𝑪𝑨𝑷𝑰́𝑻𝑼𝑳𝑶 1. Onde estou?
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𝐂𝐀𝐃𝐀 membro meu parecia pesar uma tonelada, e cada respiração era um esforço doloroso.
Estaria eu morta?
Lutei para abrir minhas pálpebras pesadas. Apesar de todo o esforço, não consegui abri-las completamente, apenas o suficiente para tentar adivinhar onde eu estava.
Quente... O ar ao redor parecia abafado, e meu corpo estava envolto em uma sensação de calor sufocante. Ao menos a dor de cabeça, que antes pulsava incessantemente, parecia ter diminuído.
Com dificuldade, ergui a mão e toquei minha testa. Estava quente, para variar. E úmida, provavelmente coberta por uma fina camada de suor frio.
Ao erguer-me com dificuldade, pude ficar sentada.
Respirei fundo.
O sob mim agora era macio. Nada de grades, nada de metal. Era natural, parecia algodão.
Cocei o olho com ambas as mãos. Ardia, e eu estava lacrimejando. Após a falha tentativa de aliviar a irritação, forcei-me a abrir os olhos um pouco mais, permitindo que uma única lágrima escapasse.
Palha? Tive que fazer uma pausa para processar.
Averiguei o local. As paredes, todas feitas de palha, sustentadas por apenas algumas estacas e uma espécie de massa — o que imagino ser feita de barro, e usada como cimento. O chão? Grama. E o sob mim? Era um colchão — feito de algodão. Tão macio que meu peso foi suficiente para afundá-lo enquanto eu estava sentada.
Madeira, grama, palha... Onde raios eu estava? E por que isso se parece com uma tenda?
À minha direita, havia uma espécie de cômoda — madeira — e por cima, estavam dispostos instrumentos farmacêuticos. Seringa, tesoura, band-aid. Ao lado, uma caixa branca com uma listra vermelha na horizontal, e um símbolo de positivo. Era um kit de primeiros socorros. E dentro da caixa, havia outros objetos que se assemelhavam aos anteriores.
— Mas o quê...? — Tudo ainda parecia muito confuso, mas pelo menos eu estava me sentindo melhor, fisicamente falando.
Assustei-me, e meus pensamentos foram interrompidos quando escutei uma voz masculina. Meu coração acelerou, e notei ter fechado as mãos com força no colchão por instinto. Virei-me para trás, afim de descobrir quem era.
— Olha só quem finalmente está acordada! Como se sente? — Um garoto de cabelo liso e minimamente gordinho disse. Mas eu não o reconheci.
Antes que eu pudesse falar algo, outro garoto entrou atrás. Dessa vez, tinha pele escura e o cabelo era preto.
— A novata já acord.. Bom dia, raio de sol! — Não abri a boca.
Tentei entender o que estava acontecendo. Estava confusa, com raiva — por qualquer que seja o motivo — e com vontade de chorar, fugir. E presumi que os garotos notaram isso, deixei claro após engolir em seco, ofegando.
— Não fique assim, é normal se sentir confusa. Aconteceu o mesmo com todos, acredite. — O primeiro garoto disse, se aproximando com um sorriso reconfortante. — Quer saber? — O garoto apunhalou o que parecia ser uma cantina militar e entregou para mim. — Aqui. Beba. você deve estar com sede.
Não peguei a garrafa. Apenas a encarei durante alguns segundos, antes que o segundo garoto dissesse outra coisa.
— Está higienizada, não se preocupe. — Engoli em seco e lambi os lábios que estavam ressecados.
Eu realmente estava com a boca seca, aquela garrafa seria um benção naquele momento. Após relutar internamente, receosamente peguei a cantina sem retirar contato visual do primeiro garoto. Desrosquei a tampa e dei um gole. Porra, estava deliciosa. Tão geladinha que tive de fechar os olhos para aproveitar quão refrescante era.
Demorei alguns longos segundos deliciando-me com a bebida antes de reabrir meus olhos. Devolvi a cantina já vazia para o garoto.
— Obrigada. — Apenas um sussurro, e, desta vez, sem manter contato visual.
— Não há de quê. Inclusive, prazer, me chamo Clint. — Pôs a mão sobre o próprio peitoral, e depois apontou para o amigo. — E aquele é o Jef.
O de pele escura acenou com a mão, também com um sorriso.
Pareciam confiáveis, mas não queria arriscar.
— Somos os med-jacks, somos como enfermeiros. — Continuou. — Não se preocupe com nomes por agora, você se acostuma. E então, se sente melhor?
Permaneci calada enquanto o observava. Após ficar ciente de que eu provavelmente não responderia, o garoto suspirou e circundou o colchão, se dirigindo à pequena cômoda e procurando algo na caixa branca.
— Imagino que esteja sem nenhuma dor agora. Mas sente algum incômodo? O tombo que você levou foi leve, então pode ficar sossegada. — Disse ele, enquanto abria um pacote de algodão.
Franzi as sobrancelhas, observando seus movimentos. Tombo?
— Não me lembro de nenhum tombo. — Afirmei, devagar.
— Quando a caixa subiu, você já não estava cem por cento consciente. — Explicou o garoto de pele escura, ou melhor, Jef. — Sua pressão abaixou, e você desmaiou. Tombou para trás antes que pudessem alcançá-la.
Enquanto escutava, vi Clint colocar um algodão em uma pequena travessa de alumínio, e agora estava com uma caixa de band-aid's na mão.
— Você teve sorte, novata. — Prosseguiu Jef. — Teve apenas um pequeno corte no lábio. — Levei a mão à boca, mas nada senti. — Do outro lado.
Segui as instruções, e antes que fosse possível raciocinar, tocar no corte trouxe uma inesperada ardência no local. Recuei imediatamente do toque, e decidi não mecher mais.
— Ainda está sensível. — Contou Clint, sem tirar os olhos do que estava fazendo. — Passei uma pomada que deve aliviar a dor. Mas se arder ou sangrar, lave com água e sabão, e ponha isto por cima. — Entregou-me um band-aid.
Engoli em seco e agradeci, pegando o band-aid cautelosamente.
— Ô, novata. — Atentei-me ao chamado de Jef. — Tem alguém te esperando lá fora. — Apontou para fora da tenda
— Calma lá, Jef. — Apontou Clint. — Não sabemos se ela consegue sequer se manter de pé ainda.
Após escutá-lo, tentei pôr-me de pé. Devagar, desci do colchão. Minhas pernas falharam por um momento, mas mantive o equilíbrio. Suspirei e parei de apoiar-me na maca. Esperei alguns alguns segundos, para ter certeza de que conseguia ficar de pé por mais alguns outros, para somente assim me estabilizar.
Ergui a cabeça e dei dois passos. Seguro.
— Consigo. — Avisei Clint, reconhecendo sua preocupação.
— Certo, se sentir qualquer indício de tontura ou mal-estar, já sabe a quem procurar. — Certificou Clint, sorridente, e me lançou uma piscadela.
Sorri de volta, sem mostrar os dentes, e me dirigi para fora da tenda. Jef veio logo atrás.
Quando a luz do sol rebateu em minhas pupilas, foi impossível manter meus olhos abertos, e tive de usar minhas mãos como uma espécie de toldo, à procura de sombra.
Quando finalmente me acostumei, meus olhos se arregalaram e meu coração acelerou com a cena a seguir.
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Vᴏᴛᴏs ᴇ ᴄᴏᴍᴇɴᴛᴀ́ʀɪᴏs sᴇᴍᴘʀᴇ ʙᴇᴍ-ᴠɪɴᴅᴏs!
(Cʀɪ́ᴛɪᴄᴀs ᴄᴏɴsᴛʀᴜᴛɪᴠᴀs ɪɴᴄʟᴜɪ́ᴅᴀs!)
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