05. ʙᴜsᴄᴀs
CARL GRIMES
Acordei pela manhã, com um barulho alto vindo da cozinha. Levantei da cama, pegando a faca na cômoda, e corri até lá. Das escadas, pude ouvir algumas risadas e vozes.
Cheguei no cômodo e abaixei a faca, ao ver Judy e Jp perto do balcão, cheios de chocolate no rosto e farinha nas roupas. Balancei a cabeça e me aproximei, rindo dos dois.
一 O que vocês estão aprontando? - pergunto, olhando a bagunça por toda a cozinha.
一 Estamos tentando fazer os cookies da tia Carol. - Judy responde, lambendo uma colher com chocolate. 一 Mas, acho que não deu certo.
一 Vocês acham? - debocho. Ouço alguém bater na porta. 一 Quero tudo limpo! - digo a eles, antes de ir até a porta. Abro a porta e vejo Daryl ali.
一 E aí? - dou passagem para ele entrar e logo os pequenos pulam nele, o sujando de farinha. 一 Chegamos agora, seu pai mandou te chamar. - Daryl diz a mim, ainda abraçado aos dois.
一 Tio Daryl, fica com a gente?! - Jp pede animado, e eu olho para o Dixon.
一 Vai lá, eu fico aqui com eles. - aceno com a cabeça, saindo da casa em seguida.
Andei até a casa do meu pai e Michonne, e os vi conversando com Aaron na sala. Assim que Rick me viu, percebi que sua cara não estava nada boa.
一 Desde quando sabe disso? - ele pergunta, colocando suas mãos na cintura.
一 Sobre Negan? - meu pai assentiu. 一 Ontem, quando cheguei. Quis ir atrás dele, mas Aaron não deixou.
一 Fez bem. - meu pai diz ao homem, e eu revirei o olho. 一 Sabe quem pode ter soltado ele?
一 Sinceramente? Não... - Aaron diz em um suspiro. 一 Perguntei para todos que estavam próximos a cela, e eles disseram que não viram ninguém entrar no lugar.
一 Ele pode ter roubado as chaves de alguém, não? - Michonne pergunta.
一 Não também. As chaves estavam comigo e as cópias, que ficam no arsenal, ainda estavam lá. - ele responde.
ㄧ Certo... - meu pai passa a mão pelo rosto. 一 Não vamos fazer alarme. Iremos fazer grupos de buscas, olhar a região.
一 A essa hora ele já deve estar longe. - digo. 一 Se os zumbis já não o mataram, por estar desarmado.
一 Mesmo assim, vamos procurar. - Rick diz, e fiquei quieto, já que não conseguiria mudar sua opinião.
(...)
Matei um errante com a minha faca e limpei a lâmina na roupa do mesmo. Estava sozinho, andando aos arredores de Alexandria, na tentativa de achar Negan.
Outros grupos estavam em outras direções, decidi vir por essa, pois era a mesma do Santuário. Se tem algum lugar que ele poderia ir, era para lá.
Avistei o prédio, agora abandonado, e respirei fundo. Passei por uma abertura na grade e entrei no pátio que, para minha sorte, estava sem nenhum walker.
Com a pistola em mãos, entrei na fábrica. O salão revirado, com o chão cheio de água da chuva e sujeiras, estava mal iluminado - como sempre foi -. Andei pelos corredores, com apenas o cheiro de mofo me acompanhando.
Entrei no antigo quarto de Negan - o qual vim, quando apareci aqui à alguns anos - e ele não estava lá. As celas também estavam vazias, assim como o restante do prédio.
Suspirei derrotado e guardei a arma. Resolvi sair dali, então voltei para a floresta. No caminho da volta, não encontrei nenhum zumbi.
(...)
Entrei na comunidade e todos já estavam de volta. Meu pai veio até mim e me abraçou.
一 Onde foi? - ele pergunta.
一 No Santuário. - respondo. 一 Negan não estava lá, nem em nenhum lugar por perto.
一 Rick, vamos deixar isso pra lá. - Michonne diz, colocando a mão sobre o ombro dele. 一 Quando o encontrarmos, nós sabemos o que fazer.
一 Sim... - meu pai suspirou. 一 Já avisei Hilltop e o Reino pelo rádio, se ele aparecer por lá vamos saber. - ele diz. 一 Vamos descansar agora.
Me despedi dos dois e voltei para minha casa. Jp estava sentado no sofá, com a cabeça abaixada, olhando para alguma coisa em suas mãos.
一 Filho, o que... - me aproximei, percebendo que ele olhava para a foto que ficava na nossa parede.
一 O que aconteceu com ela? - ele pergunta, passando a mão sobre a imagem da mãe. 一 Você sempre fala que ela morreu, mas nunca como isso aconteceu. - suspirei fundo e me sentei ao seu lado.
一 Foi o Negan. - digo, e o garoto me olha surpreso. 一 Uma noite, ele jogou bombas na comunidade, como vingança. Sua mãe estava tentando impedir, quando uma das bombas explodiu próxima a ela e... - não completei, mas ele tinha entendido, já que abaixou a cabeça.
一 Eu me lembro um pouco dela. - confessa baixo. 一 Lembro dos olhos azuis, como os do tio Daryl, cabelos negros, e como ela cantava para mim. Sinto falta dela. - sorri triste e o abracei pelo ombro, deixando um beijo em sua cabeça.
一 Eu também Jeff. - suspiro fundo. 一 Agora, que tal fazer panquecas para o jantar? - ele concorda animado, me fazendo sorrir.
Fomos para a cozinha e preparamos duas para cada. Sentamos na mesa e jantamos, enquanto contavamos nosso dia um para o outro. Por cinco anos foi isso, somente nós dois nessa casa. Jeff foi quem me deu forças para superar a morte de Natálie.
Depois de arrumar as coisas que usamos, ele subiu para seu quarto e colocou o pijama - além de escovar os dentes -. Fui até lá e o cobri, deixando um beijo em sua testa.
一 Boa noite, pai. - Jp diz, fechando os olhos e se agarrando na pelúcia, que ele nunca largou.
一 Boa noite, filho. - sorrio e apago as luzes, saindo do quarto e encostando a porta.
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