- 𝟎𝟎𝟓
A NOITE AINDA NÃO TINHA ACABADO. e para melhorar eu ainda teria que passar mais um tempo insuportável com Munson.
Enquanto eu e Chrissy Cunningham andávamos tentando não chamar atenção pelo estacionamento da escola. Notamos Eddie com sua van esquisita estacionada ali.
—— Só hoje conseguiu me surpreende várias vezes Willow's —— Eddie comentou observando a garota baixinha e loura atrás de mim. Apenas revirei os olhos entrando na sua van junto de Chrissy.
Quando chegamos na sua casa, ou melhor, no seu trailer. Chrissy já estava totalmente assutada, mas eu conseguia acalmar a garota no caminho, parecia que ela nunca tinha feito nada errado antes.
—— Você mora aqui sozinho? —— Perguntei.
—— Eu moro aqui com o meu tio, mas ele trabalha a noite —— Eddie completou caminhando pela sala. —— Estamos sozinhos.
Chrissy se sentou no sofá ao meu lado segurando na minha camiseta longa, como uma criancinha assustada. Então toquei a mão da garota mostrando segurança.
—— Munson, vamos logo com isso —— Eu disse observando o garoto agitado.
—— Certo, certo —— Eddie caminhou até a cozinha.
—— Vai demorar muito? —— Chrissy atreveu se a perguntar.
—— Olha depende, a vitamina vai demorar... Mas se você cheirar —— Eddie bagunçava a cozinha atrás de algo. —— Aí vai bater rapidinho.
Chrissy apenas concordou meio inquieta enquanto eu observava o mais velho de longe.
—— Ah droga... —— Eddie disse fechando alguns armários.
—— O quê? Você não tem mais? —— Perguntei.
—— Não, eu tenho... Em algum lugar —— Eddie disse se ajeitando a postura. —— Me dá um tempinho, Willow's.
E então Eddie piscou pra mim indo em direção ao uns cômodos mais para trás. Apenas respirei fundo e olhei para Chrissy que parecia mais calma.
—— Ele gosta de você —— Ela murmurou.
—— O Eddie? Não, não mesmo —— Eu rebati.
Chrissy apenas soltou um riso leve e voltou a prestar atenção em outras coisas. Droga, ele estava demorando muito.
Apenas soltei da Chrissy caminhando firme pelo corredor atrás de Eddie. Entrei no seu quarto observando toda aquela bagunça.
—— Hein! Privacidade! —— Eddie soltou. —— Eu podia estar pelado aqui, sabia?
—— Como se eu quisesse ver suas misérias! —— Eu disse já irritada. Estávamos perdendo tempo ali.
—— Minhas misérias?! —— Eddie perguntou chocado. E então o garoto foi interrompido por si mesmo ao observar um pequeno pacote embaixo da cama. —— Olha só!
Eddie apenas se levantou ficando bem perto de mim, o garoto olhou de cima a baixo em mim e então seus olhos seguiram meu rosto fazendo um sorriso crescer em seus lábios.
Apenas respirei fundo e saí de lá antes dele, observando Chrissy em pé na sala paralisada.
—— O quê deu nela? —— Eddie perguntou.
Eu me aproximei da loira observando a garota paralisada. E então quando minhas mãos tocaram seu ombro, todas as luzes começaram a piscar.
—— Chrissy, acorda! —— Eu gritei. —— Chrissy!
E então as luzes não pararam mais, o quê era pior ainda. Dei leves batitinhas no rosto da garota esperando alguma reação.
—— Acorda Chrissy! —— Eu continuei chamando.
—— Eu não tô gostando disso —— Eddie disse se aproximando.
—— Chrissy! —— Eu continuei chamando. E então, os pés da garota saírem do chão e ela começou a flutuar.
Aquilo era impossível, que merda tava acontecendo? O quê era aquilo? E então quando o corpo dela se aproximou de forma rápida e brusca no teto eu apenas senti Eddie me puxar para longe da garota.
Os olhos dela estavam brancos, estavam sem vida alguma e enquanto eu olhava atentamente e assustada para a garota no teto. Eu ouvi um estalo.
Os ossos de Chrissy estavam quebrando, um por um e aquilo era assustador.
—— Ai meu Deus! Chrissy! —— Eu gritei assustada. E quando o corpo da garota caiu no chão eu entrei mais em pânico.
—— Vem! —— Eddie me puxou para fora do trailer gritando assustado.
Que merda era àquela?
E quando eu voltei pra casa naquela madrugada, eu mal conseguia dormir, não tinha nem encostado a cabeça no travesseiro.
Eu andava sem parar pelo quarto me sentindo a pessoa mais ruim do mundo, não sabia mesmo que merda era àquela e muito menos se ela ia voltar.
Me sentei na cama respirando fundo tentando me acalmar, Chrissy Cunningham tinha morrido na minha frente da forma mais macabra possível e àquilo tudo era assustador.
E eu ouvi os passos no corredor, passos firmes e fortes e meu coração disparou. Aquela coisa tinha voltado? Eu era a próxima?
—— Aonde você estava? —— Meu pai perguntou abrindo a porta rápido.
—— Em casa —— Eu respondi.
—— Não, você não estava —— Ele afirmou. —— Eu vim no seu quarto a uma hora atrás e você não estava aqui!
Meu pai se aproximou de mim com fúria, e eu já podia sentir qualquer que fosse agressão vindo na minha direção.
—— Mentir e pecado —— Foi apenas isso que ele disse, me puxando com força pelo braço até a pequena cruz religiosa que havia colocado no meu quarto. —— Diga!
—— Me desculpa, me perdoa por mentir! —— Eu disse sentindo as lágrimas caírem. Não sei se era por conta da dor da forma que ele segurava meu braço, ou por conta do que tinha acontecido a uma hora atrás.
E então meu pai me soltou no chão, e eu observei o roxo no meu braço se formando.
—— Você vai ficar de castigo até aprender que não pode mentir pra mim, Cassie —— Ele completou.
E então eu apenas concordei, meu pai bateu a porta do quarto firme e eu ouvi ele a trancar.
—— Não! Pai por favor! —— Eu gritei batendo na porta. Eu não queria ficar presa, não.
—— Pai... Por favor! —— Eu ouvi a voz de Oliver no corredor.
—— Não tente defender ela! —— Meu pai gritou. —— Se não vai sobrar pra você também.
Eu apenas sentei no chão, respirando fundo e tentando segurar o choro. Estava tudo desabando, tudo estava acabando da pior forma possível.
—— Cassie? —— A voz de Oliver foi ouvida atrás da porta.
—— Vai pro seu quarto Oliver.. —— Eu disse com a voz de choro.
E então eu senti uma pequena coisa nas minhas costas, e observei uma chave passar por baixo da porta.
—— Eu sinto muito —— Oliver disse antes de sair de trás da porta. E eu ouvi o garoto caminhar para longe e a porta do seu quarto fechar.
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