Alguns minutos passaram e chegaram ao local. O centro da cidade era movimentado, embora ainda seja cedo. O grande prédio era igual ao que Chifuyu via pelas revistas, além das vezes em que viu nas propagandas e redes sociais. De longe o mais belo que já viu, principalmente pelo formato triangular e as belas flores ao redor.

— Está pronto? — Seishu perguntou ao parar ao lado do menor, deslumbrado pela visão.

— Sim! — sua voz saiu firme e confiante.

Trocaram olhares e sorriram um para o outro, seguindo adiante.

Após passarem pela bela recepção, podendo ver as demais pessoas passando de um lado para o outro, principalmente os modelos conhecidos pela dupla, subiram até o último andar onde localizava-se a sala de Hajime.

— Esse lugar é lindo demais! — Chifuyu já tinha a câmera ligada, gravando cada canto, até mesmo do elevador — Vejam só, pessoal! Daqui a alguns instantes estarei com o Senhor Kokonoi, como vocês dizem, Koko — riu, gravando o irmão que não gostava muito de aparecer em seus vídeos — Conte para todos o que está sentindo.

— Eu? Nada — jogou os cabelos para trás, tirando uma risada do irmão — Bobo. Estou feliz por você e por nós — falou com sinceridade — Isso também é graça a vocês, fãs dessa criatura. Obrigado! — sorriu ladino, dando uma piscadela.

— Desse jeito eles vão se apaixonar por ti, também — Chifuyu debochou, encerrando o vídeo, já mandando para o story.

Logo o elevador abriu e seguiram para à direita, observando a decoração do local. Era tudo bonito e minimalista. As cores pastéis das paredes caíam perfeitamente com os poucos móveis pelo corredor e o belo tapete branco que seguia até a sala do Kokonoi, a única naquele andar.

Seishu deu uma batida na porta e olhou para o irmão secando as mãos suadas na calça. — Fica tranquilo, você vai se sair bem — fez carinho na bochecha do menor, que acenou positivamente e agradecendo-o com o olhar.

A dupla adentrou a sala e pediram licença.

— Sejam bem-vindos!

Hajime disse receptivo, sorrindo para os irmãos.

Ao contrário das visitas que o mais velho fazia em sua casa, aquele ambiente era o contrário. Ali, o Kokonoi faria o papel de diretor, não de cunhado, então teria que se comportar como tal e mostrar total interesse no trabalho e se conseguir, fazer outros trabalhos futuramente. Tudo dependerá do seu esforço e foco.

— Sentem, por gentileza.

Breve a conversa foi iniciada. Hajime parecia imponente aos olhos do namorado, mostrando o grande homem de negócios que ele era, e saber que tinha apreciado a dedicação de Chifuyu – que não é de hoje – somente fica contente. Seria um grande passo em suas vidas, especialmente na do mais novo que apenas desejava ter uma vida boa e trazer conforto para a família, sair do aluguel e conquistar tudo que sonhou.

“Ele merece isso.” — Seishu pensou ao vê-lo assinando o contrato depois de uma longa e séria conversa.

— Como dito, se irmos bem neste comercial, pretendemos trazê-lo novamente, e quem sabe firmar uma longa parceria — Hajime ergueu a mão na direção do mais novo que mergulhou em lágrimas, agradecendo-o.

— Obrigado, Senhor. Prometo dar o meu melhor — devolveu o aperto, limpando os olhos com os dígitos da outra mão, fungando.

— Chore o quanto quiser. A sessão iniciará às dez horas. Você pode descer até o quinto andar, também será acompanhado pelo-

— Cheguei!

Keisuke chegou ofegante, interrompendo o irmão, constatando a presença da dupla loira.

— Uau, vocês são mais bonitos do que pelas fotos — sorriu, desfocando seus olhos de Seishu e mirando apenas em Chifuyu, que arregalou os olhos, levando as mãos à boca — Aliás, bom dia! — abriu os braços, convidativo, vendo seu irmão rolar os olhos.

— Atrasado, como sempre! — o Kokonoi suspirou, encarando-o.

— O trânsito, maninho — pareceu indignado, colocando as mãos na cintura, dramático — Está um caos.

— Se você acordasse mais cedo, estaria aqui no horário correto e não pegaria trânsito — retrucou. Ele sabia que Keisuke estava mentindo — Enfim, estes são-

— Matsuno Chifuyu e Inui Seishu.

— Pare de me interromper, seu macaco idiota — se irritou. Seu irmão conseguia tirar sua paciência com uma facilidade impressionante.

— Não fale assim, seu neandertal — ergueu uma sobrancelha, aproximando-se.

Seishu e Chifuyu mantiveram-se calados, rindo internamente pela situação.

— Então… — Kokonoi disse mais alto, tendo a atenção dos loiros — Keisuke, esse é Seishu, meu namorado, e Chifuyu, o seu irmão mais novo.

— Agora que percebi que vocês têm o sobrenome diferente — Baji pareceu pensativo, olhando novamente para o mais novo no recinto.

“Ele é uma gracinha.” — sorriu malicioso.

Kokonoi suspirou, desistindo.

— Nossa mãe teve a mim e nossa irmã do meio com meu pai. Depois de alguns anos, ela se casou com o pai de Chifuyu — Seishu explicou brevemente, observando o olhar pecaminoso de Keisuke para o irmão.

— Entendi… — mordeu o lábio inferior, ficando atrás da cadeira do mais novo, que ficou tímido — É o mesmo com Kokinho e eu. A diferença é que o pai dele meteu um chifre na mãe dele com a minha — o Baji disse indiferente, olhando para a orelha de Chifuyu que se encontrava um pouco vermelha.

— Uma ótima história de família tradicional japonesa — Hajime deu de ombros — Agora leve ele até o estúdio. Preciso conversar algumas coisas com Seishu — começou a organizar alguns papéis.

— Conversar, né? — Keisuke fez movimentos com as mãos, tirando um riso envergonhado de Seishu.

— Pelo amor de Deus, Keisuke. Some da minha frente!

— Vamos, baby — gargalhou, pegando na mão de Chifuyu que se levantou, olhando para o irmão que fez sinal positivo — Está com fome? Tem muita comida nesse lugar — dizia, abrindo a porta e deixando o mais novo passar na frente.

— Mais um pouco e ele comia Chifuyu na nossa frente — Kokonoi não conseguiu segurar.

— Coitado do meu irmão. Ele venera esse cachorro — Seishu viu o namorado o chamar com as mãos, pedindo para que ele se sentasse em seu colo — Sei bem o que o senhor quer, Kokonoi.

— E você vai me dar — sua voz saiu rouca, fazendo os pelos do Inui arrepiarem.

— Tudo aqui é lindo demais — Chifuyu abriu uma pequena live, contando aos seguidores sobre o local. Evidentemente que o Baji não ficaria de fora — Sim, meninas, ele é mais bonito pessoalmente — leu um dos comentários, esquecendo-se que o homem encontrava-se ao seu lado — O- oh… Q- quer dizer-

— Obrigado, baby — aproximou-se, passando o braço pelo seu ombro, pegando o celular da mão do menor — Hoje ele terá a sorte que vocês não têm, meninas. Sinto muito e espero que entendam — soltou o questionamento no ar, que até mesmo o Matsuno custou entender.

— Do que está falando? — franziu o cenho.

— Logo saberá — fez mistério, trazendo curiosidade aos seguidores que começaram a perguntar o que era — Venha! — o puxou para fora do elevador, levando-o até o estúdio.

Matsuno olhava para todos os cantos, e em cada um deles tinha modelos, maquiadores, figurinistas e câmeras.

— Isso é incrível — disse para si mesmo, chocado ao ver Mitsuya Takashi (estilista) conversando com Shiba Hakkai, um dos melhores modelos da atualidade, seguidamente do Baji. O casal fazia sucesso por serem uma ótima dupla, fazendo até mesmo desfiles um ao lado do outro.

Aquilo tudo parecia surreal.

Antes das fotos acontecerem, Chifuyu soube um pouco mais do que se tratava à propaganda de batom. Era uma nova linha de tons vermelhos que a marca Tenjiku havia criado e desejavam ter dois modelos homens usando-a. O dono da marca confiava o suficiente no Kokonoi para deixá-lo escolher os melhores, e só desejava ver o resultado no final, sabendo que estaria do jeito que imaginava.

Perfeito.

Chifuyu prestou atenção em cada detalhe que Baji dizia, e em como ele poderia fazer as poses, juntamente do fotógrafo Ryūguji Ken, ou como ele gostava de ser chamado: Draken. Logo após, seguiu para a sala onde se encontrava seu figurino e observou o Mitsuya verificando se tudo estava bem com as peças.

— Bom dia — o Matsuno desejou, ao contrário de Keisuke, que já foi entrando e mirando os olhos na mesa de comida.

— Olá! — sorriu para o mais novo — Chifuyu, certo?

— Isso — juntou as mãos na frente do corpo, observando o Baji mastigando os docinhos com rapidez.

— Em pensar que isso é o que as garotas desejam — Takashi riu, notando os olhares do loiro para o de fios pretos — E os garotos também, pelo visto — falou baixo.

— Baji, queria te pedir uma coisa — o Matsuno disse envergonhado, coçando a nuca.

Takashi só observava tudo.

— O que seria, baby? — questiona o mais velho, dando um gole no suco de maracujá.

— Seu autógrafo. Sou um grande fã seu, mas não tive coragem de pedir antes…

Suas bochechas esquentaram.

— Claro! — Keisuke mastigou o doce e pegou um guardanapo para limpar a boca — Aonde quer que eu assine?

— Aqui, por favor — retirou um pequeno caderninho do bolso, entregando na mão do maior que se aproximou, pegando uma caneta jogada sobre a penteadeira camarim.

— Prontinho! — devolveu para o mais novo que agradeceu — Agora vamos fazer logo essas fotos. Daqui a pouco Draken está gritando. Isso aqui é um caos, e você terá que se acostumar.

— Eu desejo fazer tudo correto agora, para que eu possa ser chamado novamente — sorriu pequeno.

— Tenho certeza que irá — Keisuke colocou as mãos nos ombros do menor que ergueu o olhar, focando nos olhos castanhos do Baji.

Chifuyu sentiu seu coração bater mais rápido quando o maior aproximou-se ainda mais, olhando para os seus lábios.

— Então… — o Mitsuya arranhou a garganta, chamando a atenção da dupla que se desvinculou — Chifuyu, tome sua roupa. Aquele dali é o banheiro. Depois você pode ir para a sala de maquiagem ao lado.

— Ok, agradeço — fez uma breve reverência e seguiu para o banheiro

— Você não perde a oportunidade — encarou o outro.

— Me deixe ser feliz, uvinha — Keisuke choramingou, tirando uma risada do mais velho.

Após passar pelo processo de vestimenta e maquiagem, Chifuyu saiu do local e caminhou em direção ao fundo branco, tendo a atenção dos demais, notando que encontrava-se mais cheio do que pôde perceber anteriormente. Suas bochechas vermelhas eram evidências da sua timidez.

Ficar atrás da tela de um celular sempre foi mais fácil.

Ter vários olhares para si, pensando se ele iria se sair bem ou não, fez Chifuyu ficar inseguro.

— Esse batom ficou lindo em você.

Matsuno ouviu de repente, olhando ao redor e tentando encontrar de onde vinha essa voz.

— Eu também ficaria belíssimo, não é, Kenzinho?

— Sano Manjiro? — Chifuyu se surpreendeu ao ver o outro loiro no local. Não tinha o visto antes, talvez tenha chegado há pouco — O- obrigado — curvou-se.

— Não me agradeça por dizer o óbvio, bobinho — o loiro agarrou-se no esposo, que pediu para que ele se comportasse, fazendo os demais rirem — Você é tão mal comigo.

Manjiro era um famoso ator de novelas, além dos trabalhos que fazia como modelo.

“Esse cara possui mais de 30 milhões de seguidores.”

Chifuyu engoliu a seco, percebendo onde estava se metendo.

— Bora começar com isso, Keisuke — Draken falou alto o suficiente para fazer o citado parar de papo com Hakkai — Não tenho a sua vida.

— Calma, meu irmão — debochou, dançando a música que tocava, a caminho de Chifuyu.

— Kenzinho, quero ir para casa — Manjiro fez bico, de braços cruzados ao lado do maior. Ele era famoso, embora tenha preguiça de toda essa fama.

— Mikey — Draken juntou toda a paciência do mundo, pensando que seu esposo agia como seus filhos na maior parte do tempo. Ou seja, ele cuida de 4 crianças — Só irei fazer essas fotos e estarei liberado por hoje, ok? — beijou a testa do menor, que concordou descontente, afastando-se e indo até Takashi.

— Você ficou muito maravilhoso — Baji pegou no queixo do menor, que arregalou os olhos — Vermelho cai bem em ti, baby.

— Digo o mesmo… — Chifuyu sentiu as mãos do mais velho passarem pelas suas costas, puxando-o para colar seus corpos, nervoso.

Logo, o primeiro flash saiu.

— Estou notando que você não está confortável — Keisuke guiou seu corpo conforme a música, ajudando-o a se soltar — O que houve?

— Vocês todos aqui… São conhecidos e muito famosos. Me sinto deslocado — confessou quando o Baji trocou os lugares, deixando seu corpo na frente do dele, pegando em seu pescoço com delicadeza, trocando olhares indecifráveis consigo — Uma agulha no palheiro.

Outro flash.

— Me sentia igual no começo — murmurou, se colocando ao lado do mais novo, focando sua atenção apenas nele — Todavia, sempre soube aonde eu queria estar e chegar. Você sabe?

— Sim — Chifuyu fechou os olhos, ficando ao lado de Baji, que mirou seus olhos afiados para a câmera, segurando-o perto de si, sentindo a cabeça do Matsuno deitar em seu peitoral coberto pela blusa vermelha, e beijando sua bochecha em seguida.

— Então você já tem sua resposta — Baji o colocou na mesma posição do começo, passando as mãos pelas suas coxas e o colocando em seu colo, beijando-o sem cerimônia. Chifuyu retribuiu.

Os lábios avermelhados misturaram-se e suas línguas fizeram um trajeto curto uma pela outra no momento em que o Baji apertou as coxas do menor, saboreando a boca do Matsuno, que passou os dígitos pelos seus fios escuros, puxando delicadamente, enquanto o calor subia pelos seus corpos entrelaçados.

— Oh, então essa é a sorte que elas não terão? — Mikey cochichou para Takashi, lembrando do que foi dito na live do Matsuno. Sim, ele assistiu.

— Pelo visto, sim — o Mitsuya gravava todos os acontecimentos a pedido pelo loiro — E que beijão!

Draken sorriu e odiou-se por ter apostado com Hakkai que a dupla não teria química alguma. O azulado sorria para Ken, que balançou a cabeça em negação, sabendo que terá de pagar 200,00 ao amigo. Nada que faça falta, realmente.

Após a conclusão das fotos, diversos aplausos foram ouvidos. Chifuyu foi excelente e conseguiu se soltar o suficiente para beijar Baji Keisuke e ainda fazer brincadeiras durante a sessão de fotos. Draken foi o mais felizardo, pois conseguiu fazer tudo que foi pedido pelo cliente, que inclusive é seu cunhado.

— Olhem algumas aqui — Ken chamou pela dupla que fofocava algo com Mikey — Ficaram ótimas.

Chifuyu sorriu amplamente por ver como tinha ficado bem nas fotos, principalmente na qual ele e Keisuke se beijam. Draken mostrou até suas línguas…

— Que gostoso eu fiquei — o Baji empinou o nariz, vendo o amigo fazer uma expressão de nojo — E claro, Chifuyu ficou deslumbrante — puxou o menino pela cintura, esse que limpava os lábios avermelhados — Você quer sair comigo para almoçar?

— Aceito — Chifuyu recebeu mais um beijo na bochecha, seguindo até seu pescoço, lhe tirando um suspiro.

— Eu ainda estou aqui, e várias outras pessoas — Draken abriu um sorriso forçado e o mais novo pediu desculpas, enquanto Baji mostrou o dedo do meio.

— Chifuyu, parabéns! — Mikey se aproxima, pegando nas mãos do outro que agradeceu — Aquele beijo foi quente! Se eu fizesse isso com o Kenzinho, ele teria ficado duro — riu junto da dupla no momento em que o citado balançou a cabeça em negação, envergonhado pelo descaramento do esposo, apesar de saber que Mikey estava completamente certo.

Após se despedirem dos demais e agradecerem pelo trabalho duro, saíram do local com Chifuyu na garupa da moto de Keisuke, que o levou para um restaurante na região. Conversando com o menor, queria saber mais sobre o garoto de beijo doce e saboroso. Fazia tempo que ele não tinha o prazer de experimentar lábios tão deliciosos, e não gostaria de deixá-lo escapar.

— Me passa seu número? — o homem pediu, repousado ao lado do mais novo.

— Claro! Adoraria ter o contato da estrela Baji Keisuke — sorriu timidamente, sentindo uma das mãos do outro deslizando pelas suas coxas, fazendo-o encará-lo — Você não perde tempo, não é?

— Perder tempo tendo uma beldade ao meu lado? Não sou idiota, baby — ficou indignado, tirando risadas do outro — Claro, só vai acontecer algo se você quiser. Seu beijo é muito gostoso e queria provar mais vezes.

— Hum… — o loiro pareceu pensar, levando a mão ao queixo quando o Baji bebericou a taça de vinho — Eu quero. Não seria nada mal ter no meu currículo que fui um ficante de Baji Keisuke.

— Já quer me usar? — fez drama, estalando a língua no céu da boca — Bem, então vou te usar também — moveu a mão até a virilha do mais novo, deixando um beijo no canto da boca alheia, que olhou para si.

— Só seja carinhoso, ok? — fez uma voz manhosa, dando um selinho em Keisuke, que sentiu um arrepio subir pelo seu corpo.

— Pode deixar, baby.

Talvez não seja só uma ficada.

Fim.
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Esse one ficou maior do que eu planejava, porém gostei do resultado, assim como espero que vocês também!
Obrigada por lerem até aqui.

Nos vemos em breve!

(Imagem com nitidez na mídia)