Os dedos ágeis do Cavaleiro das Trevas teclavam com rapidez e suavidade sobre as teclas do computador central da Liga, na Torre de Vigilância.
  O velho morcego fazia uma minuciosa busca por informações sobre os Ultimens e suas ligações com a LexCorp e com a Cadmus, mas não aprecia nada de mais, exceto sobre um jantar em agradecimento aos Ultimens que contara com a presença da imprensa e de alguns políticos, e só. Nada de pistas e nem de pessoas ligadas a eles.
  Aquilo era muito estranho.
  Eles não podem ter simplesmente aparecido do nada, pensou Batman.

― Ainda no encalço dos Ultichatos? ― indagou Aquaman. O rei dos mares não aprovava os Ultimens e não escondia de ninguém o quanto os desprezava. ― Alguma novidade?

― Não. ― negou Batman. ― É como se eles não existissem, legalmente, mas nós os vimos e interagimos com eles.

― Nada no sistema?

― Nada. ― afirmou Batman. ― Eles não tem registo, nem carteira de motorista e muito menos uma ficha médica.

― Então são fantasmas? ― sugeriu Lanterna Verde. Ele acabara de entrar na sala e já tinha ouvido o suficiente para saber que o assunto tratado era sobre Kytzia e companhia. ― Ou bebês de proveta, como os outros? John me falou sobre eles.

― Pouco provável. ― esclareceu Aquaman. ― Eles são diferentes e dá para notar.

― São arrogantes como os outros. ― pontuou Batman, virando se para seus companheiros de equipe. ― Um pouco imprudentes, principalmente o Hurricane, mas são mais unidos que os outros.

― O dinamismo deles é impressionante. ― comentou o Lanterna, um pouco aborrecido. A lembrança da luta com Kytzia e seus poderes telecineticos ainda o assombrava. ― E a força também.

  Batman assentiu com desprazer e abandonou seu posto em frente ao computador. Seu turno já havia encerrado e agora era a hora de Bruce Wayne dar as caras.

― Vejo vocês amanhã. ― e saiu, deixando Aquaman, Lanterna Verde e os perfeitos Ultimens para trás.

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  A redação do Planeta Diário estava a todo vapor. Repórteres indo e vindo pelos corredores, colunistas escrevendo as próximas edições para serem impressas, fotógrafos entregando as fotos e a enxaqueca de Lois Lane não parecia melhorar. A morena já havia tomado dois ou três copos de café para tentar despistar a dor, mas nada funcionava.

― Preciso de uma matéria. ― decidiu Lois, de súbito.

― Na verdade, você precisa de um remédio para dor de cabeça e um dia de folga. ― respondeu Clark Kent, do cubículo ao lado.

― Não tenho tempo para tirar um dia de folga, Clark. ― rebateu Lois. ― Tenho uma matéria sobre o prefeito para entregar e...

― Eu posso fazer para você. ― interrompeu Clark, gentilmente.

― ... sobre os Ultimens. ― concluiu Lois. Ela sabia que o namorado não gostava deles. ― E você não gosta deles, então não.

― Lois ― suspirou Clark, engolindo seu orgulho. ―, eu te ajudo a escrever a matéria sobre eles. É sério, contando que você descanse

― Sério mesmo, Smallville? ― duvidou Lois, divertindo-se com a situação. ― Ou é um pretexto para investigar eles, espertinho?

― Isso também. ― confessou Clark, timidamente.

  Nada escapava do radar de sua namorada. Nada mesmo.

― Você não me engana, Clark. ― riu Lois. ― Pronto para mais uma matéria dividia, Smallville?

  A lembrança de sua primeira matéria dividida lhe veio a cabeça, era sobre a mais nova criação robótica da LexCorp, que fora roubada no mesmo dia, mas Clark como Superman conseguiu recupera-la e Lois finalmente conheceu o “Anjo” da matéria de Angela Chen.

― Com certeza, Metrópolis.

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  Nas mediações do Parque Centenário, escondido atrás da estátua do Homem de Aço, Metallo ansiava pelo momento certo para fugir dali com o dinheiro que havia roubado do Banco Central e se livrar dos Ultimens que o perseguiram. Tanto pelo ar quanto por terra
  Hurricane e Kytzia sondavam pelo céu e Shadow Blue, Hell e Storm se desdobravam em terra.

― Cretino desgraçado! ― resmungou Hurricane, furioso. ― Eu não o vejo em lugar nenhum.

― Calma, Jack. ― pediu Kytzia, tentando controlar o amigo. ― Ele vai aparecer. Confie em mim.

  Um tanto contrariado, Hurricane assentiu e voltou a vasculhar a cidade em busca do vilão do Homem de Aço.

― Espero que os outros tenham mais sorte.

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― Perseguir um idiota de metal não estava nos meus planos. ― resmungou Hell, com um ar dramático. ― Olha que dia lindo, perfeito para ir à praia ou ir às compras, ou...

― Já entendemos, Ness. ― interviu Shadow Blue. ― Não precisa continuar.

  O jovem herói já não suportava as inúmeras reclamações de sua colega sobre sua frustração por estar perseguindo algo que não era de seu interesse, mas eles estavam ali a trabalho e não podiam se dar o luxo de reclamar, pois se falhassem seria a reputação deles que estaria em jogo.

― Eu sei, mas é que... ― suspirou Hell, frustrada.

― Você queria estar com o Jack e não com a gente. ― declarou Storm, sem rodeios.

  Dentre eles, Storm era o mais observador e já havia sacado o que se passava entre Jackson e Vanessa, e temia que Liz estivesse metida nisso também.

― C-como você... ― tentou argumentar Hell, sem sucesso.

― Notei que você gosta dele e está com ciúmes da Liz? ― falou Storm. ― Você vive grudada nele e reclama quando ele e a Liz são postos em dupla, mas não se preocupe. A Liz o vê como um irmão. ― mentiu Storm, sem saber se Liz e Jackson tinham algo. E ele torcia para que não tivessem.

― Assim fico mais aliviada. ― confessou Hell. ― Odiaria ter que tirar ela da equipe.

― Ah, dá um tempo. ― reclamou Shadow Blue, revirando os olhos e comentou baixinho para que Hell não o ouvisse: ― Pipipi popopo a Liz é a melhor.

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  Notando a distração de seus perseguidores, Metallo se permitiu respirar aliviado. Seu plano estava saindo como planejado.

― Olha o que temos aqui, Kytzia. ― anunciou Hurricane, surpreendendo Metallo e os demais. ― O nosso homem de metal.

  Em pleno ar, Kytzia já preparava pequenas esferas em suas mãos para capturar Metallo, caso ele ousasse fugir novamente.
Ele só precisava dar um passo e ela não hesitaria em sufocá-lo dentro de uma delas.

― Muita audácia sua se esconder justo aqui, atrás da estátua do seu inimigo declarado, o Superman. Que grande ironia, não? ― debochou Kytzia.

  Metallo sorriu.

― O inimigo do meu inimigo é meu amigo, boneca.

― Já chega! ― gritou Hurricane, furioso. ― Em posição. Agora!

  Com extrema sincronia, os Ultimens cercaram Metallo, que não ofereceu nenhuma resistência, e confiscaram o dinheiro e o entregaram à  polícia.

― Não confie no Luthor, boneca. Ele não é o que pensa. ― confidenciou Metallo, dentro da viatura, a Kytzia. ― Estou lhe avisando.

  Podia ser nada ou apenas um aviso, mas Kytzia já começara a perceber que havia algo de errado acontecendo, só não sabia o que era.