
━━━━━━ 𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 𝗨𝗠.
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𝗷𝗼𝗴𝗮𝗿 𝗼𝘂 𝗺𝗼𝗿𝗿𝗲𝗿?
HYUNA NÃO GOSTAVA de deixar o próprio visto acabar, mas ela tinha deixado e aquela seria sua última noite viva se ela não entrasse em outro jogo.
Tokyo era gigante, tinha tantos jogos para encontrar e mesmo assim ela não podia ficar escolhendo, ela precisava entrar no primeiro que ela encontrasse. Enquanto ela caminhava até um prédio gigante, Jouki sentiu um ar forte sobre seu rosto, deixando seu nariz um pouco vermelho pelo ar gélido.
Observou a linha quase sumindo em tom azul, e então não pensou duas vezes antes de ultrapassar ela observando o tom vermelho se expandir. Tinha pessoas demais lá, até mais para o gosto da Hyuna, ela não se importou em procurar um rosto familiar entre eles, se apoiou na primeira parede que encontrou esperando o tempo acabar.
—— Esperem o jogo começar! —— A voz feminina e alegre na tela do celular apitou indicando um minuto para o começo do jogo. E logo mais dois garotos pareceram atrás dela, e então uma garota de cabelos pretos e curtos.
—— Licença, você sabe aonde as pessoas de Tokyo foram parar? —— Um garoto de boné azul perguntou se sentindo perdido.
Ele era novato naquilo, ela sabia bem como era o sentimento de estar sozinha. Mas agora, ela não pararia para ajudar. Hyuna permaneceu quieta, manteve seus olhos no chão, enquanto seu rosto era escondidos pelos seus agora cabelos longos.
Logo ela sentiu a brutalidade de um passo pesado no chão, um homem, ou melhor, um soldado invadir o lugar um silêncio. Ela sabia quem era, ela sabia que ele logo a reconheceria, e então permaneceu de cabeça abaixada implorando que fosse sua imaginação.
—— As incrições acabaram! —— A voz no celular anunciou. —— Temos quatorze participantes no momento, o jogo começa agora. Hyuna observou algumas pessoas assustadas, ela percebeu que as mais silenciosas, já tinham passado por isso antes, e agora estavam ali de novo.
—— Dificuldade; cinco de espadas! —— A voz anunciou.
—— Cinco de espadas? —— Um dos garotos perguntou, de cabelos loiros e camisa florida suja.
—— Esse é um jogo físico, o quê manda é a força —— Um homem mais baixo e sorridente completou, com seu chapéu chamativo. —— Muito prazer, meu nome é Nitobe.
—— Os naipes indicam o jogo? —— O outro garoto de cabelos mais grandes, e roupas mais neutras perguntou.
—— Exatamente! O naipes nas cartas de baralho indicam o gênero do jogo —— Explicou Nitobe. —— Paus é jogo em equipe, Ouro raciocínio, e copas... O mais difícil.
—— O quê? Por que?
—— Brinca com o sentimentos das pessoas —— Nitobe explicou.
—— E quanto aos números? —— O garoto continuou a perguntar.
—— Quanto maior o número, mais difícil o jogo —— Nitobe respondeu se afastando.
—— O jogo começou! —— A voz anunciou trazendo Hyuna a realidade novamente saíndo da conversa dos três homens a sua frente. —— Objetivo; fugir da coisa!
—— O quê é a coisa? —— O garoto perguntou ao amigo do lado.
—— Pega - Pega —— Hyuna respondeu, ela primeira vez ela deixou sua voz escapar deixando alguns olhares sobre ela.
—— Condições para vencer; encontrar o símbolo escondido em uma das salas do edifício, isso no tempo limite de vinte minutos —— A voz explicou. —— Após vinte minutos, a bomba escondida no edifício vai explodir.
A maioria deles estavam desesperados e confusos, o edifício iria explodir em vinte minutos. Hyuna respirou fundo e então caminhou para dentro do edifício sendo a primeira a dar o passo a frente, seguida do soldado gigante e seu amiguinho magricelo.
(...)
Hyuna caminhou até o mais alto dos andares, sentindo frio consumindo aquela noite enquanto ouvia os passos desesperado de todos. A coisa séria solta em dois minutos, então ela tinha tempo de sobra para ficar ali parada observando a todos.
A cada ser desesperado, a cada estrategista e a cada pequeno plano que daria errado, mas principalmente, o plano que daria certo e ela seguiria.
—— Eu pensei que você tinha morrido —— Chishiya perguntou caminhando em passos lentos até Hyuna.
Eles se conheciam a meses, que naquele mundo paralelo podia quase se considerar décadas, séculos... Vidas. Ele foi o primeiro garoto que Hyuna tinha se interessado verdadeiramente, que tinha feito ela sentir algo que não fosse só repulsa.
Chishiya era diferente, e ela gostava disso nele, mas ela não podia ficar com ele de verdade, e ambos talvez odiassem muito tudo isso.
—— E eu achei que você não falava —— Comentou Hyuna se apoiando no muro de cimento.
—— Pra você eu faço uma exceção —— Brincou Chishiya.
Observaram Morizono Aguni, o soldado gigante um dos antigos aliados do quê um dia foi a morada de Hyuna. A garota se escondeu entre o próprio cabelo, e o corpo de Chishiya que estava na sua frente. O garoto sorriu espontâneo dando tchauzinho para Aguni enquanto o mesmo ia embora com seu amigo.
—— É impressionante como ele não notou que é você, eu percebi na hora que você chegou —— Chishiya comentou se referindo a Aguni.
—— Talvez porquê ele esteja ocupado demais em ganhar —— Hyuna deu de ombros, ela não se importava, mas evitava problemas.
—— Como sempre, todo mundo tem cara de quem vai morrer —— Chishiya completou enquanto observava todos do outro lado. Seus rostos confusos, alguns correndo e outros tentando abrir portas aleatórias.
—— O quê você acha que é a coisa? —— Hyuna perguntou engolindo seco.
—— Eu não sei, eu nem ligo também —— Chishiya respondeu. Essa era a coisa que ela mais odiava nele, como ele não ligava, nem se importava com perigo nenhum.
—— A coisa está a solta! —— A voz anunciou.
E então um alarme barulhento tocou, fazendo todos ali se assustarem, um barulho familiar, como aqueles de corrida de cavalo. O silêncio permaneceu, os passos pesados e lentos daquela besta estavam a solta, e mesmo que Hyuna estivesse longe demais para ouvir, ela sentia.
—— Já foi em uma corrida de cavalo antes, Chishiya? —— Hyuna perguntou.
—— Não, é a minha primeira vez —— Chishiya respondeu irônico. Aquela besta gigante com cabeça de cavalo na cabeça anunciava algo terrível, com uma arma de potência pesada e pontaria certeira indicava o quanto ela era perigosa.
(...)
Quanto mais o tempo passava, mais esquisita as coisas ficavam, Hyuna estava esperando resultado, de alguém. Esperando que alguém desse um sinal de que as coisas estariam sobre controle e ela poderia entrar no jogo.
Mas quando ela viu aquelas duas amigas morrerem uma na frente da outra, da forma mais brutal e impiedosa possível, Hyuna sentiu que fosse a primeira vez que ela teria que tomar uma atitude. Ela entrou em um desespero silencioso, observou o olhar neutro de Chishiya, seu sorriso fraco nós lábios e seus cabelos pintados de branco com um dedo do castanhos verdadeiro livres.
Observou aquela besta parada, andando lentamente pelos corredores esperando mais uma vítima.
—— Pessoal! —— Um dos garotos gritou uns andares abaixo. —— A coisa tá no segundo piso na área central, ela não enxerga bem por causa da máscara!
—— O quê ele tá fazendo? —— Hyuna perguntou a si mesma.
—— A gente tem que se ajudar! Pra encontrar o símbolo juntos —— Ele gritou mais uma vez.
—— A idéia é até que boa, o difícil é alguém querer ajudar —— Chishiya murmurou.
Hyuna recebeu àquilo como um sinal universal, e olha que ela não acreditava nem um pouco nessas coisas. A garota subiu o muro baixo de cimento a sua frente, observando a imensidão lá embaixo e começou a andar até o outro lado.
—— Vai embora? —— Chishiya perguntou inquieto, as poucas vezes que ele demonstrava algo.
—— Eu tenho um jogo pra ganhar —— Hyuna respondeu, virou as costas e voltou a andar.
Ela sabia que novamente ela estava dando tchau para Chishiya, mas como na primeira vez.
—— Oito minutos para o fim do jogo, e no momento a oito jogadores —— A voz anunciou pelo celular mais uma vez.
Hyuna logo encontrou os dois garotos que tanto gritavam pelos corredores, observou seus olhares assustados e ansiosos esperando por resultado. A atenção dos três jovens ali logo foi para o disparo de tiros um pouco acima, observando que a coisa tentava acertar o garoto de boné azul claro do começo do jogo.
Hyuna esperou a coisa voltar a recarregar a arma e então se abaixou sobre o muro observando o garoto ali parado assustado.
—— Hein! Vem aqui! —— Hyuna falou baixo tentando chamar por ele que mesmo assim ignorou assustado. Logo o garoto de cabelos grandes junto de Hyuna foi na direção do outro, segurando ele pelos braços e puxando até um lugar seguro. Quando voltaram a correr se escondendo perto de uma escada, o garoto de cabelos loiros e camisa florida ordenou, seu nome era Karube.
—— Atrás de mim, vamos matar esse coisa —— Karube disse pegando um canivete do bolso.
—— Tá maluco? —— Hyuna perguntou. —— Ele tem uma metralhadora!
—— Mas é só um humano —— A voz grossa e fria de Aguni ecoou pelo corredor dando sinal. —— Ele tem 1,90 de altura, pesa 90 kilos, e é destro.
—— Ele atira com muita precisão, provavelmente é um ex militar —— Jouki rebateu.
—— Eu consegui pegar —— O companheiro de Aguni, Mahiru disse. Quando Hyuna foi interrompida, ela notou o olhar Yūji Mahiru de sobre o dela, ele tinha reconhecido ela, mas quem se importava com isso agora, eles iriam morrer se não tomassem providências.
—— Pega o extintor —— Aguni ordenou jogando ele sobre Kerube.
—— Pra quê isso? —— Kerube perguntou.
—— Vamos a caça —— Aguni respondeu. —— E enquanto a vocês dois, vão procurar o símbolo —— Aguni apontou na direção dos mais fracos, claro, pelo menos era o quê ele achava com sua mentalidade militar.
—— Vai ficar dando ordem? —— Kerube perguntou outra vez.
—— Nós vamos pro piso de cima —— Arisu, o garoto de cabelos mais grandes e escuros e roupas neutras respondeu junto de Hyuna.
—— Eu vi o quinto piso do bloco sul, e o sexto do bloco leste sul, não tem nada —— A voz de uma garota invadiu o lugar, notando ela apoiada no muro observando que tinha escalado ele.
—— Ok, nós vamos para o andar de cima, mas ainda não vimos o primeiro e segundo piso —— Hyuna disse.
—— Pode deixar, eu vou checar —— A garota respondeu antes de descer os pisos novamente.
—— Tempo restante, cinco minutos —— A voz anunciou mais uma vez.
(...)
Hyuna e Arisu continuaram em silêncio, eles não tinham tempo pra conversar, nem ao menos para se conhecer, estavam desesperados demais por suas vidas para tirar um minuto de conversa. Andando por todas as salas, desesperados tentando abrir cada uma delas esperando que algo ajudasse.
Correndo por todos os pisos como malucos, sentindo o fôlego se perder, e as pernas fraquejar. Hyuna se apoiou no muro de cimento, se levantou sobre ele novamente ficando em pé e observando a área. Notou a única porta em que a coisa havia atirado, observando a parede e a porta com alguns buracos de tiro.
—— Por quê ele atirou de uma distância tão grande? —— Hyuna perguntou alto se lembrando.
Arisu tinha percebido, ele correu até o outro piso aonde ficava porta, enquanto Hyuna andou lentamente pelo muro até o outro lado e então pular, ficando de frente para a porta azul.
—— Notaram o mesmo que eu, não é? —— Chishiya perguntou andando lentamente atrás do outro lado.
—— O símbolo tá nessa sala —— Arisu respondeu e caminhou até a porta. E então ele paralisou, Arisu permaneceu com a mão na maçaneta da porta ainda quieto.
—— Não vai abrir a porta? —— Chishiya perguntou.
—— Por quê ele tá perseguindo a gente? —— Arisu perguntou.
Hyuna parou pra pensar nisso, ele podia ter ficado alí, parado na frente da porta esperando que alguém chegasse, mas ele não fez.
—— Acho que tem alguma coisa que a gente não sabe —— Chishiya completou desinteressado.
Era impressionante como o garoto continuava a portar como alguém sem importância com as coisas, mesmo tendo apenas cinco minutos de vida.
—— Eu abro —— Hyuna se ofereceu. Entrando na frente de Arisu. A garota abriu a porta observando a escuridão do imenso apartamento, andaram lentamente pela casa escura não entendendo exatamente o quê tinham que encontrar.
E então Hyuna sentiu alguém atrás dela enquanto todos estavam virados para uma porta.
—— Cuidado! —— A garota gritou empurrando os dois rapazes com ela para o chão.
Quando Chishiya foi ao chão, se levantou rapidamente levando sua pequena bateria de choque a costela da coisa que estava lá, a jogando no chão imóvel. —— É sempre bom estar preparado —— Comentou respirando fundo.
Quando a coisa levantou sua mão apertando o gatilho da arma forte na direção dos três, fazendo com que cada um fosse para um lado diferente. Chishiya puxou Hyuna consigo para fora da casa, fazendo a porta ser fechada com brutalidade enquanto Arisu estava lá dentro ainda.
Hyuna forçou a porta, que continuava presa, e mesmo com os braços doloridos continuou forçando a porta a se abrir.
—— Mesmo se conseguir abrir, aquela coisa vai atirar na sua cabeça —— Chishiya completou se sentando no chão.
—— A gente vai deixar ele morrer!? —— Hyuna perguntou correndo.
—— Sala 406! Eu preciso de ajuda aqui! Precisamos de duas pessoas pra apertar o botão! —— A voz de Arisu foi ouvida na sacada do apartamento.
—— Tá de sacanagem —— Chishiya murmurou ainda sentado no chão.
Um silêncio tomou conta atrás da porta, Hyuna se colocou de corpo a corpo com a porta esperando algum sinal, absolutamente nada. E então ela segurou a maçaneta mais uma vez, forçando seu corpo pra frente e para trás esperando resultado, até que a porta abrisse a ela.
Hyuna correu pra dentro do apartamento, observou o cabeça de cavalo apontar a arma na direção de Arisu. Hyuna se jogou na direção da coisa a jogando contra a parede. Arisu fez o mesmo, e enquanto tentavam de todas as formas parar ela, observaram Chishiya no canto da porta observando tudo em silêncio.
A coisa jogou Arisu longe, pegou Hyuna e a jogou contra o chão com força, e então apontou a arma na sua direção pronta para atirar.
—— Hyuna! —— Chishiya gritou jogando sua bateria de choque na direção de Hyuna que pegou ela aproximando da coisa que caiu sobre o chão. Observaram no mesmo instante a garota de cabelos curtos que estava escalando por aí aparecer, e então ajudar Arisu a apertar o botão na última hora.
—— Jogo zerado, parabéns! —— A voz no celular anunciou.
Notaram a mulher que agora estava sem a cabeça de cavalo olhar para todos eles assustada, Chishiya puxou Hyuna um pouco mais para perto de si pela camisa mesmo a garota caída no chão. E então um alarme tocou no colar que a mulher usava, anunciando que seu tempo tinha então acabado. E em questão de segundos, a cabeça dela explodiu jogando sangue para todos os lados. Hyuna limpou os pingos de sangue no seu rosto e então levantou do chão, o jogo tinha acabado.
Ela chegou no fim, de mais um dos jogos.
Quando o jogo finalmente acabou, o silêncio se alastrou pelo edifício enquanto os poucos sobreviventes iam embora. Hyuna observou Chishiya em silêncio na sala lotada de sangue.
—— Ela estava jogando também —— Hyuna murmurou observando os restos mortais da mulher no choque.
—— Todos nós estávamos —— Foi a única resposta de Chishiya, o garoto caminhou até o corpo da mulher tocando nos bolsos da sua roupa.
Até encontrar um papel, observar um círculo cheio de marcações como um mini mapa feito a mão tão confuso que somente a pessoa que criou entenderia.
—— Bem, foi bom jogar com você de novo —— Hyuna completou, soltando os ombros e então caminhou até a porta em silêncio. Estava na hora de ir.
—— Espero te rever, em situações melhores —— Chishiya murmurou sorrindo de canto para Hyuna.
A garota concordou e então saiu do apartamento. Hyuna observou Arisu sentado no corredor quieto, assutado e perdido.
—— Aquela mulher... Eu tirei a vida dela —— Arisu sussurrou triste.
—— Era ela ou a gente, não tínhamos o quê fazer —— Hyuna tentou amenizar. —— Ninguém tem culpa disso.
—— Qual o motivo disso tudo? —— Arisu perguntou. Se Hyuna soubesse, ela responderia, essa era a única resposta que ela jamais teria na ponta da língua.
—— Eu gostaria de saber também, mas infelizmente eu não sei... Mas saiba, que a culpa não é nossa —— Hyuna respondeu inquieta com um olhar sério. —— Estamos fazendo o quê podemos para sobreviver.
—— Você tem pra onde ir? —— Arisu perguntou.
Ela não tinha, ela evitava ficar no mesmo lugar por muito tempo, foi assim que a Hana ensinou ela. Assim, nunca pegariam ela de surpresa.
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