N O A H  U R R E A

Ouvia vozes no fundo.

Uma forte dor na cabeça, e principalmente, em meu abdômen me faziam gemer baixo de dor.

Abro os olhos e os fecho rapidamente, ao não me acostumar com a luz branca. Aos poucos vou abrindo meus olhos e vou me adaptando com a luz.

— Graças a Deus! — alguém comentava.

Olhava o lugar em minha volta. Tudo era diferente, minha cabeça girava e eu forçava a minha memória para poder lembrar o que houve.

— Noah? Você está me ouvindo?

Meu pai se aproxima e fica ao meu lado na cama. Sentia minha garganta seca e passava a ponta da língua em meus lábios.

— Onde eu estou?

— No hospital. — responde.

Era como se tudo fosse uma flashback.

Sina ouviu uma parte da minha conversa com meu pai.

Saiu correndo para dentro do hotel.

Porra... Eu a fiz chorar.

Pedi tempo para conversar com Sina, já que ela estava de cabeça quente.

Logo ouvia gritos de socorro vindo do quarto dela.

Seu padrasto a encurralava contra parede.

Sentia a raiva passar pelas minhas veias. Eu tinha prometido que aquele filho da puta do Adam, não iria tocar nela. E eu não deixei.

Tudo foi muito rápido. Me lembro da forte dor no abdômen. Doía para caralho. Era como se queimasse a minha pele. Sina chorava e me dizia que ia ficar tudo bem. Havia sangue. Meu sangue. E tudo ficou preto.

Meu pai tinha chamado um médico. Um doutor entrava em meu quarto e eu não podia estar mais confuso.

— Boa tarde, Noah. — fala analisando uma prancheta com os meus dados. — Você passou por uma cirurgia de emergência, pois levou uma facada, e perdeu muito sangue. É normal que se sinta fraco agora. Por sorte achamos um banco de sangue e agora precisamos que você se recupere e fique de cama até sua alta. Você ficou desacordado por dois dias.

Por que ele falava em inglês? Cadê a minha intérprete? Cadê a minha garota?

— Sina... Onde está Sina?

— Noah, esse é doutor Klaus. Fala inglês e é o mais qualificado para falar nosso idioma desse hospital.

— Eu não ligo para qual idioma ele fala. Cadê a Sina? — faço uma careta ao me sentar na cama.

Doutor Klaus rapidamente ajeita meus travesseiros.

— Ela não importa, filho.

— Se eu estou perguntando, é porque importa. — retruco.

Meu pai bufa e doutor Klaus faz um check-up em mim e nos deixa a sós.

— Ela está bem longe de nós. — diz.

Longe?

Não, não... Não podia imaginar o que passava na cabeça dela agora.

Porra... Como tudo deu tão errado, tão depressa?!

— Longe quanto? Ainda está no hotel? — pergunto com um pouco de esperança.

— Não me importa sobre onde aquela desqualificada está. Sei que está bem, longe e despedida.

— Despedida? Que merda você fez pai?

— Não fiz nada. Você sai transando com qualquer uma e depois vem me ligar e logo depois é esfaqueado. Você não estaria no hospital agora se não fosse por ela. Sina deveria ter sido esfaqueada no seu lugar, eram os problemas dela! Você foi estupido por ter se envolvido. Demiti ela pelo bem de todos.

Cerro meus punhos.

— A culpa não é dela.

— Claro que é. Não vou perder o meu tempo falando sobre Sina, dei o seu salário e estou com a consciência limpa.

Meu pai era bem ignorante quando queria. Perguntava sobre o meu celular e meu pai me entregava o mesmo.

Josh e Heyoon preocupados como sempre, mas a última mensagem de Yoon estava estranha.

"Vai se foder seu babaca medíocre."

O que eu fiz dessa vez?

Eu esperava alguma mensagem de Sina. Poderia dizer que estava chateado por ela não ter me mandado nada? Mas a mesma tinha a total razão do mundo, para me esquecer. Eu precisava me explicar.

Lamar me mandava mensagens constantes perguntando do time, disse que o treinador Fuller queria falar comigo. Estava com receio mas adiciono o número nos meus contatos e ligo para ele.

— Alô?

— Treinador Fuller, é o Noah!

— Me diz que já está de volta a Los Angeles...

— Ainda não. Houve grandes imprevistos, mas assim que eu chegar na cidade te aviso.

— Quero que se esforce, Noah. Terá que aprender novas técnicas rápido, precisamos vencer o último campeonato e assim você se torna um jogador profissional de futebol americano.

Meus olhos brilham com a possibilidade.

— Você sabe que eu consigo. Os Baltimore Ravens não irão ganhar de nós. Te garanto. — desligo a chamada.

Acabei de acordar e já não queria ficar nessa porra de cama de hospital. É uma merda e eu, me sinto um merda.

Estava angustiado.

Tinha muitas coisas para resolver. Faculdade. Achar um apartamento para eu morar. Os treinos para o último campeonato de futebol americano. E Sina.

Eu precisava ver ela. Explicar tudo.

— Pai, você já tem uma passagem para voltarmos para Los Angeles? — pergunto e ele nega.

Bufo.

Estava torcendo para o meu corpo se recuperar logo.

[...]

Tinha pegado no sono de novo. Que droga de remédios. Eu dormia rápido, não tinha controle sobre isso.

Tiro a fina coberta de minhas pernas. E com dificuldade, me levanto da cama. Resmungo com a dor, parecia que várias agulhas espetavam o meu abdômen.

Me aponho na parede até a dor passar um pouco. Estava com uma roupa do hospital, horrível. Minha boca estava com um gosto estranho. Minha cabeça latejava. Eu estava na merda. Mas não me arrependia.

Entrava no banheiro do meu quarto do hospital. Levantava a roupa até deixar o meu abdômen exposto, estava com uma curativo, mas estava inchado em volta e meio roxo. Suspiro, e meus dedos afundam em meus cabelos os ajeitando.

Olho ao redor. Estava em um quarto fechado. Me sentia preso. Me sentia vazio.

— Você teve bastante sorte, a faca não atingiu nenhum órgão. — doutor Klaus aparece me assustando.

Esse cara é tipo uma assombração?

Dou um sorriso sem os dentes para ele e volto a olhar meu ferimento no espelho do banheiro.

— Você levou oito pontos, deveria estar na cama agora. — diz e eu reviro os olhos.

Caminho até a cama e me sento nela.

— Sente dor?

— Sim, no ferimento, costas, e a cabeça. — falo.

Ele estica meu braço direito e pega uma agulha e coloca no meio do meu braço e via um líquido transparente dentro de um plástico entrando pelas minhas veias.

— Estou de dando um soro. Vai ajudar com a dor, dar remédios fortes toda hora não faz bem.

Assinto e fechos os olhos, descanso minha cabeça no travesseiro.

— Desculpa me intrometer, mas Sina seria uma garota loira de olhos azuis? — fala de repente e eu abro os olhos rapidamente.

— Sim! Co-como você sabe? — pergunto sentindo uma ansiedade dentro de mim.

— Ela esteve aqui desde que você chegou. Te acompanhou na ambulância e informou seu pai sobre o seu acidente. Ficou aqui esperando notícias suas, quando você estava na cirurgia. Ela estava cansada, com olheiras e seus olhos vermelhos e um pouco inchados demostravam que tinha chorado.

Engulo em seco. Um grande peso na consciência me consome.

— Por que ela foi embora? — pergunto baixo.

— Não foi escolha dela. — diz.

Quando eu ia perguntar mais, ele some do quarto deixando o soro entrar pelas minhas veias.

Eu precisava vê-la. Imediatamente.

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Continua...

Talvez vocês estejam confusos, ou talvez não, risos 🤡

Pergunta: Vocês conhecem aquela trend do TikTok em que garotas e garotos beijam seu melhor amigo ou amiga? Estou pensanso em certas coisas e tava vendo e fiquei carente ✊

Votem muito e não esqueçam de comentar para me motivar a escrever mais 💗

Finalmente a narração do Noah, irraa🎉

Hasta Luego✨
-juh