Eu ajustei cuidadosamente o obi do meu kimono,sentindo a textura suave da seda contra minha pele, o tecido vermelho,adornado com delicadas flores de cerejeira,
era um lembrente da terra que eu havia deixado para tras . No pequeno espelho do meu quarto, eu vi uma mulher com olhos cansados e uma semblente que carregava uma mistura de sentimentos.
Fazia duas semanas que desde que um dos meus pacientes tinha partido. Isso me lembrava minha querida mãe,que morreu pra pedir pra ver seu unico filho . Eu ainda consigo ouvi ela chamando meu irmao mas novo , mas ele sempre diziam que estava ocupado demais com o trabalho . Eu sempre o questionava o porque dele nunca a vim visisartar ela ja estava com os dias contados uns dias a menos no trabalho nao custaria nada mas a demora custou a vida da minha mae ,as suas ultimas palavras pra mim ate hoje sao iguais ferias nao sicatrisadas,"ele ira vim me visitar amanha "o amanha chegou mas ela nunca mais abriu os olhos e ele nunca pisou os pes no enterro dela .

Eu me pergunto ,como uma profissao podia ser tao pesada psicologicamente !

As familias realmente tinham que abandonar seus entes queridos sem mas nem menos,so 'porque nao queriam cuidar deles ate o ultimo suspiro! " Para mim ,isso nao era amor; era uma mistura com egoismo e ingratidao.

Peguei minha bolsa e sai para rua,sentindo os olhares das pessoas cravados em minhas costas. Murmurios baixos e risadas abafadas seguim-me ,mas eu mantinham a cabeca erguida. em uma pequena cidade de chicago,minhas roupas tradicionais japonesas me destacavam,e nao de uma maneira que eu gostasse . "Protituta",sussurravam as minhas visinhas ,''Esquisitas",diziam outras .eu ignorava .A dignidade estava no silencio ,ensinara-me minha querida vo.

Ao sair da sua do meu apartamento ,o peso das lembracas me acompanhava,mas decidi fazer uma parada antes de seguir para o asilo. A pequena cafeitaria onde eu constumava tomar meu cafe era refugio da rotina pesada. entrei, e o aroma do cafe fresco me envolveu,trazendo uma sensacao de familiariadade e conforto. A fila estava curta, e eu espere pacientemente,
observando as pessoas ao meu redo e movimento lendo do cafe .

Enquanto aguardava,meues pensamentos vagavam para os dias em que passava horas sentada a mesa da janela,desenhando coisas aleatorias ou estudando para me torna emfermeira. Aqueles momentos traquilos e foco pareciam atras,um contraste doloroso com a realidade de hoje. A nostalgia me envolveu como um manto,fazendo com que eu me sentisse falta de uma epoca mais simples.

Finalmente,quando meu cafe e uma rosquinha de baumilha, minha favorita,ficaram prontos ,peguei-os com um agradecimentos silencioso. Sai da loja ,o cafe quente na minha mao e a rosquinha embrulhada no saco de papel. No caminho para o asilo,tomei pequenos goles do cafe,que gradualmente esfriava,e a rosquinha acabou sendo devorada em pequenos pedacos.

Chegar ao asilo trouxe de volta a sensacao de dever e resposabilidade. O cafe ja estava frio,mas a memoria do sabor reconfortante parecia se estender enquanto entrava no predio. O ambiente familiar dos corredores brancos e o som constante dos monitores cardiacos me recebiam,e pelo cheiro esteril do desinfetante. Ali,entre as paredes brancas e frias,encontrei um refugio!.os idosos que eu cuidavam nao se importavam com as minhas origens e minhas vestimentas . Eles so viam uma mulher gentil que cuidava deles com paciencia e carinho.

Minha primeira parada foi o quarto da senhora Wilson,uma mulher de oitente e nove anos com olhos azuis que ainda brilhava com vida. Ajeitei os travesseiros e verifiquei os sinas vitais,sentindo um no aperta meu peito.cada dia com a senhora Wilson era um presente,mas tambem um lembrente doloroso da fragilidade de vida.

-bom dia!senhora Wilson,dormiu bem!- pergutei com um sorriso suave

A velha mulher abriu os olhos lentamente e sorriu de volta.

-Oh,megumi ,minha querida.Voce esta sempre tao bonita.Esse kimono e novo!

balancei a cabeca,sentindo uma onda de afeto.

-Nao,e o mesmo de sempre.Como se sente hoje!

-Velha e cansada,como sempre- respodeu a senhora Wilson com uma risada fraca-Mas feliz de ver seu rosto