
𝟎𝟎𝟐┆𝗌𝗍𝗋𝖺𝗇𝗀𝖾𝗋
↱₊˚.்⸙𝑷𝒐𝒗 𝑺 / 𝒏 𝑯𝒐𝒍𝒎𝒆𝒔 ₊˚.்⸙↴
Depois de eu ter tomado o chá forçadamente pela sr Lane, fui trocar de roupa. Coloquei uma calça, uma blusa azul bebê. Peguei as cartas que Enola escreveu. Eu irei levá-las até o vilarejo.
-- Srt. S/n, posso pedir para Derick levar -- disse sr Lane, ajeitando o seu avental branco que estava amarrado em sua cintura. -- Olha o temporal lá fora!
Me virei de costas e revirei os olhos, eu não queria que ela visse essa minha feição. Para disfarçar, por pura sorte, meu casaco estava na cadeira a minha frente. Peguei o casaco e a olhei por um instante. Derick, era o seu único filho. Ele tem 17 anos. Como eu poderia dizer a sr. Lane que eu não confiava em Derick o suficiente para entregar uma carta tão importante?
-- Não precisa sr. Lane -- garanti. -- Eu vou aproveitar e vou fazer algumas perguntas ao povo, para saber se a viram. Vou levar a bicicleta.
Não é exatamente uma bicicleta velha, de pneus extremamente altos e bambos que fazem os ossos do corpo chaqualharem. Ela parecia como nova, com pneus pneumáticas. Totalmente segura.
Enola estava sentada na mesa, lendo um livro de Shakespeare . Ela as vezes no seu tempo livre gostava de ler. Ela olhou pra mim e acenou com a cabeça. Eu já ia perguntá-la se ela queria ir, mas seu aceno já disse a resposta.
Acenei para as duas e saí pro depósito para pegar a bicicleta. Montei nela, e pedalei em direção ao grande portão de ferro que já estava enferrujado e descascando a tinta preta fosca.
-- Cooper -- chamei a atenção do porteiro que estava cochilando sentado na cadeira. Ele se assustou e me olhou. -- Abra o portão por favor.
Ele assentiu. Enquanto ele abria o portão, eu chamei a sua atenção de novo.
-- Cooper, você abriu este portão para mamãe antes de ontem?
Cooper ficou surpreso ao ouvir a minha pergunta. Mas logo ele ficou pensativo. Mas depois ele negou com a cabeça. Com certeza, a Lady Eudoria Holmes não passara por ali.
Assenti e pedalei o mais rápido possível até o vilarejo de Kineford.
No correio, deixei os telegramas antes de seguir a minha rota. Passe na padaria, no açougueiro, na confeitaria, na peixaria entre vários outros lugares, perguntando para todas as pessoas que eu pudesse ver, aonde estava a minha mãe. Se alguém a viu por aí. Mas sempre eram as mesmas respostas, que não a viram em lugar nenhum. Também perguntei para a esposa do vigário, mas ela arqueou uma sobrancelha ao olhar pra mim. Acho que é por causa do meu calção. Sabe, uma garota de bicicleta, deveria estar usando " Calças femininas", algo que pudesse cobrir meus tornozelos. Todo mundo comentava sobre que a minha mãe nunca ter seguido o padrão de roupa correto. Que no caso era em mim. Enola ainda usava vestidos, mas a única coisa que eu usava que era parecido com vestido, era a minha camisola.
Como eu falei, eu sou uma garota escandalosa.
Nunca questionei sobre a minha desgraça, pois fazer isso implicaria a levar questões, como a de " uma boa garota" deveria ser ignorante. Eu sempre reparei que, a maioria das mulheres casadas sumiam por aproximadamente dois anos. E depois reapareciam com um novo filho, isso foi cerca de meia dúzia delas. Ou os bebês paravam de nascer, ou morriam. No caso da minha mãe, ela teve dois filhos, bem mais velhos que eu. De algum jeito, essa limitação prévia tornou a minha chegada e da Enola um tanto vergonhosa para aquele cavalheiro importantíssimo com sua amável esposa.
Voltei para casa. Como sempre, sem respostas sobre o paradeiro de minha mãe.
Quando cheguei em casa, Enola me encheu de perguntas.
-- E aí? -- perguntou ela atrás de mim. -- Algum sinal dela? Alguém a viu? Eles deram algum palpite de onde ela possa estar?
-- Elas não a viram em lugar algum -- respondi derrotada. -- O único jeito é esperar nossos irmãos nos mandarem um telegrama.
Me sentei em uma cadeira na mesa e coloquei a cabeça entre as mãos. Já Enola, bufou e se sentou a minha frente.
-- Daqui que eles mandem um telegrama de volta, é bem capaz de você arranjar um marido primeiro -- disse ela rindo no final.
Ela sabia que eu não gostava muito da ideia de me tornar uma adulta pra casar. Eu não preciso de homem. Eu não preciso me casar, posso muito bem viver sozinha, posso muito bem também trabalhar sem depender de homem. Realmente tenho medo de me apaixonar e eu não ter escolha a não ser viver ao lado da pessoa que fosse. Espero que eu nunca me apaixone por ninguém...
-- Você sabe que isso nunca vai acontecer -- respondi revirando os olhos.
-- Tenho certeza que um dia, você vai acabar se apaixonando por alguém. E eu sinto que esse dia não vai demorar.
Dei língua para ela.
-- Enola, eu não preciso me apaixonar. Eu tenho que viver uma vida normal, com você, eu e a mamãe.
Enola negou com a cabeça.
-- Se lembre disso depois que estiver casada.
Revirei os olhos pela milésima vez.
Recusei o almoço hoje. Subi as escadas junto com Enola e parei no meio do corredor, encarando a porta do aposento de minha mãe. Fiquei me perguntando se ela havia trancado a porta. Por que os únicos empregados que limpavam a casa era Lane e sr. Lane. Em hipótese alguma, ela deixava alguém entrar em seu espaço particular. Mas como sou curiosa e teimosa, decidi verificar.
Girei a maçaneta.
A porta estava aberta. Por quê? Ela deveria ter trancado na chave.
Olhei receosa para Enola. Enola também estava com uma feição confusa.
Olhei ao redor da sala de estar de minha mãe que era tão silenciosa quanto uma capela. Sabe, eu tinha lido alguns livros de lógica do meu pai, e Malthus e Darwin; assim como os meus pais, eu tinha um ponto de vista científico. Mas estar no quarto de mamãe me fez sentir um desejo de acreditar. Em algo. Na alma ou até talvez no espírito.
O seu quarto era da mesma cor que nossa sala de estar, aonde eu, Enola e mamãe jogávamos tênis. Ela adorava jogar tênis. Ela na maioria das vezes ganhava, mas nos divertiamos muito com ela. Era o que importava para nós.
Mamãe tinha transformado seu quarto em um santuário. Vários painéis japoneses espalhados nas janelas, de maneira a deixar incidir a luz nos móveis finos de plátano, esculpidos a imagem. Lá embaixo, a madeira era envernizada, as grossas cortinas eram de sarja e nas paredes continham sombrios retratos a óleo de ancestrais, mas nos domínios de minha mãe a madeira tinha sido pintada de branco e nas paredes cor de pastel, havia vários quadros de aquarela delicadas: as etéreas, as flores lindas pintadas por mamãe.
Eu realmente senti que mamãe nunca havia saído dali.
Eu gostaria que tivesse sido assim.
Puxei Enola para o outro cômodo. Andei na ponta dos pés, como se eu estivesse com medo de pertubá-la.
O seu quarto era como um estúdio. com as janelas sem cortinas, por causa da Luz, e o chão do Assoalho, por causa da limpeza.
Avistei uma caixa em cima da mesinha ao lado da cama, arquei uma sobrancelha. Mamãe foi para fora sem seu conjunto de Aquarela.
Mas eu achei que...
Olhei para enola confusa.
-- Que estupidez a nossa! -- disse Enola revirando os olhos. -- Deveríamos ter vindo aqui primeiro para investigar.
Balançei a cabeça perplexa.
-- Ela não saiu para estudar sobre a flores. Ela foi embora para onde? Por quê? Eu simplesmente não entendo.
E eu ainda pensei em encontrá-la por conta própria. Como fui estúpida! Estúpida!
E arregalei o olho quando vi a reluzente cama latão de mamãe toda desarrumada. Durante toda a minha vida, mamãe sempre arrumava sua cama e seu quarto imediatamente após o desjejum; certamente ela nunca deixaria sua cama desarrumada com os lençóis jogados no chão, travesseiros desalinhados e o confortável edredom roçando no tapete persa.
Realmente as coisas aqui haviam mudado.
As suas roupas não estavam guardadas corretamente no armário. Seu traje marrom de caminhada fora jogado descuidadamente sobre o espelho de corpo inteiro.
Afastei as cortinas de veludo para permitir que a luz entrar pela janela, abri as portas do guarda-roupa e me detive. Suas roupas realmente estavam todas bagunçadas. Mamãe era livre e pensadora,uma mulher de personalidade defensora de sufrágio feminino de forma de vestuário vitoriano. Ela continha vários vestidos de gala arrumados para ir talvez a uma linda ópera, ela tinha calças femininas. Mas ela é viúva, tinha que ter uma roupa discreta toda de preto.
Mas ela não só tinha um, e sim dois.
Fechei a porta do guarda roupa.
Quarto inteiro estava em desordem. As duasmetades ou duas partes de um espartilho, estavam largadas em um canto do quarto.
Enola estreitou os olhos e foi até a penteadeira de mamãe pegando algo peculiar, que parecia alguma almofada de pufe, feito de molas e tufos de crima branca de cavalo.
-- O que é isso? -- perguntei estreitando os olhos.
-- Não sei -- disse Enola, dando de ombros.
Peguei o objeto que era macio ao meu toque e saí dos aposentos de minha mãe com Enola logo atrás.
Encontrei no meio do corredor, Lane polindo a madeira. Levantando o objeto para que ele olhasse eu falei:
-- Lane o que é isso?
Como mordomo, ele fez de tudo para parecer inexpressivo, mas gaguejou antes de falar.
-- Isso é, hum, uma parte de uma anquinha srt S/n.
Anquinha?
O que diabos é isso?
Mas acho que isso não se ajusta na parte da frente e sim na parte de trás...
Ahh!
Enola abaixou a cabeça envergonhada, parecia que foi ela que tinha feito a pergunta.
Eu segurava em minhas mãos um objeto íntimo de mulher em frente à um homem, e não mencionável peça que ficava oculta na parte de trás da dama, suportando suas dobras e drapeados.
-- Oh Lane! -- murmurrei corando. -- Sinto muito! Eu não fazia ideia do que era até agora! EU nunca coloquei isso na minha vida, por isso que nunca vi.
Enola ria baixinho do meu desespero.
Pisei em seu pé, fazendo ela se calar e dar um gemido baixo de dor.
-- Como minha mãe saiu vestida antes de ontem? -- perguntei a Lane que ainda estava focado em sua tarefa.
-- É difícil dizer, senhorita.
-- Ela estava carregando alguma bagagem? Ou alguma caixa?
-- Não, não estava,madame.
-- Nem mesmo uma bolsinha de mão? -- perguntou Enola.
-- Não srt.Enola -- minha mãe raramente usava algo desse tipo. -- Eu perceberia se ela estivesse.
-- Por acaso ela estava vestida de um modo... -- perguntei mas me interronpi quando pensei na palavra anquinha. Essa palavra soaria indelicada aos ouvidos de um homem. -- Com uma cauda? Ou suporte?
Com as lembranças voltando, ele assentiu.
-- Não me lembro bem da indumentária exata, senhorita mas ela trajava uma jaqueta de seda turca.
Um tipo de roupa que acomodaria uma anquinha. Lane continuou a falar.
-- E o chapéu cinza de copa alta.
Eu com certeza conhecia esse tipo de chapéu. Militar na aparência, lembrando de um vaso de flores de ponta cabeça, o tipo de chapéu que por vezes, era vulgarmente chamado de três andares e um porão.
-- E ela estava com a sombrinha de caminhada.
Um acessório cumprido de armar preto que costumava ser usado como bengala. Tão robusto quanto um bastão de cavalheiro.
Era estranho minha mãe ter saído com uma roupa que aparentava ser de homem. Mas ao mesmo tempo ela trajava algo tão feminino e coquete como uma anquinha.
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❋ ࣪ ࣭ ⬞Hiii my jujubinhasss! Tudo bom com vocês?
❋ ࣪ ࣭ ⬞Espero que tenham gostado!
❋ ࣪ ࣭ ⬞A S/n com medo de se apaixonar:😬
❋ ࣪ ࣭ ⬞Quando ela conhecer Tewksbury:🦋😍💐
Xoxo💐
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