07. ɴᴏɪᴛᴇ ᴅᴇ ᴠɪɢɪᴀ
LIA MONROE
Saí da casa dos Grimes e, antes de atravessar a rua para entrar na casa do Aaron, Jony apareceu.
一 Oi maninha! - ele me levantou do chão com um abraço apertado. 一 Como você está? - ele olhou para a direção em que eu vinha e sorriu maliciosamente. 一 Saindo da casa do Grimes? Como foi com o cowboy? - ele perguntou com um sorriso sacana.
一 Não enche Jony! - revirei os olhos e cruzei os braços. 一 Só fui avisar eles sobre a festa de boas vindas que minha avó resolveu dar.
一
Oba, festa! - ele sorriu animado. - Vamos poder beber esse ano!
一 Como se a gente já não tenha feito isso algumas vezes escondidos. - rimos juntos 一 Agora tenho que ir, vou ver como Eric está e depois vou para a vigia. Boa noite. - Dei um beijo em seu rosto e sai até a casa de Aaron. Cheguei e entrei sem bater, já que eles estavam acostumados com isso.
一 Lia! Pensamos que não viria mais... - Eric disse terminando de se servir com um prato de comida. 一 Jante conosco querida.
一 Obrigada! - Aaron me estendeu um prato e eu me servi. 一 Vim ver como estavam. Daqui a pouco é meu turno. - disse colocando uma garfada na boca.
一 Estamos bem. - Aaron disse sorrindo
一 Pete disse que Eric só torceu o pé, em algumas semanas ele estará bem. Mas não vou querer ele indo conosco.
一 Aaron... - Eric disse em tom de aviso e eu interferi.
一 Ele está certo! - disse olhando para ele. 一 Podemos chamar o caçador para ir no lugar dele. Minha avó quer dar empregos para eles, e ainda não achou um adequado para Daryl. Esse talvez seja o certo.
一 Tudo bem! - Eric levantou os braços convencido.
一 Vou falar com Deanna amanhã sobre isso. - Aaron avisou e eu concordei.
Fiquei conversamos mais um pouco com eles, quando deu minha hora, me despedi e saí rumo ao portão. Meu pai quem estava por lá.
一 Pode ir para casa papai... - disse subindo na torre. 一 Eu assumo!
一 Quando é que você cresceu? - ele perguntou fazendo carinho em meu rosto.
一 Sempre fazendo essa pergunta senhor Spencer? - sorri para ele. 一 Cresci quando o mundo virou de cabeça para baixo. - suspirei fundo.
一 A cada dia que passa você se parece mais com ela... - meu pai disse baixo e entendi de quem ele falava.
一 Então estou ficando bonita! - sorri animada para ele.
一 Sim está! - ele me abraçou. 一 Sua mãe estaria tão orgulhosa, quanto eu estou de você. - ele me deu um beijo na testa. 一 Boa noite pequena.
一 Boa noite papai. - dei um beijo em seu rosto e vi ele descendo a escada. Sentei perto da barra de proteção e arrumei o rifle no colo. 一 Vai ser uma noite e tanto. - murmurei para mim mesma enquanto olhava para o breu lá fora.
"Em que está pensando agora, minha querida?" - a imagem da minha mãe apareceu de pé atrás de mim.
一 Nada. - suspirei fundo. 一 Apenas estou me sentindo bem. - respondi ainda olhando para fora.
一 Lia?! - sai dos meus pensamentos quando escutei alguém me chamando lá de baixo. Olhei e vi que Carl estava no pé da escada. 一 Posso subir?
一 Claro cowboy! - sorri para ele e voltei para onde estava. Ele subiu e parou ao meu lado em silêncio. 一 Precisa de alguma coisa? - perguntei virando o rosto para ele.
一 Não. - ele respondeu e coçou a nuca. - Só... pensei que poderia tentar fazer amizade com você. Todos esses anos por aí e nunca tive alguém da minha idade por perto. Bom, na verdade a única amiga que tive lá no começo acabou morrendo.
一 Sinto muito. - sorri sem mostrar os dentes. 一 Ainda não conheceu o Ron e a Enid? - ele balançou a cabeça negando. 一 Ron é difícil tem hora, mas pode ser que sejam amigos. - dei de ombros e virei a cabeça para frente. 一 Enid é legal. Ela sempre pula os muros para ler gibis na floresta, fazemos isso desde de pequenas junto de Jony. - sorri lembrando.
一 Ele é seu na-namorado? - ele perguntou um pouco sem jeito. Dei uma risada e o garoto me olhou sem entender.
一 Jony e eu somos praticamente irmãos! - expliquei olhando para ele. 一 Meu pai trabalhava para o pai dele desde de sempre, assim, eu e ele passamos a andar para cima e para baixo juntos desde os cinco anos. Quando o mundo virou o que é hoje, nós fomos até a casa dele atrás dos seus pais, mas eles estavam mortos. Meu pai resolveu cuidar do Jony, em consideração ao melhor amigo. - vi que ele ficou mais relaxado e deu um pequeno sorriso.
一 Posso te fazer uma pergunta? - concordei com a cabeça. 一 Você conversa sozinha? - meu coração começou a bater forte.
一 Quem não é que faz isso nesse mundo de hoje? - dei uma risada nervosa e virei a cabeça evitando falar no assunto. Olhei para o céu e dei um sorriso. 一 Hoje a lua está tão bonita. - ele também virou a cabeça para cima.
一 Sim, está. Nem parece que, pelo dia, temos que enfrentar aquelas coisas. - ele suspirou assim que terminou de falar. 一 Bom, tenho que ir.
一 Boa noite cowboy. - sorri enquanto ele descia a escada.
一 Boa noite badgirl. - ele sorriu e piscou para mim. Assim que terminou de descer, eu virei para frente e comecei a sorrir e balançar a cabeça.
一 Badgirl Carl? - perguntei para mim mesma. 一 Gostei. - dei um sorriso maior agora e voltei minha atenção para minha vigia.
Foi uma noite tranquila, apenas dois zumbis se aproximaram do portão, mas matei eles. Algumas horas antes do dia amanhecer, meu tio trocou de lugar comigo. Desci as escadas e fui até a casa de Eric e Aaron, para onde eu sempre ia quando ficava de vigia pela noite.
Entrei devagar e coloquei a arma perto da porta. Tirei minhas botas e jaqueta, e fui até a cozinha, comi um pedaço de bolo que tinha ali e fui para o sofá, deitei e logo adormeci.
No meio da noite, senti alguém me cobrir e me dar um beijo na testa, provavelmente Aaron, com seu instinto de irmão mais velho que ele tem comigo.
(...)
Acordei com um barulho alto vindo da cozinha. Pulei do sofá e puxei minha pistola que estava em cima da mesinha de centro e apontei para o local. Vi que Eric estava paralisado no meio da cozinha, com os olhos fechados com força. Abaixei a arma e suspirei aliviada.
一 Desculpa... - se virou para mim, abrindo apenas um olho. 一 Não queria te acordar, mas fui abrir o armário e uma panela caiu. - ele explicou, se sentindo culpado.
一 Tudo bem Eric. - comecei a rir. 一 Até bom assim... - disse me espreguiçando. 一 Preciso resolver algumas coisas com minha avó. Aaron já saiu?
一 Sim, ele disse que iria até sua casa, me pediu para te avisar quando acordasse. - ele deu de ombros sorrindo 一 Não vai nem tomar café?
一 Não estou com fome. - ele me olhou desconfiado. 一 Sério! Quando cheguei comi um pedaço de bolo. - disse terminando de pegar minhas coisas. 一 Vou lá. Até depois! - acenei para ele já da porta.
Antes de ir para casa, fui até o arsenal e guardei o rifle. Ao caminho de casa, vi que Glenn e meu tio estavam discutindo no portão. Corri até eles e na mesma hora Aiden tentou acertar um soco no coreano, que desviou e lhe acertou em cheio no rosto. Nicolas tentou entrar no meio, mas Daryl o imobilizou. Eu fui até meu tio e o ajudei a levantar.
一 O que aconteceu aqui?! - perguntei passando o olho nele e em Glenn. Minha avó chegou acompanhada de Rick e mais outros.
一 Ele me acertou não está vendo Lia? - meu tio me respondeu com grosseria e fuzilou Glenn com os olhos.
一 Estou, não sou cega! - respondi no mesmo tom e me afastei dele. 一 E também ouvi o porque dele ter te acertado. Acho que mereceu. Minha avó aceitou eles aqui porque são fortes, sabem se cuidar. E você tem que parar de implicar com eles! Essas pessoas são parte dessa comunidade agora. - disse o encarando. Ele se afastou, com a mão na boca, onde tinha um pouco de sangue.
一 Ainda nem decidimos se vamos ficar garota! - Daryl virou para mim e disse com raiva. Também me virei para ele e suspirei fundo.
一 Tudo bem Dixon. - disse calmamente 一 O portão é ali... - apontei para frente - Sabem onde estão suas armas, podem ir embora a hora que quiserem. Não são obrigados a ficar aqui. - ele me olhou com raiva e fingi não me importar. Me virei para minha avó, que olhava tudo sem falar nada. 一 Estou em casa, quando puder, quero falar com a senhora. - fui até Glenn e sorri para ele. 一 Fez bem acertando ele. Eu não posso fazer isso, então alguém tem que fazer. - falei em um tom baixo e o asiático me deu um sorriso de lado. Me virei e sai dali, deixando minha avó resolver o resto da situação.
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