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01 ➵ Ruas Novas

Rua das Flores | Hyunlix

ARRUMEM TUDO, partirmos logo. — a voz dele era como um trovão. Potente, firme e avassaladora.

O Sol acariciava a maldita terra, as ondas quebravam na orla, era como se quisesse puxar alguém para conhecer seus segredos, agarrar uma pobre alma desatenta e levá-la consigo. E quando a areia entrava em contato com as ondas, o vento gélido acariciava o rosto daqueles que se atreviam a sair cedo e o encarava com desejo de se aventurar.

Félix sentia-se renovado e agraciado por receber uma bênção como aquela, após anos vivendo atrás de janelas trancadas e portas pesadas. O céu azul e tons amarelos do sol estavam o esperando de braços abertos.

Talvez aquilo seja o paraíso que as missas chatas falavam, estava prestes a tocar o céu.

— Princesa. — não sabia se era pelo frio da manhã, mas seus fios se arrepiaram quando a voz rouca o tirou de seus devaneios.

— Peruca negra. Posso ajudá-lo? — andando em passos curtos para o alfa, Félix deu seu melhor sorriso educado, mas quase saiu da etiqueta quando arrancou uma careta do homem.

— É punho negro, princesa. E eu gostaria de lhe informar que não temos um lugar para você e sua companhia. — na mente perversa do alfa ele já imagina desculpas para ficar com o pagamento, pois jurava de pés juntos que o ômega desistiria de viajar.

— Uma pena, mas eu sei que em sua cabine cabe muito bem nós três, mas no caso nós dois. — sem esperar por uma atitude como aquela, o lúpus arregalou os olhos quando o ômega sem aviso prévio, juntou seu corpo pequeno e delicado contra o seu grande, os olhinhos arredondados na direção de seus lábios quase o fez se derramar.

— Nós dois? Seria capaz de deixar seu servo no convés à mercê de alfas e betas sanguinários? — Hwang aproveitou, rodeou as mãos na cintura fina coberta pelo espartilho transparente contornando perfeitamente o corpo.

— Claro que não, seu mentecapto. — recebeu um empurrão que o fez apenas mover um centímetro, o ômega se afastou apertando mais o véu vermelho que mal o protegia do vento. — Estou dizendo que você sairá, Jisung e eu ficaremos juntos na sua cabine.

Aquilo foi o ápice para o capitão, gostava de ômegas bonitos e aquele nobre tinha beleza de sobra, porém jamais demonstraria fraqueza aos marujos, que embora estivessem realizando suas obrigações, ainda poderiam acompanhar a cena que o ômega fazia dentro do navio.

Hwang segurou o braço do ômega com força, deixaria uma marca vermelha ali, mas estava irritado o suficiente para não se importar de impor sua força a alguém menor.

— Escute bem, eu sou o capitão, não quero escutar suas bobagens ou pirraças. No máximo eu poderei deixá-los na parte dos canhões, ou talvez em algum bote, ambos ficam ao meu alcance para que nada os aconteça, então? — o ômega fez uma cara séria, os olhos cerrados e um bico nos lábios grossos, ele era uma duquesa, e aquele era apenas um pirata.

— Escute aqui, eu estou pagando para isso e dei muito mais do que merece, então no mínimo quero um lugar decente para dormir. — puxou o braço com força, apenas as ondas batendo no casco do navio eram audíveis naquele momento.

— Porra! Está bem. Minha cabine tem uma despensa pequena no lado de fora, você e o outro ômega podem ficar ali. — a duquesa sorriu, sempre conseguia o que queria, se aproximou do alfa em passos lentos e deixou um selar molhado na bochecha do lúpus.

— Mande alguém arrumar, talvez eu possa esperar em sua cabine, capitão. — a voz saiu manhosa no ouvido de Hwang, o lobo do alfa uivou, aquele ômega era uma tentação para seus instintos.

Sem esperar uma reação, o ômega saiu como se nenhuma daquelas insinuações tivesse existido,  movimentando os quadris elegantemente, encontraria Park que provavelmente tinha ficado parado no mesmo lugar, ou talvez tenha se arriscado ao passear por ali.

O alfa ficou parado, estático, sua bochecha queimava onde os lábios da duquesa tinha encostado, aquela boca vermelha era como o inferno, o qual já estava condenado. Jogou a cabeça para trás tirando o chapéu, sorrindo de canto, não entendendo como aquele garoto era um modelo na sociedade, talvez aquilo explique a tranquilidade de ir se refugiar em um navio pirata, ainda mais do Punho Negro, descendente de piratas conhecidos e tão assustador quanto os outros, embora fosse um décimo mais educado, e isso fosse um charme ao mesmo tempo que aterrorizava em dobro.

— Christopher! — chamou com a voz séria e voltando a expressão aterrorizante, ainda mais com uma cicatriz no olho direito.

— Sim, capitão? — o alfa não demorou para aparecer ali, sem camisa, mostrando machucados e um pouco de sangue escorria por um arranhão no abdômen.

— Peça a algum dos homens para arrumar a despensa inutilizada perto da minha cabine. — o lúpus encarou o alfa e sorriu com o estado dele. — Deveria usar uma roupa quando for averiguar o estado do navio, Minie está por aqui?

— Ela saiu junto de Jay atrás de alguns mantimentos. — Hwang balançou a cabeça concordando. — E Changbin está com Jeongin checando as rotas, Hyuna se encontra no segundo andar inspecionando os canhões.

— Vamos saquear o navio da marinha quando chegarmos no Mar das Águas Paradas, eles são insuportáveis se achando superiores. — o capitão ao menos esperou uma resposta, se virou puxando a blusa branca até os cotovelos deixando os braços e as mãos cheias de veias.

— Hyunjin. — pelo tempo de amizade e intimidade que os dois alfas tinham, Christopher deu um sorriso malicioso se aproveitando que o Hwang não o encarava. — Gostou da dondoca?

— É uma presa interessante. — virou-se para Christopher mordendo os lábios. — Uma pena que seja frágil e delicadinha demais para durar. Vai desistir logo.

Ambos alfas sorriram concordando silenciosamente, no navio só tinha um ômega e mesmo assim, ele era marcado e a alfa dele era dominante e mestre com os canhões, ninguém se atreveria a tal feito. 

O capitão finalmente saiu dali, iria atrás de alguma diversão e depois atrás dos marinheiros para averiguar seus trabalhos, em seguida dariam partida antes do sol chegar ao seu ápice. 

🏴‍☠️🏴‍☠️

Félix e Park estavam sentados em um dos bancos perto das bordas do navio, ambos entediados daquele lugar, céus, em todos os relatos e histórias os navios piratas eram agitados, sempre algo acontecia, mas desde que chegaram os alfas e betas apenas caminhavam fazendo reparos no grande Vale da Esmeralda Sombrio, até a bandeira foi costurada.

— Acha que algum nobre já foi procurá-lo? — Park Jisung se virou para a duquesa curioso.

— Apenas pretendentes, alfas são ignorantes, devem estar me procurando para casar. — Lee encarou o mastro na frente dos dois, um alfa estava batendo com força na madeira com um objeto desconhecido.

Os braços grandes brilhavam à luz do sol com o suor escorrendo, colando os fios vermelhos curtos sobre sua testa. A boca era mordida enquanto ele usava toda a força para pregar algo no mastro. Um suspiro escapou dos lábios do ômega, cruzou mais as pernas e como um convite descarado, deixou o seu feromônio adocicado atrair o alfa. Seu servo falava sobre alguma história interessante sobre piratas que tinha lido, mas nada daquilo foi importante para Lee.

Quando o seu olhar finalmente foi correspondido, o alfa que encarava descaradamente deu uma risada, passando as mãos bonitas pelos fios enquanto encarava o céu. O ruivo em questão era Christopher, que sabia perfeitamente que neste momento o olhar do capitão deveria estar voraz no ômega, já que logo iriam partir da costa.

— Jisung. — interrompendo o relato do ômega castanho e de feições infantis, Lee continuou. — Acha que piratas brigam entre si como dizem?

— Está falando sobre aquelas brigas em que eles lutam sem armas até sobrar apenas um? — Lee sorriu de canto usando sua mente perversa. — Bem, são apenas histórias de comerciantes.

— Acho que o tédio vai acabar logo então, mas agora eu estou faminto. — sua expressão logo mudou, estava sério e irritado, poderia arriscar a dizer que estava morrendo de fome.

Segurou o braço delicadamente de Park e o levou para onde estava o alfa ruivo com o peitoral de fora, Lee não se importou de sujar com suor seu vestido caríssimo e importado da Índia, gostava de sentir alfas grandes e suados arruinarem seus vestidos, sempre tinha outros mesmo.

— Senhor… — parou de falar arrastado esperando uma resposta do alfa.

— Bang Christopher Chan. — ele sorriu também, e ao menos se afastou sentindo o peito do ômega se esfregar contra o seu, Hyunjin não era ciumento com seus amantes e aquele ao menos tinha dado um beijo, então tudo bem.

— Christopher. — a voz saiu lenta, como se estivesse degustando da pronúncia, mas a sua era diferente do alfa. — Pode nos dizer onde fica a cozinha? Estou morrendo de fome. — dramatizou deslizando a mão que estava livre no braço do alfa, realmente era grande.

— Fica no segundo andar, as escadas ficam ali. — apontou para uma pequena porta, Félix sorriu para Bang e se virou juntamente com Park, que com anos vivendo com Lee já tinha aprendido a ignorá-lo quando falava com alfas, evitava constrangimentos.

Os dois foram em silêncio, Park foi o primeiro a começar a falar sobre como o lugar era limpo e bem bonito, talvez por isso os tripulantes não tivessem cara de quem brigava por diversão. Já a duquesa estava sorridente com a parte do espartilho no peito molhado, pensava também em como o capitão ficaria bonito o apertando como cedo, a marca dos dedos longos estavam em seu cotovelo, embora tenha ficado apenas uma pequena marca depois de alguns minutos.

Mas ainda se sentia faminto.

Caminhou rumo às escadas, seu vestido bufante arrastava nas paredes sujando o tecido vermelho cereja, sua roupa também estava com um leve cheiro do alfa, um odor de café recém colhido vindo diretamente dos campos.

— Senhora, seu vestido está destruído. — Lee abriu um de seus sorrisos sem escrúpulos, gostava daquilo.

— Park, eu já disse que deve me chamar de Félix ou de Lee longe das pessoas e empregados. E eu trouxe muitos vestidos e temos dinheiro para comprar muito mais, não se preocupe. — assim que chegou no andar abaixo do convés, achou uma boa quantidade de alfas e betas, não tinha mais do que uma dúzia deles.

Empinando o nariz e sorrindo arrogante como de costume ao ser obrigado a estar presente em eventos importantes, caminhou suavemente até um beta que parecia ser o cozinheiro, possuía um sorriso simpático. Ele usava roupas beges e brancas, cores que a plebe usava de costume.

— Com licença, senhor, mas eu estou com fome e meu servo também, poderia nos dar algo? — a voz doce e educada atraiu a atenção do cozinheiro do navio, principalmente os traços e vestimentas.

— Um nobre? O que faz aqui? O capitão deixou entrar sem pagar tributos? — a voz saiu divertida com um toque de sarcasmo, o beta se afastou pegando um pouco de frutas e água.

— O capitão é muito gentil. — limitou-se a contar apenas aquilo, o beta então entregou para os dois frutas e dois copos de água.

— Cuidado então, algum selvagem pode agarrá-la.

Félix revirou os olhos, sabia que corria riscos, mas sempre encontraria um jeito, ou então que lhe corte a cabeça.

🏴‍☠️🏴‍☠️

Dentro da cabine escura, tendo apenas velas como iluminação, Hwang encarou o mapa e anotações feitas por Minie, rosnou socando a mesa, o lúpus estava quase avançando no primeiro que aparecesse ali. Praguejava até seus ancestrais pelo que via ali, como seu navio chegou a tais circunstâncias?

— Capitão, o que faremos? — a beta ao lado de Christopher questionou tentando ser sutil para não irritar ainda mais o alfa.

— Não acredito que ele descobriu, matamos todos que restaram e não sobrou nada, só nos resta atacá-los. — Hwang engoliu seu ódio juntamente com rum, derrubou mais da metade na boca.

— O Navio das Almas vai virar na Rota das Troca das Águas e ir na contramão para a ilha das Bruxas Perdidas, se irmos pelo Mar das Águas Paradas podemos parar na ilha e os esperar para o ataque. — Changbin falou segurando o mapa, embora o navio inimigo fosse mais rápido pelas condições do mar, as Águas Paradas era o modo mais seguro de chegar e seria a tempo de recebê-los.

— Acha que o navio está em condições de ir com força máxima? — virou-se para Christopher deixando o vinho na mesa.

— Sim, nós o verificamos completamente, está pronto para partir, capitão. — o capitão então arrumou o chapéu e apontou para o mapa com a localização.

— Então erga ao máximo as velas, o vento está forte o suficiente para acelerar, vamos pegar eles desprevenidos assim que cruzarmos a Ilha das Bruxas, digam para Hyunah potencializar os canhões, quero todos ativos e erguidos para alcançarem distância o suficiente, deixar o navio deles em um péssimo estado antes de um confronto. — o alfa moveu as pequenas peças de navios ilustrando aos outros ali, seria uma burrice atacar novamente sem destruir parte deles, além de que o Esmeralda possuía capacidade de ser rápido o suficiente, não teriam chances.

Após aquela reunião, o alfa saiu da cabine seguido dos outros quatro, parou no convés vendo betas entre si jogando, alfas bebendo ou no cais com ômegas, parecia tudo tranquilo, até mesmo o sol chegando perto de seu auge e o pouco movimento na rua do comércio. No entanto, não deu segundos para que a porta do repartimento fosse aberta com violência e um alfa conhecido por Hwang trazer com força um ômega pelo braço.

O que carregava o ômega o jogou no chão do convés com brutalidade, na frente do capitão, a roupa que já estava destruída agora parecia um horroroso conjunto de trapos feitos com tecidos finos. O ômega sorriu confiante levantando-se, o alfa avançou novamente para si querendo machucá-lo, fazendo o menor sorrir ainda mais.

— O que significa isso? — a voz rouca e em um tom mais elevado que o normal do capitão atraiu os olhares curiosos para si.

— Um intruso! Ainda por cima nobre! Olhe o colar dele! E esse daí disse que você o deixou ficar aqui. — a voz fina para um alfa falou virando-se para o ômega que agora ajeitava o que restou do vestido.

— Jeongin, abaixe o tom de voz e acalme-se, aliás, onde esteve a manhã inteira? — Félix virou-se para o alfa intitulado cruzando os braços como uma afronta.

— Deixou ele ficar? Sabe o que a marinha vai fazer caso encontre ele aqui? Aliás, é proibido trazer um affair para o Vale da Esmeralda Sombrio. — os olhos finos e lábios retos eram bonitos, ainda por cima quando olhava o lúpus com seriedade.

— Deixei, ele está pagando, venha até minha cabine. — o alfa lúpus impôs sua presença ali, até mesmo os tripulantes que estavam fora do navio sentiram e correram a bordo. — Marujos, partiremos agora, ao chegar na ilha das Bruxas Perdidas teremos um conflito, estejam preparados para enfrentarem, arrumem-se e tirem suas carcaças daqui, todos trabalhando. — a voz de alfa foi o suficiente para que os dois ômegas se encolhessem, Park foi até Lee o ajudar com os trapos que o cobriam.

O capitão deu um olhar para ele, os braços de fora e os fios bagunçados era uma bela imagem, mas negou-se aquilo pegando o braço do alfa que acabara de realizar o escândalo. Levou-o até a cabine e o soltou, fechou a porta e foi até a cadeira tirando o chapéu.

— Jeongin, o que foi aquilo? — a voz saiu calma, diferente do que todos no convés pensam.

— Ah, Hyunjin! Eu levei um susto de ver um ômega com roupas importadas, está se envolvendo com um nobre? Irmão, já não basta ter roubado e matado metade da população de um pirata e fugir? Quer morrer e nos matar? — a voz fina do alfa também mudou, saiu carregada de doçura e preocupação.

— Confia em mim. Aquele ômega pode nos dar muito mais, assim que pegar a flor estúpida o levaremos de volta e pediremos resgate. — um sorriso malicioso nos lábios dele fez o irmão balançar a cabeça negativamente.

— Se você diz. — deu-se por vencido e se levantou. — Vou voltar ao meu posto no mastro, a marinha anda à espreita nas Águas Paradas.

O alfa saiu da sala se sentindo culpado, tinha puxado o ômega com força na cozinha quando foi em direção ao outro castanho que estava degustando a comida do navio, então foi impedido pelo de fios loiros de vestidos caros, o agarrou e o outro com roupas simples veio atrás desesperado. Tinha sido um selvagem.

No entanto Félix não pensava mais naquilo, apenas em como seu braço estava dolorido, dois apertos e o crepúsculo ao menos chegou, lhe restou apenas deitar em um colchão improvisado no chão ao lado de Park, que fazia com todo cuidado um curativo no braço roxo, o alfa comum o machucou mais do que um lúpus.

— Lee, acha que devemos continuar? Ainda dá para pular do navio. — uma risada fez o coração do de feições jovens aquecer.

— Jisung, eu não vou desistir, aguentei três anos aquele insuportável, não vou desistir agora. — a voz saiu firme e o Park deitou ao lado dele, que logo foi abraçado e coberto por uma boa parte do tecido de um novo vestido, em um tom de azul como o céu.

— Como quiser, mas eu vou está aqui com você. — um beijinho trocado em ambas as testas foi o suficiente para ficarem em silêncio.

O navio agora estava solto, as âncoras erguidas, o leme virado em direção ao horizonte virgem, a deriva do mar e aos seus segredos.

Estavam recomeçando, o céu continuava em paz com a embarcação. Nenhuma nuvem trazia tempestades, possivelmente a semana seria de sol favorecendo o navio, pois o vento da brisa fresca empurrava as velas e o calor do sol trazia conforto para os marujos, e tanto Jeongin quanto Changbin agradeceram a natureza. Mas o lobo de Félix permanecia inquieto. A maresia o envolvia, o chamando, o provocando e confundindo sua cabeça.

Seria uma longa viagem.


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