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III - Olhos Negros 🔞

Abrindo os olhos com dificuldade, fui, aos poucos, reconhecendo o local onde estava. Tentei levar as mãos ao rosto para coçar os olhos, mas algo me impediu: um laço bem firme.

Meu corpo gritava em dor e agonia. Despertei num sobressalto assim que percebi que estava amarrada a uma cadeira, na masmorra de um lugar bastante familiar.

Nada de bom poderia acontecer ali.

Quase ofegante e desesperada para sair dali, interrompi bruscamente minha tentativa de me soltar ao ouvir uma porta se abrir.

Assim que vi os famosos Winchester, um arrepio percorreu minha espinha. O loiro de olhos verdes tinha fama de galanteador, mas também de torturador ─ afinal, ele já havia torturado almas no próprio Inferno. O mais alto, de cabelos compridos, era um livro aberto para mim. Ou costumava ser.

A reputação desses dois não deixava a desejar. Como havia convivido um bom tempo com eles, sabia exatamente do que eram capazes.

Durante minha estadia ao lado dos irmãos Winchester, a mando de Crowley, acabei me apaixonando por Sam. A pior coisa que poderia ter acontecido. Assim que descobriram minhas verdadeiras intenções e quem me enviou, fui julgada e humilhada de todas as formas possíveis. E isso sem contar o fato de que, até ontem, eu estava sendo caçada por eles.

Agora, cá estou eu, frente a frente com os caras que um dia chamei de amigos. De irmãos.

─ Você nos decepcionou... ─ começou o mais velho. Queremos de volta o que você roubou para o Crowley.

Me mantive em silêncio, cabeça erguida, postura desafiadora.

A antiga eu jamais agiria assim diante do famoso Dean Winchester, mas a nova eu gostava de um pouco de diversão. Gostava do perigo.

─ Não é só porque um dia te consideramos da família que pode me desafiar achando que vou ficar quieto e sem fazer nada! ─ sua mandíbula estava travada, e era possível ver uma veia saltar em seu pescoço.

Nervoso com minha provocação, Dean veio até mim em passos firmes e segurou meus braços com força. Por um segundo, achei que ele fosse me socar. Mas lhe faltava coragem.

─ Dean, já conversamos sobre isso. Deixa comigo ─ Sam interveio, se aproximando.

─ Você acha que, só porque namoramos por um tempo, vai me convencer a fazer o que você quer? ─ ui obrigada a comentar assim que ele se mostrou confiante demais em sua capacidade de me dobrar.

Talvez ele pudesse um dia. Mas hoje? Não mais.

─ Oh, Sam... eu sei o quanto você gosta de mandar em mim ─ murmurei, em um tom meloso e provocante, entreabrindo os lábios.

Se havia algo que eu sabia fazer bem, era seduzi-lo. Deixá-lo louco.

Nossas aventuras sexuais costumavam ser intensas. Minha melhor fantasia era deixar Sam no controle, permitindo que ele fizesse o que quisesse comigo.

─ Já passamos por isso, não passamos? ─ continuei, minha voz um veneno doce. ─ Todas aquelas vezes que eu pedia para que tomasse meu corpo para si, que fizesse o que bem entendesse comigo...

Conforme eu falava, vi Dean erguer a sobrancelha e lançar um olhar desconfiado do irmão.

─ Nossos lábios sedentos um pelo outro, os corpos clamando por atrito, as mãos inquietas e incapazes de ficarem longe. As preliminares longas e deliciosas... os chupões e arranhões fiz questão de enfatizar, minha voz pura tentação. O quanto eu me entregava para você na hora do sexo. E os gemidos? Ah, os gemidos...

Sam estava ofegante, seu peito subindo e descendo com rapidez. Em sua calça jeans, um volume começava a se formar.

─ As estocadas intensas, buscando levar os dois ao ápice juntos... e ainda assim, continuando, apenas pelo prazer.

─ VOCÊ QUER CALAR A BOCA?! Eu lá quero ficar ouvindo o que vocês faziam quando transavam? Eu tô saindo fora! ─ Dean bufou, saindo do local e nos deixando a sós.

O Winchester mais novo permaneceu rígido, paralisado diante de mim.

─ Eu sei que você quer. Nem que seja só por uma última vez ─ o provoquei. Não seria como se já não tivéssemos feito isso antes, Samuel.

O grande homem de ombros largos olhou para a porta por onde Dean havia saído, certificando-se de que estávamos sozinhos. Então, se aproximou e soltou as amarras que me prendiam à cadeira.

Eu estava livre. Quer dizer... quase. O círculo de cilada para demônio ainda me mantinha presa.

─ Vamos ser rápidos. Dean pode voltar.

Um sorriso malicioso se abriu em meus lábios enquanto eu piscava para ele.

─ Adoro o fato de estarmos sujeitos a ser pegos pelo seu irmão sussurrei, deixando que meus olhos brilhassem na escuridão.

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