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Ri-eul? Maninho?

E como ele disse, me deram alta logo após.

— Eu posso caminhar, não preciso disso. — Olhei de relance para a cadeira de rodas que estava ao meu lado.

— Ei, ainda não se recuperou totalmente. Então deverá sentar bem aqui. — Ri-eul pegou a a cadeira de roda e trouxe até mim dando um leve tapa no acento.

Fiz cara feia pra ele.

— Qual é, eu sou um bom mágico e   um bom motorista, prometo não te derrubar. Agora vem.
Ele se aproximou de mim e me ajudou a sentar na cadeira.
Com dor reclamo.

— Tá fazendo drama...

— Claro né, não foi você quem levou um tiro na perna e quebrou um braço.
Ele caminhou até a minha cadeira de rodas e começou a empurrar.
— Veja pelo lado bom, vamos passar mais tempo juntos. — Ele sorriu pra mim.  — E você não deveria ter ido sozinha.

Cruzei os braços e bufei.
— Os policiais estavam chegando.

— Não era oque parecia.

Ele me levou até o parque de diversões abandonado, entrando pelo portão o meu celular vibrou na minha bolsa que Ri-eul estava carregando.

— Pode pegar pra mim? — Pedi.

— Certo, vamos ver. — Ele deu um sorriso. — Oque temos aqui... — Ele murmurou colocando  a mão atrás da minha orelha puxando o celular de lá. — Tcharam... — Ele brincou.

— Engraçadinho... — Fiz careta e ele riu olhando o celular.

— Mãe... — Ele engoliu seco.

— Oque tem a minha mãe? — Perguntou curiosa.

— Ela tá ligando.

— Da aqui! — Tento pegar mas não alcanço o celular.
Ele analisou a foto da minha mãe que aparecia no contato dela quando ligou, ele estava triste?

— Ri-eul, o meu celular? — Peço com a mão estendida.

Ele voltou a realidade e me entregou o celular.
— Desculpa.

Logo que peguei o celular atendi.

— Oi mãe.

— Filha estou preocupada, você não me atende a 5 horas, eu liguei pra informar sobre o jantar de negócios da família, o seu irmão estará aqui, te vejo as 8h em ponto?

O silêncio pairou na linha, como eu vou explicar tal situação para ela, e o porque estou toda machucar, ela vai brigar comigo.

— Filha?

Suspiro e logo respondo
— Sim mãe, estarei aí hoje.

— Boa menina, até.

— Até.

Desligo o celular

— Ela ainda acredita que você trabalha como advogada? —  Ri-eul pergunta sentado na plataforma do carrossel com o queixo apoiado nas mãos.

Fico cabisbaixa, mas levanto a cabeça percebendo oque ele disse.
— Como você sabe disso? Isso era um segredo entre eu e meu irmão.

— Eu sei. — Ele deu uma breve pausa e cutucou o meu braço. — É porque eu sou o seu maninho. — Ele sorriu.

— É oque vamos ver. — Lancei um olhar de desafio pra ele.

🦋

— Aqui. — Peguei da minha bolsa um monte de folhas e entreguei a ele.

— Oque é isso? — Ele perguntou curioso.

— Ah é só uma pequena listas de perguntas sobre nós.... Vamos ver se você é o meu irmão.

—Você não acredita em mim? — Ele apoiou a cabeça nas mãos esperando que eu respondesse.

Engoli seco e fiquei vermelha.
—  Não é que eu não acreditei.... — Olhei para cima tentando não manter contato visual.

— Você realmente não acredita em mim, não é mesmo?

— É verdade, você é muito diferente do meu irmão. — Confesso.

Ele largou uma breve risada e pegou os papéis e virou para mim.

— Acredita agora? — Ele deu sim sorriso e um peteleco nos papéis.

Me inclinei para observar, os meus olhos brilharam ao ver oque acabará de acontecer.
A cada pergunta uma resposta se escrevendo, magicamente?
Abri e fechei a minha boca como um peixe fora d'água.

Ele sorriu amplo com o resultado e com o meu espanto.

— Tcharam...Pega, pode ler... — Ele esticou  animado os papéis para mim.

Engoli seco, olhei bem pra ele antes de começar a ler.
Quais são os três segredos que eu e você guardamos durante todos esses anos?
Coloquei a mão na boca surpresa.

— Annara.... Sumanara... — Ele sussurrou, os papéis que estavam nas minhas mãos haviam sumido.

Os meus olhos piscaram freneticamente, isso era impossível, estava olhando para a nossa casa antiga.

— Primeiro segredo. — Ele comentou me dando um susto, do nada Ri-eul apareceu atrás de mim e começou a empurrar a minha cadeira de rodas abrindo os portões da casa, ele me levou em silêncio até a porta  o menso abriu e me levou para dentro.

Estávamos na nossa antiga sala de estudos.

Eu, Ri-eul e  Yian-koo estávamos sentados à mesa fazendo o nossos deveres de casa e nossa mãe andava para lá e para cá conferindo os nossos progressos.
Nessa época eu tinha 7 anos, mas já me dedicava.
Ri-eul e Yian-koo disputavam quem era o melhor em questões de estudos e era isso que a minha mãe gostava, que nunca desistisse de ser alguém que tenha futuro.
Bom eu não pensava do jeito dela, eu amava ajudar os animais perdidos e resgata-los de perigos, já a minha mãe gostava que eu estudasse para ser advogada, fracasso ela nunca descobriu...
A não ser Ri-eul, eu confiava nele.
Mudamos bruscamente de cenário, estávamos agora na rua fora de casa.
Via eu puxar Ri-eul pela mão e ele relutava.

— Vamos maninho...

— Oque você tá fazendo? — Ele bufou.

— Espera...

Eu parei frente a uma árvore.

— Você não vai... — Ri-eul nem terminou de falar e eu comecei a escalar a árvore.

Quando subi lá em cima...

— Você tá maluca, se a mãe te ver aí vamos ficar de castigo...

Encontrei um gatinho miando apavorado no galho de árvore.

— Ah tadinho, eu vou cuidar de você.... — Disse tentando acalmar o gatinho, o peguei com cuidado.

— Pronto você salvou ele, pode descer por favor? —Ri-eul Suplicou preocupado.

— Tô indo. — Me apoie na árvore e resbalei caindo na grama. —Aí... — Reclamo.

Ri-eul veio correndo ver se eu estava bem.

— Eu salvei o gatinho.— Mostrei a Ri-eul toda contente o gato.

— Vem, você tá toda machucada...

Ele me ajudou me pegando no colo.

Logo estávamos na cozinha, eu estava sentada em cima da mesa de mármore e Ri-eul estava cuidando dos meus machucados desinfetando eles e colocando band-id.

—  Você não se cansa né? Salvar os animais é o seu dever. — Ele murmurou me descendo da mesa, dou um breve sorriso tímido pra ele.

— Mais oque tá acontecendo aqui!!? — A minha mãe gritou quando me viu machucada.

Ri-eul interviu.

— É que ela estava brincando e se machucou...

— Ah querida, e é por isso que  você não deve brincar e e perda de tempo, viu você se machucou. — Ela me examinou e respiro aliviada. — Volte a estudar é o melhor a se fazer...

— Sim mãe...

Saímos da cozinha e Ri-eul deu uma piscadela pra mim e riu me fazendo rir...

O nosso primeiro segredo...

— Ri-eul... Eu quero voltar... — Digo ao Ri-eul que apareceu ao meu lado.

— A mas eu tinha tanta coisa pra te mostrar... — Ele protestou.

— É o suficiente...

Quando disse isso uma leve mexida aconteceu e me trouxe a realidade junto a Ri-eul.

Ele sorriu me estendendo a mão em cima da mesa dele.

— Então?? —  Ele perguntou esperançoso.

Meio receosa estendo a minha mão que não está engessada e entrelaço na dele.

— Maninho... —  Sorriu para ele... — A nossa mãe vai ficar tão feliz em te ver....

—  Não!!

— Como assim não?!

🦋Postei o edite e sai correndo 🦋

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