
#OO5 ── Quanto custa um 𝗰𝗼𝗿𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗶𝗱𝗼 ?
Ter a negativa por parte de Baelon não deixou com que Daemon desistisse da ideia de motnar Caraxes, muito pelo contrário, ele estava mais destemido do que antes, mesmo que seu pai pudesse soar preocupado e sensato, na cabeça do jovem príncipe o mais velho apenas estava desacreditando de seu potencial, algo que não iria passar batido por ele, muito pelo contrário, a raiva levava Daemon a entrar naquele navio para Dragonstone e desembarcar na ilha dois dias depois.
O que Daemon não esperava, é claro, é que fosse fácil, mas que seu pai tivesse mais razão que sua raiva, o mais jovem confrontou Caraxes com sua ira, o dragão ainda estava embebido no luto por Aemon, quase matou Daemon ao arremessar uma pedra no pequeno, o garoto ressentia-se, se Rhaenys tinha conseguido domar Meleys pouco tempo depois da morte de sua mãe, porque ele não conseguiria o mesmo?
Tentou mais uma vez, horas depois e com dores, dessa vez escapou como com um suspiro da morte, quando Caraxes acertou a cauda, o jogando metros longe, escondido, onde Daemon passou horas caído, com dor, tendo que se arrastar para o castelo durante a madrugada, quando ele caiu no pátio externo só sentia dor e vergonha, por ter falhado no seu dever, por sorte a criadagem o encontra e um corvo é imediatamente mandado para King's Landing, para o príncipe Baelon.
O pai já estava afoito em busca do filho, montou Vhagar e sobrevoou a capital em busca do mais jovem de seus filhos, pedindo ao mais velho, Viserys, que comunicasse a família e cuidasse das coisas em sua ausência, foram três dias entre o ocorrido e até que o príncipe mais velho chegasse, encontrasse com um Daemon não acamado quanto pensava, mas cheio de curativos e um braço quebrado, não havia um lapso de dor nos olhos dele, só raiva.
── Você ficou louco? ── Foi a primeira coisa que Baelon falou. ── Como está se sentindo?
── Patético. ── Daemon nem olhava o pai. ── Inválido, incapaz. Mas isso não vai me parar.
── O que eu te falei? ── Baelon o segurou pelos ombros, Daemon gemeu de dor. ── Você foi irresponsável e poderia ter morrido.
── Aí você ficaria feliz, com o filho que te obedece. ── O mais jovem se afastou. ── Eu não sou o Viserys, nunca vou ser o Viserys. Eu vou conquistar o Caraxes ou morrerei tentando.
Os gritos de Daemon poderiam assustar os outros, mas não assustavam Baelon, era 93 D.C., a dor de perder Alyssa não ficava menor com o tempo, mas a cicatriz parecia incomodar diferente. A fúria, a impulsividade e a vontade de se provar de Daemon era ela, Baelon via sua amada esposa nele, sabia que ele preferia morrer ao lidar com o fracasso de não ter um dragão, de não conseguir domar alguém, ele não poderia perder outro filho, perder mais alguém que amava.
── Eu vou te ajudar com Caraxes. ── Ele abraçou o filho, não era muito de fazer isso, mas por Daemon era diferente.
── Eu não quero a sua ajuda, farei isso eu mesmo, sozinho. ── Como o pequeno era orgulhoso, Baelon quase ria, ele via Alyssa nele.
── Pedir ajuda não te faz menos capaz, criança. ── Ele orientou o filho e depois assoprou o ar dos pulmões. ── Organize suas coisas, nós voltaremos a capital em breve.
Houve um silêncio longo de Daemon quando ele e o pai voltavam de barco para a capital, ele sabia que o pai estava certo em alguns níveis, mas ainda sim o seu orgulho não queria deixar que ele assumisse a verdade, não, então ele decidiu só ficar calado pelo tempo até King's Landing. Quando já estavam na Fortaleza Vermelha, Daemon escutou mais de duas horas um longo sermão de sua avó, a rainha Alyssane, ele temia mais aquilo do que falar com Jaehaerys, Baelon até tentou impedir, mas ele mesmo tinha certo medo da mãe e Daemon precisava de uma figura materna falando aquilo.
Com os machucados ele é proibido de voltar aos treinos até que esteja completamente bem, o que irrita o jovem príncipe a priori, Alyssane ordena que ele passe seu tempo se dedicando a leitura e a educação, para que o tempo que seu corpo se recupera, sua mente esteja afiada, o que ele particularmente odiava, por mais que fosse culto em certos portos, aquilo lhe parecia uma tortura, era coisa que Viserys fazia, não ele. Daemon passava muito tempo na companhia do irmão, mas também de Aemma e de Madlyn, mais da última que dos dois primeiros, já que o casamento de Viserys e Aemma se aproximava.
O tempo passado na bibliotexa era demasiado, Madlyn preferia estar lá do que estar com Jocelyn, para ser franca a companhia da irmã era odiosa, a garota agradecia o fato dela ter ido para Driftmark com Corlys, Rhaenys e os gêmeos, assim se sentia menos afobada com a presença pesada da irmã. Naquela ocasião os dois, Daemon e Madlyn, já estavam a tanto tempo lendo que o silêncio començou a incomodar, era para permanecerem assim, mas a cabeça do príncipe doía com tantas letras, nem era Alto Valiriano.
Quando ele não a encarava, Madlyn ergueu os olhos, saindo do livro, espiando Daemon, ele parecia concentrado naquele parágrafo, lia em sussurros, foi o que chamou a atenção dela, parecia particularmente arredio e ofendido com o que continha ali, suas sobrancelhas uniam-se, ela ficou curiosa com o que prendia tanto a atenção do loiro. Ela quis perguntar sobre os doces, mas ainda não havia encontrado palavras ou momentos, então só ficava apreciando a imagem do príncipe, que assim como ela, tinha 13 anos, ele era bonito pra idade, já tinha ficado mais alto que Viserys, ela o observava a tantos minutos que ele acabou percebendo e ela se escondeu atrás do livro que lia.
── O que você está encarando? ── Ele quis saber, ao notar as olhadas nada discretas da Baratheon. ── Vai, fala.
── Não estava te encarando. ── Ela mente, ambos sabem que não é verdade. ── Estou concentrada no meu livro, você deveria seguir no seu.
── Já estou de saco cheio desse lugar. ── Daemon resmunga, afastando a cadeira e fazendo o barulho ecoar por toda biblioteca. ── Vamos sair daqui?
── Olha ... ── Ela hesita, o encarando de pé ao lado dela com a mão esticada. ── Ok, eu já estou cansada das letras mesmo.
Eles correram pelo jardim de mãos dadas, por um momento até a hora que se deitaram embaixo da ameixeira eles sequer tinham notado isso, não se importavam, até que o príncipe notasse isso e soltasse a mão dela, Madlyn prestava a atenção no desenho das nuvens, não se importou quando ele o fez, o silêncio entre ambos só era rompido quando o vento batia mais forte na árvore, fazendo um assovio fino, do qual ambos ignoravam.
Por longos minutos eles permaneceram lá, sem falar nada, as folhas caíam graças ao outono que se aproximava, por algums sorte as chuvas das últimas semanas tinham ficado menos constantes e o lugar estava bom para deitar. Aquilo se tornou um costume deles, fugir das longas horas de estudos na biblioteca como jovens arteiros, apenas para deitar embaixo da ameixeira e ficar em silêncio, falavam pouco, tentavam adivinhar o desenho das nuvens.
── Aquela parece uma xícara. ── Madlyn riu apontando.
── Não. ── Daemon a corrigiu, olhando para morena. ── Parece a cabeça do Lord Highburry.
── Você tem razão. ── Ela respondeu e ambos riram. ── Aquele parece um grande dragão.
── ... ── Daemon então preferiu o silêncio.
Madlyn percebeu de pronto, logo, estreitando os olhos ao encará-lo ao seu lado, Daemon as vezes se calava, mas ainda sim, era estranho vê-lo nesse tipo de silêncio, como se algo o incomodasse, ele notou o olhar dela, como se quisesse fazer algum tipo de pergunta, mas não fez, não querendo invadir o espaço do príncipe.
── Me lembrou da minha mãe. ── Ele declarou. ── Cada dia que passa eu lembro menos dela.
── Eu também não lembro da minha. ── Madlyn olhava a nuvem que agora já tinha se dissipado. ── Eu era praticamente um bebê quando ela morreu, sinto falta do que ela me ensinaria.
── Aposto que a minha teria me ajudado com um dragão. ── Daemon ainda guardava aquela raiva de Baelon. ── Teria convencido meu pai.
── Foi pra sua segurança que o príncipe fez isso. ── Madlyn se sentou devagar, tirando alguns galhos do cabelo. ── Eu acho que ele tem muito medo de perder você e o Viserys, por causa dela.
── É, ele tem. ── Daemon se sentou, abraçando os próprios joelhos. ── As vezes eu não sei se ele nos ama ou se só somos o que restou da nossa mãe, por isso ele se importa.
── Daemon ...
── Deixa pra lá. ── O príncipe e arrependeu de ter dito. ── Está tarde, vamos entrar antes que a Jocelyn fique brava com você.
── Ela sempre está brava comigo. ── Madlyn cometou melancólica se levantando também. ── E fica tranquilo sobre seu dragão, eu tenho certeza que vai conseguir um grande e poderoso.
Nas semanas seguintes os dois continuaram a ir para o jardim, deitar e conversar, rir como duas pessoas de 13 anos que eram, até que finalmente os dias que Daemon mais esperava chegaram, estava livre para os treinos, seu braço estava melhor, seus machucados curados, ele se sentia como um pássaro finalmente saindo de sua jaula. Já para Madlyn, bom ... Pareciam dias muito solitários, em uma das últimas vezes que eles estavam no jardim sozinhos, no entanto, alguém os observou por uma das janelas, Jocelyn Baratheon parecia só esperar um deslize da irmã para comendená-la mais ainda, mas ambos só conversavam e riam, como lhes era permitido.
Sem Daemon e não querendo ficar sozinha, Madlyn passou a ficar muito mais tempo com Aemma novamente, observando e a acompanhando nos proparativos para o casamento, naquela manhã tinha uma prova do vestido, Aemma era tão pequena e frágil, alguns diziam que ela lembrava sua mãe Daella e Madlyn sempre ralhava com quem falava isso em voz alta, não queria que Aemma se assustasse, a loira só tinha 12 anos, em breve se casaria com Viserys de 15, os dois eram jovens, mas já eram tão cobrados quanto adultos.
── O que acha dessa cor? ── Aemma se virou para a amiga, usava um vestido creme e vermelho. ── Fica bom em mim?
── Acho que deveria ter um detalhe azul, você é um Arryn. ── Madlyn se levantou colocando as mãos sob os ombros de Aemma. ── Azul é tão sua cor quanto vermelho.
── Mas é um casamento Targaryen, lady Madlyn. ── A costureira, Medena Tyrell, lembrou a Baratheon. ── E lady Aemma também é uma Targaryen de sangue.
── Tanto quanto é Arryn. ── Madlyn respondeu olhando para Aemma e depois Medena. ── Como eu sou parte Martell, mas ninguém parece se importar, mesmo com essa cara meio dornesa. Bom, na verdade nenhum dos lados parece se importar.
── Mads ... ── Aemma a olhou nos olhos. ── Vamos falar de outra coisa, eu te vi com o Daemon outro dia, quando estava na sala de estudos, vocês dois rindo no jardim.
── Só estávamos fugindo da aula chata do Lord Highburry. ── Madlyn revirou os olhos, voltando pra onde tinha se sentado antes. ── Ele nos deixa a toa na biblioteca.
── Você não pensou na possibilidade de ... Sei lá. ── Aemma tinha um sorriso no rosto. ── Sermos cunhadas?
── Não. ── Madlyn foi categórica. ── Não mesmo, eca.
── Vocês tem idades compatíveis, estão sempre juntos, a casa Baratheon é próxima da coroa, seria outro casamento entre as famílias. ── Aemma saltou do palanque que estava e foi até Madlyn. ── E também tem os doces, você disse que ...
── Lady Aemma. ── Medena ralhou com a loira. ── Volte por favor.
── Eu não disse nada. ── Madlyn balançou as mãos pra que a amiga voltasse pro lugar. ── Também nunca seria permitido, devem casá-lo com alguém importante, fiquei sabendo que a filha mais velha do Lord Lannister é bonita ou uma das suas irmãs.
── Minhas irmãs são velhas demais pra ele, a mais jovem tem o dobro da minha idade. ── Aemma pensou por breve e depis suspirou. ── E a Carmine Lannister? Metida como ela é não se casaria com alguém que não a desse um título.
- ... - Madlyn fez um silêncio por um tempo, só olhando para Aemma.
── Mas Daemon é um príncipe, filho de um futuro rei, será irmão de outro. ── Aemma estava pensativa. ── Se casar com um Targaryen seria um honra pra um Lannister.
── Não seria pra ela, lembra da última vez que nos vimos? Na temporada passada quando ela e o pai vieram pra Porto Real? ── Madlyn resmungou. ── Ela falou dos seus vestido e dos meus vestidos, ela tentaria roubar o Viserys de você e te matar. E outra ... Ela não está noiva do Lord Lyonel Tyrell?
── Ela está e não seja tão má, Lady Madlyn. ── Foi Medena que ralhou com a mais velha das ladies e riu. ── Vire-se Lady Aemma.
── Medena tem razão, acho que é exagero seu. ── Aemma virou, ficando de costas para Madlyn. ── Mas pense sobre o que eu te disse do Daemon.
── Sem chance. ── Madlyn afundou na poltrona que estava. ── Com sorte meu irmão não é louco o suficiente.
Voltar as treinos para Daemon era estar um passo mais perto de conquistar o seu dragão, o príncipe estava quase raivoso ao pensar no tempo perdido, mas ainda sim, saber que outros escudeiros estavam treinando e ele não o enraivecia, como poderia ser ele o que ficava para trás, o que deveria ser um desafio se tornou um incômodo, ele ficou com raiva do pai ao pensar naquilo.
Depois de mais de horas e cansaço, já era claro pra todos que Daemon não estava na forma de antes, o que só o deixava com mais raiva, suas companhia de treinos zombavam dele, irritando mais ainda o loiro, ele ficava extremamente puto com eles, nessa hora pensou que se tivesse um dragão já teria os feito mijar nas calças enquanto imploravam por sua piedade.
── Você ficou fraco, alteza. ── Um que deveria ter um ano ou dois a mais que ele zombou.
── Eu ainda posso vencer vocês com uma mão nas costas. ── Daemon gritou do lado oposto do pátio.
── Talvez devesse voltar para baixo da árvore com a lady Madlyn. ── Um segundo zombou. ── Para terem longas conversas de menininhas, já que você está fraco pras espadas. Acredita que nem tirar a donzelice dela, ele tirou?
── Seu pai te levou na rua dos bordéis já, Daemon? ── O primeiro zoou tocando o ombro com o segundo.
── Pare com isso, ele não a beijou porque não sabe como fazer. ── O segundo retrucou.
── Eu posso tê-la na mão a hora que eu quiser! ── Daemon apertava o punhal da espada com força, seus dedos doíam. ── Só não quis me meter com ela.
── Tem medo da Lady Jocelyn? ── O mais alto dos rapazes o questionou. ── Vamos fazer assim, se você conquistar a garota e ganhar um beijo dela, um beijo sincero, nós te ajudamos com o Caraxes.
── O que vocês sabem sobre dragões? ── Daemon riu. ── Sequer são Targaryens e querem me ensinar algo?
── Nosso pai é domador no fosso, ele sabe mais do que você. ── Um dos dois riu. ── Temos um acordo?
── Ok. ── Daemon respondeu de pronto, ele queria o dragão, naquele momento não ligou pra garota.
Haviam muitas pessoas no castelo naquela noite, noite para jovem Madlyn isso era quase sufocante, ela tentava não sair de perto de Aemma, sendo a sua fiel escudeira e melhor amiga, sentia que aquele vestido meticulosamente escolhido para ela por sua irmã mais velha, Jocelyn, lhe apertava e sufocava mais do que o normal, a morena só não sabia se isso era algum tipo de castigo psicológico da irmã, ou a sua ansiedade falando mais alto.
Baratheon e Arryn só se separaram quando não podiam mais ficar juntas, mas Madlyn prometeu ficar onde Aemma pudesse vê-la, para lhe passar segurança. Madlyn se sentou com o irmão, Boremund, sua esposa e filhos, sentando próxima a Borros, o mais velho, Jocelyn mesmo sendo uma Baratheon preferiu ficar junto com os Velaryons, esses que quase não vieram ao casamento, graças aos atritos entre Jaehaerys e Jocelyn por causa da sucessão. Apesar de olhar pra onde Aemma viria, Madlyn não tirava os olhos de Daemon, emburrado e bem vestido ao lado do pai e junto de outros Targaryens.
Madlyn ficou toda a cerimônia dando um pequeno sorriso confortável, balançando a cabeça positivamente, não perdendo a amiga de vista e tentando passar a ela toda calmaria que não tinha ponto ao final da cerimônia, quando ambos oficialmente se tornaram marido e mulher perante aos deuses, a morena que assistia a próxima, sorriu finalmente aliviada, porém não muito visto que seu vestido ainda apertava.
No salão de baile, onde toda a corte e demais convidados se reuniam para comemorar o casamento de Aemma e Viserys, Madlyn não se sentia completamente solitária, Jocelyn não queria sua presença, Rhaenys e Corlys estavam ocupados com os gêmeos, Boremund e seu filho mais velho, Borros, conversavam com outros lordes, mais preocupados em fazer acordos comerciais, Madluo só sentia mais sufocada e sem ar, sozinha como achava que iria acabar.
── Respira calmamente ou você vai explodir. ── Uma voz zombeteira veio antes de tocar seu ombro.
── Eu não quero estar aqui, me sentiria bem melhor se estivesse no meu quarto. ── Ela apertava a cintura ansiosa. ── O irmão do noivo não deveria estar na mesa junto do resto da família?
── Devia, mas lá está chato. ── Daemon resmungou bebericando algo do copo. ── Quer?
── ... ── Madlyn hesitou, olhando o conteúdo, era forte, ela sabia. ── É, vai, tudo bem.
Ela se arrependeu segundos depois de ter dado o primeiro gole, a garota não era de beber, vez outras se aventurou em provaram vinho, algumas goles, mas aquilo parecia mais forte, ela empurrou a taça em direção ao loiro tossindo um pouco, sentindo a sensação de queimação descendo por sua garganta, Daemon por outro lado ria da reação dela.
── Você já esperava por essa não é, idiota? ── Ela vociferou ainda tossindo e se afastando dele.
── Perai, toma isso. ── Ele ainda ria, levando consigo uma taça de água que acabava de pegar de um serviçal. ── É só água eu juro.
── Só vou ... ── A fala foi interrompida por mais tosse. ── Vou tomar porque preciso.
Era como um alívio instantando descendo pela garganta de Madlyn, ela não estava acostumada com álcool, mesmo que tivesse um gosto bom era forte e diferente do que ela já tinha bebido antes. Damon ficou a observando, seu rosto brilhava, não era suor, era como um brilho especial, ele limpou a garganta desviando o olhar dela, enquanto Madlyn respirava melhor. Ele se lembrava da aposta que havia feito semanas antes com os amigos no treino de espadas enquanto ouvia a música tocando no salão e os casais dançando.
── Me deixa dançar uma vez com você pra pagar por isso. ── Ele pediu estendendo a mão.
── Qual a pegadinha da vez? ── Ela estreitou os olhos, colocando a taça numa mesa próxima. ── Porque não está na mesa olhando pra cá com cara de soberba?
── Não posso ser um cavalheiro uma vez que você pensa mal de mim?
── É força do hábito, você é tão facilmente odiável. ── Ela riu segurando a mão dele.
Apesar da brincadeira ele falava muito sério, depositando a mão na cintura e a puxando para perto, Daemon não era da dança, como seu irmão mais velho, ele era mais das espadas, mas tanto ele quanto Viserys passaram horas em aulas de dança, política e tantas outras coisas que Baelon os obrigava a saber por sua educação, ele sabia o que fazer quando precisava fazer, naquele momento entre a promessa que fizera aos amigos no treino e a vontade de realmente dançar com a morena, por um momento, ele só se calou e girou com ela pelo salão.
── Eu sei que a gente nunca conversou sobre isso. ── Foi Madlyn que quebrou o silêncio. ── Mas obrigado pelo que fez com os doces.
── Não estraga o momento. ── Ele falava olhando profundamente nos olhos âmbar dela, isso deixava a morena desconfortável, não gostava que olhassem tão fundo na sua alma. ── Eu posso ser gentil e cavalheiro.
── Claro, claro que pode. ── Ela desviou o olhar dele, um pouco corada.
Eles dançaram, riram e beberam por toda a noite, como bons amigos, Madlyn chegou a pensar que Aemma não estava tão louca assim.
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