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II

Ele invadiu meu quarto sem cerimônias, acompanhado pela mulher que estava ao meu lado, rapidamente se curvando diante dele. Eu o encarei com os olhos cheios de dúvida, tentando entender a razão de sua presença tão repentina e autoritária. Seu olhar, carregado de raiva, me atingiu como uma onda de desprezo, suas pupilas faiscando com uma autoridade que me incomodava profundamente.

- Eu quero você na sala do trono agora, jungkook! Você precisa cumprir com a tradição! - sua voz ressoou dentro do quarto, preenchida com comando e exigência. Mas, para mim, suas palavras soaram como o pior insulto que já havia ouvido em toda a minha vida

Minha resposta veio carregada de indignação e desafio:

- O senhor deve estar com a cabeça cheia de merda - retruquei, incapaz de conter minha frustração diante de sua demanda absurda.

- Você deve estar com merda na cabeça, não percebeu que acabei de dar à luz um filho seu!- Minha voz trêmula transbordava de indignação enquanto segurava o bebê recém-nascido nos braços, meus olhos refletindo uma mistura de raiva e incredulidade.

Ele respondeu com um ar de superioridade irritante:

- Você sabe da tradição, sua obrigação é estar na sala do trono!

Revoltado, reagi com ousadia:

- Pode enfiar essa tradição no seu cu e no de todos na sala!

A mulher ao meu lado parecia chocada com minha audácia, mas eu não me importava. Não seria subjugado por alguém que se considerava meu alfa.

- Você é um ômega puro, já devia estar recuperado, não precisa desse drama todo!-  Ele tentou me diminuir, mas só conseguiu aumentar minha determinação.

- Então, por ter dado à luz, de repente me tornei um troféu? Isso é ridículo! - Minha voz transbordava de sarcasmo e desespero.

- Você vai sim, e não quero mais ouvir nenhuma objeção, ômega! - Ele gritou com autoridade, mas seu tom só alimentou minha revolta.

Mantive minha posição, resistindo ao impulso de ceder à sua vontade.

- Você está enganado. Não quebrarei meu repouso por capricho de alguém que se auto-intitula imperador. Vá para o inferno- respondi, lutando para conter a minha irá de frustração e raiva.

Ele segurou meu queixo com força, seus olhos faiscando de raiva:

- Você tomará um banho e comparecerá na sala do trono, entendeu?.

Quando ele saiu, olhei para suas costas com desprezo e desafio.

- Não sou sua propriedade, não pode me obrigar a nada! - gritei, sabendo que ele ignoraria minhas palavras

Ao observar ao redor, percebi a ausência da mulher, mas ao captar os passos e direcionar meu olhar para o lado, deparei-me com ela novamente em meu campo de visão.

A mulher retornar com uma bacia pesada, água escorrendo pelas bordas enquanto a depositava com dificuldade em outra maior, percebi que minhas pernas trêmulas me sustentavam enquanto avançava lentamente em sua direção. Meu corpo estava pesado após o parto, a mente turva pela dor e pela raiva.

Ela ergueu os olhos para mim, lágrimas deslizando silenciosamente por suas bochechas. Sua voz era um sussurro trêmulo quando falou:

- O senhor não deveria gritar com seu alfa. Ele pode retaliar, sabe disso. Ele nem mesmo compareceu ao nascimento da sua filhote.

Um rosnado escapou de meus lábios, carregado de desprezo e ira:

- Ele é um canalha, um impostor! Não merece o título de meu alfa

Resignado à minha própria fraqueza, cedi ao auxílio da mulher para me banhar. Enquanto a água quente escorria pelo meu corpo, sentia-me como se estivesse sendo lavado não apenas fisicamente, mas também de toda a força e determinação que um dia possuí. Enquanto ela me ajudava a despir, percebi a revolta borbulhando em meu peito, uma mistura de raiva, cansaço e confusão.

- Você está bem, senhor? - Sua voz suave cortou o silêncio tenso, suas palavras penetrando minha mente turva como um sopro de ar fresco.

- Estou tão bem quanto se pode estar sob as circunstâncias atuais - murmurei, me sentindo mais vulnerável do que jamais estive.

Ela continuou a falar enquanto me vestia e arrumava meu cabelo, suas palavras ecoando em minha mente turva como um eco distante.

- Tenha cuidado, senhor. A primeira esposa do imperador não é conhecida por sua gentileza, especialmente quando se trata de ômegas e seus filhotes. Você deve ser cauteloso.

Um sorriso irônico se formou em meus lábios enquanto eu olhava para ela.

- Agradeço pelo aviso, mas tenho certeza de que posso lidar com a situação. Afinal, não sou um ômega comum, sou o pai de uma filhote e farei o que for necessário para protegê-la.

Ela assentiu, seus olhos cheios de preocupação e compreensão.

- Tenho certeza de que você fará o seu melhor, senhor. Mas por favor, mantenha-se seguro.

Com minha filhote nos braços, segui-a até a sala do trono, meus passos hesitantes ecoando no corredor. Eu podia sentir a tensão no ar enquanto me preparava para enfrentar o que quer que viesse pela frente, determinado a proteger minha filhote a todo custo, mesmo que isso significasse desafiar a esposa favorita do imperador.

Ao adentrar aquela sala imponente, cada passo que eu dava parecia ecoar como o tic-tac de um relógio, contando os segundos até o inevitável confronto. O ambiente exalava uma atmosfera de autoridade, como se estivesse impregnado com a essência do poder que emanava do alfa e sua esposa, sentados no trono como monarcas de um reino sombrio.

Meu coração martelava contra o peito, uma mistura de medo e determinação a cada batida. Segurando minha filhote nos braços, protegendo-a com toda a força que tinha, eu me sentia como um peão diante de reis em um tabuleiro onde as peças eram manipuladas com crueldade e ganância

Minha filhote, despertando em meus braços, olhava ao redor com curiosidade inocente, alheia à tensão que permeava o ambiente.

O alfa quebrou o silêncio com sua voz grave e penetrante:

' Ômega, minha esposa deseja fazer uma proposta a você -  Seus olhos, faiscando com uma mistura de desdém e superioridade, encontraram os meus, como se estivessem desafiando-me a contradizê-lo.

Olhei para a esposa do alfa, seu sorriso escarninho me provocando uma raiva contida.

- Não estou interessado. Minha filhote é meu e só minha! - respondi, firme, segurando minha cria com ainda mais determinação.

A mulher do alfa, entretanto, não se deixou deter tão facilmente. Seu olhar cortante encontrou o meu, sua voz suave carregada de uma ameaça velada:

- Você sabe que é tradição. O filhote é meu por direito, já que não pude conceber o primeiro.

Minha raiva transbordou, alimentada pelo amor e instinto protetor em relação à minha filhote.

- Nunca! Meu filhote pertence a mim e a mais ninguém. Vocês deveriam ter vergonha de usar tradições como desculpa para justificar seus caprichos! - rebati, minhas palavras soando como trovões na sala ornamentada.

O alfa, até então observador em silêncio, interveio com uma voz grave e autoritária:

- Você ousa desafiar a tradição? - Seus olhos, chamejantes de indignação, fixaram-se nos meus, como se estivessem tentando sondar minha determinação.

- Mais do que isso, estou defendendo o que é certo. Meu filhote não será um peão em seu jogo de poder - respondi, erguendo-me com uma postura de desafio, a pequena filhote segura em meus braços como um símbolo de resistência.

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