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007| 𝒟𝒾𝒹 ℐ ℛℯ𝒶𝓁𝓁𝓎 𝒲𝒶𝓃𝓉 𝒯ℴ 𝒦𝓃ℴ𝓌?

4937 words

Eu realmente queria saber?

Mᴇᴜs ᴘᴀssᴏs ʀᴀ́ᴘɪᴅᴏs e nervosos poderiam ser escutados de longe com tamanha força que usava ao pisar. Eu conseguia sentir todo meu corpo arrepiado, enquanto minhas mãos se apertavam, em uma forma de parar de tremer. Paro minha caminhada repentinamente, encarando a mansão a alguns metros em minha frente, sentindo uma onda de sentimentos ruins se apoderar de meu corpo. Solto um suspiro trêmulo, começando a dar passos hesitantes em direção a entrada da mansão, parando em frente a porta com o punho erguido, prestes a bater.

— Que merda eu tô fazendo… — Murmuro para mim mesma, fazendo uma careta sofrida e parando meu punho, não batendo na porta. A ideia que eu tive hoje de manhã era longe de ser inteligente, na verdade, era a mais burra que eu já tinha em toda minha vida, e olha que foram várias! Tinha passado a noite na casa da Caroline, depois de Elena ligar e dizer o que tinha acontecido, fui o mais rápido possível para lá, dar apoio e carinho para minha melhor amiga. Acontece, que durante a noite, enquanto dormia, tinha tido um sonho muito estranho, envolvendo os irmãos Salvatore. Considerando o que tinha acontecido com o Sr.Tanner e minha curiosidade inabalável, tomei a pior decisão possível de ir confrontar Stefan. Na casa dele, sozinha, onde ele ou o irmão maluco poderiam facilmente me matar. Se isso não era burrice, eu não sabia mais o que era.

Antes que eu sequer pudesse tomar coragem de bater na porta novamente, ela se abre de uma vez e vejo Stefan saindo dela, parando ao me ver ali e ficando confuso. Bom, ou fingindo estar confuso. Ele me encara por alguns segundos surpreso, antes de olhar para trás dele e para mim novamente, me encarando.

— Annabethy, oi. Bom dia, eu acho… — Ele fala desnorteado, enquanto eu dava um sorrisinho nervoso, apertando minhas mãos umas nas outras.

— Stefan! Meu querido amigo. — Dou uma risadinha nervosa, olhando para os lados. Vejo seu olhar triplicar a confusão, enquanto ele abria a boca, sem saber o que dizer.

— Tá tudo bem? — Ele pergunta depois de um tempo, parecendo preocupado. Encaro ele e abro a boca pra falar, gaguejando e olhando nos olhos dele.

— Tudo… bem. — Falo de forma esganiçada, o olhando de forma engraçada. Solto um suspiro trêmulo e deixo meus ombros cair, pegando no ombro dele e o balançando levemente. — Escuta, Salvatore. E-eu tenho pessoas que sabem onde eu estou! Então… então é melhor você e o esquisito do seu irmão maluco não fazerem nada!

Falo de forma rápida e confusa, largando ele de uma vez, que me olha numa mistura de choque e desentendimento. Ele pisca lentamente e concorda com a cabeça, me olhando de forma estranha e fazendo uma tosse falsa.

—  Tá… bom. — Stefan diz, me olhando ainda em choque. Ele balança a cabeça e murmura para si mesmo, antes de dar um passo para um lado. — Entra. Vamos conversar.

Engulo em seco, concordando repetidas vezes com a cabeça, entrando na casa dele de forma rápida e passos pesados. Sigo em direção a sala de estar e encaro ele, ainda aflita.

— Senta nesse sofá! E… e me escuta. Promete que não vai rir e… me achar maluca. — Falo nervosa, mas autoritária, cruzando meus braços e o encarando, tentando ser séria. Vejo ele reprimir um riso e concordar com a cabeça, também fingindo seriedade, enquanto se sentava no sofá onde eu indiquei. O mesmo cruza as pernas e me encara curioso, enquanto eu o olhava apavorada, sem saber o que dizer em seguida. Era isso? Eu tinha mesmo vindo aqui depois de um sonho? Supondo uma coisa maluca que provavelmente não era real? Eu estava enlouquecendo, estava completamente louca. E agora Stefan, meu novo melhor amigo, saberia de minha loucura e provavelmente riria de mim ao me escutar. Deus! Isso era pior do que a vez em que eu cismei que o Prefeito Lockwood era um lobisomem, quando tinha 10 anos.
Respiro fundo, ajeitando minha postura e o olhando seriamente.

— Eu vi você e o Damon no estacionamento. No dia da morte do Professor Tanner. — Falo de forma devagar e nervosa, o encarando e cruzando os braços. A feição antes divertida e confusa dele se transforma em choque, enquanto ele me olhava surpreso. Estranho seu olhar, implorando no fundo para que ele negasse tudo o que eu ia dizer ali, dizendo que eu estava louca. Ele tinha que negar, ele tinha…

— Quer dizer… eu não vi. Bom, eu vi, mas não vi, entendeu? Eu vi no sonho, mas não vi na vida real? — Falo em um tom de pergunta, confusa comigo mesma. Ele faz uma careta e me encara sem entender, também confuso.

— Annabethy, eu… eu não estou entendendo você. Você viu ou não viu? E o que diabos você viu? — Ele pergunta confuso, se levantando e tentando se aproximar. Dou um grito e aponto pra ele, o fazendo se assustar com meu grito repentino. — Senta aí! E me escuta, tá bom? Eu tô surtando aqui! Porque eu tenho certeza de que estou ficando louca. Sonhos esquisitos, sensações esquisitas! Minha vida tá toda esquisita, e isso pareceu piorar desde que você e seu irmão maluco chegaram na cidade!

Falo de uma vez só, antes de parar e respirar fundo, com o rosto vermelho. — Caramba, esqueci de respirar. — Dou uma risadinha nervosa, indo em direção a garrafa de Bourbon na mesa de canto e enchendo um copo, sem pedir nem nada. Encho dois copos e volto para perto dele, o entregando um, que me encara confuso mas aceita mesmo assim.

— Obrigado. Olha, eu sei que está nervosa. Mas… porque não respira fundo, se acalma, e bebe a bebida se isso ajudar, e me conta o que você viu, tudo bem? — Ele fala calmamente, me dando um sorriso tranquilo, mesmo que desse para perceber o nervosismo dele com o rumo daquela conversa. Eu concordo com a cabeça, me sentando em frente a ele e bebendo o Bourbon, fazendo careta com o gosto forte.

— Eu… eu estava ajudando Caroline e as meninas com algumas coisas na organização momentos antes do jogo. E eu senti uma sensação estranha, e saí de lá. Eu achei que estivesse no estacionamento, e foi nesse momento que eu vi. Do outro lado, você e o Damon. — Falo num tom um pouco mais calmo, vendo ele se levantar receoso de que eu gritasse novamente, pegando a garrafa de Bourbon e trazendo até aqui, enchendo meu copo novamente. Tomo um pequeno gole, me acostumando aos poucos com o gosto.

— Você disse que achava que estava no estacionamento, por que? — Ele me pergunta curioso, porém com um olhar triste no rosto, por algum motivo.

— Porque… quando eu acordei, ou sei lá o que merda aconteceu, eu estava no banheiro, com a Caroline me chamando. Enfim! Eu vi você e o Damon discutindo, e o Sr.Tanner apareceu, gritando algo sobre o jogo. E então você disse algo pro Damon e ele…. ele… — Paro de falar, olhando para o nada abalada, antes de dar outro gole na bebida e falar, evitando o olhar dele. — Ele correu, muito, muito rápido em direção ao Sr.Tanner, e começou a morder o pescoço dele.

Falo negando com a cabeça, confusa e estremecendo ao lembrar da cena. — E o Sr.Tanner gritava, e então o Damon olhou… na sua direção, e eu vi. A boca dele estava cheia de sangue, e tinha… tinha presas, e veias nos olhos dele. Eu não sei nem como eu vi, porque eu tava longe. E aí eu comecei a chorar, e minha cabeça começou a dar pontadas.

Minha voz soa um pouco mais baixa, enquanto eu abaixava minha cabeça, escutando Stefan suspirar chocado, sentindo o olhar dele sobre mim. Levanto meu olhar novamente, o encarando e fingindo uma tosse, antes de continuar.

— Eu fui pro meu carro, me sentei, abracei minhas pernas. E continuei chorando. Até escutar vozes na minha cabeça. Tão altas, tão… dolorosas. — Falo a última parte num sussurro, ainda o encarando. Sinto seu olhar de pena e culpa em minha direção, enquanto ele suspirava e passava a mão no rosto.

— Acho que eu gritei alguma coisa, e depois… eu estava na cabine do banheiro, com a Caroline me chamando, e meus ouvidos estavam sangrando. — Termino de contar, vendo o olhar assustado e curioso dele em minha direção.

— E você acha que tudo isso é real? — Stefan me pergunta, me encarando com ternura e curiosidade. Dou de ombros, começando a estalar os dedos pelo nervosismo.

— O Sr.Tanner estava morto quando eu saí do banheiro, então… — Olho para ele, dando de ombros novamente.

— Ontem eu sonhei de novo. Você estava numa espécie de porão, e conversava com o Damon, que estava dentro de algo que parecia uma cela. — Falo de forma confusa, vendo ele arregalar os olhos me encarando, levantando do sofá e começando a andar de um lado para o outro, passando a mão no cabelo. — Você… falou algo sobre vampiros. — Termino de dizer, vendo ele me olhar rapidamente com um olhar assustado no rosto. Eu me remexo desconfortável no sofá, dando uma risada nervosa.

— Ainda bem que não estamos no século XV. — Dou uma risadinha abafada, tentando fazer piadas estúpidas para me acalmar. Vejo ele me olhar em choque com o que eu disse, negando com a cabeça e contendo o sorriso divertido que queria sair.

— Eu acredito em você, e não se preocupe, não vou te queimar. — Ele devolve a piada, me fazendo ficar mais relaxada. Ele anda até relativamente perto de mim, parando a uns três metros de distância, me olhando de forma receosa.

— O que você acha, Annabethy? O que seu instinto te diz?
Ele me pergunta seriamente, me deixando pensativa e desconfortável, o olhando com dúvidas.

— Correr. Eu quero correr, porque eu acho que vocês vão me matar por ter descoberto. Seu irmão principalmente, o cara é louco. — Falo a última parte com uma careta, vendo ele ponderar e concordar. — Mas… você é meu amigo, e eu confio em você. Mas eu tô ficando maluca, Stefan. Eu preciso saber… preciso saber o que eu vi de fato. Preciso que você me diga.

O encaro de forma suplicante, vendo ele suspirar e me encarar, se afastando um pouco mais. Ele fica em silêncio por alguns minutos, antes de me encarar atentamente e finalmente falar:

— Eu sou um vampiro. Damon é um vampiro, e sim, ele matou o treinador Tanner. — Ele fala de uma vez, enquanto eu sinto o sorriso que eu tinha no rosto ao ver que ele ia contar, sumir rapidamente, dando lugar ao choque e susto. Abro e fecho minha boca várias vezes, chocada e assustada, engolindo em seco e o encarando com os olhos arregalados. Tudo bem que isso era o que eu desconfiava desde o sonho de ontem a noite. Mas isso? Escutar ele confirmando? Tornava tudo real, e eu não queria que fosse real. Bom, talvez sim, mas não agora que eu estava com medo.

— Você… não tá falando isso só pra me zoar, né?

Pergunto num fio de voz, o encarando e quase implorando para ele dizer que era mentira, que eu de fato, estava ficando louca. O mesmo deu um sorriso triste e negou com a cabeça. Vejo ele ficar pensativo, antes de num segundo, aparecer na minha frente numa velocidade jamais considerada normal para um humano, me fazendo dar um pulo no sofá e um grito alto, tentando me afastar. Vejo ele arregalar os olhos e dar alguns passos para trás, erguendo as mãos em rendição e negando com a cabeça.

— Tudo bem, tudo bem! Desculpa, eu não queria te assustar, eu não vou te machucar! — Ele fala rapidamente, se afastando de mim. Me levanto do sofá e pego meu celular, saindo da sala correndo e indo em direção a porta de saída, virando a cabeça para trás para ver se ele estava me seguindo. Assim que me viro para frente novamente, vejo ele parado em frente a porta me encarando, me fazendo soltar outro grito alto devido ao susto, tropeçando para trás e me segurando na parede para não cair.

— Annabethy, me escuta! Eu não vou machucar você, por favor, me deixa explicar tudo! Eu juro, eu juro que vou te contar tudo!

— Isso é loucura, Stefan! Essa merda… puta que pariu, meu Deus. — Falo desesperada, dando passos para trás ainda de olho nele, vendo o mesmo fazer uma cara triste ao me ver me afastando dele. — Não tô com medo de você, é só que… essa porra toda é muito pra processar. Quer dizer, eu tô com medo! Pra caralho. — Falo afobada, gesticulando com as mãos. Antes que ele me respondesse, sinto uma mão em meu ombro, me fazendo dar um grito estridente, me virando com rapidez e socando a cara de quem estava atrás de mim.

Vejo Zach, com a mão no nariz e sangue escorrendo por seus dedos, enquanto ele gemia de dor, resmungando e se curvando. Encaro ele em choque, abrindo e fechando a boca várias vezes, desesperada. — Zach! Meu Deus, me desculpa, desculpa, desculpa. — Me aproximo dele, tocando em seu ombro, antes de arregalar os olhos e me afastar.

— Pera aí! Você também é vampiro? — Pergunto assustada, vendo Stefan olhando para a cena em choque, antes de se aproximar do “tio” que ainda tinha o nariz sangrando.

— Não! Ele não é! — Stefan fala o ajudando a se apoiar, verificando o nariz dele. — Belo gancho de direita, hein? Acertou forte. — Ele dá um sorriso orgulhoso, enquanto eu dou um leve dar de ombros, com um sorriso convencido e envergonhado, antes de arregalar os olhos novamente me aproximando do Zach.

— Zach, me desculpe mesmo, é que eu acabei de descobrir isso e- — Paro de falar, olhando para Stefan confusa.

— Ele sabe? Sobre… — Faço presas na boca com os dedos, vendo ele segurar o riso e concordar com a cabeça.

— Sim, ele sabe. — Ele fala sorrindo, vendo que eu tinha me acalmado um pouco mesmo sem perceber. Zach levanta a cabeça e me olha, surpreso.

— Garota, o que você come? Meu Deus, muita força pra uma mão pequena. — Ele fala resmungando de dor, segurando o nariz sujo de sangue. Faço uma careta e cara de arrependimento, dando de ombros.

— Foi mal, é que eu achei…

— ..que eu ia te atacar? É, eu percebi. — Ele fala dando uma pequena risada, parando ao sentir outra pontada de dor.
— Eu vou… limpar isso e colocar gelo. — Zach diz, saindo da sala e resmungando de forma baixa, me deixando sozinha novamente com Stefan, que parecia aliviado depois que ele saiu. Talvez o sangue estivesse deixando ele nervoso.

Me viro para ele, suspirando derrotada e indo para a sala de estar novamente, me sentando em uma ponta do sofá e vendo ele se sentar ao lado contrário do meu. Ficamos em silêncio por um momento, até ele quebrar, me encarando.

— Pode fazer qualquer pergunta. Serei o mais sincero o possível. — Stefan me diz, me encarando nos olhos. Solto um suspiro, me sentindo mais calma e um pouco mais confiante de sua presença, arrumando minha postura no sofá.

— Só tem você e o Damon de vampiros na cidade? — Pergunto receosa, vendo ele acenar com a cabeça.

— Até onde sabemos, sim. — Ele diz, cruzando os braços e me encarando, analisando minha postura.

— Quantos anos você tem?

— 18. — Ele responde com um sorriso divertido, me fazendo bufar e revirar os olhos.

— Não seja estúpido, estou falando em anos vampiros, ou sei lá como vocês chamam. Tem uma seita? Vocês tem tipo… um concelho vampiro? — Pergunto confusa e curiosa, me inclinando um pouco para frente, o encarando.

— Contamos em anos normais, tenho 163 anos. E não, não temos seita ou conselho vampiro. — Ele fala tranquilamente, enquanto eu abro a boca em choque.

— Você é um idoso. — Sussurro desacreditada. — Idoso nada! Você é uma múmia. — Falo abrindo um sorriso divertido, vendo ele revirar os olhos e soltar uma risada, dando de ombros.

— Prefiro dizer que eu tenho experiência, é diferente. — Ele dá de ombros, rindo um pouco. Me sinto um pouco mais animada ao saber sobre aquele mundo, me permitindo relaxar ainda mais e me preparando para mais perguntas.

— Crucifixos?

— Usamos de acessório. — Stefan diz com um sorriso.

— Água benta?

— Podemos beber.

— Estacas de madeira? — Pergunto, fazendo um biquinho com suas outras respostas, chateada de praticamente nada da ficção ser sério.

— E quem não morre com estacas de madeira? — Ele me pergunta rindo, enquanto eu paro pra pensar, concordando e começando a rir junto com ele.

— É, tem razão. É que sei lá, achei que vocês não morressem por nada, nada mesmo. — Dou de ombros, me deitando no sofá de modo folgado, sem ligar se ali era ou não minha casa. Vejo ele me olhar divertido e um pouco mais alegre ao notar que eu estava ficando confortável de novo perto dele, me fazendo sorrir minimamente.

— E no sol? Vocês brilham? Hein, brilham? — Pergunto ansiosa, o encarando e vendo ele fazer uma careta, sorrindo e negando.

— Não, Annie. Nós não brilhamos no sol. — Stefan me fala, me fazendo dar um suspiro de alívio.

— Que bom! Seria vergonhoso se brilhassem.
Falo com um sorriso atrevido, vendo ele revirar os olhos e me tacar uma almofada no rosto, me fazendo reclamar.

— Nós queimamos, ao invés disso. E antes que você pergunte, e eu sei que vai perguntar, não me queimo porque tenho isso aqui. — Ele fala erguendo a mão, me mostrando o anel ostentoso que ele tinha dito uma vez pertencer a família Salvatore. — É enfeitiçado pelas bruxas para não nos queimar.

— BRUXAS EXISTEM? — Meu grito surpreso ecoa pela sala, enquanto eu me levanto do sofá num pulo, o encarando perplexa. — Meu Deus… isso quer dizer que… talvez a vovó… — Não termino minha fala, chocada demais para conseguir falar uma frase completa. Por que eu estava chocada, afinal? Se vampiros existem, bruxas não deveriam ser uma surpresa. Aquilo tudo era apenas… demais para processar.

— É, elas existem. E não gostam muito da nossa espécie, mais tem algumas exceções. — Ele dá de ombros, parecendo achar minha reação engraçada. — E sei o que está pensando, sobre a Bonnie, não é? Conheci uma Bennet á muitos anos atrás, e ela era uma bruxa. Talvez sua amiga…
Ele dá ombros, não terminando a frase e me encarando, enquanto eu processo sua fala. De repente, arregalo meus olhos e o encaro, meio assustada.

— Vocês não leem mentes, né? — O encaro ansiosa por sua resposta, em dúvida se acharia o fato dele ser um leitor de mentes legal ou ruim.

— Não, não lemos. Não somos como os vampiros de Crepúsculo, não temos dons. Bom, um só, mais todos os vampiros tem. Hipnose, podemos… compelir humanos. Menos as bruxas, claro. — Ele fala sorrindo, enquanto eu dou um suspiro aliviado, antes de ficar pensativa.

— Caroline… o Damon estava se alimentando dela, não era?
Pergunto num tom triste, sentindo uma pontada de raiva surgir em meu coração. Escuto ele dar um suspiro decepcionado, concordando contragosto com minha pergunta.

— Ele estava. A compelia, por isso ela não falava nada. Mas isso já foi resolvido. Eu tranquei o Damon, dei verbena para ele e–

— O que é verbena? — Interrompo a fala dele, tentando me distrair da raiva que sentia pelo Salvatore mais velho ao saber que de fato, ele estava usando minha melhor amiga como uma bolsa de sangue.

— Uma planta roxa, tóxica para nós. Nos deixa fraco e nos machuca quando tocamos. Se um humano a usa, seja em algum acessório no corpo ou bebendo, fica imune a hipnose, pelo menos enquanto a verbena ainda estiver no sangue.

Ele me explica pacientemente, enquanto eu estalo a língua no céu da boca, acenando a cabeça em concordância. Toco inconscientemente no colar em que ele me deu, olhando para baixo e em seguida o encarando novamente.

— O colar…? — Faço uma pergunta incompleta, o encarando com curiosidade.

— Tem verbena. Eu fiquei com medo de que o Damon fosse até você ou a Elena, então coloquei a verbena nos colares. E eu já estava planejando te dar algo simbólico para a nossa amizade, então… — Ele deu de ombros, dando um pequeno sorriso. Devolvo o sorriso com outro animado e gentil, sentindo meu peito ser invadido por uma sensação boa, de ter uma amizade como a dele. Tudo bem que ele era um vampiro? Não, ainda não. Iria demorar até eu me acostumar, mais eu aguentava esse… mundo novo.

— Então os colares nos protege? Legal. Show, show, show, show. — Falo rapidamente, dando um sorriso nervoso, antes de suspirar. — Você disse que prendeu o Damon, onde ele está? — Pergunto curiosa, me levantando e começando a andar pela sala, observando os objetos com curiosidade, já que não tinha reparado muito da última vez que estive aqui.

— Aqui na mansão. Tem uma escada que leva pra baixo, tem um tipo de cela lá. O levei para lá ontem a noite, depois que tirei ele de perto da Caroline. — Ele me explica, se levantando e indo até um canto, antes de parar e me olhar, gesticulando com a cabeça para eu segui-lo. Saio de perto do globo que eu estava, indo até ele e vendo o mesmo voltar a andar, chegando em uma porta e abrindo, me dando a visão de uma escada que levava para baixo.

— Você… quer ver? Sei que tem raiva dele pelo que ele fez a Caroline, então talvez isso te deixe mais tranquila. — A fala dele soou envergonhada, enquanto eu ponderava.

— E perder a chance de ver um tipo de “calabouço”? Nem pensar! — Falo me animando, passando na frente dele e descendo as escadas, escutando os passos dele atrás de mim. Era bem burro da minha parte descer em um porão com um vampiro, eu sabia, mas mesmo assim, o que eu tinha a perder? A vida, uma vozinha me disse no fundo do meu subconsciente, a qual eu ignorei totalmente.

— Ei, ei, ei! Espera, toma cuidado. — Stefan diz parando em minha frente, me fazendo o olhar confusa. — Damon pode estar fraco e preso, mas ainda não confio nele. Se ele estiver acordado, não ligue para o que ele falar, ele provavelmente vai tentar te assustar. — Ele diz começando a andar novamente, parando alguns segundos depois em frente a uma porta de ferro, com uma pequena janela com grades.

Me aproximo receosa, dando uma erguida nas pontas dos pés e olhando para dentro da cela, vendo o lugar meio escuro e um pouco sujo, me fazendo torcer o rosto com nojo. Passo meus olhos pelo pequeno local, vendo um corpo deitado em um colchão velho. Era Damon, com a mesma roupa da noite anterior, parecendo fraco e incrivelmente indefeso. Vejo ele erguer a cabeça e nos olhar surpreso, fixando seu olhar em mim.

— O que a palito de fósforo tá fazendo aqui? Me trouxe um lanche, Stefan? — A voz fraca e sarcástica dele ecoa pelo local, enquanto eu faço uma cara extremamente ofendida pelo apelido ridículo, cruzando os braços emburrada.

— Damon, por favor, cale a boca. — Stefan fala cansado, enquanto eu me afasto um pouco da porta e dou uma olhada no local, notando que ali parecia bem mais antigo que o resto da casa, que provavelmente foi reformada. Damon se levanta com dificuldade do colchão velho, vindo até nós e me encarando pela janelinha, apoiando os braços na porta.

— Então, quer dizer que agora sabe tudo? Você é uma criaturinha bem barulhenta, não é? Ouvi seus gritos lá em cima. — Ele me olha atentamente, dando um sorriso sarcástico que me irritava profundamente. Reviro meus olhos e me aproximo um pouco, parando antes de chegar perto demais, já que Stefan colocou uma mão em minha frente, me impedindo.

— É, eu sei. E sei o que fez com a Caroline, seu desgraçado. E é melhor agradecer por estar preso agora, porque não importa se eu sou humana ou não, você ainda vai pagar por isso um dia. — Falo num sussuro, sabendo que ele ouviria. Vejo ele fazer uma cara irritada, me encarando profundamente antes de seu olhar suavizar e ele me olhar com curiosidade e confusão.

— Como fez aquilo na festa, foguinho? — Ele pergunta de repente, ignorando a careta que fiz ao escutar ao apelido. Olho pra ele confusa, cruzando os braços.

— Aquilo o que, doido? — Pergunto sem entender, vendo ele revirar os olhos impaciente.

— Sabe do que estou falando! Quando segurou meu braço ontem na festa, foi forte demais para uma simples humana. E seus olhos… — Ele para de falar, me encarando com desconfiança, enquanto eu o olhava confusa.

— Não sei do que tá falando. Eu segurei seu braço pra te impedir de sair, e estava com raiva porque a Elena me disse que você estava machucando a Caroline! — Falo indignada, me aproximando um pouco mais, antes de dar um sorriso sarcástico. — E se você sentiu dor mesmo sendo um vampiro… então você deve ser bem fraco. — Digo com um falso tom de pena, vendo ele se irritar e bater na porta com raiva, tentando abrir sem sucesso.

— Sua pirralha maldita… quando eu sair daqui-

— Quando você sair, devia fazer terapia. Sério cara, você é louco. — O interrompo com falsa compaixão, antes de virar as costas e sair dali, começando a subir as escadas. Escuto os passos de Stefan atrás de mim.

— Ei! Voltem aqui! — Escuto a voz fraca dele lá debaixo, antes de Stefan fechar a porta que dava acesso as escadas, me encarando. Olho de volta para ele, me sentindo nervosa.

— Se ele sair, vai me matar, não é? — Pergunto aflita, deixando meus ombros caírem. Ele me olha receoso, dando um sorriso tenso.

— Eu não vou deixar, e ele não vai sair, não tão cedo.

— Nem você acredita nisso. — Resmungo, me referindo a ele não sair tão cedo, voltando para a sala de estar e me sentando no sofá. Stefan senta ao meu lado, me encarando com curiosidade.

— Sabe que não vai poder contar isso para ninguém, não é?
Ele me encara, dessa vez falando seriamente.

— E ser taxada de louca, mandada para um hospício e provavelmente morta depois por contar? Não, valeu. E… você ainda é meu melhor amigo, não te entregaria. Tudo bem que você é um vampiro, e tudo mais. Eu ainda vou demorar um pouquinho para me acostumar. — Falo com um leve sorriso, cruzando os braços.
— E cara, isso é tão maneiro! Tipo, você é um vampiro! É assustador, e tudo mais. Só que é tão…

Paro de falar, gesticulando com as mãos e escutando ele dar uma risada, contagiado com minha animação. O medo quase tinha ido embora, óbvio que ainda tinha receio de estar ao lado de um vampiro, mais ainda sim… aquele ainda era o Stefan, o cara com topete de herói que conquistou minha amizade facilmente. A única coisa difícil agora? Manter isso em segredo, principalmente da Elena.

— Eu vou ter que sumir por alguns dias, pelo menos para a Elena. — Ele começa dizendo, me encarando e esperando minha reação.

— Por que? — Pergunto confusa, o encarando sem entender.

— Preciso focar no Damon, e ficar alguns dias em casa, pra garantir que ele não vai fugir. Fica mais fácil agora que você sabe, mais não pode contar pra ela. — Stefan me explica, enquanto eu concordo lentamente, pensando.

— Posso ficar vindo na sua casa mesmo assim? É que eu tenho tantaaaaas perguntas. — Dou ênfase, sorrindo inocentemente, vendo ele sorrir divertido.

— Claro, além disso, precisamos ver sobre você. Damon tem razão, se você realmente foi forte o suficiente para machucá-lo, e ainda tem isso dos sonhos… não acho que você seja apenas uma humana normal. — Ele me encara, de olho em minha reação, enquanto eu suspiro, acenando.

— Você tem razão, eu… eu vou pesquisar sobre isso. E agora que tenho você, que é um vampiro e provavelmente tem um conhecimento melhor, talvez… a gente ache algo, né? — Dou um pequeno sorriso, cruzando as pernas e jogando a cabeça para trás, soltando um gemido frustado.

— Merda, não avisei a Elena que viria para cá, só a Caroline sabe… e é melhor eu ir, tia Jenna vai me matar por eu ter sumido. A vi a última vez ontem a noite, ela deve estar preocupada. — Falo me levantando, encarando ele e vendo o mesmo se levantar também.

— Tudo bem, precisa de uma carona? — Ele me pergunta curioso, enquanto começamos a andar até a porta. Abro a porta da entrada e saio para fora, observando o tempo calmo e fresco.

— Não precisa, estou de carro. — Dou um pequeno sorriso, vendo ele concordar e retribuir o sorriso. Me viro para ele, meio sem jeito antes de dar um abraço no mesmo.

— Obrigada por me contar a verdade, e também por ter me mostrado o Damon preso. Aquilo me tranquilizou, de certa forma. — Dou um sorriso amarelo, vendo ele dar um sorriso amigável e concordar com a cabeça, também parecendo sem jeito depois do abraço.

— De nada. Bom, se você de certa forma já sabia, não tinha o porque te esconder. E… é bem vinda para vim aqui quando quiser, mesmo nesses dias que eu vou dar uma sumida, eu estarei aqui. Prometo responder todas suas perguntas o mais sinceramente possível. — Ele diz erguendo a mão sobre o peito, como se estivesse fazendo um juramento. Dou uma risada e concordo, antes de suspirar.

— Tchau, Stefan.

— Tchau, Annabethy.

E assim, me viro e saio dali, dessa vez sem o tremendo nervosismo que eu sentia quando cheguei. Estava mais calma, e podia sentir que minha amizade com Stefan tinha se aprofundado um pouco mais. Primeiro segredo de melhores amigos, show! Dou uma risada comigo mesma, balançando a cabeça em negação e entrando no carro, dando uma última olhada para a mansão Salvatore e acenando uma última vez para Stefan, parado em frente a porta. Acelero o carro e saio dali, deixando na mansão um Zach ferido –não intencionalmente– e um segredo que eu prometi guardar.


Finalmente tomei vergonha na cara e voltei.
Não esqueçam os votos e de comentar, hein? Tô de olho

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