O dia lá fora começava a fechar indicando que viria chuva, os raios começavam a cair mais distante. Com a garrafa de alguma bebida alcoólica aleatória que havia pegado na geladeira em mãos, me inclino no parapeito da sacada do apartamento, observando a vida que acontecia abaixo de mim, pessoas agasalhadas se encolhendo apressando o passo para chegar em seu destino antes da chuva, pessoas passeando com seus animais de estimação, cada um vivendo a sua rotina diária. Eu já havia feito a minha rotina que se baseava em acordar cedo, ir para alguma entrevista ou sets de gravações.

Um som de risadas altas vindo da rua me chama a atenção, olho em direção de onde vinha e vejo um casal jovem, o homem corria atrás da moça que ria divertidamente até ser alcançada e se jogada sob os ombros, a risada aumenta entre os dois.

Sorrio.

Lembro-me de como era o começo de meu relacionamento mais recente que havia terminado há poucos meses e os tabloides foram à loucura com o fim do casalzinho mais fofo que havia. E éramos mesmo, como esse casal feliz que observava. Até chegar um momento que não éramos mais, éramos dois corpos distantes mesmo estando próximos.

Sinto a falta de como éramos. De sentir seu carinho, seu amor e seus beijos.

Não sei se era a bebida fazendo efeito, mas a ação seguinte é eu correndo a procura de meu celular e assim que o acho jogado em minha bolsa, ignoro as mensagens que havia recebido e procuro o maldito contado que tanto havia insistido em não apagar.

Assim que acho, disco o numero que logo chama.

Estava nervosa e começando a me arrepender.

_SN.

Meu coração vai à boca e volta, a respiração falha, Ben havia atendido.

Tomo um gole da bebida.

Ele me chama novamente do outro lado da linha, e seu tom de voz era leve e rouco.

_ Você não esta aqui – Digo com a voz embargada com o choro querendo se formar.

O outro lado da linha fica em silencio e só se ouvia sua respiração.

_ Os beija-flores me contaram que você deixou o cabelo crescer, eu digo que nem ligo, mas continuo ouvindo cada detalhe. – Corto o silencio me lembrando de quando vi sua ultima entrevista e seus cabelos estavam encaracolados.

_ Eu costumava dizer que sem você por perto eu ficava sem ar. – Ben diz, sua voz era inexpressiva, áspera.

Meu coração se aperta.

_ Mas de alguma forma eu estou vivo, você tirou meu ar e eu sobrevivi. Não sei como, mas também não me importo.

_Não devia ter ligado – Digo dando um gole na bebida logo em seguida

_Eu sempre vou te amar, mas não estou mais apaixonado.

_E tem alguma diferença?

_Sobreviva também SN. Adeus.

E ele desliga a ligação.

Um tiro doeria menos. Vou a uma busca de outra bebida, uma mais forte que faça esquecer tudo isso por uma noite. Na manhã seguinte eu acordaria com a cabeça erguida, como se nada tivesse acontecido, posso ter me humilhado, mas não iria parar minha vida, como ele disse "sobreviva também". 

Aqui nós amamos Ben Fucking Hardy.
Só para deixar bem claro, as minhas SN tem vícios e tem problemas,mas que se reergue sempre, não é ingênua e bobinha. A vida não é um mar de flores.
Não esqueça de curtir ;)
Beijos de paz.