Voltei a chorar escaupelosamente em seu ombro.
Ele abriu a porta do seu quarto e colocando meu corpo trêmulo sentado na cama, me cobrindo com a capa da escola. Estava tão aflita comigo mesma que nem notei tudo ao meu redor, as lágrimas desobedientes ainda caíam, Draco tocou meu ombro, tremi com o toque.
— Calma... Calma, sou eu... - se sentou no chão próximo a mim.
— Draco eu... Eu... - lágrimas e mais lágrimas, respirava ofegante, o oxigênio não estava filtrando meu pulmão. Pediu silêncio com o dedo.
— Katrina, puxa e solta. Comigo...
Respiramos juntos. Lentamente estava me acalmando, meus nervos paravam de tremer, meus olhos terminaram de arder com as lágrimas. Ele tentou de novo, devagar e com calma fui falando o que aconteceu, aquilo me machucava tanto. Falar ou até mesmo pensar naquilo de novo. Draco apenas ouvia, sem me perguntar nada, parecia ter pena da minha total incompetência e falta de coragem. Mexia meu dedos tentando não olhar diretamente pro loiro.
— Ainda não consegui entender o porquê dele ter feito isso...
— Só quero que saiba, que não foi sua culpa. Falar não ajuda, eu sei, mas por enquanto vai aliviar um mínimo.
— Eu gritei pra ele parar... Mas não adiantou... - se agachou olhando nos meus olhos.
— Ei ei ei Marcus é um filho da puta e quem o segue é dobrado à ele. - ele se ergueu, abriu o frigobar pegando uma garrafa de vinho e uma caixa de suco de laranja, jogando-a pra mim e enchendo uma taça até o meio.
— Como sabia que eu precisava de ajuda? - furei a caixinha e bebendo.
— Vi Marcus te puxar e depois voltar sozinho, piorou quando ele falou alguma coisa pro Derrick ai depois ele subiu.
Ele age como se importasse comigo, até da pra achar que se importa com mais alguem do que com ele mesmo - continuei bebendo o suco e pensando naquela toda situação.
— Sua varinha está na cômoda, peguei sem ele perceber. - a peguei averiguando.
— Obrigada... - sussurrei.
Quando terminei o suco, observei o local.
A cama tinha toda uma estrutura amadeirada escura, parecia carvalho negro, cortinas negras fosco. O jogo de lençóis preto de cetim. Ele ama a cor preta. A escrivaninha, também de carvalho, tinha um livro aberto e uma pena de pavão. O tapete era um verde bem escuro, pegava metade do quarto. Na parede havia uma árvore que rodavam todo quarto, suas folhas eram douradas e as flores eram brilhantes como diamantes, me ergui e fui até a árvore. Traçando o caminho dos galhos com a ponta dos dedos. As nuvens me seguiram, observando cada passo.
— Foi você que desenhou? - ele negou
— Usei magia, até porque não tenho talento pra desenho. - disse se sentando em uma poltrona perto da lareira.
— O que representa?
— A Árvore Genealogica da família da minha mãe. - apontou a varinha e várias faces começaram a aparecer nos galhos. Gargalhei ao ver a carinha de bunda do mini Malfoy. - Qual a graça?
— Olha só a sua cara, tava cagado? - ele revirou os olhos e eu continuei rindo.
Continuei olhando as pessoas da árvore. "Sirius Black", "Remulus Black", "Bellatrix Lestrange", "Narcisa Black", "Andrômeda Tonks" e outros nomes. O ex prisioneiro de Askaban é parente do Draco, junto com a atual prisioneira e comensal da morte. A família dele é bem complicada.
— Sei o que deve estar pensando... - me virei pra ele.
— O que estou pensando?
— Que provavelmente eu sou igual a minha tia, um monstro. Talvez eu seja mesmo.
— Não penso assim, na verdade eu te acho bem diferente. A não ser que se seu psicopata interior desperte depois do 20.
— Palhaça. - ele olhou pro relógio, marcando exatos 12:00, mas nem parecia já que na comunal é escondido da luz solar. - E pensar que aconteceu em pleno dia, eu vou almoçar, quer vir junto?
— Não... Acho que não é uma boa idéia. - ele se levantou indo até a porta em passos leves. Parando com a saída aberta.
— Se precisar tomar banho, sinta-se a vontade.
— E as roupas?
— Sinta-se a vontade. - disse curto e grosso.
Saiu. Me deixando alí. Naquela mansão em miniatura. Bufei.
Tirei minha roupa rasgada, ficando só de sutiã, coloquei no chão e pensei em alto e bom som o feitiço de reparo, não posso perder essa blusa. Ela é meu trunfo, minha lembrança que eu pretendo manter por alguns anos depois da escola. O feitiço deu certo, nem parece que foi rasgado brutalmente... Acabei olhando meu reflexo semi-nu, marcas roxas no meu braço entravam em contraste com as cicatrizes pratas no meu antebraço. Enrolei-me de novo com a capa dele. O cheiro inebriou meus sentidos. E de novo estou com ele.
Só dessa cena voltar a minha mente me desmoronava. Sentei na poltrona acolchoada abraçando minhas pernas, deixando o calor da lareira me aquecer. Meus olhos pesaram e me rendi a exaustão.
𓆗Malfoy 𓆗
Marcus. Considere-se um homem morto.
Procurei Blaise na multidão, quando achei puxei pelo capuz. Carreguei ele até um lugar seguro.
— Qual foi loiro azedo? - disse com a boca cheia de comida.
— Viu o Marcus ou Derrick? - cruzei os braços.
— Não... Ihhh quê que aconteceu? - comecei a falar tudo. Ele estava tão em choque quanto eu.
— Entende o que rolou e entende por que que eu preciso achar eles?
— Entendo perfeitamente. Aquele porco, juro que se eu achar Perrigrin vou sangra-lo até a morte... Caralho como ele pôde fazer isso com a própria companheira dele??
— Ele já tinha más intenções desde do primeiro minuto. - vi ele arquear a sobrancelha. - Que foi?
— Ta vigiando ela?
— Será que esqueceu que a gente estuda na mesma escola e que está na mesma casa?
— Esqueceu que eu também? Você pode se enganar, mas não me engana. Sei que observa ela, e isso é estranho.
Dei dedo pra ele. Esse cabeçudo ta insinuando que eu gosto da Katrina? Ai por Merlin, nem em mil anos. Somos só bons amigos.
— Vamos fazer nossa pequena revanche, ache Perregrin, amanhã cuidamos do peixe maior. Diga que eu quero ve-lo e parabeniza-lo pelo jogo de hoje.
Assentiu sem nenhum contra argumento. Juntamos as mãos, nos separamos, voltou pro salão e eu fui pro vestiário de quadribol.
Meu sangue borbulhava nas veias esquentando e amaciando o ódio e talvez matando o meu bom senso. O desgosto de ter que olhar de novo para aquele nojento revirava a bile em meu fígado. Trinquei meu maxilar com força, se não mata-lo, sei de alguem que faria sem nenhum problema.
Não consigo pensar em nada que justifique aquele pau no cu ter comandado um abuso. E nem consigo imaginar alguem aceitando executar.
Demorou alguns minutos até Zabini chegar com o demônio. Ele me olhou assustado. Exibi o meu mais diabólico sorriso.
— Derrick, não pude falar antes, mas foi um bom jogo hoje... - sondei ele. Estava tenso, dava pra ver que eu era seu pior pesadelo agora. Parei na sua frente.
Meu punho foi direto em seu estômago em seguida meu joelho. Fraco. Não aguentava nem um soquinho e já parecia molenga. O segurei pela gola da camisa dando um soco em sua cara.
— Se me responder a seguinte pergunta, eu não acabo com a tua raça... Por que? Por qual maldita razao, Marcus te mandou ir até o quarto de Katrina. - o sangue escorria pelo nariz e pelo canto da boca.
— Ele disse que ela tava me esperando... - gargalhei.
— E acreditou? Acreditou Derrick? - cerrei o olhar.
— Qual é Malfoy? Vai defender a putinha? - outro soco. Zabini me olhou incrédulo.
— Putinha? A única putinha que eu vejo é essa que ta na minha frente, obedecendo seu cafetão mal caráter - outro e mais outro.
— Vai se arrepender - disse com certa dificuldade, o sangue e um nariz quebrado atrapalhavam.
— Olha que irônica a situação... Escuta aqui, hoje foi você, amanhã será o Marcus. Se tocarem nela outra vez, juro que vou parar em Azkaban por mandar você e seu comandante pro inferno... Entendido?
O rosto de Derrick estava um caos. Seus olhos inchados, nariz quebrado, lábios cortados. E minha mão manchada de sangue. Pedi pro Zabini obliviar ele sobre aquilo. Deixei ele lá e sai sem deixar rastros.
— Se fez tudo isso, e diz que não se importa com ela... Então, por que faz isso? - tão repentino. Parei de andar para encara-lo.
— Eu não fiz isso por outros motivos, Katrina Swan acima de tudo é minha amiga. E eu fiz isso porque é o certo!
— Draco Lucius Malfoy bancando o certinho, ahhhhhh me poupe né! Nasci ontem não, otáriozinho.
Apenas revirei os olhos. No final nem almocei. Estava enojado. Segui pro meu quarto vendo a platinada dormindo na minha poltrona. Ver ela daquele jeito me deixava mais confortável. Decidi não atrapalhar seu sono, tomei um banho e me vesti rápido pra manter a paz que Katri achou.
O resto do dia foi normal. Até ouvi balbucios sobre a batedora que sumiu depois de ser vista subindo com o capitão. Se eles soubessem da metade. Aulas chatas e o assento da platinada vazio, Liane até veio me perguntar porquê, dei a desculpa de que ela tava muito cansada e resolveu passar o resto do dia dormindo.
Já era quase 19:30 quando resolvi descer pra Comunal. Também estava exausto.
Abri a porta e me deparei com Katrina usando um moleton meu, lendo um livro qualquer. Seu olhar veio direto a mim quando ouviu o barulho da porta. A palpitação era notável.
— Oi Draco... Peguei emprestado. - se levantou nervosa.
— Sem problemas, que livro é esse? - joguei meus livros na escrivaninha desfazendo a gravata.
— Sei lá... Acho que é sobre assassinatos. - seu olhar foi até as minhas mãos, notando o roxo nos nós dos dedos - Por Salazar Draco, o que... Não me diga?
— Eu não ia ficar quieto.
— Draco por que você fez isso? Você é retardado ou o que?
— Retardado? Retardado por ajudar uma amiga que quase foi estuprada? Retardado por dar uma lição naquele pau no cu? - ela veio rápido segurando minhas mãos.
— Isso aqui... Eu não pedi pra que virasse um vingador. - seus olhos marejaram, em reação abracei seu corpo. Senti um pouco de rigidez, mas logo cedido. Retribuiu o ato, depois se soltando, terminando de desatar a gravata do meu pescoço. Nossos olhares se conectaram, aquelas pérolas brilhantes eram hipnóticas. - Só não faz mais isso...
— Você não manda em mim.
Uma careta foi dada, ela voltou a se sentar. Tirei a camisa indo direto pro banheiro, claro, o olhar queimava minhas costas.
Não é hora disso Draco - censurei meus próprios pensamentos.
Tomei um tranquilo banho, me sequei dentro do box e saí já de pijama. Uma camiseta e uma calça longa cetinada preta. Como ainda não era nem oito horas, propus uma brincadeira, tirando a atenção da menos do livro.
— E que jogo seria esse? Não é verdade ou desafio é?
— Claro que não, acha que eu tenho cara de moleque? - ela assentiu. - O nome do jogo é Jogo da Velha.
— Ohhh então gênio me ensine sobre este milenar jogo tão misterioso - seu tom debochado era tao irritante.
— Não me teste. - apontei a varinha pro teto e fiz um jogo da velha, me deitei no chão olhando pra cima. Ela fez o mesmo. - Sou o x.
Comecei colocando o x no centro. Katri fez um círculo no quadrado na mesma fileira acima do meu x. Marquei o x abaixo do centro, ela me bloqueou do lado esquerdo. Pensei. Marquei o direito. Percebi que ia perder, e ela também.
— Sabe que vai dar velha, não é?
— Não mesmo. - ela marcou um círculo ao lado esquerdo do seu primeiro. Minha única chance era colocar na acima do meu último x. Katrina marcou a primeira horizontal inteira. - Ha eu disse que não iria perder.
— Ta bom, ta bom. - ela ficou de barriga pra baixo, colocando os braços como travesseiro.
— O que teve hoje?
— Além das aulas, só um aviso do Dumbledore de que a primeira prova do torneio vai ser daqui a duas semanas, após quinta que vem.
— Que é o dia das escolhas dos Campeões... Tendi. - levantou um pouco o tronco se apoiando nos cotovelos. - Tem pena de mim?
— Não.
— Então por que me salva? Acha que sou uma garotinha indefesa?
— Pra falar a verdade não, te acho a mulher mais forte de todas. Lembro do dia que socou a cara do Goyle quando ele colou chiclete no seu cabelo.
— Maldito seja ele, demorou quase um século pra tirar.
Entre gargalhadas e lembranças do passado o relógio bateu as 21:00. Ofereci algumas barras de chocolate mas ela não aceitou, disse que faltava apetite.
— Se quiser que eu te leve pro seu quarto...
— Não... É, bom, se for necessário eu vou... - percebi o visível medo em sua voz. Não se sentiria segura em seu próprio quarto. Compartilho do mesmo sentimento.
— Eu durmo no sofá, não se preocupe.
— Certeza? - assenti.
Peguei uma almofada e me deitei no sofá, ainda bem que era bastante espaçoso e confortável. Katrina se enrolou nos lençóis e caiu no sono. Ainda não tinha sono então resolvi ler o livro de feitiços. Minutos depois meus olhos pesavam e acabei dormindo.
"Unidos pelo destino, separados pelo ódio e orgulho..."
"O cisne prateado vai se revelar ao escolhido"
EAIII GALERINHA LEITORA
Esse cap foi tenso, eu sei. Não imaginam a dor.
Qualquer sinal de ass3d1o, seja na escola ou no trabalho, até mesmo em casa. DENUNCIE.
Seu corpo é SEU templo, somente você tem controle sobre ele.
bjos de lumuus🤍🤍🤍
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