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ONE, sign of the times

UM, sinal dos tempos

KSENYA ACREDITAVA NO PODER DA LEALDADE. Não desejava muito, apenas gostaria que a lealdade na qual servia o líder do Segundo Exército fosse uma via de mão dupla. O problema é que a lealdade não é espontânea e nem fácil de se conseguir, ela precisa vir dos dois lados, resultando de uma decisão que pode custar caro, algo que precisa ser entregue de um lado para que o outro acredite que haja um motivo para ser nobre e leal, motivos para se sacrificar. E os Grishas prezavam pela lealdade entre os seus em sua forma mais pura. Mas haviam exceções.

Após o golpe fracassado do Darkling, a tentativa de destruir Novokribirsk e a conspiração do Apparat, o Primeiro Exército havia criado uma espécie de sentimento antigrisha, bem conhecido no passado. Por causa disso alguns Grishas fugiram e se esconderam. Outros foram para Os Alta implorar pela suposta proteção do Rei. Mas muitos procuraram Darkling, buscando a proteção que ele lhes poderia dar.

Naquele dia fatídico e miserável em que invadiram a Dobra das Sombras com a Conjuradora do Sol, ao perceber o plano do General do Segundo Exército, Ksenya conseguiu milagrosamente sair do Não Mar no meio de todo o caos, deixando para trás o corpo de sua irmã que tentou a todo custo salva-la no processo, sua irmã que foi mutilada pelas criaturas assassinas que viviam na Dobra. Ksenya voltou, derrotada, enganada, machucada e em luto.

Após semanas, devido à desordem em Ravka, Os Alta se tornou o único lugar seguro para aqueles que não haviam fugido ou desaparecido graças à revolta, principalmente contra os Grishas, que foi instalada no país. E os que continuavam no Pequeno Palácio viviam em um clima preocupado e depressivo, sempre vigiados. Diversos deles haviam perdido suas famílias porque decidiram confiar no Darkling. Ksenya Kamenova Petrova infelizmente entrava nesta imensa lista. Foi enganada e havia enganado outras pessoas devido a sua lealdade para ele. As vezes ainda conseguia sentir o desespero do esquife, ouvir sua irmã gritando para que ela corresse enquanto chamava a atenção dos monstros para si, os gritos sinistros e gemidos de dor das pessoas que tinham suas carnes rasgadas pelos volcras enquanto a Dobra se expandia.

Luto.

Algum tempo depois, quando novos rumores sobre Alina Starkov começaram a se espalhar, as pessoas nas ruas de Ravka voltaram a sorrir, animados com a possibilidade de que a Conjuradora do Sol estava viva e voltava para o Grande Palácio na companhia do Príncipe Nikolai Lantsov. A cidade baixa transbordava de gente parando o tráfego, esperando pela novidade. As multidões esperavam para aplaudir e admirar seu príncipe e, claro, sua santa que ressuscitou dos mortos, levando sua luz mais uma vez, levando a esperança que o povo precisava. Milagre.

Uma das únicas pessoas que parecia não se agradar muito da novidade era o herdeiro do Rei Alexandre III, o Príncipe Vasily Lantsov, que, apesar disso, ousou em ir ao encontro do irmão para acompanhá-lo de volta para casa.

Os Grishas que restaram eram ordenados pelo Rei que jamais ousassem pisar no Grande Palácio. Grishas não eram mais confiáveis e isso era visível para qualquer um que olhasse todos aqueles guardas do Primeiro Exército parados nos jardins e com enormes rifles nas costas; deixando a mensagem bem clara: vocês não são bem-vindos. E apesar de ter sido grande amiga do jovem príncipe quando criança, Ksenya Kamenova estava inclusa na ordem do Rei, nenhum Grisha, sem exceção.

Mesmo que negasse, mesmo depois de detesta-lo por ter ido embora sem se despedir, mesmo depois de cinco anos, Ksenya esperava que Nikolai Lantsov se lembrasse dela; que, talvez em algum momento, fosse ao seu encontro relembrar um pouco de seu passado. Só não sabia em como reagiria a esse reencontro. Antes de toda aquela bagunça, foram grandes amigos e aliados... agora ela talvez fosse apenas mais uma corporalnik no centro de uma guerra onde ele provavelmente se tornaria o comandante.

Apesar de tudo, estava feliz por saber que ele voltava. Sentiu falta de como costumavam correr pelo gramado do Grande Palácio, deixando tantas babás do príncipe bravas com eles. Ao menos ele estava vivo e estava em casa mais uma vez.

Ao segurar uma das maçanetas e empurra-la, a porta se abriu, apresentando um corredor grande com outras dezenas de portas de quartos fechados. Ksenya caminhou e atravessou o corredor, parou de frente à um conjunto de portas feitas de madeira avermelhada, adornadas com símbolos de flores e pássaros.

A sala de jantar estava mais vazia do que costumava ficar mesmo depois de alguns Grishas terem fugido com Darkling. Haviam apenas dois Materialkis debruçados sobre a mesa, sequer conversavam. Uma garota Aero e uma Hidro falavam pausadamente enquanto comiam sua refeição, em seguida acenaram na direção de Ksenya, que moveu a cabeça em um cumprimento casual.

─ Ksenya ─ no salão, ela ouviu os passos apressados de Sergei, um outro Sangrador. ─ Alina está a caminho.

Ksenya não sorriu nem agradeceu, assentiu para o seu amigo e ambos começaram a caminhar na direção do Salão do Domo Dourado. Sergei não notou a parada da Sangradora para passar as mãos e ajustar as dobras do kefta vermelho.

Tudo continuava em ordem desde que o Darkling e alguns Grishas deixaram o Pequeno Palácio. Era perceptível que a maioria dos que continuavam em Os Alta eram os mais jovens. Ksenya, assim como Zoya Nazyalensky e Sergei Beznikov, era uma exceção, uma das mais experientes Grishas que felizmente decidiu ficar. As vezes ela se perguntava se ficaria se fosse de outro jeito; se não tivesse visto com seus próprios olhos a vila de Novokribirsk ser destruída ela ainda estaria no Pequeno Palácio? Se não tivesse visto sua própria irmã morrer teria desertado para o lado do Darkling? Se ele a pedisse pessoalmente ela ainda estaria em pé naquele salão, esperando por um discurso de Alina Starkov?

Afinal, poucos da Ordem dos Vivos e dos Mortos permaneceram. Eram os Grishas lutadores mais próximos do Darkling. E quando Ksenya olhou para aqueles jovens e inexperientes Grishas de pé em respeito a Conjuradora do Sol, ela percebeu que havia um motivo para ter ficado. Não era apenas mais uma. Cuidou daquelas pessoas depois do golpe, mesmo depois de voltar machucada da tentativa da travessia do Não Mar, ela esteve lá por eles, consolando os que perderam irmãos e amigos.

─ Alina Starkov ─ obviamente Sergei foi o primeiro a falar. ─ É um prazer ter você de volta no Pequeno Palácio.

Ksenya se perguntou se conseguiria realmente assistir aquilo. Lembrava de tudo o que havia acontecido. Todas as cartas de Malyen para Alina que, pelas ordens de Darkling, jogou-as fora; todas as mentiras que a contou... Se Alina a odiasse seria com razão.

─ Estou feliz de voltar aqui ─ disse ela, agradecendo o cumprimento do Sangrador.

─ Soubemos que voltou na companhia do Príncipe Nikolai Lantsov ─ Sergei Beznikov disparou, criando uma pequena agitação em sussurros de algumas garotas que sequer tiveram a oportunidade de conhecer o segundo filho do Rei e Rainha. Ksenya se manteve neutra, as duas mãos atrás do corpo.

O restante da conversa foi sobre como Alina e Nikolai batalharam contra o Darkling no Mar Real, o que era realmente digno de burburinhos nervosos e agitação surpresa e curiosa. Ksenya esperava quando Alina falou sobre liderar o Segundo Exército. Foi o momento em que Zoya surgiu e parou ao seu lado. Falar em capacitação e sobre quem deveria liderar o Segundo Exército fez o estômago de Ksenya revirar e, por mais que odiasse deixar um bando de inconsequente presunçosos decidir o seu futuro e de outros Grishas, se retirou do Salão.

Certa vez haviam discutido sobre isso, usando a frase "quem deveria ficar no lugar do Darkling", e ocorreu a mesma reação em Kamenova, de seu estomago embrulhar. Pensar no Darkling era pensar em Natalya, sua irmã, despedaçada pelos volcras.

𓍢

Não passava das onze horas da noite quando Ksenya rolava de um lado para o outro na cama tão macia e confortável mas que ainda assim não a fazia querer dormir. Quando levantou-se, por cima de sua roupa de dormir colocou um roupão de cor vermelha sangue e se encaminhou até a porta. O corredor estava vazio como esperado.

Ainda não havia ousado sair realmente dos muros do Pequeno Palácio naquele momento, mas já conseguia ouvir os corações dos guardas armados que - tentavam - vigiavam os Grishas dia e noite.

Então ela ouviu alguém, batimentos cardíacos e depois algo como passos desengonçados arrastando-se na grama do lado de fora. Ksenya ficou surpresa ao descobrir que se tratava de Vasily Lantsov, mas nenhum pouco surpresa ao notá-lo possivelmente bêbado. Ainda assim, não era no Grande Palácio que o príncipe estava.

─ Você devia estar aqui? ─ seus passos calmos e sorrateiros o assustou, assim como sua voz.

Vasily inutilmente olhou para onde estavam as mãos da Sangradora, antes de sorrir e retaliar em palavras:
─ É assim que você fala com o seu futuro Rei?

─ Está bêbado, amanhã não lembrará de nada do que eu lhe disser, moi tsarevich.

Então um dos soldados surgiu a poucos metros, fazendo questão de mostrar para Ksenya o enorme rifle que segurava, como se isto a impedisse de parar o coração dele em menos de cinco segundos. Ela o encarou de volta.

─ Está tudo bem por aqui? ─ a voz não veio do soldado, mas sim de Sergei, que surgiu das portas dos fundos do Pequeno Palácio, assim como Ksenya havia feito. O soldado segurou o rifle com firmeza quando o Sangrador escondeu as duas mãos atrás do próprio corpo e sorriu.

─ Está tudo bem ─ disse Vasily, fazendo um gesto com as mãos com ar de quem não se importava com dois dos mais poderosos Grishas diante dele e um inútil guarda armado.

Mas Sergei esperou enquanto olhava para o soldado.

─ Está tudo bem, Sergei, obrigada ─ Ksenya assentiu para ele, que devolveu o gesto e voltou hesitante para as paredes do Pequeno Palácio.

Vasily respirou fundo e disse algo para o soldado, que também se retirou.

─ Eu gosto de você, sabia disso? ─ Ksenya percebeu que ele estava mentindo. A realidade é que ele sentia asco dos Grishas e não era preciso sentir seus batimentos para notar isto. ─ Você não é como essas monstruosidades ai dentro ─ o príncipe apontou na direção onde o outro Sangrador esteve há um minuto atrás, ─ mesquinhas. Você é sincera e não tem medo.

─ Todo mundo tem medo.

Vasily pareceu dar tudo de si para dar um passo a frente quando não sabia se olhava ou não para onde estavam as mãos da Kamenova.

─ Uma das garotas que morreu na Dobra das Sombras era sua irmã, não era?

Ksenya olhou nos olhos de Vasily e sentiu o coração dele disparar, apesar de se manter neutro por fora.

─ Sim.

─ Não lembro dela ─ por um instante pareceu que não diria mais nada, ─ mas sinto muito.

Ela não entendia qual jogo Vasily queria jogar, mas não ficaria para saber.

─ Obrigada ─ então fez uma reverência exagerada, ─ tenha uma boa noite, Alteza.

No momento em que se virou, ouviu dois de seus passos antes da voz dele:
─ Espere... por favor.

Ksenya respirou fundo, mas fez o que ele pediu.

─ Soube que Nikolai voltou? ─ era impossível não saber, então quando Vasily notou a idiotice de sua pergunta, continuou. ─ Sabe, eu sei que ele está tramando alguma coisa.

Obviamente ele estava. E Vasily não estaria ali se não tivesse certeza disso.

─ Creio que isso não seja assunto de meu interesse, moi tsarevich.

Ele sabia que a cada título que saia da boca dela - que devia supostamente ser respeitoso - era na verdade ironia, mas decidiu não contestar isso.

─ A questão é... você não é nenhuma conjuradora do sol, mas as pessoas dentro do Pequeno Palácio confiam em você, e eu posso comandar o Primeiro Exército. Devíamos criar uma Aliança.

─ O rei não iria gostar que o príncipe sequer falasse comigo.

─ Eu posso lidar com o meu pai, Ksenya ─ nem mesmo Vasily notou quando deu um passo na direção dela. ─ Devíamos nos juntar, você teria acesso ao Grande Palácio mais uma vez, seria novamente uma pessoa de confiança. Você comandaria o Segundo Exército, nada de Alina Starkov, você! Seríamos um só povo outra vez nesta guerra que está por vir.

A bebida pareceu ter uma consequência forte no cérebro de Vasily. Estava delirando.

─ Sobre o que está falando, Vasily? Isso tudo é loucura. Eu não sou uma líder, eu...

─ Case-se comigo, Ksenya. Vamos levantar este país.

Por um instante ela simplesmente ficou parada, quieta diante do príncipe mais velho. O príncipe que nunca a deu resquícios de nenhum sentimento que não fosse parecido com raiva. Assim como Nikolai, Vasily a conhecia desde criança. Seu pedido era uma surpresa desagradável e ambiciosa de uma maneira ruim. Ksenya jamais aceitaria isso, seria o casamento mais infeliz que a liderança de Ravka poderia ter.

─ Você não se importa com o país ─ disse ela, ignorando a certeza de que Vasily poderia mandar prendê-la quando quisesse, ─ apenas com suas apostas e suas bebidas. Está fazendo isso porque teme que Nikolai pegue o que acha que é seu.

─ Não ouse...! ─ ele não teve coragem ou não quis completar sua frase ─ Eu não quero uma relação amorosa, Sangradora, quero fazer um acordo com você. Diga-me que vai pensar sobre. Se nos juntarmos, nossos exércitos serão um só em total ordem, as pessoas irão voltar a confiar. O que acha?

O sentimento antigrisha era perceptível por qualquer local de Ravka que passassem. Muitas pessoas haviam começado a odia-los... mas as coisas haviam começado a melhorar quando Alina e Nikolai voltaram. Sua esperança era a Conjuradora do Sol.

─ Acho que você não tem estômago para isso.

Ele não demorou a responder, nem pensou direito ao insulta-la.

─ E você continua sendo a garotinha burra e apaixonada.

Quando ele deu as costas, Ksenya juntou as duas mãos brevemente, então repensou no que esteve prestes a fazer. Observou Vasily ir embora, cambaleando devido ao kvas barato de casa de apostas, mas intacto.

SKYLANTSOV | 2021

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