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NINE, otkazat'sya

NOVE, otkazat'sya

KSENYA OLHAVA SEU próprio reflexo no espelho da tenda. Na época ela se importava e costumava se queixar quando Natalya abria a porta de seu quarto sem bater, e ela entrou na tenda sem sequer pedir permissão. Típico de irmãs. A mais jovem revirou os olhos quando a irmã parou para encara-la. Apesar de saber o que ela fazia tão cedo em sua tenda, Ksenya sabia que Natalya gostaria que fizesse a pergunta, mas de qualquer forma não fez.

Vestindo um kefta azul refletido no espelho e com uma trança enfeitando seu cabelo tão incrivelmente avermelhado, assim como o da própria irmã, Natalya finalmente falou: ─ Você poderia tentar convencê-lo. Você o ouve, seria justo que ele lhe desse ouvidos também.

A própria Ksenya respirou fundo ao ouvir Natalya, então se aproximou da cama onde jazia o seu kefta vermelho carmesim e o vestiu, pronta para sair da sua própria tenda para não ter uma discussão tão cedo no dia. Sua irmã mais velha a acompanhou de qualquer forma.

─ O que você quer que eu diga? ─ Ksenya perguntou baixinho, enquanto passavam pelas tendas dos outros Grishas. Cabeças acenavam para as duas ruivas. ─ "Darkling, não mande o esquife para a dobra. Deixe-nos morrer de fome"? E mesmo se eu quisesse pedir, o que eu não quero, ele não faria isso.

A verdade era que a Dobra assustava a todos. Mas não era uma decisão apenas do Darkling mandar soldados para atravessa-la, era um comando do Rei de Ravka também. Atravessar a cicatriz no mapa significava fazer negócios com NovoKribirsk, significava que Ravka não morreria de fome ou pobreza pelos muitos próximos meses, que ainda tinham uma minúscula esperança. Mesmo que pessoas morressem no processo.

─ Eu não gosto quando você fala dessa maneira comigo ─ disse Natalya, parando de frente a irmã, a obrigando a parar de caminhar também. ─ E se não morremos de fome, morreremos de outra forma. Há revoltas por ai, temo que possa piorar.

─ Desculpe ─ Ksenya murmurou, quase impaciente, ignorando o que dissera Natalya por último. ─ Eu só estou um pouco nervosa. E você não precisa se preocupar, o General sabe o que está fazendo. E sempre há revoltas, Nat, nenhum povo está cem por cento satisfeito, principalmente com um rei como o nosso. Por mim ele já estaria fora do trono.

E Ksenya não podia negar que já tivera uma conversa pouco esclarecedora sobre isso com o Darkling. Apesar de não ter sido exatamente claro, ele também queria o rei Alexandre III fora do trono.

─ Fale baixo. Eu só me preocupo com os métodos pouco convencionais do Darkling ─ Natalya reafirmou. ─ E você, Sen, deveria tomar um pouco mais de cuidado.

─ Eu estou bem.

Então ela se foi, sem ao menos se despedir. Natalya estava cada dia mais preocupada com o comportamento da irmã. Ksenya podia não ter sido exatamente uma criança tão doce e amorosa - não havia tempo para isso em sua infância, mas ela sabia ser simpática e não usar toda a sua sinceridade ou sua raiva nos seus objetivos.

O problema era que quanto mais Ksenya era raivosa e despreocupada com o bem estar dos outros - pelo menos os que não eram Grishas, ela achava que estava no caminho certo. E achava isso porquê era o que ouvia do próprio Darkling. E nada mais importava para Ksenya que não fosse a aprovação do General do Segundo Exército. Principalmente depois que serviu e que voltou de Sirkurzoi. Depois que Nikolai fora embora.

E ela podia reconhecer seu egoísmo, só precisava encarar o próprio reflexo. Mas Ksenya pouco se importava porquê achava que no futuro valeria a pena quando estivesse ao lado direito do Darkling enquanto presenteava seu povo com a paz.

Já era noite quando deixou a tenda do Darkling depois de discutir com outros Grishas estratégias e métodos de defesas nas fronteiras de Ravka e os planos para outros atravessarem a Dobra das Sombras. Ksenya não estava exatamente perto do simples espaço que dividia os dois Exércitos, mas de qualquer forma a sua audição quase perfeita não ouviu apenas novos corações batendo, mas também cascos de cavalos arrastados no chão de areia chegando ao acampamento.

Aqui, deite-o aqui! ─ um dos soldados berrou, arrastando e jogando no chão copos e o que estivesse em cima de uma mesa. Ajudou dois dos outros cavaleiros a colocar um homem ferido lá. ─ Precisamos de um curandeiro...

─ Acha mesmo que um grisha vai nos ajudar? ─ o que tirava a aljava e jogava-a no chão disse. Ele parecia mais velho e menos preocupado que o primeiro. ─ Precisamos de um medik.

Ao ouvi-lo, Ksenya estava prestes a dar as costas e deixar que se resolvessem de sua própria forma. Então surgiu a mágica voz de Natalya na sua mente, a que dizia "se você pode fazer algo por alguém e não faz, o que acontece depois é culpa sua."

E ninguém precisava saber que ela ajudou.

O soldado que vigiava o local apontou a lamparina para onde havia surgido Ksenya. A mulher levantou as mãos, mostrando-as vazias, apesar de não adiantar muito.

─ Sou da Ordem dos Corporalki ─ revelou. Não pareceu novidade para nenhum deles, todos os quatro, incluindo o soldado ferido que não parava de gemer, a conheciam. ─ Posso tentar ajudá-lo.

─ Tentar? Você vai acabar de mata-lo ─ o soldado da aljava disse, se afastando da mesa.

Que se dane o que Natalya pensa.

─ Então você mesmo pode salvá-lo, otkazat'sya.

Ksenya deu as costas, então ouviu seu nome ser chamado.

─ Kamenova, por favor ─ falou o soldado que pressionava a perna do homem ferido. ─ Um medik irá demorar e se infeccionar ele perderá a perna. Kriskin está bêbado o suficiente para não saber que precisamos de sua ajuda, então apenas o ignore, mas faça com que Iuri não perca a perna. Por favor.

E de fato foi o que ela fez. Então ameaçou os quatro soldados, dizendo que cortaria a perna de cada um se dissessem a alguém o que ela havia feito. Ksenya não teve o trabalho de perguntar como o soldado - o mais útil dos três que estavam em pé - sabia seu nome, então após a sua ameaça, ela simplesmente se retirou e voltou para a sua tenda.

E após um banho, descobriu que não conseguia tirar da cabeça o que Natalya havia falado. "Deveria tomar um pouco mais de cuidado." Cuidado com quem? Darkling? Claro que ele era intimidador, mas Ksenya confiava nele com a sua alma. Achava que Natalya estava começando a exagerar.

E ela percebeu que faltava pouco menos de oito horas para que mandassem o esquife para as Dobra das Sombras, e sequer havia começado a sentir sono. Estaria lá pela manhã e ao lado do Darkling quando a embarcação partisse e não queria ter olheiras preenchendo os lados de seus olhos.

Contudo, algo pareceu ser mais interessante e chamou a sua atenção. Ksenya caminhou e arrastou a cortina da tenda. O local estaria completamente vazio se não fosse por um soldado do Primeiro Exército se esgueirando por ali.

─ O que está fazendo?

O soldado virou-se, olhos arregalados, mas obrigou-se a relaxar os próprios ombros no momento em que a viu. Estava a procurando.

─ Não tive tempo de te agradecer ─ sem o capuz que antes usava, a luz da lua iluminava um pouco o seu cabelo castanho escuro e curto. Ksenya imaginou que ele tivera os cabelos um pouco mais longo e só cortou quando começou a servir no Primeiro Exército.

─ Você nem devia vir até aqui.

Coincidentemente, no momento em que ela disse essa frase, ouviu a troca da vigia acontecer. O Aeros e a Infernal que vigiavam iam trocar seus turnos. Então, com um único puxão forte demais, Ksenya colocou o soldado para dentro de sua tenda e arrastou a cortina novamente, deixando-os longe da vista de qualquer um que passasse defronte a tenda.

─ Eu não deveria ter vindo até aqui, foi burrice...

─ Cale sua boca.

E ele ficou quieto até que os outros dois Grishas finalmente fizessem a troca da noite.

─ Como sabia o meu nome? ─ ela perguntou, de repente, apesar de ter achado que isso não importava.

─ Nazyalensky, Fedyor Kaminsky, Ivan, Ksenya Kamenova... ─ o soldado fez uma pausa ─ vocês são os mais leais do General do Segundo Exército. Alguns até possuem um amplificador. E não são todos os Grishas que podem tê-lo. Estou certo?

─ É, você fez o dever de casa, idai? ─ Ksenya revirou os olhos. O soldado não disse nada, mas parecia nervoso; ele era mais alto e mais forte que Ksenya e isso o fazia parecer tolo... mas fofo. ─ Como você se chama?

─ Dumavich ─ respondeu. ─ Tommy Dumavich.

─ Por que está nervoso, Dumavich?

De repente ele pareceu um soldado de verdade ao ajustar a postura. Seus ombros relaxaram para valer e seu coração se acalmou, ele deu uma olhada na escuridão da tenda e finalmente encarou o rosto de Ksenya com muito menos receio que antes. O rosto que só estava pouco iluminado graças as duas únicas velas acesas em uma mesa, e de qualquer forma ele sabia que ela sorria. Os cabelos dela pareciam mais escuros por causa da pouca luz.

─ Não estou ─ disse ele. ─ Só acho que aqueles dois Grishas lá fora odiariam minha presença em uma dessas tendas.

─ Não é como se um dos seus amigos aprovassem uma Grisha na tenda de um de vocês, é?

Dumavich levantou uma sobrancelha, pensativo.

─ Você tem razão. Mas sei que estou lhe privando o sono. Já agradeci pelo o que você fez, Iuri está bem, melhor eu ir.

─ Não consigo dormir de qualquer forma.

O soldado parou antes de sair, imaginando se estava delirando ou aquilo havia sido algo sugestivo. Ksenya continuou onde estava.

─ Estou pensando muito no dia de amanhã, entende? Não vou ser hipócrita com você, sei que pessoas irão morrer na tentativa de atravessar aquele lugar morto e asqueroso. Eu não gosto quando meu pessoal morre.

─ Iuri não é seu pessoal, e você o salvou de qualquer forma ─ Dumavich se virou novamente.

─ Ele não ia morrer, e provavelmente nem poderia perder a perna. Eu só fiz o que... ─ minha irmã pediria para fazer ─ eu podia.

Ksenya não estava nenhum pouco interessada em saber como o soldado Iuri havia se machucado e o que eles faziam fora do acampamento tão tarde. Mas, de acordo com o cheiro forte de bebida impregnado em Kriskin, o soldado mais velho, não era algo tão interessante para fazer Ksenya perder seu tempo ouvindo.

Dumavich mostrou-lhe um sorriso.

─ Do que está rindo?

─ Nada, me desculpe.

Por favor. Me desculpe. Dessa vez foi Ksenya quem riu.

─ E do que você está rindo? ─ ele perguntou, divertido, arqueando uma sobrancelha.

─ Do quão tolo foi o pensamento que surgiu na minha mente agora ─ ela respondeu.

─ Você poderia compartilhar?

Ela se aproximou, se distanciando mais da luz. Algo lhe disse para não dizer e ela ignorou totalmente essa voz em sua cabeça: ─ Imaginei se você passaria a noite aqui caso eu lhe pedisse. Preciso de um motivo para dormir.

─ Isso me pareceu um insulto ─ respondeu o soldado, ainda com o sorriso no rosto.

Ksenya revirou os olhos e deu as costas. Fez um gesto expressivo com a mão. ─ Esquece. Vá embora, soldado.

─ Eu fico. Se é isso que quer.

Não havia dúvidas de que a Grisha se sentia um pouco solitária desde que voltara de Sirkurzoi. E seu treinamento direto com o Darkling só a fazia se sentir mais sozinha (na época ela não sabia disso). Então convidar um soldado desconhecido para passar a noite em sua tenda não pareceu exatamente uma maluquice. Dumavich não era louco e parecia não ser comprometido, e talvez pudesse saciar um pouco do estranho desejo de companhia que Ksenya tinha naquele momento.

─ Eu estou bem aqui ─ disse ela, parada no centro da sala da tenda.

Dumavich não quis perder tempo e nem gastar o de Ksenya com joguinhos. Ela parecia decidida demais para isso. O soldado se aproximou depressa. Ksenya sentiu uma pressão quente nos lábios quando ele encostou suas bocas e agarrou seu rosto.

Ele era forte e não foi nenhuma novidade sentir a mão dele apertar sua cintura com força, fazendo com que os dois dessem alguns passos para trás enquanto a outra mão percorria um caminho pela perna de Ksenya quando ela sentou-se na mesinha. Ela cedeu rápido, enroscando suas línguas em um desejo nada saudável por uma curta aventura de uma só noite.

A Grisha afastou seus rostos. Dumavich olhou em seus olhos enquanto ela apagava as duas únicas velas. Ksenya sorriu antes de beija-lo novamente, tateando em busca do zíper da calça do soldado.

* * *

Ksenya foi despertada ao ouvir a voz grave de outro homem na tenda. E antes que abrisse os olhos as lembranças da noite anterior surgiram correndo em sua cabeça.

─ Está atrasada, sugiro que se vista ─ Ivan não parecia exatamente surpreso, apesar de ser a primeira vez que encontrava um desconhecido na cama da Sangradora. ─ E você, soldado ─ ele encarou Dumavich, ─ suas roupas estão na poltrona.

Ksenya assentiu para o soldado otkazat'sya, que fez um gesto respeitável com a cabeça para os dois Grishas e se retirou em busca de suas roupas.

─ Preciso de um banho ─ disse Ksenya, jogando os cobertores e levantando da cama. ─ É rápido. Você pode ir na frente.

Antes que Ivan pudesse responder, Genya e Zoya surgiram na tenda. A artesã sorriu com humor ao encarar de cima a baixo o corpo nu de Ksenya. ─ Agora entendi porque um soldado bonitinho e seminu estava saindo daqui.

─ Pelos Santos, Ksenya ─ Zoya revirou os olhos, ela fazia muito isso. ─ Vá se vestir.

Ksenya balançou a cabeça e passou pela divisão que separava quarto do banheiro ─ E o que estão fazendo aqui? Ivan já está aí para me apressar.

─ Alguém queimou os mapas ─ Zoya respondeu, a voz abafada pela distância, parecia irritada pelo trabalho extra. ─ Precisamos levar mais pessoas do que imaginávamos.

─ O que eu tenho a ver com isso? Não sou cartógrafa.

─ Cale a boca e apresse-se ─ Zoya retrucou, invadindo o banheiro. ─ Acho bom ninguém saber que está se envolvendo com soldados do Primeiro Exército.

─ Não estou me envolvendo com soldados. E Zoya, querida, você não pode me julgar quando copio suas atitudes.

𓅂

Um tremor sacudiu a mão do cavaleiro recém chegado em Os Alta. Se era frio ou ansiedade ele não sabia. Com agilidade o soldado desceu do cavalo e entregou as rédeas ao guarda do Grande Palácio, contudo, achava que a novidade que trazia mais dizia respeito aos Grishas do que a monarquia. Dumavich deu um aceno para seu colega e caminhou na direção da ponte, pronto para encarar o rosto do Pequeno Palácio.

O homem de vinte e dois anos agora tinha a barba por fazer, seus cabelos eram castanho escuro e tinha a pele clara; era alto e musculoso como o soldado treinado que tinha o orgulho de ser. Já havia servido em Poliznaya, Sirkurzoi, Kribirsk e Keramzin, além das fronteiras de Shu Han antes de se tornar rastreador; aprendera a usar uma pistola com treze anos e precisou alimentar sozinho os irmãos mais novos. E de qualquer forma visitar os soldados do Segundo Exército ainda lhe trazia uma espécie de ansiedade como se ainda fosse um menino em um corpo grande.

Antes que pudesse sequer chegar a porta, ela foi aberta. O homem que a abriu não era um empregado ou um morador do Pequeno Palácio. Era nada menos que o príncipe Nikolai Lantsov. Thomas Dumavich havia ficado intrigado, afinal, Nikolai deveria estar bem longe de Ravka, mas a sua reverência foi de fato cumprida.

Moi Tsarevich.

─ Dumavich ─ Nikolai o cumprimentou ─ no Pequeno Palácio.

Como se o humor do Príncipe houvesse atingido o soldado preocupado, ele lhe ofereceu um sorriso, achando engraçada a maneira sobre como Nikolai lembrava os nomes de todos que servia à Coroa.

─ Assuntos a tratar, Vossa Alteza. E creio que também seja de seu interesse.

─ "Também"? Com quem estava indo falar?

─ Eu não fui atualizado das novidades em Os Alta. Estive há meses fora, verifiquei todos os nossos pontos cegos, inclusive a fronteira de Fjerda e Shu Han. Então é sobre isso que gostaria de falar com Sergei, que era quem estava no comando do Segundo Exército na época em que deixei o Palácio e parti para a minha viagem.

─ Você é rastreador, não é? ─ foi a pergunta de Nikolai.

Tommy estranhou a súbita questão, mas assentiu.

─ Exatamente, senhor. Digo, no exato momento sim.

─ Vamos entrando.

Nikolai poderia fazer quase tudo o que desejasse, desde comer o que queria no café da manhã até liderar exércitos. Mas houve algo que ele descobriu há pouco tempo, algo que não podia fazer. Que era fingir que não sentia absolutamente nada ao ver um outro soldado abraçar a sua garota, principalmente sabendo que eles já tiveram um passado... um passado curto, mas que existiu.

O único problema era que Ksenya não era exatamente a sua garota.

Nikolai esteve o tempo todo na sala principal ao levar Thomas Dumavich para dentro do Pequeno Palácio. Ele não ousou se afastar, mas teve uma súbita vontade de afastar o soldado quando ele sim foi ousado o suficiente para abraçar Ksenya, que foi pega de surpresa e não retribuiu o gesto. As vezes Nikolai podia confessar que gostava da maneira bruta e nenhum pouco sentimental que era a casca de Ksenya. Só as vezes. Ele era egoísta o suficiente para gostar que ela não retribuisse.

Dumavich havia ido para a sua missão antes mesmo que Ksenya voltasse da tentativa de destruir a Dobra, quando estivera se escondendo por becos e pousadas nada seguros. Quando todos achavam que estivesse morta e logo após o Darkling assumir a deserção de muitos Grishas.

Então quando Sergei também se juntou na sala, Dumavich explicou o que fazia no Pequeno Palácio.

─ Houve numerosos relatos de que o Darkling estivera nas fronteiras de Fjerda. Então eu e outros soldados resolvemos apenas observar, e decidimos procurar por perto, caso víssemos algo iriamos avisar. E vimos. Havia um acampamento de Grishas que servem ao Darkling, mas eles se foram em dois dias, estavam acampando em muitos lugares, as vezes se separavam, as vezes não. A questão é que da última vez eles estavam em Sirkurzoi. E houve muitos relatos sobre isso, mas principalmente de nossos próprios soldados.

Dumavich manteve o olhar quando Sergei o encarou profundamente.

─ Há quanto tempo esteve fora? ─ Ksenya quem perguntou.

─ Seguimos os passos do Darkling desde que ele deixou Os Alta. Desde que achei que você estivesse... ─ ele não conseguiu ou não quis completar.

─ Se isso é tudo ─ Nikolai levantou. O soldado ficou em posição e assentiu. ─ Está liberado, soldado.

─ Sim, senhor ─ ele fez um simples gesto de respeito para o príncipe, assentiu para Sergei e parou o olhar em Ksenya. ─ Tenham uma boa noite.

E se foi.

Sergei deu a volta na mesa e ficou ao lado da Sangradora. ─ Conheço esse olhar, você quer ir até Sirkurzoi, não é?

─ Eu irei ─ disse Nikolai.

─ Não seja idiota, Nikolai ─ Ksenya revirou os olhos. Sergei franziu a testa sobre a maneira como ela havia falado com o príncipe. ─ Você precisa ficar, treine discursos ou sei lá, faça mais dessa coisa que você faz que agrada seu país. Eu vou até Sirkurzoi.

─ Sozinha? Pelos Santos, para de ser teimosa só uma vez na vida.

Sergei sabia que a discussão não ia a lugar nenhum, então os deixou e deu as costas, saindo para contar a Alina o que haviam conversado.

─ Levarei Nina e Galena.

─ Galena é uma criança ─ Nikolai retrucou.

─ Ela quer participar.

─ Continua sendo uma criança.

─ O que está acontecendo com você hoje? Decidimos que todos têm um papel. Só eu que não posso fazer nada?

Nikolai respirou profundamente ─ Tem razão, faz isso. Ficarei e serei o futuro Rei que eles querem. Você serviu em Sirkurzoi, conhece os pontos cegos do lugar.

Ksenya lhe ofereceu um pequeno sorriso e passou as mãos pelas costas de Nikolai.

─ Dois dias de viagem ─ disse ela. ─ Prometo que voltarei intacta para o seu aniversário.

Ele agarrou a mão dela antes que saísse ─ É uma promessa, lembre disso.

𓅂

Não era novidade ou segredo para ninguém que conhecia Ksenya que a mulher não dormia bem há bastante tempo. Contudo, era nova a notícia de que ela foi a primeira a encontrar Botkin para as aulas, já que havia tempos que Ksenya não realmente participava das aulas de lutas.

Quando ela era criança, o instrutor sabia que Natalya Kamenova seria uma incrível lutadora, mas ficou surpreso por Ksenya também ter empenhado bem esse papel. Ela não era muito boa nisso, apesar de compensar nas ações da Pequena Ciência. Agora, além de ser uma poderosa Grisha, também era uma ótima lutadora, seja com as próprias mãos ou com armas.

Depois de algumas horas, atacando e revidando socos e chutes, Ksenya estava preparada para o seu banho que demoraria pouco mais de uma hora. A melhor parte do seu pós-luta. Saindo da banheira, os cabelos vermelhos mais escurecidos, Ksenya vestiu uma calça confortável e uma blusa fina antes de pegar o kefta. Então ouviu a batida na porta.

Por alguns segundos ela pensou em Genya, até perceber que aquilo era impossível no momento. E ela com toda certeza não iria bater na porta.

─ Ksenya... ─ disse Dumavich no instante em que a porta foi aberta.

─ Tommy...

Foi inevitável ter uma pequena nostalgia. Ksenya não havia passado apenas uma noite com o soldado. Depois que Alina surgiu e Ksenya ficou com mais raiva ainda por achar que foi substituída em relação ao Darkling, Tommy esteve com ela durante muitas e muitas noites depois de bater em sua porta.

Ksenya sempre deixou claro que não tinha sentimentos por ele. E Dumavich sempre a deixou saber que há qualquer momento ele poderia dizer que estava apaixonado. Mas, apesar disso, sempre foi um homem controlado e era apaziguado com seus próprios sentimentos em relação a ela.

─ Vim me despedir ─ disse o soldado, passando as mãos pela nuca. ─ Irei viajar, irei visitar um amigo e ficarei um tempo no forte de Ulensk.

─ Acham que ele está por lá? ─ perguntou ela. ─ Digo, se o Darkling estar por perto das estradas do Norte.

─ A verdade é que não faço mais ideia ─ respondeu Dumavich. ─ Só odeio ficar parado por muito tempo. E aqui, bem...

─ Não tem muita emoção.

O soldado ficou feliz ao ver Ksenya sorrir um pouco. Ele tinha consciência de que o que tiveram no passado era somente isso, passado. Mas ela era uma parte de sua vida de qualquer forma; e quando ele perdeu dois de seus melhores amigos em batalha, foi Ksenya quem coincidentemente estava lá para consola-lo, mesmo que fosse apenas uma diversão momentânea que não levaria a nada futuramente. E esse era o futuro.

─ Não mesmo ─ ele concordou. ─ Até um dia, Ksenya.

─ Até mais, Tommy.

O soldado assentiu e deu as costas, mas antes que a Sangradora fechasse a porta, ele virou-se novamente.

─ O príncipe Nikolai Lantsov é um bom homem ─ disse ele, sorrindo.

─ Eu sei ─ ela concordou, observando Dumavich se distanciar.

Dumavich não esta no cast, mas na minha cabeça pareceu uma ótima ideia usar o Aaron Johnson com o faceclaim dele. Achei que, de acordo com alguns filmes que ele já participou, ele teria uma vibe meio soldado de exército com a personalidade do meu personagem.

Espero de coração que tenham gostado do capítulo e dessa decisão <3

SKYLANTSOV | 2022

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