⁵⁸|Nova palavra preferida
100 votos e eu posto capítulo domingo
Quando acordo mais tarde, me encontro sozinha na cama. Uma olhada no relógio me diz que é um pouco depois do meio-dia. Ainda me sinto um pouco cansada, mas vamos embora amanhã bem cedo, então quero aproveitar com Khalil esse nosso último dia aqui.
Visto o hobby de seda ao sair da cama e vou à procura dele. Não demoro muito para achá-lo: ele está na sacada, sentado em uma das espreguiçadeiras, um cigarro pendendo em seus dedos. Khalil não está usando nada além de uma cueca boxer, seus cabelos bagunçados, uma das provas do que fizemos a noite toda… e pela manhã.
Lue foi embora um pouco depois das dez horas. Eu ainda estava um pouco adormecida, então tivemos uma despedida rápida. Lembro apenas de ele mencionar que tinha um voo para o meio dia.
— Ei — digo calmamente, indo até onde ele está. Ele não se assusta com a minha presença, apenas estende a mão, um convite para eu me sentar em seu colo. Eu aceito e ele apaga o cigarro na mesma hora.
— Por que você fuma tanto? — pergunto de repente, esperando que meu desprezo não seja notável. Eu o amo, isso é um fato, mas Khalil fuma pelo menos uma cartela de cigarro por dia. Essa coisa é tão tóxica quanto drogas.
— É divertido — responde vagamente. Ele claramente não gosta de ser questionado sobre isso.
— Khalil…
Com um suspiro, ele me beija, me calando. Não sei se gosto muito dessa sua nova tática. É muito fácil esquecer do que estávamos falando com ele me beijando assim.
— Eu vou parar, eu prometo — Khalil me garante, e sim, eu demoro alguns segundos para me recordar das palavras ditas antes de ele devorar minha boca. — Só não é tão fácil. O cigarro acabou ocupando o lugar dos outros vícios. Uma vez viciado, sempre viciado.
— Ei. — Seguro seu rosto quando ele tenta desviar o olhar. — Você não é mais assim. Apenas o fato de você estar lutando contra isso é uma prova. E você vai conseguir se livrar disso também.
Ele me encara seriamente por um tempo, mas depois um sorriso começa a se formar em seu lindo rosto.
— O que foi? — pergunto um pouco abobalhada e sem entender o motivo do seu sorriso, apesar de amar vê-lo em seu rosto.
Khalil não responde, balançando a cabeça. Depois, me dá um beijo. É carinhoso e suave dessa vez, como se ele tentasse me dizer alguma coisa. E eu entendo. Mesmo sem ouvir as palavras, eu entendo o que esse beijo quer dizer.
— Eu também te amo — respondo baixinho.
Ficamos juntos aqui por um bom tempo.
Apesar de eu ter dito que queria aproveitar o dia, teria ficado com Khalil o resto da tarde naquela espreguiçadeira, mas meu estômago começou a roncar, então Khalil disse que deveríamos ir comer. Tomamos um banho rápido, então, e depois de nos vestirmos, descemos para almoçar no restaurante do hotel.
Quando nos sentamos para comer após fazermos nossos pratos, dou uma olhada nas minhas redes sociais. Eu postei algumas fotos minhas desde que cheguei, mas nenhuma com Khalil, apesar de termos tirado muitas (eu o obriguei a aparecer em praticamente todas elas). Eu pensei em publicar algumas, mas sempre ficava com receio de Khalil não gostar por ser reservado e não postar nada sobre ele ou sua vida, então descartava. Mas agora fico me perguntando se eu não estava vendo problema onde não tem.
Melhor jeito de esclarecer isso é perguntando.
— Tudo bem se eu postar algumas fotos nossas? — pergunto, observando discretamente seu semblante. Ele está muito concentrado cortando um pedaço de bife, mas vejo o leve franzir em suas sobrancelhas.
— Por que não estaria?
Dou de ombros.
— Não sei. — Isso não é bem verdade, então repenso minhas palavras. — Querendo ou não, você é uma pessoa pública. Não é porque você se tornou CEO que as pessoas não se interessam mais pela sua vida. Na verdade… acho que elas se importam ainda mais agora. Então… Não sei. Assumir nosso relacionamento para o público – porque ninguém é idiota e todos vão saber que estamos juntos quando virem as fotos – pode não ser uma boa ideia. Todos vão saber que você está “pegando” a secretária. Talvez não caia bem para sua imagem. — Penso em tudo o que eu disse e depois balanço a cabeça. — É claro que não vai cair bem. Acho melhor não postar nada…
— Pode postar — Khalil me interrompe, agora sua atenção toda em mim. — Eu faço questão.
— Por quê?
— Porque eu não quero esconder de ninguém que estou namorando uma mulher incrível e que eu a amo. E se alguém tiver alguma merda pra falar sobre isso, que se fodam, porque não estou nem aí.
Deveria dizer a ele para pensar melhor, você sabe, ser racional. Ms ouvi-lo tão determinado a assumir para todos o nosso relacionamento acaba com os meus planos… e me tira um enorme sorriso. Eu entenderia se ele dissesse que estou certa, de verdade, mas também gosto que ele não diga. Em alguns momentos do passado critiquei Khalil por fazer as coisas sem se importar com a opinião alheia, mas amo que ele sempre faz questão de lembrar ao garçom que sou vegetariana ou me carregar no colo quando meus pés estão doendo, em ambos os momentos não se importando com os olhares tortos que recebe. E tudo isso… por mim.
Receio que um dia chegará o momento que a palavra “amor” será pouco para descrever o que sinto por ele. E isso não me assusta. Não mais.
☠️
Fomos à praia. O sol estava lindo e convidativo demais fazer qualquer coisa senão tomar banho no mar e explorar alguns quiosques. Foi um dia incrível. Mesmo os momentos em que Khalil tentou me afogar de “brincadeira” (eu revidei com uma mordida em seu ombro). Nem o fato de eu ter pouco mais de um metro e meio e ter precisado ficar agarrada nele para, de fato, não me afogar de verdade, foi ruim.
Há um momento que volto para a areia primeiro para conferir nossas coisas e acabo ficando por aqui mesmo, fazendo uma pausa para beber água. Quando olho para o mar, procurando por Khalil, o encontro já caminhando até onde estou, conversando com uma mulher. Eu a reconheço porque ela chegou um pouco depois da gente, colocando suas coisas não muito longe das nossas. Eu a vi olhando para Khalil algumas vezes.
Olha, eu sei que ele é bonito pra caralho e gostoso além da conta, e que eu tenho que ser compreensiva porque obviamente não sou a única mulher com olhos nesse planeta, mas a mulher está mais do que olhando para ele agora, está conversando com ele. Quer dizer, é loucura minha me sentir um pouco… incomodada?
Quando estão quase me alcançando, ela acena com a mão para Khalil, provavelmente dando tchau, enquanto Khalil lhe dá apenas um aceno de cabeça.
— Fez uma nova amiga? — pergunto assim que ele senta ao meu lado e me dá um beijo na bochecha.
Khalil se afasta e passa tanto tempo observando meu rosto que acabo virando para encará-lo. Ergo as sobrancelhas, esperando.
Lentamente, um sorriso se forma em seus lábios.
— Você está com ciúmes — diz, o idiota.
Reviro os olhos.
— Até parece que você estaria sorrindo se me visse conversando com outro homem. Provavelmente o afogaria.
— Óbvio.
Não quero demonstrar minha frustração, mas acho que isso fica óbvio quando empurro uma garrafa de água em seu peito. Ele pode ser um idiota hidratado pelo menos.
— Quantas vezes terei que dizer que sou seu? — Khalil pergunta, deixando a garrafa de lado para segurar meu queixo e virar meu rosto para ele outra vez. Fico tocada com suas palavras, mas não encaro seus olhos, focando em uma mecha de cabelo molhada grudada na sua testa. — Ela só estava perguntando das minhas tatuagens.
— Com certeza ela queria explorá-las também — murmuro sem pensar. Sim, estou sendo uma ciumenta sem sentido. Todo mundo erra, ok?
— Eu não deixaria nenhuma mulher além de você me tocar. — São essas palavras que me fazem encarar seus olhos. Elas têm mais peso que as outras porque eu sei o que significam. Eu lembro de como era antes, como toque físico era uma coisa estranha para ele, repulsiva até, por conta de tudo o que ele já passou.
— Desculpe por ficar com ciúmes — peço, realmente não tendo gostado da minha atitude.
— Não peça desculpas. Eu teria sido pior. — Ele diz isso com um sorrisinho e eu empurro seu ombro de brincadeira.
— Sabe, somos muito ciumentos e possessivos. Algumas pessoas diriam que não é muito saudável.
— Minha honesta opinião? — Khalil arqueia a sobrancelha. — Estou pouco me fodendo.
Rindo, não posso deixar de concordar com ele.
☠️
Voltamos antes do sol se pôr, pois Khalil disse que não jantaremos no restaurante do hotel, então deveríamos sair cedo. Ele não disse para onde vamos e eu também não perguntei, gostando da ideia de ser surpreendida outra vez. Nunca fui fã de surpresas, mas essa viagem, Lue e todas as outras coisas… Estou amando cada uma delas.
O ruim de não saber onde vamos jantar é que não sei o código de vestimenta e também não tenho como perguntar a Khalil, já que ele saiu e não voltou ainda. Estou presumindo que ele foi comprar mais cigarros, porém, não responde as minhas mensagens.
— Ok. O que será, então? — murmuro, olhando para os looks que montei. Graças a Khalil, tenho quase um guarda-roupa inteiro para escolher.
Eu sei que ficarei bonita com qualquer escolha que fizer, mas Khalil planejou essa noite, eu quero estar impecável.
Sabendo que preciso de ajuda, ligo para as duas únicas pessoas capazes de me ajudar nessa escolha difícil.
Tanto Genevieve quanto Lorelei atendem a minha chamada quase imediatamente.
— Veja só, ele não está mantendo você trancada em uma caverna — Genevieve é a primeira a comentar. Apenas seu rosto corado aparece no pequeno quadrado da tela, como se ela estivesse deitada.
— Achei que nunca mais teríamos notícias de você — Lorelei diz. Ela parece estar apoiando o celular em algum lugar da cozinha enquanto corta legumes.
Reviro os olhos. Ambas estão agindo como se não tivessem visto meus stories e comentado.
— Eu poderia ficar aqui contando como ando sendo bem fodida e…
— Pelo amor de Deus, espere até que eu saia do quarto para você continuar — Ouço o resmungo de Eros, confirmando o que eu já imaginava que Genevieve estava fazendo.
— Oi pra você também! — digo, logo em seguida ouvindo a porta do quarto deles sendo fechada com o baque. — Ops!
As meninas riem. Em menos de um minuto coloco elas a par da situação que estou (desesperada porque pela primeira vez não sei o que vestir).
— E que tal esse? — pergunto ao provar o terceiro vestido. Ele é de um amarelo vibrante, com mangas tomara que caia. Não faz muito o meu estilo, mas gostei dele quando o vi em uma vitrine.
Pela cara das duas, eu sei que esse não será o grande vencedor.
Solto um suspiro de frustração.
— Ele é lindo — Lola aponta —, só não sei se apropriado para esse jantar em sabe-se-lá-Deus-onde.
— Vou matar Khalil — resmungo, tirando o vestido. Não me importo de estar de lingerie na frente das meninas. Somos todas mulheres aqui.
— Você não viu com que roupa ele saiu? Pode te dar uma pista — Genevieve comenta.
Com as mãos na cintura, examino as opções na minha frente. Há mais dois candidatos: um vermelho de seda e um preto de renda. Ambos são longos, mas o de renda fica extremamente colado em meu corpo, um dos motivos de eu ter comprado (eu escolhi, mas foi Khalil quem pagou).
— Ele só disse para eu estar pronta às seis em ponto. Eu ainda estava no banho quando ele saiu. Mas você o conhece, deve estar usando algo preto. — Dito isso, escolho o vestido preto. Podemos combinar. É brega, mas nunca falha.
— O que você está queimando aí? — Ouço Genevieve perguntar enquanto me espremo para dentro do vestido.
— Quem? Eu? — Lorelei devolve.
— Hã… Sim. Tipo, tem literalmente muita fumaça ali…
— Ai, merda!
Depois que consigo colocar o vestido, percebo que ele não combina com lingerie, então faço toda uma manobra para conseguir me livrar do meu sutiã e da minha calcinha, que estava marcando o vestido, algo que tenho pavor. Quando volto minha atenção para a tela, vejo do que as duas estavam falando: há uma considerável quantidade de fumaça nublando o vídeo de Lorelei, confirmando que ou o seu apartamento está pegando fogo ou ela queimou alguma coisa.
— Lola? — chamo, levemente preocupada.
— Precisamos chamar os bombeiros? — Genevieve pergunta, se esticando para provavelmente pegar o telefone fixo na sua mesa de cabeceira.
— Não! — Lorelei grita de algum lugar da cozinha. Não podemos vê-la, apenas ouvir seus resmungos. — Está tudo bem!
— Hum… Você tem certeza? Parece haver muita fumaça aí.
Alguns segundos depois, Lorelei retorna a chamada. Suas mãos estão cobertas por luvas de cozinha enquanto segura uma assadeira com uma coisa… preta em cima.
— Alguém aceita um franguinho tostado? — pergunta, depois começa a tossir por causa da fumaça saindo do que um dia foi um frango.
— Eu não comeria isso nem que me pagassem. Esse era o seu almoço? — Genevieve faz uma careta.
— Ainda tenho a salada.
— Esqueça a salada e venha almoçar aqui em casa. E — Genevieve acrescenta quando Lola abre a boca — eu não aceito não como resposta.
Com um revirar de olhos, Lorelei deixa a assadeira em cima da bancada.
— Tá — diz tirando as luvas. — Mas só vou aceitar porque estou com saudades da Freya.
Isso surpreende tanto eu quanto Genevieve, mas por mais que eu queira continuar conversando com elas, preciso interromper a conversa.
— Meninas? Eu meio que ainda estou surtando aqui.
Ambas piscam, olhando para mim e vendo o que estou vestindo. Dou uma giradinha. Quando as encaro novamente, Genevieve está sustentando um sorriso malicioso, enquanto Lorelei tem as sobrancelhas erguidas, assentindo lentamente.
— É esse — a última diz. — Você está…
— Um tesão — Genevieve completa.
— Não era bem o que eu ia dizer, mas se encaixa.
Dou risada, contente que este foi o escolhido. Eu gostei muito dele também. Suas alças são finas e apesar de ser comprido o bastante para que arraste um pouco no chão, não há nada que um salto alto não resolva.
— Obrigada, meninas. Vocês são minhas heroínas.
Depois de nos despedirmos, encerramos a ligação.
Mando mais cinco mensagens para Khalil. Sem resposta. Tento não me preocupar enquanto me maqueio. Ele provavelmente deve estar, sei lá, andando por aí. Ele ficou tenso de repente ontem no jantar, deve ter saído para pensar. Todos merecemos um pouco de espaço as vezes, certo?
Por isso, não mando mensagem até terminar minha maquiagem, calçar meus saltos e me perfumar. Só quando estou com minha bolsa no ombro, é que pego o celular novamente.
No entanto, antes que eu comece a digitar, alguém bate na porta.
Khalil esqueceu a chave?
Corro até a porta e a destranco, abrindo em seguida.
— Onde você… — começo, mas paro ao perceber que não é Khalil me olhando, mas sim o bagageiro, aquele garoto que nos ajudou ontem e quem Khalil assustou depois. — Ah, oi. Posso ajudar?
— O Sr Blackburn pediu para eu lhe entregar isso. — Ele me estende o que está segurando: um pedaço de papel dobrado e uma única rosa vermelha.
Pego ambos. Quando abro o papel, me deparo com a inconfundível letra de Khalil:
Me encontre no terraço.
Estou sorrindo, apesar de erguer as sobrancelhas em surpresa e confusão. Do que se trata isso?
Abro a boca para perguntar ao garoto que aparentemente é mensageiro também, mas percebo que ele se foi sem que eu notasse.
Curiosa e ansiosa para descobrir o que Khalil está aprontando, tranco a porta da nossa suíte e sigo suas instruções.
Meu coração está acelerado enquanto observo os números subirem até o terraço. Khalil está mesmo cheio de surpresas esse final de semana. E eu… Eu gosto mesmo disso. Acho que é o que estar apaixonada quer dizer: ser surpreendida tanto por gestos quanto por sentimentos. Tudo isso é novo para mim. Não acredito que senti tanto medo de me entregar a esses sentimentos. Faz total sentido eu ter me privado disso, mas quando comparo passado e futuro, eu sei que jamais escolheria a antiga eu, a solitária, porém feliz. Todos podem ser felizes sozinhos, mas compartilhar a felicidade com alguém que você ama também é muito bom.
O elevador apita, as portas se abrem e eu saio do compartimento pequeno.
Não sei o que me tira o fôlego primeiro: o sol se pondo no horizonte, transformando o céu com tons de laranja e rosa, ou a mesa disposta para dois, com velas sobre elas. As luzes suaves das velas distribuídas sobre todo o chão do terraço, formando uma aura romântica ao redor da única mesa, enquanto as flores frescas exalam um perfume delicado no ar.
Quando avisto o homem parado ao lado da mesa, eu sei que essas coisas não importam. É ele que me tira o fôlego. É Khalil, vestindo um terno preto de três peças, que faz meu coração disparar. Ele está lindo. Devastadoramente lindo com aquele sorriso discreto em seu rosto e um brilho no olhar. Não sei se é a luz das velas ou o sol se pondo, mas seus olhos nunca pareceram tão intensos e decididos quanto agora.
Enquanto continuo parada no lugar, Khalil caminha lentamente até mim. As velas foram dispostas para abrir caminho, como uma trilha.
A cada passo dele, é cinco batidas do meu coração. Quando finalmente me alcança, ainda estou congelada no lugar, mas quase desmaiando. Ele está ainda mais lindo de perto ou estou maluca? Ele até penteou o cabelo, percebo, apesar de uma mecha rebelde se recusar a ficar no lugar. Acho encantador.
— Ei — sussurro. Sim, estou sussurrando. Se alguém encontrar minha voz, por favor, devolva.
— Você está… — Khalil me observa, depois balança a cabeça, como se não pudesse acreditar no que está vendo. Eu também não. — Porra. Você está linda pra caralho.
Eu sorrio concordando com ele e realmente feliz que tenha gostado.
— E você… — Suspiro, não me contendo e passando a mão pelo seu abdômen. — Nem acredito que tudo isso é meu.
Sua risada rouca aquece meu coração e ele me dá um beijo na bochecha. Esse ato de carinho também me deixa boba.
Pegando minha mão, Khalil lidera a curta caminhada até a mesa no centro do terraço. Ele puxa uma cadeira para mim, que agradeço ao me sentar.
Enquanto ele se acomoda na própria cadeira de frente para mim, comento, observando o sol ainda se pondo:
— Essa vista… É de tirar o fôlego.
— É, sim.
Notando a intensidade da sua voz, encaro seu rosto, e acabo corando ao perceber que ele está olhando para mim e não para o céu.
Pigarreio, desviando do seu olhar para observar a minha volta, uma desculpa para ganhar alguns segundos e acalmar meu coração.
— Eu adorei isso aqui. Você quem planejou?
— Tive ajuda. — Dá de ombros enquanto abre o champanhe, servindo uma taça para mim.
Quero pular em cima dele e lhe encher de beijos, mas consigo me controlar por alguns minutos. Ninguém nunca fez algo parecido para mim. E eu nunca imaginei que Khalil seria capaz disso. Quer dizer, eu sei que ele me ama, mas não é típico dele rosas e jantar à luz de velas. E mesmo assim, aqui estamos nós… Tudo isso, que ele fez para mim.
— Obrigada — digo, alcançando sua mão sobre a mesa e entrelaçando nossos dedos. Khalil leva minha mão aos lábios, depositando um beijo ali. Amo seu lado bruto, mas nada se compara com seu lado terno e carinhoso.
— Está com fome? — pergunta, acariciando as costas da minha mão com o polegar.
Anuo. A última vez que comemos foi na praia, há algumas horas. Além disso, gostaria de começar a comer apreciando a vista, já que o sol ainda não se pôs totalmente.
Khalil digita alguma coisa no celular, deixando-o em cima da mesa em seguida.
Poucos minutos depois, enquanto conversamos sobre aleatoriedades (na verdade foi eu quem mais falei, enquanto ele contribuiu com algumas frases curtas ou apenas um aceno), um garçom sai do elevador, trazendo um carrinho. O jantar é servido, então, e eu fico um pouco surpresa ao perceber que nossos pratos são iguais.
— Sabe, você não precisa comer comida vegetariana por minha causa — lembro a Khalil.
— Você já disse isso. — Ele semicerra os olhos.
— Só estou relembrando caso você se sinta obrigado. — Encolho os ombros e dou uma garfada no tartare de beterraba com queijo de cabra e rúcula. Está uma delícia.
— Não é tão ruim — Khalil diz após sua primeira garfada. Observo seu rosto por um instante, mas ou ele é um bom ator, ou está gostando mesmo da comida.
— Fico feliz que goste, mas de verdade, não quero que você adquira esse modo de vida apenas por minha causa. Se você realmente estiver interessado em se tornar vegetariano, conheça um pouco a causa.
Khalil me ouve atentamente e depois anue, não parecendo estar chateado com a minha franqueza.
— Está bem.
Enquanto a noite se aproxima cada vez mais cobrindo o céu com um azul intenso e estrelas, nós conversamos e comemos. O fato de ter passado o final de semana inteiro juntos poderia significar que não temos mais assuntos, mas não é verdade. Eu sei que falo um pouco — isso é eufemismo — mais que Khalil, mas ele nunca demonstra estar cansado ou entediado de me ouvir.
Quando a sobremesa chega, corto o champanhe, chegando a conclusão que quatro taças já foram o bastante. Bebi muito mais ontem, mas hoje quero estar mais sóbria para aproveitar a nossa última noite aqui.
Talvez sejam as luzes, mas uma memória surge na minha mente: o casamento de Eros e Genevieve, quando Khalil e eu dançamos juntos. Eu nem imaginei que ele sabia dançar tão bem.
— O que foi? — Khalil pergunta ao perceber que estou sorrindo.
— Estava lembrando de quando dançamos no casamento de Eros e Genevieve.
— E por que é engraçado?
— Não é engraçado. Só… — Suspiro, não sabendo explicar ao certo porque gosto tanto dessa lembrança sendo que discutimos naquele dia e como me magoou vê-lo ir embora com outra mulher. — Gostei de dançar com você. Acho que foi a primeira vez que desejei mais do que tínhamos na época. Mas decidimos sair com outras pessoas e depois vi você dançando com a Harper…E eu fiquei com tanto medo dos sentimentos que estava começando a ter por você que vomitei quando saí da pista de dança.
— Você vomitou? — É engraçado como ele parece chocado ao invés de enjoado.
— Uhum. Enrico apareceu e me deu água. Além de alguns conselhos.
Agora Khalil parece impressionado e curioso.
— Tipo o quê?
— Ele disse para eu não ter medo de amar. Que pode doer, mas que valia a pena. — Desvio meu olhar para a toalha branca da mesa. — Fui atrás de você naquela noite, mas você já estava indo embora. Com a Harper.
Ficamos em silêncio por um momento. Khalil sabe o quanto fiquei chateado quando achei que eles dois ficaram juntos.
— O que você teria feito se eu não tivesse ido embora? — pergunta ao quebrar o silêncio.
— Sinceramente? Eu não sei. Talvez eu dissesse que não queria que ficássemos com outras pessoas. Ou talvez eu não dissesse nada e apenas te levasse para um dos quartos pra gente transar. Talvez as duas coisas. — Suspiro, encontrando seus olhos novamente. — Não importa mais.
Ele assente como se concordasse comigo.
Caímos em um silêncio confortável e eu observo a vista novamente. Talvez nunca mais eu tenha a oportunidade de apreciá-la. Por saber disso, provavelmente eu deveria tirar algumas fotos, mas assim como a lembrança de dançar com Khalil me faz sorrir hoje, sei que também vou me lembrar desse dia nitidamente no futuro. Sempre achei muito clichê o que as pessoas dizem sobre viver em vez de registrar o momento… E até que não estão completamente erradas. Estar aqui vivendo o momento em vez de estar preocupada com o ângulo certo ou a iluminação, é muito mais satisfatório e real.
De repente, ouço uma música tocando de algum lugar. Meu primeiro pensamento é que vem lá de baixo, da rua — o que só seria possível se a música estivesse extremamente alta para nos alcançar —, mas então percebo que está vindo do celular de Khalil sobre a mesa.
Noto também que Khalil agora está de pé, estendendo a mão para mim.
— Me concede a honra? — Sua voz cai para uma oitava, me causando arrepios. Mordo meu sorriso de volta ao aceitar sua mão estendida.
— Com todo prazer.
Khalil ri levemente me tirando uma risada também. Ele nos conduz alguns passos longe da mesa, onde podemos dançar sem pisar nas velas, mas perto o suficiente para a música nos alcançar. É a mesma daquele, “Can't Help Falling in Love” Do Elvis.
Enquanto abraço seu pescoço, ele sela seus braços ao meu redor, me segurando perto durante os passos da dança. É diferente de quando dançamos naquele dia. Agora estamos apenas nos balançando para lá e para cá, dando pequenos passos para os lados para sair do lugar.
Mas ainda é especial. Ainda me faz sorrir como uma adolescente que descobriu o primeiro amor. E eu percebo, um pouco tardiamente, que Khalil é o meu primeiro amor. O primeiro que deixei se aproximar de verdade — ou melhor, que rompeu minhas barreiras. O primeiro a me fazer sentir coisas que eu jamais senti por qualquer outro homem. Khalil foi o primeiro “casinho” que me fez desejar ter um relacionamento duradouro.
E ele é, além de tudo, a primeira pessoa que eu amei de forma romântica.
— Isso é mesmo real? — sussurro. Não existe nada mais real do que o meu amor por ele, mas ainda sim, parece tão… surreal.
Khalil se inclina, cobrindo minha boca com a sua em um beijo que me deixa tonta e sem fôlego quando nos afastamos.
— Ainda tem dúvidas? — murmura com um sorriso que atinge direto o meu coração.
Faço que não, atordoada demais para falar.
— Não? — Ele roça seu nariz no meu, sua boca a poucos centímetros da minha.. — Mesmo?
Nego outra vez.
— Hum… É sempre bom ter certeza, não é? — Não preciso responder porque ele me beija novamente. E sim, é muito bom mesmo.
Outra música começou enquanto nos beijávamos, mas não paramos de dançar. Khalil está dando beijinhos no meu rosto e no meu pescoço, murmurando como sou linda e o quanto ele me ama. Estou rindo, mas não por achar engraçado, mas sim por estar pura e verdadeiramente feliz. A sensação é tão genuína que me causa um formigamento e tudo o que eu consigo pensar é enquanto a vida é bonita, assim como o homem à minha frente. E o quanto eu o amo tanto que às vezes não sei como é possível amar tanto assim alguém.
Khalil pega minha mão, me fazendo girar no meio da dança. Eu continuo rindo, dessa vez para o céu estrelado. É impressão minha ou as estrelas estão mais lindas essa noite?
Quando vou perguntar a Khalil sobre isso, meu riso cessa, sendo tomado pela surpresa e o choque ao encontrar Khalil ajoelhado enquanto segura minha mão.
— Ouça-me antes de surtar, tudo bem? — ele diz como se soubesse exatamente todos os xingamentos que passaram pela minha cabeça.
Não consigo assentir. Não consigo me mexer.
Mas Khalil não precisa de uma confirmação minha para continuar falando.
— Esperei por esse momento por oito anos. Te odiei e te amei em segredo por quase uma década, mesmo quando eu nem sabia o que era o amor direito. — Ele faz uma pausa, engolindo em seco. — Não sei como falar dessas coisas. Sentimentos. Mas eu sei que te amo tanto quanto sei que o céu é azul. E eu sei que não posso e nem quero passar um único dia da minha vida longe de você. — Seus olhos estão brilhando mais do que as estrelas acima de nós. — E isso é tudo o que posso dizer, mas prometo que não haverá um dia que não medirei esforços para demonstrar a força do meu amor.
Ele tira uma caixinha do bolso.
— Você não precisa dizer sim agora, nem amanhã ou na semana que vem — Khalil continua. E ele está sendo tão… sincero, que o pavor e o nervosismo que eu senti ao vê-lo de joelhos, começa a sumir quando percebo que ele não precisa de uma resposta agora ou irá me exigir uma. — Só quero que saiba que eu quero isso. Esse compromisso para a vida toda. Que eu quero uma vida com você. O que quer que isso nos traga, eu aceito.
Ele abre a caixinha, e, de fato, há um anel lá dentro, reluzindo com as luzes.
— E você, Kathryn, aceita se casar comigo?
Abro a boca, mas nenhum som sai. Puta merda. Isso tudo acabou de acontecer? Khalil está mesmo ajoelhado segurando um anel depois de me pedir em casamento?
— Eu… — começo, mas não consigo terminar. Por que parece que tem uma bola de basebol entalada na minha garganta?
Khalil, diferente de mim, não parece estar surtando ao dar um beijo na minha mão. Não posso fazer nada quando ele tira o anel da caixa e desliza pelo meu dedo.
— Fique com o anel até se decidir — diz, ficando de pé.
— Mas… — Novamente, não consigo terminar a frase, dessa vez chocada demais com a joia que agora brilha no meu dedo anelar.
— Como eu disse, não preciso de uma resposta agora — Khalil lembra calmamente ao segurar delicadamente meu rosto em suas mãos. — O anel não é para fazer você se sentir pressionada. Ele é seu. Foi feito para você.
Ele planejou isso há algum tempo. Antes de virmos para Barcelona. Por algum motivo, achei que ele tinha saído para dar uma volta no hotel, viu esse anel em alguma loja e o comprou porque alguma coisa nessa viagem fez com que ele percebesse que quer casar comigo. Mas, não. Khalil pensou nisso muito antes de sair da reabilitação. Isso não deveria importar, mas importa. Porque claramente não foi uma decisão impulsiva.
Deus, ele pediu que fizessem esse anel para mim.
Olho para Khalil, para esse homem que se tornou o maior ocupante do meu coração. O anel não pesa em meu dedo como imaginei que seria. É leve. Enquanto encaro o Khalil, procuro pelo medo, o pânico sobre essa decisão que paira sobre nós. Penso em uma vida como marido e mulher, em uma casa com quartos para… para nossos filhos. Eu lamentei quando descobri que não estava grávida daquela vez. Eu nunca pensei em ser mãe, mas lamentei mesmo assim. E agora, pensando no futuro, eu não sinto medo nem pavor. Mesmo quando a insegurança tenta sussurrar que não serei uma boa mãe… Eu a afasto. Terei Khalil e nós teremos um ao outro. Onde um errar, o outro vai estar lá para ajudar, porque é assim que as famílias são… É o que ele está me oferecendo.
— Você está séria demais — Khalil murmura, ainda observando meu rosto. — Não precisa usar o anel se…
— Sim — interrompo, piscando várias vezes para afastar as lágrimas. — Eu aceito me casar com você.
Khalil pisca. Uma. Duas. Três vezes.
Então ele está me beijando. Acho graça da sua reação, começando a rir durante o beijo. Para a alegria dos meus ouvidos e do meu coração que se aquece com o som, Khalil ri também, dando aos seus olhos um brilho encantador.
— Puta merda, vamos nos casar — diz. Acho fofo sua descrença misturada com satisfação.
— Sim — repito. Khalil fecha os olhos, apoiando a testa na minha.
— Essa é a minha nova palavra preferida.
Rindo novamente, eu beijo o meu futuro marido.
☠️
Chegamos em Chicago às 14h36 do dia seguinte. Deveríamos ter chegado antes, mas houve um atraso no voo. Teria sido frustrante se Khalil e eu não tivéssemos aproveitado esse tempo para ficar na piscina do hotel e provar coquetéis (todos sem álcool).
Estou com muita saudade de Warrick, mas Khalil me persuadiu a ir para o seu apartamento assim que deixamos o aeroporto. Seu argumento foi que eu precisava colocá-lo a par de tudo o que aconteceu na empresa. De fato, não falamos sobre tudo o que tínhamos para falar porque ninguém quer falar de negócios durante uma viagem romântica. No entanto, eu sei que seus motivos não são tão nobres assim.
Estou sentada no mármore da pia, desembaraçando meu cabelo após o banho enquanto ele faz a barba. É tudo tão casual, tão íntimo.
Meus olhos são atraídos para o anel de rubi em meu dedo. O rubi, de um vermelho profundo e intenso, é o ponto focal da peça, irradiando paixão e vitalidade. Cercado por um delicado entrelaçado de ouro, o rubi parece flutuar como uma gota de sangue preciosa em um mar dourado. O ouro, trabalhado com maestria, exibe um brilho caloroso e luxuoso, adicionando uma aura de nobreza e requinte ao anel.
— Eros ou Genevieve? — pergunto a Khalil. Conheço o trabalho dos meus amigos, mas não o suficiente para identificar de quem é a obra.
— Eros.
— Quando?
Khalil não responde de imediato, mantendo toda a sua concentração na navalha que está usando. Não deveria ser sexy ver um homem fazendo a barba, mas não é como se Khalil fosse qualquer homem.
— Quando ele voltou de lua de mel — responde então, limpando o rosto com uma toalha.
Faço os cálculos. Isso foi na mesma época em que Anthony viajou. Tem uns quatro meses. Eu nem tinha aceitado que o amava ainda, muito menos dito a ele.
— E você guardou por todo esse tempo?
— Demorou algumas semanas para ficar pronto. Houve vários rascunhos até Eros entender o que eu queria.
Ai, Deus, tem como amar ainda mais esse homem?
Depois de lavar e enxugar o rosto, puxo Khalil para ficar entre minhas pernas, então lhe dou um beijo.
— Eu te amo — sussurro. — Eu adorei o anel. Ele é perfeito.
— Fico feliz. — Faz uma pausa, roçando seus lábios nos meus. — Eu também te amo.
Mais tarde, um pouco antes de irmos para a casa dos seus pais, Khalil para na porta do banheiro, cruzando os braços ao se encostar na parede. Ele fica observando enquanto eu me maqueio, seu rosto ainda sonolento depois do cochilo que tiramos à tarde.
Sinto a tensão dele daqui. Antes que eu pergunte, Khalil se adianta:
— Quero que você seja a vice-presidente da Blackburn Empire
Paro de aplicar o pó compacto em meu rosto. É muito apropriado que a minha cara esteja toda branca agora, combina com o meu espanto sobre o seu anúncio.
— O quê?
Khalil se desloca de onde está, parando ao meu lado. Esqueço a minha cara de fantasma ao virar para ele.
— Você fez um trabalho incrível como presidente interina — diz, como se isso fosse o bastante. — Eu li seus relatórios. Tivemos ótimos avanços nesses três meses.
— Tive sorte e ajuda. Não sou qualificada para algo do tipo a longo prazo. — Ele sabe do que estou falando. Não tive todos os ensinamentos que ele teve na faculdade, não posso fazer isso.
Como se lesse meus pensamentos, Khalil continua:
— Eu acredito em você. Como eu já disse, você lidou muito bem com tudo enquanto eu estava fora. E além disso, eu estarei aqui agora. — Ele pega o pincel da minha mão e começa a limpar meu rosto. É tão delicado que quase esqueço que estamos discutindo algo sério. — Eu sei que podemos fazer isso, juntos.
— Mas…
— Não me arrependo de ter assumido o cargo de CEO, mas a vida de escritório não é para mim. Mas não vou abandonar a empresa, no entanto, sei que não posso fazer só isso da minha vida.
— O que isso quer dizer?
— Você diz que sou CEO e bad boy… Mas acho que também posso ser CEO e tatuador.
Pisco algumas vezes começando a entender o que ele está dizendo. Eu já vi seus desenhos. Tenho um deles tatuado em meu corpo. Eu sei o quanto Khalil é bom nisso. Sempre me perguntei porque ele não seguiu a carreira de tatuador, mas foi como o próprio Khalil disse: ele tem um dever com a empresa e a sua família. Eu sei que se ele contasse a eles seu desejo de trocar a papelada pelas tintas e agulhas, todos entenderiam. Mas conheço o homem à minha frente, ele não colocará seus desejos na frente da família.
Mas ele encontrou um jeito de ter os dois. Em vez de viver amargurado por não estar fazendo aquilo que realmente deseja, Khalil encontrou um modo de fazer os dois. E precisa de mim para isso. Mas não apenas esse fato é verdade, como também o que ele disse sobre eu ter me saído bem. Eu sei que fiz um bom trabalho. Sim, eu tive ajuda e também não foi tão fácil, mas… Eu gostei. Eu vislumbrei o futuro que eu poderia ter tido se tivesse ido para a faculdade e me formado.
Então, sim, talvez… talvez dê certo, afinal.
— As coisas podem ficar complicadas — digo, minha insegurança, apesar de tudo, tentando me fazer convencê-lo a repensar.
— Então lidaremos com elas. Juntos. Faremos dar certo.
E é isso. Eu não tenho mais argumentos.
Enquanto nos beijamos, só consigo pensar em quanto estou feliz pelas coisas estarem finalmente se encaixando para nós.
☠️
Um pouco antes de sair, vou até o closet de Khalil para pegar algumas roupas minhas que estão aqui desde que ele foi para a reabilitação. Vou levá-las para casa porque depois do jantar, vamos para o meu apartamento.
Estou procurando meu pijama de bolinhas que tenho sentido muita falta, quando esbarro em uma mochila, deixando-a cair no chão. Praguejando pego a mochila, que está aberta e todo o seu conteúdo vai parar no tapete.
— Parabéns, Kate — murmuro para mim mesma. Só falta Khalil chegar e achar que eu estou bisbilhotando.
No entanto, minhas preocupações somem quando, ao começar a recolher o conteúdo da mochila, percebo duas coisas: uma delas é que estou segurando uma máscara.
E a segunda é que essa máscara é familiar.
É idêntica a do meu perseguidor.
☠️
OBRIGADA PELOS 60K🖤🖤🖤🖤🖤
Estavam esperando por esse pedido de casamento????? Juro que chorei de emoção... até chegar no final 👀👀👀
Oq vcs acham que vai acontecer???? Acham que foi uma coincidência???
Enfim, espero que tenham gostado, até a próxima 🤭🩷
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2bjs, môres♥
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