SINA DEINERT

Depois de um tempo, sai da janela também. Troquei de roupa vestindo uma mais quente.

Roupa:

Coloquei meus fones de ouvido, desci as escadas e fui a caminho da porta.

- Joalin, eu vou sair, não sei que horas vou voltar mas não fique preocupada - digo para ela

- Tá bom Sina, tchau - ela diz

- Tchau.

Saio da casa, mas algo, ou melhor, alguém me chama atenção na casa ao lado. Era Noah, ele estava sentado em um banco na frente da casa dele, mas ele estava triste, a cara dele não era nada boa, na verdade ele estava quase chorando.

Então ele fica triste? Minha cabecinha explodiu, mas tudo bem Noah, eu também me sinto assim as vezes.

- Oi - eu digo

- Oi - ele responde depois de um tempo.

- Tá, não sou sua amiga, mas quer me contar o que tá acontecendo? - Pergunto tentando ser legal.

- Sério, o que você está fazendo aqui? Você não gosta de mim, você nunca ligou para o que eu sinto, então porque está se importando agora? Aliás você não se importa - Ele cospe as palavras na minha cara.

Toda a empatia e compaixão que eu estava sentindo se transformaram em ódio.

- Quer saber? Eu não me importo mesmo. Nem devia ter vindo até aqui - Digo me levantando e saio andando.

Eu quero que ele se dane, não sei porque ainda tento ser legal com ele.

O sol estava se pondo, então comecei a caminhar até a praia mais próxima da minha casa, sentei na areia e fechei os olhos, coloquei a mão no bolso da minha calça senti uma lâmina passar pelos meus dedos e eles saírem cortados. Peguei o objeto na mão e era a lâmina que eu usei para me cortar ano passado, ela ainda estava suja de sangue, aquele foi um dos piores dias da minha vida.

Flashback 1 ano atrás

Eu estava muito feliz, tinha recebido uma proposta de uma escola de dança muito famosa de Los Angeles, sempre foi meu sonho estudar lá, então decidi ir contar para meus pais

- Mãe, pai eu fui chamada para uma escola de dança - eu digo animada mas eles continuam com o mesmo rosto, o sem expressão.

- E daí ? Você não vai! - meu pai diz

- Mas - eu tento falar

- Sem mas Sina, não é não, a dança não vai te levar a lugar nenhum, sem contar que você não tem talento para estudar num lugar deste, a dança não é para você - minha mãe diz .

- Mas eu gosto - eu digo .

- Sina, não é não, agora sai! - meu pai aponta para a porta e então eu saio.

Depois desse momento me senti destruída , completamente destruída . Entro no meu quarto e depois no banheiro, retiro minha roupa e entro no chuveiro, sento no chão e sinto as lágrimas caindo pelo meu rosto. Pego o gilete que tinha no banheiro, tiro ele da embalagem e pego a lâmina .

Começo a cortar meus pulsos e as paranóias vinham , eu olhava para meus pulsos sangrando e chorava

" você não tem ninguém, pare de acreditar que alguém se importa com você , nem seus pais se importam com você, porque os outros se importariam? Ninguém gosta de você e nunca vai gostar, você é inútil e sempre vai ser".

As coisas que as vozes da minha cabeça me diziam, doíam mais que os cortes em meus pulsos.

Flashback off

Depois desse dia eu entrei em depressão, sorte minha que Joalin, Krystian e Heyoon sempre estiveram lá por mim, eles eram as únicas pessoas que eu tinha, eles me ajudaram a superar.

Hoje eu sei lidar melhor com isso, me tornei mais forte, aquela Sina era ingênua, ela era mais fácil de ser magoada. Hoje em dia não falo dos meus sentimentos e problemas com absolutamente ninguém, quando me sinto mal, apenas me isolo até eu me sentir melhor, é melhor assim.

- Sina - Ouço aquela voz que eu não queria ouvir tão cedo - Podemos conversar? Por favor.

- Não tenho nada pra conversar com você - Falo me levantando e me viro de frente para ele.

- Me desculpa ok? Hoje não é um bom dia, acabei descontando em você.

- Nunca justifique sua falta de educação com sua tristeza! Eu não tenho nada a ver com o que está acontecendo com você, não tenho culpa, eu só queria te ajudar e você foi um idiota, como sempre é - Falo irritada.

- Eu já pedi desculpas caralho! - Ele quase grita.

- Eu desculpo você, mas fique longe de mim! - Respondo pronta pra sair dali mas ele me puxa pela cintura colando nossos corpos.

- Não seja tão cruel, Sininho - Ele fala em meu ouvido - somos jovens, vamos aproveitar, brigas só vão nos fazer perder tempo.

- O que você quer dizer com isso? - pergunto o olhando.

- Nós dois queremos a mesma coisa. Queremos prazer, aventura e até um pouco de perigo, não estou falando de paixão, mas podemos ser tudo aquilo que nós dois queremos pelo menos por algumas horas - Ele fala e eu entendo rapidamente.

E que mal tem? Não é como se eu fosse me apaixonar por ele, só vou usá-lo pra suprir meus desejos.

- Eu topo - Falo e ele sorri - mas ninguém vai ficar sabendo disso além de você e eu. E nem pense em contar pra sua namorada.

- Relaxa Sininho, nem a considero minha namorada, e mesmo que eles descubram, foda-se, eu dou um jeito, eu só quero me divertir um pouco com você - ele fala.

- Podemos começar agora - Digo e o puxo pela gola de sua camiseta e iniciamos um beijo.

O beijo ia devagar e rápido ao mesmo tempo, é nosso paraíso e a nossa zona de guerra.

GENTE, GENTEEEE

Sem comentários apenas surtos.

xoxo lah