|Capítulo 41|
P.O.V Narradora
A manhã estava serena, mas a mente de Lizzie era tudo menos tranquila. As perguntas continuavam a martelar: "Quem eram aquelas pessoas? Por que os Volturi estavam lá?' A visão do sonho parecia tão real que ela podia sentir o peso das memórias, ainda que fragmentadas.
Sentada perto de um lago isolado, Lizzie afundava os dedos na água fria, observando os círculos que se formavam com cada movimento. O silêncio ao seu redor era quebrado apenas pelo som suave da água e do vento nas árvores.
Rosalie, que vinha observando a irmã de longe, se aproximou com passos calmos. Percebia na postura tensa de Lizzie que algo estava errado. Sem hesitar, sentou-se ao lado dela, o tecido macio de seu jeans roçando no chão.
— Tem algo te incomodando? — perguntou Rosalie, sua voz gentil, mas direta.
Lizzie ergueu os olhos, hesitou por um momento e então deu de ombros, tentando mascarar sua inquietação. Ela continuou brincando com a água, desviando o olhar para não encarar a irmã.Rosalie, no entanto, não era tola. Ela cruzou os braços, observando Lizzie com atenção antes de soltar um suspiro leve.
— Elizabeth Cullen Hale, eu te conheço — disse com firmeza. — Quando tem algo te incomodando, você mexe o nariz.
Lizzie parou, surpresa, e imediatamente soltou uma risada curta, apesar de si mesma.
— Eu não mexo o nariz... — rebateu ela, mas Rosalie arqueou uma sobrancelha, desafiadora.
— Ah, claro que mexe — respondeu Rosalie, sorrindo de canto. — Então, o que está acontecendo?
Lizzie suspirou, deixando que seus dedos mergulhassem novamente na água.
— É complicado, Rose... — murmurou, seu olhar fixo no reflexo distorcido da água. — Tive um sonho, mas parecia mais do que isso... Era como uma memória. Só que não consigo entender.
— E o que você viu?—Rosalie inclinou-se levemente para frente, interessada.Lizzie hesitou antes de continuar, sentindo-se vulnerável, mas finalmente confessou.
— Eu vi pessoas... estranhas, e depois... os Volturi. Eles invadiram uma casa. Meu pai estava lá. E Aro... ele queria me matar.
O silêncio pairou entre as duas por um instante. Rosalie tocou no ombro de Lizzie, apertando-o suavemente.
— Lizzie, talvez... talvez não seja só um sonho. Às vezes, o passado encontra um jeito de voltar, mesmo quando achamos que está enterrado.
— E se for verdade?—Lizzie virou o rosto para encarar a irmã, os olhos refletindo a mistura de confusão e medo.— E se eles vierem atrás de mim, Rose?
— Se isso acontecer, você não estará sozinha.—Rosalie apertou os lábios, sua expressão ficando séri— Eles vão ter que passar por todos nós.
A promessa implícita nas palavras de Rosalie trouxe algum alívio a Lizzie. Ela balançou a cabeça levemente e permitiu que um pequeno sorriso se formasse.
— Obrigada, Rose.
— Sempre, irmã. Sempre.
(...)
Rosalie e Lizzie caminhavam juntas pelo jardim em direção à casa dos Cullen. O dia estava nublado, típico de Forks, mas a atmosfera parecia mais pesada do que de costume. Ao se aproximarem, Lizzie notou Esme e Emmett saindo pela porta da frente.
— Onde vocês estão indo? — perguntou Lizzie, inclinando a cabeça e cruzando os braços.Emmett sorriu de lado, aquele sorriso despreocupado que sempre a fazia sentir um calor estranho.
— Supermercado — respondeu ele casualmente.Lizzie devolveu o sorriso, mas antes que pudesse responder, Emmett já havia se aproximado para beijá-la rapidamente.
— Não apronte enquanto eu estiver fora, bruxinha— ele murmurou contra seus lábios, antes de se afastar e entrar no carro com Esme.
Lizzie riu baixinho, acenando enquanto o carro desaparecia ao longe. Rosalie, ao seu lado, apenas revirou os olhos, impaciente.
— Vamos entrar.
As duas loiras entraram na casa e se dirigiram à sala, onde Izzy estava sentada no sofá, mexendo no celular. Ao ver Rosalie, ela rapidamente levantou e se aproximou, um sorriso travesso no rosto.
— Estava com saudades — disse Izzy antes de puxar Rosalie para um beijo, Tosalie sorriu contra os lábios da namorada, mas Lizzie bufou, fingindo irritação.
— Certo, vou ver se tem algo na cozinha pra comer. Vocês duas fiquem com suas demonstrações públicas de afeto.
Sem esperar resposta, Lizzie seguiu para a cozinha, deixando as duas rindo atrás dela. Ao abrir a geladeira, percebeu que estava praticamente vazia, mas antes que pudesse reclamar, um forte flash de memória invadiu sua mente.
As imagens eram intensas, vívidas: Aro, Jane, gritos, sangue... o som de lutas ecoava em sua cabeça. Lizzie cambaleou para trás, segurando a cabeça com as mãos, enquanto as memórias ficavam mais claras. A pressão era insuportável, e um grito escapou de seus lábios.
Sua magia explodiu instintivamente. Panelas voaram dos armários, facas caíram com estrondo no chão, e as portas dos armários se abriram violentamente. Lizzie, em meio ao caos, ofegava, a respiração pesada, enquanto lágrimas começavam a escorrer por seu rosto.Na sala, Rosalie foi a primeira a ouvir o barulho.
— O que essa menina está aprontando agora? — murmurou irritada, correndo em direção à cozinha.
Ao entrar, porém, uma faca passou voando a centímetros de seu rosto. Rosalie parou, os olhos arregalados.
— Essa menina está virando o diabo de novo!— ela exclamou, desviando de outra panela que foi lançada em sua direção.
Alice, Izzy e Jasper apareceram logo atrás dela, parando na entrada da cozinha. Lizzie, com as mãos erguidas, parecia em transe, os olhos brilhando com intensidade.
— Lizzie! — gritou Alice, tentando chamar sua atenção, mas sem sucesso.
Jasper, percebendo a gravidade da situação, puxou Rosalie, Izzy e Alice para fora do alcance dos objetos voadores.
— As emoções dela estão uma bagunça — murmurou ele, tentando inutilmente acalmá-la.
Enquanto isso, Lizzie virou a mão com força, e um dos armários maiores caiu no chão com um estrondo ensurdecedor. Sua respiração estava descontrolada, e sua expressão misturava confusão, dor e raiva.
— Lizzie, você precisa parar! — gritou Rosalie da porta, mas sua voz parecia não alcançar a irmã.
Lizzie fechou os olhos, tentando controlar a respiração. Pensou em Emmett: na maneira como ele sorria para ela, em sua voz grave e divertida, em seu toque firme e seguro, nos beijos que sempre a faziam esquecer o mundo. Lembrou-se do contraste entre sua pele fria e os sentimentos calorosos que ele despertava nela. Aos poucos, essas lembranças trouxeram calma, e a magia que antes pulsava ao seu redor desapareceu.
Quando abriu os olhos novamente, viu o estrago que causara na cozinha. Panelas, facas e pedaços de madeira estavam espalhados por toda parte. Lizzie sentiu o peso da culpa e abaixou a cabeça, os ombros caindo em derrota.
Rosalie, que havia observado tudo em silêncio, aproximou-se da irmã mais nova. Sem dizer nada, ela a envolveu em um abraço firme. Lizzie não resistiu; deixou-se levar pelo conforto inesperado.
— Está tudo bem, Lizzie — murmurou Rosalie, com uma voz surpreendentemente suave.
Nesse momento, Izzy, Alice e Jasper entraram na cozinha novamente. Lizzie levantou a cabeça dos braços de Rosalie, o rosto marcado por arrependimento.
— Me desculpem... eu não queria... — ela murmurou, a voz embargada,Alice deu alguns passos à frente, observando a irmã com atenção.
— Você quer contar o que aconteceu? — perguntou delicadamente, mas Lizzie balançou a cabeça, ainda se segurando em Rosalie.
— Não... não agora.
Rosalie trocou um olhar rápido com Alice, que apenas assentiu, respeitando o silêncio de Lizzie.
(...)
Mais tarde, Esme e Emmett voltaram com as compras. Ao entrarem na casa, o som de risadas e conversas parou abruptamente. Ao chegar à cozinha, Esme viu Izzy, Alice e Jasper arrumando os estragos.
— O que aconteceu aqui? — perguntou Esme, preocupada.
Antes que alguém pudesse responder, Emmett colocou as sacolas no balcão e, com sua velocidade vampírica, subiu as escadas sem dizer uma palavra. Ele sabia exatamente o que havia acontecido.
Ao entrar no quarto de Lizzie, encontrou Rosalie sentada na cama, com Lizzie dormindo com a cabeça em seu colo. Rosalie ergueu os olhos para o irmão mais novo e suspirou, levantando-se cuidadosamente para não acordar Lizzie.
— Ela está exausta. Cuidem dela — disse Rosalie antes de sair do quarto, deixando Emmett sozinho com Lizzie.
Ele se aproximou devagar, sentando-se ao lado da namorada. Lizzie, mesmo adormecida, pareceu sentir sua presença. Ela mexeu levemente a cabeça e abriu os olhos, ainda meio sonolenta.
— Emmett...? — ela murmurou, sua voz carregada de cansaço.
— Sou eu, bruxinha — respondeu ele, com um sorriso tranquilo. Ele segurou a mão dela, entrelaçando seus dedos. — Estou aqui agora.
Lizzie fechou os olhos novamente, suspirando aliviada. A presença dele era tudo de que precisava para se sentir segura outra vez.
Mais um capítulo amores espero que gostem ❤️ 🥰 ❤️ 🥰
Meta 90 curtidas amores
30 comentários amores
Até o próximo capítulo amores ♥️ 🥰 ♥️ 🥰
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro