⎯⎯ Me passa os bolinhos ⎯⎯ Yuna pede a mais velha que a passa. ⎯⎯ e a geleia... e também aquele-...

⎯⎯ Yuna! ⎯⎯ Tzuyu perde a paciência.

⎯⎯ O quê? ⎯⎯ a loira encara confusa a morena a sua frente.

⎯⎯ A rainha está a três dias solicitando a sua presença pelo menos no café da manhã. Você só quer comer no quarto e ainda me faz de empregada.

⎯⎯ Ah qual é Tzuyu, não é assim. Eu só não quero encontrar aquele príncipe mesquinho idiota.

⎯⎯ E vocês vão se casar.

⎯⎯ Vamos não! Você disse que era só um plano e que iria acabar antes.

⎯⎯ Estou falando desse seu ódio desnecessário por ele.

⎯⎯ Desnecessário? Tzuyu! Ele é a pior pessoa que eu já conheci em toda a minha vida.

⎯⎯ Você pelo menos se deixou conhecê-lo?.

⎯⎯ E precisa? Olha como ele é. Mandão, superficial, idiota, mesquinho, chato, se acha o centro do universo. E ainda me trata como se eu fosse a pessoa mais burra do mundo e-...

⎯⎯ Yuna... ⎯⎯ Ela a cutuca.

⎯⎯ Espera Tzuyu, não acabei.

⎯⎯ Yuna!.

⎯⎯ Ainda nem falei que ele também é um idiota que só pensa em si mesmo e eu jamais em toda a minha vida, nem que eu perca a minha coroa eu me juntarei a ele. ⎯⎯ Tzuyu em choque coloca as mãos na boca.

Palmas ecoam por todo o quarto assustando Yuna. Ela já sabia do que se tratava, ou melhor, de quem se tratava. Apertou os lábios com força praguejando por toda a sua existência.

⎯⎯ Que lindo discurso, minha mãe iria amar escutá-lo. ⎯⎯ Yuna cerrou o punho antes de se virar para Hueningkai e tentar dar o sorriso mais doce que conseguirá.

⎯⎯ Imagino que no seu quarto também tenha porta para que saiba bater antes de entrar.

Tzuyu juntou as suas coisas e saiu de fininho.

⎯⎯ O castelo é meu.

⎯⎯ Isso não é motivo nenhum para você entrar no quarto de uma garota ao bem entender, sem nenhum aviso previo.

⎯⎯ Pelo o que eu saiba não da minha noiva. ⎯⎯ Yuna sorri debochada.

⎯⎯ Deve estar se divertindo, não é mesmo? ⎯⎯ Hueningkai sorri. ⎯⎯ O que veio fazer aqui, desembucha.

⎯⎯ Minha mãe está preocupada, acha que você não se agrada ao lugar então me pediu para andar pelo reino.

⎯⎯ Sua mãe é um doce, diferente de você. Diga a ela que não será preciso guardas, gosto de andar sozinha. ⎯⎯ Yuna vai até a cabeceira da cama e pega um par de sapatos confortáveis.

⎯⎯ Sinto em lhe dizer mas pra sair comigo não tem a opção de descartar algum soldado.

⎯⎯ Espera, ela quer que eu vá com você?. ⎯⎯ Hueningkai faz uma feição meio óbvia. ⎯⎯ Avise para ela que não vou mais.

Yuna se senta graciosamente em sua cama. o vestido azul se dispensou por quase toda a cama.

⎯⎯ Acho que escolha você não tem.

⎯⎯ Fale de forma clara, não leio mentes.

Hueningkai se aproxima, o bastante para Yuna se inclinar para trás. Ele a pega pelos braços e a puxa para cima de uma vez como se ela fosse uma pena a fazendo levantar e quase cair.

⎯⎯ Wow... isso foi estranho.

⎯⎯ Me siga. ⎯⎯ Ele vai na frente e Yuna não vendo caminho foi atrás.

Passaram por todos os corredores do castelo em silêncio até chegar na entrada. Atrás, Yuna notou 6 guardas e se sentiu incomodada com tanto. Odiava ser seguida e se sentir presa.

⎯⎯ Para quê seis guardas? Não acha um exagero? ⎯⎯ Ela sussurra.

⎯⎯ Quem está ao seu lado? ⎯⎯ Yuna olha para o lado esquerdo ⎯⎯ Do seu lado direito!.

Yuna o encara

⎯⎯ Você ué.

⎯⎯ E o que eu sou?.

⎯⎯ Gente. ⎯⎯ Yuna tampa a boca tentando não rir mas falhando com a sua própria piada.

⎯⎯ Você é muito idiota.

⎯⎯ Você é mais idiota que eu.

⎯⎯ Você está andando com o príncipe daqui, como quer que eu ande desprevenido?.

⎯⎯ Acredite, nenhum ladrão vai ser louco o bastante para sequestrar você. Não iriam aguentar um minuto. ⎯⎯ Hueningkai revira os olhos.

Os dois voltaram a ficar em silêncio. Se odiavam, por que ficariam de papinho por aí?.

Aos poucos Yuna começa a se encantar pelo lugar. Sempre ouviu falar do reino mas nunca o visitou, sempre soube que era conhecido por ser o reino com as pessoas mais festivas do mundo, o local era sempre fantasiado por temas de festas, música rolando solta e pessoas dançando sem parar. Yuna amava isso e queria um dia conhecer o quanto caloroso era aquele lugar.

Eles passaram entre a multidão que abria caminho e se curvava para o príncipe.

⎯⎯ Aqui é uma mistura de etnias...⎯⎯ Yuna comenta pasma ao ver a diversidade do local.

⎯⎯ Meu pai é Coreano e minha mãe americana, eles abrem portas para refugiados de outros países e assim tudo fica misturado.

Yuna suspira sentindo o cheiro doce no ar. Estavam no meio de uma feira, a música estava alta e podia-se ouvir muitas risadas altas e isso deixava a princesa cada vez mais animada.

Em um susto, uma criança se debate com Yuna quase a derrubando. Por sorte Hueningkai a segura.

⎯⎯ Você está bem? ⎯⎯ Ele a examina por inteiro.

⎯⎯ Estou... ⎯⎯ Yuna encara a criança no chão checando seu pequeno braço. ⎯⎯ Mas ele não.

Yuna se abaixa até ficar da altura da criança no chão, delicadamente toma o seu braço e examina o pequeno arranhão.

⎯⎯ Está doendo muito?. ⎯⎯ Ele não responde. ⎯⎯ Está chateado? Pode me responder?.

Yuna encara a todos que estavam em silêncio olhando aquela cena. Ela encara Hueningkai que parecia incomodado então pergunta:

⎯⎯ Por que ele não responde e por que ninguém está fazendo nada? ⎯⎯ Hueningkai se abaixa e se aproxima.

⎯⎯ A uma regra aqui, ninguém fala com alguém da realeza se não for permitido pelo mesmo.

⎯⎯ Então todos estão calados porque você não os deu permissão pra falar? Isso é um absurdo! ⎯⎯ Yuna se levanta.

⎯⎯ Isso é uma lei.

⎯⎯ Uma lei absurda! Eles não tem comando da sua própria voz! Onde estão os direitos de humanidade deles? Um reino não se move sem a fala do seu povo. ⎯⎯ Hueningkai coça a cabeça e pega no braço de Yuna a levando para o lado.

⎯⎯ Isso é uma regra do meu pai, acho melhor não contrariar. Você está fazendo muito alarde. Deixe tudo aqui e vamos continuar. ⎯⎯ Ele sussurra e Yuna já farta se solta de sua mão e vai até a criança.

⎯⎯ Não sou desse reino mas também sou uma princesa, e noiva do idiota ali, então, eu permito que você fale. ⎯⎯ A criança, já com os olhos encharcados encara Hueningkai que cruza os braços.

⎯⎯ dói.

A criança finalmente fala com a voz carregada. Yuna o ajuda a levantar e se dirige até um dos guardas.

⎯⎯ Leve-o para algum médico. ⎯⎯ O homem fardado não se move. Yuna encara Hueningkai que suspira.

⎯⎯ Leve-o. ⎯⎯ logo os dois saíram, deixando somente uma Yuna irritada e Hueningkai sem jeito com 5 guardas.

⎯⎯ Feliz? ⎯⎯ Ela dá de ombros e segue o caminho por conta própria.

Hueningkai naquele momento, percebeu o quanto ela era abusada em altos níveis, mas linda ao mesmo tempo. Não gostava, mas a admirou por alguns momentos.

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Yuna pro Kai: manda quem pode, obedece quem tem juízo.