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𝑶𝒏𝒆

  Enclausurados no térreo luxuoso de um dos hotéis mais sofisticados de Metrópolis, os novos Ultimens se divertiam como podiam enquanto não eram chamados para a ação novamente.
  Debruçado sobre a mesa de jantar estava Reed Evans Parker com sua aquarela e suas telas,  Jackson Lee e Vanessa Carter Davis disputavam uma acirrada partida de xadrez no canto oeste da sala, Wilson Patterson lia um dos clássicos literatura inglês esparramado no grande e confortável sofá no centro da sala e Elisa Morgan admirava, de pé, em frente a uma gigantesca janela de vidro a vasta e caótica Metrópolis, com seus arranha-céus e seu ar limpo.
  Já fazia uma ou duas semanas que os Ulitimens haviam regressado com sucesso de uma missão no Ártico onde, mais uma vez, haviam desbancado a Liga da Justiça com sua rapidez e eficiência. A expressão de repulsa na cara do temível Cavaleiro das Trevas estava gravada no cérebro de Liz e essa lembrava a fazia rir.
  Batman não gosta de mim, ela pensou.
  Mas ele não era o problema, o Superman e toda Liga é que era o verdadeiro problema. Enquanto a Liga orbita pela terra, os Ultimens se mantém em terra firme, próxima ao seu povo, ao seu Governo e ao seu grande financiador, Lex Luthor.

— Trouxe novidades. — irrompeu Lex Luthor, quebrando a calmaria do ambiente.

  Jackson foi o primeiro a abandonar sua partida e se concentra no que Lex dizia. Wilson, Reed e Vanessa seguiram seu exemplo, menos Liz. Ela estava imersa em lembranças de sua vitória sobre o Lanterna Verde para notar a súbita aparição de Lex.
  A forma como subjugaram o Lanterna ainda rondava sua mente. Ele era um adversário formidável, forte e eficiente, corajoso e não se deixava abater, mesmo com as fortes pancadas e socos deferidos por Liz, em sua forma heroica de Kytzia.
  Ele não era tão forte como o Superman, nem tão rápido quanto o Flash, não era tão temido quando o Batman ou feroz como o Aquaman. Ele era humano e como humano, ele tinha uma fraqueza e da próxima vez que eles se enfrentarem, ela iria descobrir qual era e usaria para feri-lo da pior maneira possível.

— Liz. — chamou Jackson, trazendo a consciência de Liz de volta ao presente. — Não vai ler os jornais? Eles só falam da gente.

  Ela o olhou como se ele fosse algum tipo de irmão caçula super agitado, apesar da pouca diferença de idade entre eles e pediu:

— Me passe o Planeta Diário, por favor.

  Rapidamente, um exemplar do Planeta Diário estava em suas mãos e ela agradeceu ao amigo por sua rapidez.
  Acomodou-se com delicadeza sobre o sofá e de cara já viu a manchete: “Ultimens salvam civis no Ártico” e sorriu. Era bom ter seu trabalho reconhecido e principalmente por sua colunista favorita, Lois Lane.
  A morena já havia a encontrado antes, em um jantar que Lex ofereceu em agradecimento aos Ultimens por terem salvo uma de suas subsidiária de um incêndio, e ela estava acompanhado do colega e namorado Clark Kent. De cara, Liz já gostou dele também.

— Nos temos dezena de jornais para ler e você sempre escolhe o Planeta Diário. — comentou Vanessa. Ela já iniciara o seu ritual de incinerar os jornais que não lhe tinham como primeira página ou que não citassem o quão poderosa ela era. — O que ele tem de melhor que os outros, Liz?

— Ótimos colunistas. — declarou Liz, simplória. — E um ótimo editor-chefe.

— Lois Lane. — respondeu Reed.  — Eles tem a Lois Lane e todos sabemos que nossa Liz é maior fã dela, Ness.

— Sim, verdade. — concordou Wilson.

  Ele nem se quer havia aberto um dos jornais e já voltara a ler seu livro.
  Liz o admirava por não se importar com que os jornais diziam sobre ele e ser bastante atencioso com os repórteres e fãs. Wil tinha um temperamento mais dócil e sútil.

Planeta Diário ou não, Lois Lane ou não. O que importa é que estamos bem e em casa, o resto que se foda! — declarou Jackson, encerrando o assunto.

  Os demais concordaram com ele e voltaram ao seu próprio lazer.

―――

  Sem que notassem, Lex saiu de forma rápida, quase gatuna, do apartamento e seguiu em direção ao elevador sem dar nenhum pio e nem um até breve aos demais.
  Já dentro do pequeno compartimento de metal e aço, ele sacou o telefone do bolso do palito e discou para alguém.

— Está tudo nos conformes, eles não suspeitam de nada. — e logo depois desligou.

―――

  No estacionamento, a fiel Mercy Graves aguardava o retorno de seu chefe em seu Roll Royce preto e mal se deu conta da presença repentina de seu chefe.

— Vamos para a empresa, meu trabalho aqui acabou. — disse Lex, entrado na parte de trás do carro.

  E sem hesitar, Mercy deu partida no carro e seguiu estacionamento a fora, rumo a LexCorp.

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