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Um deus nos Compra Cheesburgersᶜᵃᵖᶦᵗᵘˡᵒ ᵈᵉᶻ

— Como pode fazer isso? — Poseidon exclamou, irritado com a ação da deusa à sua frente.

— Eu é que faço essa pergunta. Como ela pôde dar-me tamanho desgosto? Eu, a própria mãe! — A deusa tinha uma expressão igualmente irritada.

Poseidon franziu o cenho, não acreditando no que ouvira. Ele cruzou os braços, seu rosto se contorcendo de desgosto.

Poseidon havia acabado de salvar o filho de algo que Atena permitira que acontecesse. Ela deixara Equidna entrar em seu santuário para punir meros adolescentes por causa de um ego ferido. Entre esses adolescentes estava sua própria filha.

— Tudo isso por causa de um ego ferido. — Poseidon balançou a cabeça em negação e decepção.

Atena virou-se para ele, um brilho cinzento de raiva em seus olhos.

— Fiz o que era certo. Eles cometeram um desrespeito — disse Atena. — O seu filho cometeu! —

— E você puniu a sua própria filha por algo de que ela não teve culpa! — Poseidon rebateu, fazendo Atena calar-se.

A deusa permaneceu de braços cruzados, abrindo a boca várias vezes para responder, mas sem encontrar palavras. Uma expressão de raiva e desgosto cruzava seu rosto.

— Além de permitir que aquele moleque, o seu filho, trouxesse a cabeça da Medusa para nós, ela o levou para o meu santuário. Meu! — Atena disse, a raiva evidente em seu olhar. — Isso foi uma vergonha! Uma ofensa! —

— Acha que foi certo o que você fez? — Poseidon perguntou. — Acha que foi justo punir a sua filha, que lhe é tão devota? — Ele apertou os olhos, seu rosto marcado pela decepção. — Que tanto lhe admira?

— Você não sabe de nada — retrucou Atena, virando-se e apoiando os braços sobre a mesa.

— Eu sei. Sei muito bem — afirmou Poseidon, dando alguns passos em sua direção.

— Sabe? — Atena se virou, contendo uma risada. — Não acho que saiba. —

Poseidon parou a alguns passos da deusa, olhando-a de cima a baixo antes de soltar um suspiro. Estava decepcionado, irritado e desgostoso com as ações da deusa, tão admirada por sua filha, mas que a havia ferido profundamente por causa de um ego ferido.

— Por que fez isso? — disse Poseidon.

— Ela mereceu. Ela me envergonhou — respondeu Atena.

— Ela não merecia nada disso! — Poseidon retrucou.

— Você não sabe de nada! Ela é minha filha, e eu sei o que ela fez — insistiu Atena, a raiva cintilando em seu olhar. — Não opine!

Poseidon virou-se de costas para ela, apertando os punhos. Olhou por cima do ombro para a deusa da sabedoria.

— Sabe, não ficarei surpreso se ela começar a considerar o meu filho e o filho de Hermes mais família para ela do que você — disse Poseidon.

Atena o encarou, perplexa.

— O que disse? — ela perguntou, enfurecida.

— Foi isso mesmo que você ouviu. — Poseidon virou-se levemente para encará-la. — Eles estão fazendo mais por ela do que você jamais fez. —

A deusa, sem palavras, tentou sustentar um semblante irritado.

— Ela é uma garota doce, inteligente. Não teve culpa em nada para merecer sua punição. — Ele balançou a cabeça. — Mas agora, não sei se ela ainda terá o mesmo amor por você. Afinal, foi você quem a decepcionou.

Poseidon começou a se afastar, abriu a porta e, antes de sair, lançou um último olhar para os olhos cinzentos da deusa da sabedoria.

— Você é uma mãe horrível, Atena. Você é um monstro. —

A deusa ficou perplexa. Era como se as palavras lhe tivessem fugido. Ela se sentou, passando a mão pelo rosto, enquanto as palavras de seu rival ecoavam em sua mente.

Atena não se sentia arrependida de nada, mas aquela conversa certamente a deixou abalada.

🔱 | PERCY JACKSON POV'S | 🌊
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Estávamos andando pela estrada, no meio do nada, há pelo menos uma hora. Eu já não estava tão encharcado.

— O que vamos fazer agora, eu não sei. A polícia tá atrás da gente — disse Luke.

Bem, sobre isso... como posso resumir? Agora somos fugitivos da polícia. Pois é. Com dezessete anos, eu já sou um procurado. Se minha imagem aparecer na TV, nem quero imaginar a reação dos meus vizinhos.

Não vamos poder pegar nenhum tipo de transporte que precise de bilhetes, como trens ou ônibus.

— Finalmente tô percebendo o quão difícil essa missão vai ser — eu disse.

Annabeth me olhou daquele jeito que dizia: "Jura, gênio?"

— Não me olhe assim. Estava pensando: eu não roubei o raio-mestre. Vocês não roubaram. Mas temos certeza de que está com Hades... embora não tenha sido ele que o roubou.

— Mas alguém roubou — disse Grover, sua voz carregada de preocupação, enquanto seus ombros se encolhiam.

— Quem? Não sabemos. E nem os motivos por trás disso. Isso realmente vai ser complicado — murmurei.

Grover, Luke e Annabeth me encararam.

— Eu sou o único que percebeu isso só agora, né? — perguntei.

— É, foi — respondeu Luke.

— Desde o início da missão, eu não estava tão comprometido. Mas, desde que saí do rio... — eu hesitei. — Tudo parece diferente.

— Meu pai me salvou. Eu... eu não esperava que ele fosse fazer algo assim por mim.

Luke deu algumas batidinhas no meu ombro.

— Imagino como deve se sentir. É uma sensação estranha, né?

Assenti.

Franzi o cenho ao ouvir um som distante. Parecia uma moto. Ou talvez um carro.

— Carro — disse Grover.

— É uma moto — corrigiu Annabeth.

— Vamos deixar passar — ela disse, puxando-nos para nos escondermos.

Corremos para o acostamento e nos abaixamos atrás da barreira de concreto.

— Sabe o que eu acho? Além de recuperar o raio, vamos ter que bancar detetives — murmurei.

— Luke, o que houve? Você está estranho desde que saímos do Arco — murmurou Annabeth, atraindo a atenção de Luke.

— Eu não tô estranho — disse ele.

— Tá sim.

— Olha, se foi pelo abraço, tá tudo bem. — Dei de ombros. — É isso que amigos fazem, eu acho.

— Eu vi as Parcas — disse Luke, de repente.

— As Parcas? — Grover arregalou os olhos, tremendo, visivelmente aterrorizado.

— No Arco, vi as três Parcas. Átropos cortou um pedaço de fio.

— E isso é ruim, ou...?

— As Parcas tecem o fio da vida de todos os seres — explicou Annabeth. — Se vimos um fio ser cortado...

— Significa que um de nós vai morrer. Em breve — concluiu Luke.

Franzi o cenho. Um frio percorreu meu estômago ao ouvir aquilo.

— Isso é um aviso. Um presságio — murmurou Annabeth, enquanto o som da moto ficava mais próximo.

— Olha, precisamos falar sobre essa história de destino. Três velhas com um rolo de lã não vão decidir nosso futuro — murmurei. — Nós mesmos temos que decidir o que vamos fazer. E eu posso escolher o que eu... quiser — disse, percebendo que a moto havia parado.

— Precisam de ajuda? — uma voz masculina perguntou.

Nos entreolhamos antes de nos virarmos, espiando por trás da barreira de concreto. Um homem forte, barbudo e usando um sobretudo preto estava parado sobre uma Harley. Ele tinha toda a aparência de um motoqueiro que ouve rock no volume máximo.

— O que disse? — indagou Grover.

— Perguntei se precisam de ajuda — repetiu o homem, com uma expressão desinteressada e um toque de impaciência na voz.

— Não, obrigado. Estamos bem — respondeu Luke, acenando antes de voltarmos a nos esconder.

— Não parecem bem.

Bufei, levantando-me para encarar o homem.

— Com licença, o senhor não tem nada melhor pra fazer, não? — perguntei, irritado com a insistência.

Annabeth me beliscou no braço antes de se levantar também.

— Agradecemos a preocupação, mas não precisamos de nada. Passar bem — disse ela, puxando-me para trás da barreira.

— Vocês estão bem atrasados pra ficar recusando ajuda — zombou o homem.

Franzi o cenho e olhei para Luke, que fez sinal para nos levantarmos.

— O solstício de verão está perto. E, embora eu adorasse ver uma guerra começar, como seu primo mais velho, acho que devo dar uma ajudinha — disse o homem, me encarando.

Primo?

— Primo? — perguntei, confuso.

— Ares — Annabeth disse.

Ares? O deus da guerra? Só pode ser piada!

— Você deve ser filha de Atena — disse Ares, sorrindo. — Sempre precisa ser a mais esperta, não é? Devia ter visto o surto da sua mãe quando aquela cabeça chegou ao Olimpo! — Ele soltou uma gargalhada.

— Por que nos ajudaria? E como sabia que estávamos aqui? — perguntou Luke, cruzando os braços.

— Você é filho de Hermes, não é? — Ares sorriu de forma nada amigável. — Quanto à sua pergunta, estou fazendo o mesmo que vocês.

— Zeus mandou todos os seus filhos em busca do raio-mestre. Escutem, crianças, estou com fome, e há uma lanchonete no fim da estrada. Se quiserem minha ajuda, me encontrem lá. Mas não demorem, eu nunca espero. — Ele ligou a moto novamente e partiu.

— Então, esse é o meu primo? — Cruzei os braços. — Que babaca!

— Deveria ter cuidado com o que fala dos deuses, Percy — Luke alertou.

— Pouco importa. Não vão me dizer que não pensaram o mesmo? — Olhei para cada um deles, que permaneceram em silêncio. Era a confirmação perfeita que eu precisava.

Ares é um babaca.

Chegamos a um acordo em que aceitaríamos a proposta de Ares. Eu tinha um pressentimento de que isso daria alguma merda lá na frente.

Depois de caminhar por quase quarenta minutos, finalmente chegamos ao tal restaurante, vulgo "RESTAURANTE WHEELZ".

Quando entramos, não havia muita gente. Provavelmente, esses tipos de comércios à beira da estrada não eram muito movimentados.

Olhando ao redor, nossa atenção foi atraída por um homem que ria alto para um telefone, incomodando os outros clientes. Bufei ao perceber que era Ares. Para ser sincero, não duvidei nem por um momento que aquele fosse o tipo de comportamento dele. Só de olhar para ele, eu lembrava de Gabe. Ou seja, eu queria calar a boca dele fazendo-o engasgar com um dos hambúrgueres que estavam sobre a mesa em um prato.

— Olha só, parece que estamos no lugar certo e já achamos ele — murmurei enquanto nos aproximávamos.

— Esperem um pouco. Acabei de começar uma briga no Twitter — disse Ares, olhando para nós por um momento antes de voltar a digitar freneticamente no telefone.

Briga no Twitter? Sério? Revirei os olhos enquanto nos sentávamos. Olhei para os hambúrgueres empilhados em um prato sobre a mesa.

— Nada me deixa mais feliz do que uma boa briga de rabugentos... — murmurou Ares, como se lesse o que estava digitando.

Depois de deixar o telefone de lado com uma risada, ele se voltou para nós.

— A missão de vocês vai falhar — disse Ares, com um sorriso.

— Não vai, não cruzei os braços. —

— Primeiramente... — Ares começou, erguendo o telefone, onde passava uma notícia do jornal da cidade com a seguinte manchete: "FILHO É O PRINCIPAL SUSPEITO DO DESAPARECIMENTO DE SUA MÃE."

Nos inclinamos sobre a mesa.

"— O Percy sempre foi problemático. Mas eu nunca achei que ele fosse capaz disso." — Gabe estava sendo entrevistado.

Meu queixo caiu.

— Quem é esse? — Luke perguntou.

— Meu padrasto — respondi.

"— Além da destruição no Arco, você acha que ele está envolvido no desaparecimento da sua mulher?" — perguntou a repórter.

"— Vindo dele, o que ele não faria?" — disse Gabe, com um falso tom triste e abalado.

— Filho da puta! Eu vou matar o Gabe! — bati com o punho na mesa.

— O FBI está espalhando sua foto por todo lugar — disse Ares.

"— Eles foram em um Camaro. Nós amávamos aquele carro. Amávamos muito." — Gabe disse com uma voz chorosa.

— Corta, por favor!" — pediu Gabe, colocando a mão no rosto e começando a chorar.

— Que vá você e a merda daquele Camaro para o quinto dos infernos! — cerrei os punhos.

Minha vontade era atravessar aquela tela e socar a cara de Gabe.

— Eu sabia que ia gostar de você — disse Ares, guardando o telefone.

— As chances de vocês pedirem uma carona até Los Angeles sem serem pegos são quase zero — afirmou Ares.

— Então, o que está fazendo aqui? Se você está ajudando a procurar o raio-mestre, não deveria estar fazendo isso em vez de estar com quatro adolescentes numa lanchonete, não é? — Luke ergueu uma sobrancelha.

— Você é bem corajoso, não é? — Ares sorriu de forma ameaçadora. Porém, Luke não pareceu se abalar.

— Independente de o raio ser recuperado ou não, Zeus e Poseidon entrarão em guerra — disse Ares.

Franzimos o cenho e nos olhamos.

— Não. O Oráculo disse que, se devolvêssemos o raio-mestre, não haveria guerra — eu disse.

— O Oráculo disse ou Quíron disse? — Ares levantou uma sobrancelha.

Ares suspirou: — Você é novo na família, garoto. Então, vou te dizer como funcionamos.

— Antes de eu nascer, meu avô Cronos engoliu os meus tios. Meu pai o obrigou a cuspir todos de volta, cortou meu avô em milhares de pedaços e jogou os pedaços em um poço sem fundo. E isso já dá o tom de saida — explicou Ares.

— Os olimpianos brigam, traem e se apunhalam pelas costas. Fazemos qualquer coisa para tirar vantagem uns dos outros. E é por isso que eu amo a minha família — Ares deu um sorriso. — Zeus sabe que não vai conseguir o raio de volta com missões, buscas ou perseguições. Ele sabe que haverá guerra e parece estar bem com isso. Deve achar que está na hora de uma guerra, então teremos uma.

— Não é emocionante? — Ares perguntou com um sorriso, realmente parecendo emocionado.

— Vamos terminar essa missão e parar a guerra. Você vai nos ajudar ou não? — Cruzei os braços sobre a mesa com um olhar sério.

— Trato é trato. Tem um parque de diversões na estrada, e eu deixei meu escudo lá. Se forem lá e trouxerem meu escudo de volta, eu levo vocês ao Mundo Inferior antes do almoço de amanhã com um plano de invadir o Palácio de Hades.

— Um parque de diversões? Você esqueceu o seu escudo em um carrossel, por acaso? — Luke sorriu, sarcástico.

Ares torceu o nariz, inclinando-se sobre a mesa para olhar Luke. Os dois mantinham olhares sérios.

— A piada foi engraçada por um momento, Castellan, mas já perdeu a graça. — Ares disse com um tom ameaçador, fazendo com que a postura de Luke se tornasse mais rígida. Ele não parecia com medo ou abalado.

— Ah, você jura?

Ares ficou mais sério, a raiva queimando em seus olhos como labaredas de fogo.

— Temos um trato, ou vou ter que matar vocês quatro para poder comer em paz? — Ares bateu o punho na mesa.

Nos entreolhamos.

— Tudo bem, assim seja feito. — Annabeth concordou.

Ao ouvir isso, o semblante de Ares mudou imediatamente para um sorriso, que poderíamos chamar de amigável, digamos assim.

— Ótimo! Mas tem um detalhe. Dois vão, dois ficam como garantia de que não vão fugir.

— O quê? Não! — Annabeth negou.

— Tudo bem. — Olhamos para Grover.

O sorriso de Ares se alargou.

— Vocês dois vão, e eles ficam. — Ares apontou para mim e para Luke e depois para Grover e Annabeth.

— Não vamos nos separar, não de novo. — Luke disse.

— Tudo bem. — Annabeth olhou para Luke. — Se ele quisesse nos matar, já teria feito.

— Podemos acompanhar vocês até a porta? — Grover perguntou. Ares parecia hesitante, mas permitiu.

Todos nós levantamos e caminhamos até a porta.

— Por que aceitaram isso? — Luke questionou.

— Apenas confie em nós. Ele vai tentar nos irritar, persuadir, mas não daremos chances. — Annabeth respondeu.

— Mas... — Grover me interrompeu. — Sabemos o que estamos fazendo. Vão lá! Recuperem o escudo e, pelo amor de todos os deuses, tomem cuidado.

Eu e Luke caminhamos por quase uma hora. O sol já estava se pondo quando finalmente chegamos ao tal parque. A julgar pela placa do parque, ele se chamava AQUALÂNDIA, mas agora algumas letras haviam sido arrancadas, deixando apenas AQU L D A.

A primeira coisa que pensei foi em um filme de terror. Daqueles em que os figurantes ou até os protagonistas acabam em um parque de diversões abandonado e mal-assombrado.

— Não vi muitos filmes de terror, mas aqui seria um cenário perfeito para o fantasma de um palhaço assassino. — Eu disse.

— Eu vi poucos filmes. Mas concordo com você. — Luke respondeu enquanto nos aproximávamos do portão.

— Poucos? Como assim? — Perguntei, achando que aquilo era algum tipo de piada.

— Não temos tecnologia no acampamento, você sabe. Pelo que me lembro, as vezes que vi um filme foram na época em que eu, Thalia e Annabeth andávamos por aí. Fomos ao cinema uma ou duas vezes. — Luke respondeu.

— A gente tem que mudar isso.

Luke me olhou com um sorriso.

— Se a gente não morrer, podemos dar uma escapadinha do acampamento e ir ao cinema. — Sugeri, ouvindo uma risada de Luke em seguida.

— Eu topo.

Chegamos em frente às catracas, e, no momento em que eu ia passar, ouvi um barulho estranho. Ao olhar para cima, vi um tipo de mecanismo semelhante a um moedor.

— Não se mexa! — O que é isso?

— Tem um mecanismo lá em cima, — Luke apontou — é bronze celestial.

— Dá para explicar de um jeito que eu entenda? — Perguntei, olhando para Luke.

— Parece ser o mesmo material da sua espada. Se for humano, passa direto por você. Se for monstro ou semideus...

— O que está acontecendo? — Perguntei, começando a entrar em pânico.

— É o que eu quero entender. — Luke respondeu — Isso não é um parque de diversões normal. Um deus construiu isso.

— Que tipo de deus vai construir um parque de diversões? — Questionei, ainda imóvel.

— Hefesto.

— Por que ele construiria um parque de diversões? — Perguntei.

— Porque é divertido e ele gosta de construir? — Luke brincou com uma risadinha.

— Luke, isso não foi engraçado. — Foi um pouco.

Luke olhou para o mecanismo, como se tentasse entender.

— Eu não sou a Annabeth, mas acho que entendi. — Luke se aproximou.

— Você acha?
— Você precisa empurrá-lo.
— Empurrá-lo?
— Sim.
— Se eu morrer triturado ou esmagado, a culpa vai ser sua!

— Percy! Só vai, confia em mim. — Luke disse.

Sem questionar muito, apenas fiz o que Luke disse.

Comecei a empurrar a catraca, como se fosse passar por ali. Quando cheguei do outro lado, olhei para um tipo de contador que agora marcava o número 001.

— Isso não é para nos machucar, e sim para assustar. — Luke disse enquanto passava.

Agora marcava 002.

— Como sabe de tudo isso? — Perguntei, olhando para Luke.

— Annabeth me ensina algumas coisas assim nas horas vagas. — Luke deu de ombros. — Hefesto queria saber quando semideuses viriam brincar no parque dele. — Luke disse, olhando para o contador.

— Acho que agora ele sabe que estamos aqui. — Eu disse.

Começamos a perambular pelo parque, olhando em cada canto que pudesse ter o escudo. E, antes que pergunte, sim, olhamos no carrossel.

Aquele lugar me dava arrepios. A cada lugar que íamos, parecia ainda mais sinistro e digno de um filme de terror que ganharia o Oscar.

— Isso é irado. Sinistro? Sim, mas ainda é irado. — Luke disse. — Dá para acreditar que Hefesto fez tudo isso?

— Se foi o deus dos artesãos que fez tudo isso, o que o deus da guerra estaria fazendo aqui? — Perguntei — E por que iria embora sem seu escudo?

— Se eu tivesse que adivinhar, diria que Ares sempre teve uma quedinha por... — Afrodite. A deusa do amor e esposa do Hefesto. — Interrompi Luke.

— Encontrar ela aqui? No parque de diversões do marido dela? Além de não ser bom, é uma baita falta de fidelidade. — Eu disse.

— Eles foram pagos, Ares teve que sair às pressas e por isso deve ter esquecido o escudo. — Luke disse.

— Ares não mentiu quando disse que essa família é uma bagunça. — Luke disse.

— Hefesto não é exatamente bonito, mas é habilidoso. Mas você sabe, Afrodite não é do tipo que prefere inteligência e talento.

— Ela prefere motoqueiros babacas.

Enquanto andávamos, ouvimos uma música que parecia romântica tocar nos alto-falantes. Olhamos na direção do som e vimos uma placa brilhando em rosa néon: UM PASSEIO EMOCIONANTE E ROMÂNTICO NO TÚNEL DO AMOR.

— Não tente me convencer de que isso não é estranho. Porque é. — Eu disse.

— Eu não disse nada. — Luke respondeu. — O escudo deve estar lá. — Luke afirmou.

— Como tem tanta certeza? — Olhei para Luke, que apenas deu de ombros.

— Tudo bem. Vamos lá. — Eu disse.

⚔️ LUKE CASTELLAN POV 💸 ▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃▃

Percy e eu subimos no barco. Puxei algumas vezes a corda do motor para fazê-lo ligar. O barco começou a andar, adentrando o túnel escuro, exceto pelas poucas lâmpadas que iluminavam o túnel. A maioria estava queimada e, por isso, não conseguimos ver quase nada. A única coisa que podia ser ouvida era o som do motor do barco. Minhas bochechas estavam esquentando um pouco e eu tinha quase certeza de que Percy também estava assim, e eu não entendia o porquê. Eu sentia novamente aquela sensação estranha. Aquela sensação que às vezes aparecia quando eu estava com Percy.

Nenhum de nós parecia ter coragem o suficiente para iniciar uma conversa enquanto olhávamos ao redor à procura do escudo.

De repente, uma música começou a tocar nos alto-falantes. Feixes de luz atravessaram o teto do túnel. Várias estátuas de cupidos surgiram, com seus arcos e flechas de corações, dando um toque a mais de romantismo ao lugar.

"What is love?
Oh, baby, don't hurt me
Don't hurt me
No more..."

— O que é isso? — perguntei, olhando ao redor enquanto a música começava a tocar.

— Eu já ouvi isso. Acho que foi no consultório do meu dentista — afirmou Percy.

Várias formas começaram a se moldar nos feixes de luz, como uma projeção que se movia de acordo com a batida da música. Mostrava uma mulher grávida, revelando o bebê, que estava cercado de ferramentas de carpintaria.

— Eu conheço essa história. É a história do Hefesto — contou Percy.

— Rejeitado por Hera. Rejeitado por Afrodite — disse eu, com um suspiro.

— Minha mãe me contava que era assim que os deuses se tratavam. Que esse é o tipo de família que eles são — continuou Percy. — Ela queria me manter longe de vocês. Longe desse mundo — concluiu Percy, me fazendo erguer uma sobrancelha.

— Isso não deu muito certo.

— Não mesmo — respondeu Percy.

Eu quebrei o silêncio após um tempo.

— Ela te preparou bem — disse eu. Percy se virou para olhar para mim.

— Acho que sim — Percy sorriu.

Sorri de volta antes que as luzes se apagassem, junto com a música. Olhamos ao redor até nos depararmos com uma descida.

— Droga, se segura! — disse eu, antes de descermos em alta velocidade.

Enfrentamos várias descidas, subidas e curvas radicais. Depois de um tempo, a velocidade do barco finalmente diminuiu enquanto passávamos por várias ilustrações antigas do que pareciam ser casais.

Ao meu lado, havia uma sala com uma grande estátua segurando um escudo com um javali estampado e um trono dourado, como se fosse ouro.

— O escudo do Ares — disse eu —, como vamos pegar?

— Temos que pular! — disse Percy ao meu lado, quase desesperado.

— O quê? Por que? — perguntei, antes de Percy apontar para outra descida.

Arregalei os olhos. Puxei Percy para que pulássemos na água. Minha visão ficou um pouco turva devido à correnteza agitada, que nos levava para a descida. Nos debatemos na água tentando nadar.

— Pega a minha mão! — gritei para Percy. Percy tentou pegar minha mão, mas falhou.

De repente, senti como se a água estivesse me puxando.

Abri os olhos enquanto tossia, me recuperando do quase afogamento.

— O que... o que você fez? — olhei para Percy, que estava deitado ao meu lado.

— Eu não sei — respondeu Percy.

Estávamos em cima da plataforma onde havia a estátua e o trono. Nós nos levantamos, um pouco ofegantes pela adrenalina.

— Como tiramos o escudo dali? — perguntou Percy.

— Eu não sei. O trono e a estátua parecem interligados — Percy me olhou, confuso.

Percy olhou novamente para o trono, parecendo analisá-lo.

— Isso é um presente de segundas intenções. Hefesto construiu isso para Hera, e, quando ela se sentou, não conseguiu mais sair. Todos tentaram tirá-la daí, mas não conseguiram. Era muito forte, muito complexa, até mesmo para eles. Então, disseram que, se ele soltasse ela, Afrodite se tornaria sua esposa. A cadeira é a barganha, o sacrifício. Um de nós fica e o outro pega o escudo — explicou Percy.

— Cacete...

— Eu fico — disse Percy, caminhando até o trono.

Rapidamente, segurei o braço de Percy, evitando que se afastasse.

— Não! Quem sentar não se levanta mais, Percy — disse eu.

— Sim, eu sei, e por isso vou — Percy tentou ir até o trono novamente, porém eu o impedi, fazendo-o ficar cara a cara comigo.

— Nós não estamos no Arco para você me empurrar de novo escada abaixo.

Percy suspirou. — Annabeth precisa de você. Grover ficará bem. Vocês vão ficar melhor sem mim. Vão e terminem essa missão.

— Eu já disse que não. Você já se sacrificou demais, Percy! Deixe de ser tão teimoso — disse, olhando em seus olhos.

— Luke... — Eu o interrompi. — Eu vou.

Soltei o braço de Percy e parei em frente ao trono. Me virei para olhar uma última vez para Percy, com um sorriso.

— Diga a Annabeth que eu a amo e que ela é uma irmã incrível — eu disse.

— E... obrigado por tudo, Percy.

— Não vai adiantar se eu implorar, não é? — Percy perguntou enquanto se aproximava.

— Não mesmo.

Com um suspiro, me sentei naquele trono. Quando me acomodei, senti um arrepio percorrer meu corpo e ouvi o som de alguma engrenagem sendo ativada.

— As Parcas estavam certas, no final das contas — comentei, vendo fios dourados subirem pelas minhas pernas, chegando aos braços.

— Isso é uma péssima ideia, levanta — Percy se aproximou.

— Eu não consigo — disse, vendo os fios dourados chegarem ao meu rosto.

— Obrigado por tudo, Percy. Eu... — eu disse, por fim.

🔱 | PERCY JACKSON POV | 🌊
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O escudo caiu no chão, fazendo um barulho quase estridente.

— Luke...

Dei um passo à frente, encarando o garoto em dourado sentado no trono, como se fosse uma estátua que fizesse parte dele.

Não... não, por favor, não...

Eu sentia como se meu coração estivesse se partindo em pedaços. Eu não podia deixar Luke para trás. Eu não podia.

Corri até a parte de trás do trono, ignorando totalmente o escudo. Franzi o cenho enquanto olhava aquelas engrenagens. Mesmo sem saber como, comecei a tentar achar uma forma de tirar Luke dali.

De repente, ouvi um barulho, como se uma porta estivesse se abrindo. Olhei para cima, vendo um homem de bengala e cabelos grisalhos. Aquele deveria ser Hefesto.

— Precisa de ajuda para sair daí? — o homem perguntou.

O som de uma flauta de bambu ecoou. Vi uma escada sair de dentro d'água e ir até a outra plataforma onde ele estava.

Apenas ignorei aquilo e continuei a tentar mexer nas engrenagens.

— Eu não vou sair daqui sem ele.
— Não é bem assim que funciona. É um caminho sem saída para um de vocês. Isso não pode ser desfeito.

— Como você sabe? — disse, tentando puxar uma engrenagem, sem sucesso.

— É uma criação minha, afinal — Hefesto respondeu.

Parei por um momento antes de suspirar, voltando a tentar uma forma de tirar Luke dali.

— Eu não vou sair daqui sem ele. Se você não vai me ajudar, não me atrapalhe.

— Isso é tolice — Hefesto disse.

Suspirei e me levantei, encarando-o.

— Todos vocês são assim. Não deveria ser assim, não devia! Morrer ou matar, poder e glória. É como se isso fosse a única coisa que importasse! Ares é assim, Zeus é assim. Você é assim! — apontei para Hefesto, vendo-o franzir o cenho — Mas ele não. Ele é melhor do que isso.

Senti uma lágrima quente escorrer pela minha bochecha enquanto Hefesto ficava em silêncio. Olhei novamente para as engrenagens e vi elas começarem a se mexer quando o mesmo som de flauta de bambu soou, dessa vez com outro tom.
Corri até ficar de frente para o trono, onde o ouro começava a sair do rosto de Luke, que respirava fortemente em busca de oxigênio.

— Luke! — ajudei-o a sair do trono.

— Você é uma boa pessoa, Percy Jackson. Sua lealdade lhe distingue — Hefesto disse — Falarei sobre você a seu pai.

Hefesto disse isso antes de entrar novamente pela porta onde saiu anteriormente.

Olhei para Luke. Meu coração quase explodindo de felicidade.

Sem me conter, o abracei fortemente, sentindo Luke retribuir de imediato.

— Aquele era o Hefesto? O que... o que você disse a ele? — Luke perguntou.

— Isso não importa agora — respondi.

Senti Luke apertar o abraço, antes de se afastar um pouco.

— Eu pensei que nunca mais fosse te ver... — murmurei.

Luke sorriu de canto. — Você não vai se livrar tão fácil assim de mim, loirinho.

Senti meu rosto esquentar um pouco, mas sorri com a resposta de Luke.

— Olha, Percy... eu tenho algo que preciso te contar — Luke segurou meus ombros.

Não sei porquê, mas meu coração estava acelerado.

— Nos conhecemos a pouco tempo. Mas eu tenho certeza do que eu sinto. Toda vez que eu tô com você, meu coração se acelera. Todas as vezes que você se mete em encrenca, eu fico com medo de te perder — Luke disse — Eu te amo, Percy...

Arregalei os olhos, senti meu coração errar uma batida, batendo tão rápido que achei que fosse sair pela boca. Luke abriu a boca para dizer algo, mas eu o interrompi.

— Eu... Eu sinto um calor no peito perto de você, Luke. Eu me sinto seguro com você Eu sinto algo que nunca senti antes — eu disse, vendo Luke arregalar os olhos.

— Eu também te amo, Luke.

A mão de Luke deslizou para meu rosto, acariciando a bochecha com o polegar. Minhas mãos apertaram seus ombros enquanto Luke se aproximava. Seus olhos estavam fixos nos meus, enquanto sua outra mão deslizava para minha cintura. Uma das minhas mãos foi para sua nuca, puxando-o para perto. O olhar de Luke desceu para meus lábios e depois se voltou para meu rosto novamente. Eu sentia meu rosto esquentar e que meu coração ia saltar para fora do peito. Era como se o tempo estivesse simplesmente parado enquanto nos olhávamos. Meus lábios estavam a pouquíssimos centímetros dos de Luke. Senti Luke me puxar pela cintura para mais perto, enquanto nossos narizes se encostavam.

— Posso?...

Eu apenas assenti.

Luke se aproximou, finalmente fechando o pouco espaço entre nós.

Nossos lábios se encontraram em um beijo suave, porém intenso, como se estivéssemos esperado muito tempo por aquilo. Luke pressionou seus lábios contra os meus, me fazendo me inclinar um pouco para trás. O beijo estava repleto de sentimentos. Ele me puxou um pouco mais para perto. Um arfar escapou dos meus lábios enquanto Luke apertava minha cintura, me provocando arrepios. Luke mordiscou meu lábio inferior enquanto eu apertava seu ombro, trazendo-o mais para perto. Tinha tantos sentimentos envolvidos naquele beijo, que milhares de palavras nunca poderiam descrever.

Após Luke pedir passagem, cedi. Nossas línguas se encontraram com sincronia. Luke me beijava com suavidade e paixão.

Luke mordiscou meu lábio inferior novamente antes da maldita falta de ar se fazer presente. Quando nos afastamos minimamente, deixei um selinho nos lábios de Luke enquanto estávamos ofegantes.

— Uau... — Suspirei.

Vi Luke sorrir de canto. Aquele sorriso que fazia meu rosto corar. Era como se tivesse milhares de borboletas em meu estômago.

— Você beija bem. — Luke deu um risinho.

Eu ri de volta.

— Você também, Sedex.

Luke franziu o cenho, mas não conteve um sorriso.

— Sedex? — Luke riu, e eu apenas assenti. — Tudo bem, eu não vou julgar. Podemos ir com calma.

Eu assenti com um sorriso.

— Vamos dar o fora daqui... — Luke disse.

— Vamos.

Nos afastamos e Luke pegou o escudo. Antes de subirmos as escadas que Hefesto nos forneceu, Luke me roubou um selinho com um risinho de canto.

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