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013) A hospedeira

ℂ𝕝𝕒𝕣𝕜𝕖 𝕁𝕠𝕙𝕟𝕤𝕠𝕟

   Emma escapou por minhas mãos, minha mão sangrava sobre o carpete do quarto.

— Merda de carpete, como vou limpar isso depois? — Resmunguei, fiz um curativo em minha mão e peguei o carro, fui até a casa dos Wheeler, era onde seus amigos se encontravam.

A mãe de Mike abriu a porta, e me encarou da cabeça aos pés, só conseguia pensar na dor em minha mão e em recuperar minha filha, mas aqueles malditos olhos me julgando quase me tiraram de foco.

— Posso ajudar?

— Boa noite Sra. Wheeler.

— Pode me chamar de Karen.

— Karen. A minha pequena saiu de casa, disse que ia para a casa de uns amigos... — inventei, contar que ela fugiu soaria meio suspeito. — Sabe me dizer se ela veio para cá? Ela é desta altura, cabelos pretos e olhos azuis.

— Michael! Vem aqui! — Gritou, ela sorriu enquanto esperávamos.

— Que foi mãe? — Perguntou da escadaria, assim que me viu, o garoto desceu e veio até mim.

— Ele está procurando a filha, você a viu?

— Ela está bem? — Mike perguntou.

— Posso conversar com seu filho? — Tirei minha identidade em nome da Polícia, só para garantir.

Ela concordou, esperamos Karen entrar para conversar sobre Emma, ele já estava pressentindo que algo estava errado.

— Aquela não é minha filha, parece que algo a possuiu como um tipo de demônio ou sei lá, preciso de ajuda. São amigos dela, devem saber onde ela foi...

— Sabia, sabia que tinha algo errado, ela não diria aquilo para On. — Mike dizia, conectando as peças, ele tirou o rádio do bolso de trás. — Vou reunir todo mundo.

Entramos no carro, Mike entrou em contato com todos, mas Dustin não estava respondendo, o que era estranho já que ele vivia com o rádio por perto. Estávamos a caminho da casa de Dustin, já que ele não respondia.

— Então Will foi possuído por esse Devorador de Mentes?

— Sim, como um espião. — Mike explicava.

— Pensei que essa história fosse algo da cabeça dela, e-eu não acreditei nela.

— O senhor não tem culpa, é meio difícil de acreditar. — Lucas segurou em meu ombro, ao menos ele estava certo.

— Mas era ela, e-eu não entendo. Parecia uma pessoa normal. 

— É exatamente assim, um espião no meio de todos. Por sorte conseguimos perceber há tempo. — Mike insistiu.

— Alguém? — A voz de Dustin chamou no rádio.

— Cara! Que merda! Por que não responde? — Mike gritou furioso.

— Desculpa, a Emma veio para cá e acabei esquecendo do rádio. — Ele dizia quando Mike o interrompeu.

— Ela o que? Segura ela aí! Estamos indo! — Nada, o rádio ficou mudo. — Dustin! Essa não é a Emma! Dustin?

— Que merda. — Max praguejou.

Mal chegamos a casa do garoto e todos pularam para fora, Mike bateu na porta desesperado.

— O Dustin está? — Mike perguntou.

— Dustin! Seus amigos estão aqui! — Ela chamou.

— Manda eles subir! — Ele pediu.

Vi as crianças subirem, fiquei esperando no carro para não preocupar a mãe do garoto. Quando chegaram ao quarto, Dustin estava segurando a porta do seu guarda-roupa, Emma batia tentando sair.

— Ela não está nada bem. Precisamos tira-lá daqui logo.

— Trouxe todos os patetas com você? — Emma gritou da porta.

— Posso fazer isso. — Onze foi à frente.

Dustin saiu da porta, Emma pulou para fora do guarda-roupa, as veias escuras estavam mais aparentes e acabaram assustando os amigos.

— Olha só pra vocês, todos uns idiotas, vieram salvar a pobrezinha da Emma Johnson. — Dizia enquanto caía na gargalhada, ela estava com medo.

— Emma. — Will tentou chamar, Mike o segurou.

— Não é ela. — Sussurrou, Will recuou, ele tinha razão, não era ela.

Jane apontou suas mãos para a garota, que se debateu pressionando a cabeça até cair desmaiada no chão. Ela limpou o nariz e os outros foram pegar Emma, conseguiram passa-la pela janela, a peguei do outro lado e os outros jovens saíram pela porta da frente.

— Vou dormir na casa do Mike hoje. — Dustin avisou a mãe.

— Tudo bem querido, se cuidem. — Ela se despediu.

Levamos minha filha para o carro, a coloquei no banco de trás e fomos para minha casa, lá, amarrei suas pernas e braços na cama, com receio de machucar ela.

— Sabem mais disso do que eu, como tiramos essa coisa dela? Como trazer minha menina de volta?

— É como um vírus. — Will disse, trazendo todas as suas memórias de volta. — Temos que usar o ponto fraco dela, contra ela mesma.

— Temos que esperar ela acordar. — Max sugeriu.

— Não. Está tarde, vocês precisam ir, seus pais vão ficar preocupados. Eu fico de olho nela. — Tentei mandar as crianças embora.

— Não vamos deixar a Emma, ela faz parte do grupo, vamos ficar e vigiar. — Mike respondeu.

— Certo, certo. Vamos dividir os turnos. — Concordei, nem mesmo eu queria ficar sozinho, depois do que aconteceu.

Cada jovem tinha sua desculpa, eles estavam longe do meu alcance. Era o turno de Will, o garoto que tinha mais conhecimento sobre tudo, era por isso que Joyce não o queria envolvido. Ela me mataria se soubesse, mas o garoto entendia, ele sabia tudo que estava acontecendo com a minha filha.

Era manhã, estava fazendo café para me manter acordado, quando avistei o garoto Wheeler entrar no quarto e o Byers sair, era troca de turno, as crianças realmente levavam à sério. Quando Mike entrou, Emma estava acordando, ele não tirou os olhos da garota.

— O que é isso? Onde eu estou? — Tentou se mover, mas logo notou que estava amarrada. — Mike! Onde estão todos? Por que me amarraram?

— Sei que não é ela. Pare de fingir. — Ele insistiu.

— Ta me machucando, Mike por favor, estão muito apertadas. — Emma começou a choramingar.

— Para de mexer com a minha cabeça! Não vai me convencer! — Ele perdeu a paciência.

Mike se virou para ir até os outros, mas tudo ficou quieto, quando se virou a garota não estava mais na cama.

— Mas que merda!

Mike estava demorando para sair, fui conferir e levar algo para o garoto comer, ouvimos barulhos no quarto, peguei minha arma e pedi para que ficassem fora disso. Entrei, os sons vinham do armário, caminhei cauteloso até o guarda-roupa e o abri, era Mike, amarrado com as cordas que usamos para amarrar a garota na cama.

— Mike! Onde ela está? Você está bem? — Soltei minha arma e tentei desamarrar ele, mas o garoto não parava de gritar e se mexer.

— Se afasta! — Era a voz da minha filha, mas não era ela.

Levantei as mãos e me afastei, ela havia pego minha arma, seu rosto estava coberto por veias escuras, diferente de qualquer coisa que já tenha visto. Emma passou por mim e puxou Mike pela gola da camiseta, ela o levou com a arma em sua nuca.

— Eu vou sair desta casa. E se alguém me seguir, eu juro que atiro nele! — O cutucou, Mike estava trêmulo, nunca havia sequer chegado perto de uma arma, estávamos sem saída agora.

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